Ao largo!
48.
Desde os começos do Opus Dei, o apostolado dos fiéis da Prelatura, dos
Cooperadores e amigos, surgiu no seio da Igreja como um instrumento nas mãos do
Senhor, para prestar grandes serviços em todo o mundo, apesar de nossa pequenez
pessoal. Grátias tibi, Deus!, havemos de exclamar constantemente. E, ao mesmo
tempo, devemos fazer mais. Duc in altum! (Lc 5, 4), ao largo, ir mais longe,
sem medo e sem vacilar, apoiados sempre no firme alicerce do mandato do Mestre,
cheios de segura fé n’Ele. Que panoramas apostólicos nos abre o Ano da Fé!
Corresponde a cada um o empenho de aproveitá-los e esse trabalho de almas deve
levar-se a cabo em qualquer situação em que nos encontremos: cuidando, acima de
tudo, a petição a Deus por pessoas e intenções concretas.
Detenhamo-nos
nas áreas prioritárias da nova evangelização que acima mencionei; e, perante o
Ano da Fé, examinemos a nossa atuação individual para transmitir mais sabor
cristão à própria família, ao ambiente profissional em que estamos inseridos,
ao círculo cultural, social ou recreativo que frequentamos. Detenhamo-nos
corajosamente neste exame, e tiremos consequências para a situação pessoal, sem
ceder a inquietações vãs mas, quando for necessário, com dor de amor. Então a
soma será, nalgumas ocasiões, a convicção de que ficámos aquém; podíamos ter
rezado com mais intensidade, confiança e perseverança; ou que, talvez, nos
faltou mais generosidade no oferecimento de sacrifícios, ou que temos de atuar
com maior exigência nas conversas apostólicas ao serviço dos outros; ou que estamos
a descuidar a formação doutrinal. Noutras ocasiões, daremos graças porque o
Senhor quis servir-se de nós para a sua colheita de almas.
Admitir
esta realidade, longe de levar ao desânimo, deve converter-se num novo impulso
para pedir ao Céu uma fé mais viva e recomeçar! Nunc cœpi!, repetia S. Josemaria
com palavras do Salmo: agora começo; esta mudança é efeito da mão direita do
Altíssimo (cfr. Sl 76, 11, Vg). Assim temos de reagir, quando verificamos que
os resultados são mais curtos que os desejos, e inclusive quando se veja com
evidência a realidade da nossa pequenez pessoal ou a aparente ineficácia dos
nossos esforços. Então, com mais urgência, a solução consiste em começar de
novo: eúntes docéte! (Mt 28, 19), fiados na palavra do Senhor, como para a
expansão a que Jesus Cristo enviou os discípulos.
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Nota: Publicação devidamente
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