19/10/2015

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Publicações em Out 19

São Josemaria – Textos

Beato Álvaro del Portillo, Cart. (Beato Álvaro del Portillo), Trabalho

Jesus Cristo e a Igreja, Juberto Santos, Vicariato

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 12 13-21, São Josemaria - Leitura espiritual (Temas actuais do cristianismo)


Jesus Cristo e a Igreja - 89

VICARIATO


Dentro de cada diocese existem um ou mais Vicariatos. Os Vicariatos episcopais são um instrumento evangelizador mais descentralizado. Colaboram para o atendimento às exigências da ação evangelizadora em cada grande área geográfica ou ambiental, organizando melhor o TRABALHO e as relações pastorais. Já os Vicariatos territoriais, por sua vez, são divididos em áreas pastorais menores, designadas pelo Código de Direito Canônico como foranias, que agrupam algumas paróquias. O vigário episcopal (presbítero colaborador do bispo), nomeado pelo Arcebispo, que formará a Coordenação do Vicariato, com os representantes das foranias. Cada Vicariato enviará representantes para comporem a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral. Os vigários episcopais cultivam uma estreita relação pastoral com o arcebispo, na medida em que colaboram com o governo pastoral da Arquidiocese. Eles multiplicam e difundem o próprio ministério do arcebispo.


juberto santos

Defesa da vida

Questões sobre o aborto

Outro exemplo: lembrando os filmes do farwest, e admitindo que algo de verdade neles exista, os cidadãos defendiam-se com as pistolas.
A maioria não dispararia sobre um adversário de ânimo leve.
Mas foi considerado um avanço da civilização não prosseguir com esse tipo de justiça.
O debate sobre a liberalização das armas prossegue nos EUA, mas a convicção generalizada parece desaconselhar uma facilidade em adquiri-las.
E, certamente, na Europa, esta questão está resolvida.
Por quê?
Posso assegurar, da parte das centenas de pessoas que conheço, que tivessem elas uma arma e nunca a usariam levianamente.
Vamos então mudar a lei, despenalizando indiscriminadamente o porte de armas?
E quando um polícia fere alguém com uma arma, certamente não o fez por gosto; mesmo assim, é exigido habitualmente um inquérito cujo desfecho pode não ser nada favorável para o agente em questão.
Por quê?
Em resumo: o argumento não colhe.
O facto de o aborto ser algo que repugna a quem o pratica não torna supérflua a sua proibição.
Mesmo que a mulher decida abortar por razões que considere ponderadas, a sociedade tem o direito de as considerar sempre menos decisivas que a vida do feto, que, por si só, é uma razão suprema.

(cont)

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Ser cada um outro Cristo

Custou-te muito ir afastando e esquecendo as tuas preocupaçõezitas, os teus sonhos pessoais, pobres e poucos, mas enraizados. Agora, pelo contrário, estás bem seguro de que o teu entusiasmo e a tua ocupação são os teus irmãos, e só eles, porque aprendeste a descobrir Jesus Cristo no próximo. (Sulco, 765)

Se não queremos desperdiçar o tempo inutilmente – nem sequer com falsas desculpas das dificuldades exteriores do ambiente, que nunca faltaram desde o princípio do cristianismo – devemos ter muito presente que, de um modo normal, Jesus Cristo vinculou à vida interior a eficácia da nossa acção para arrastar os que nos rodeiam. Cristo pôs a santidade como condição para a eficácia da acção apostólica; corrijo-me, o esforço da nossa fidelidade, porque na terra nunca seremos santos. Parece inacreditável, mas Deus e os homens precisam que, da nossa parte, haja uma fidelidade sem condições, sem eufemismos, que chegue até às últimas consequências, sem mediocridade ou concessões, em plenitude de vocação cristã assumida e praticada com delicadeza.

Talvez entre vocês algum esteja a pensar que me refiro exclusivamente a um sector de pessoas selectas. Não se deixem enganar tão facilmente, movidos pela cobardia ou pelo comodismo. Pelo contrário, que cada um sinta a urgência divina de ser outro Cristo, ipse Christus, o próprio Cristo; em poucas palavras, a urgência de que a nossa conduta seja coerente com as normas da fé, pois a nossa santidade – a que temos de aspirar – não é uma santidade de segunda categoria, que não existe. (Amigos de Deus, 5–6)


Temas para meditar - 523

Trabalho



Temos de impregnar de espírito cristão todos os ambientes da sociedade.

Não vos fiqueis somente pelo desejo: cada uma, cada um, ali onde trabalhe, há-de dar conteúdo de Deus à sua tarefa, e há-de preocupar-se - com a sua oração, com a sua mortificação, com o seu trabalho profissional bem acabado - em formar-se e em formar outras almas na Verdade de Cristo, para que seja proclamado Senhor de todos os afazeres terrenos.


(beato álvaro del portillo, loc. Cit., nr. 10)

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXIX Semana


Evangelho: Lc 12, 13-21

13 Então disse-Lhe alguém da multidão: «Mestre, diz a meu irmão que me dê a minha parte da herança». 14 Jesus respondeu-lhe: «Meu amigo, quem Me constituiu juiz ou árbitro entre vós?». 15 Depois disse-lhes: «Guardai-vos cuidadosamente de toda a avareza, porque a vida de cada um, ainda que esteja na abundância, não depende dos bens que possui». 16 Sobre isto propôs-lhes esta parábola: «Os campos de um homem rico tinham dado abundantes frutos. 17 Ele andava a discorrer consigo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? 18 Depois disse: Farei isto: Demolirei os meus celeiros, fá-los-ei maiores e neles recolherei o meu trigo e os meus bens, 19 e direi à minha alma: Ó alma, tu tens muitos bens em depósito para largos anos; descansa, come, bebe, regala-te. 20 Mas Deus disse-lhe: Néscio, esta noite virão demandar-te a tua alma; e as coisas que juntaste, para quem serão? 21 Assim é o que entesoura para si e não é rico perante Deus».

Comentário:

Quer, neste Evangelho, Jesus Cristo dizer que não interfere nos assuntos humanos como, por exemplo, as partilhas numa herança?
Não!
O que afirma é que a solução das coisas humanas pertencem à inteira liberdade e critério de cada um e que, Ele, não estabelece leis sobre esses assuntos.

Outra coisa é pedir ao Senhor que nos ilumine para tomar-mos a decisão mais acertada e conveniente para a nossa salvação que é a herança, que no fundo, nos deve interessar.

(ama, comentário sobre Lc 12, 13-21, 2014.10.20)


Leitura espiritual

São Josemaria Escrivá




Temas actuais do cristianismo

55
                  
pergunta:

A que atribui a crescente importância que se dá ao Opus Dei?
É devida só ao atractivo da sua doutrina ou é também um reflexo das ansiedades da idade moderna?

resposta:

O Senhor suscitou o Opus Dei em 1928 para ajudar a recordar aos cristãos que, como conta o livro do Génesis, Deus criou o homem para trabalhar.
Viemos chamar de novo a atenção para o exemplo de Jesus, que durante trinta anos permaneceu em Nazaré trabalhando, desempenhando um ofício.
Nas mãos de Jesus, o trabalho - e um trabalho profissional, semelhante ao que milhões de homens realizam, em todo o mundo - converte-se em tarefa divina, em actividade redentora, em caminho de salvação.

O espírito do Opus Dei recolhe a formosíssima verdade, esquecida durante séculos por muitos cristãos, de que qualquer trabalho, humanamente digno e nobre, se pode converter numa tarefa divina. No serviço de Deus não há ofícios de menos categoria: todos são de muita importância.

Para amar a Deus e servi-Lo, não é preciso fazer coisas extravagantes.
A todos os homens, sem excepção, Cristo pede que sejam perfeitos como o seu Pai celeste é perfeito [i].
Na sua grande maioria, os homens, para serem santos, devem santificar o seu trabalho, santificar-se no seu trabalho e santificar os outros com o seu trabalho, encontrando assim Deus no caminho das suas vidas.

As condições da sociedade contemporânea, que valoriza cada vez mais o trabalho, facilitam evidentemente que os homens do nosso tempo possam compreender este aspecto da mensagem cristã que o espírito do Opus Dei veio sublinhar.
Mas mais importante ainda é o influxo do Espírito Santo, que na sua acção vivificadora quis que o nosso tempo fosse testemunha de um grande movimento de renovação em todo o Cristianismo.
Lendo os documentos do Concílio Vaticano II vê-se claramente que parte importante dessa renovação foi precisamente a revalorização do trabalho quotidiano e da dignidade da vocação do cristão que vive e trabalha no mundo.

56             

pergunta:

Como se vai desenvolvendo o Opus Dei noutros países, fora de Espanha?
Qual é a sua influência nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália, etc.?

resposta:

Pertencem actualmente ao Opus Dei pessoas de sessenta e oito nacionalidades, que trabalham em todos os países da América e da Europa Ocidental e em alguns da África, Ásia e Oceania.

A influência do Opus Dei em todos esses países é uma influência espiritual.
Consiste essencialmente em ajudar as pessoas que se aproximam do nosso trabalho a viver mais plenamente o espírito evangélico na sua vida corrente.
Estas pessoas trabalham nos sítios mais variados, desde camponeses, que cultivam a terra em longínquas aldeias da serra andina, até banqueiros de Wall Street.
A todos o Opus Dei ensina que o seu trabalho quotidiano, seja humanamente humilde ou brilhante, é de grande valor e pode ser um meio eficacíssimo para amar e servir a Deus e aos outros homens.
Ensina-lhes a amar todos os homens, a respeitar a sua liberdade, a trabalhar - com plena autonomia, do modo que lhes parecer melhor - para apagar as incompreensões e as intolerâncias entre os homens e para que a sociedade seja mais justa.
Esta é a única influência do Opus Dei em qualquer dos lugares onde trabalha.

Referindo-me às actividades sociais e educativas que a Obra como tal costuma promover, dir-lhe-ei que correspondem, em cada lugar, às condições concretas e às necessidades da sociedade.
Não disponho de dados pormenorizados sobre todas essas actividades, porque, como comentava antes, a nossa organização está muito descentralizada.
Poderia mencionar, como um exemplo entre muitos outros possíveis, o Midtown Sports and Cultural Center, no Near West Side de Chicago, que proporciona programas educativos e desportivos aos habitantes do bairro.
Parte importante do seu trabalho consiste em promover a convivência e a amizade entre os diversos grupos étnicos que o compõem.
Outro trabalho interessante, nos Estados Unidos, é o que se realiza em The Heights, em Washington, onde funcionam cursos de orientação profissional, programas especiais para estudantes particularmente dotados, etc.

Na Inglaterra, poder-se-ia destacar o trabalho de residências universitárias, que oferecem aos estudantes alojamento e diversos programas para completar a sua formação cultural, humana e espiritual. Netherhall House, em Londres, é talvez especialmente interessante pelo seu carácter internacional.
Têm convivido nessa residência universitários de mais de cinquenta países.
Muitos deles não são cristãos, porque as casas do Opus Dei estão abertas a todas as pessoas, sem discriminação de raça ou religião.

Para não me alongar demasiado, apenas mencionarei ainda o Centro Internazionale della Gioventú Lavoratríce, em Roma.
Este centro, destinado à formação profissional de operários jovens, foi confiado ao Opus Dei pelo Papa João XXIII e inaugurado por Paulo VI há menos de um ano.

57
                  
pergunta:

Como vê V. Rev.ª o futuro do Opus Dei nos anos que se seguirão?

resposta:

O Opus Dei é ainda muito novo.
Trinta e nove anos para uma instituição é apenas o começo.
A nossa tarefa é colaborar com todos os outros cristãos na grande missão de ser testemunha do Evangelho de Cristo; é recordar que essa boa nova pode vivificar qualquer situação humana. A tarefa que nos espera é ingente.
É um mar sem limites, porque, enquanto houver homens na Terra, por muito que se alterem as formas técnicas da produção, terão um TRABALHO que podem oferecer a Deus, que podem santificar.
Com a graça de Deus, a Obra quer ensinar-lhes a fazer desse trabalho um serviço a todos os homens de qualquer condição, raça ou religião.
E servindo assim os homens, servirão a Deus.

Fim da entrevista realizada por Tad Szulc, correspondente do New York Times, em 7 de Outubro de 1966.

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pergunta:

O Opus Dei ocupa um papel de primeiro plano no processo moderno de evolução do laicado; por isso gostaríamos de lhe perguntar, antes de mais nada, quais são, na sua opinião, as características mais notáveis deste processo.

resposta:

Sempre pensei que a característica fundamental do processo de evolução do laicado é a consciencialização da dignidade da vocação cristã.
A chamada de Deus, o carácter baptismal e a graça, fazem com que cada cristão possa e deva encarnar plenamente a fé.
Cada cristão deve ser alter Christus, ipse Christus, presente entre os homens.
O Santo Padre disse-o de maneira inequívoca: “É necessário voltar a dar toda a importância ao facto de ter recebido o sagrado baptismo, quer dizer, de ter sido enxertado, mediante esse sacramento, no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. (...) Ser cristão, ter recebido o baptismo, não deve ser considerado como coisa indiferente e sem valor, antes deve marcar profunda e ditosamente a consciência de todos os baptizados” [ii].

59             

Isto traz consigo uma visão mais profunda da Igreja, como comunidade formada por todos os fiéis, de modo que todos somos solidários duma mesma missão, que cada um deve realizar segundo as suas circunstâncias pessoais.
Os leigos, graças aos impulsos do Espírito Santo, são cada vez mais conscientes de serem Igreja, de possuírem uma missão específica, sublime e necessária, uma vez que foi querida por Deus.
E sabem que essa missão depende da sua própria condição de cristãos, não necessariamente de um mandato da Hierarquia, embora seja evidente que deverão realizá-la em união com a Hierarquia eclesiástica e segundo os ensinamentos do Magistério: sem união com o Corpo episcopal e com a sua cabeça, o Romano Pontífice, não pode haver, para um católico, união com Cristo.

O modo de os leigos contribuírem para a santidade e para o apostolado da Igreja consiste na acção livre e responsável no seio das estruturas temporais, aí levando o fermento da mensagem cristã.
O testemunho de vida cristã, a palavra que ilumina em nome de Deus e a acção responsável, para servir os outros, contribuindo para a resolução de problemas comuns, são outras tantas manifestações dessa presença através da qual o cristão corrente cumpre a sua missão divina.

Há muitos anos, desde a própria data da fundação do Opus Dei, que medito e tenho feito meditar umas palavras de Cristo que nos relata S. João: et ego, si exaltatus fuero a terra, omnia traham ad meipsum [iii]. Cristo, morrendo na Cruz, atrai a Si a criação inteira, e, em seu nome, os cristãos, trabalhando no meio do mundo, hão-de reconciliar todas as coisas com Deus, colocando Cristo no cume de todas as actividades humanas.

Entrevista realizada por Enrico Zuppi e António Fugardi, publicada em L'Osservatore della Domenica (Cidade do Vaticano) nos dias 19 e 26 de Maio e 2 de Junho de 1968

(cont)






[i] (Mat. 5, 48)
[ii] (Encíclica Ecclesiam Suam, parte 1)
[iii] (Jn. 12, 32)