Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
27/02/2021
Pequena agenda do cristão
São Josemaria – Textos
Jesus, em teu nome procurarei almas
«Duc in altum» – Ao largo! – Repele o
pessimismo que te torna cobarde. «Et
laxate retia vestra in capturam» – e lança as redes para pescar. Não vês
que podes dizer, como Pedro: «In nomine
tuo, laxabo rete». – Jesus, em teu nome procurarei almas? (Caminho,
792)
Acompanhemos
Jesus nesta pesca divina. Jesus está junto do lago de Genesaré e as pessoas
comprimem-se à sua volta, ansiosas por ouvirem a palavra de Deus. Tal como
hoje! Não estais a ver? Estão desejando ouvir a mensagem de Deus, embora o
dissimulem exteriormente. Talvez alguns se tenham esquecido da doutrina de
Cristo; talvez outros, sem culpa sua, nunca a tenham aprendido e olhem para a
religião como coisa estranha... Mas convencei-vos de uma realidade sempre
actual: chega sempre um momento em que a alma não pode mais; em que não lhe
bastam as explicações vulgares; em que não a satisfazem as mentiras dos falsos
profetas. E, mesmo que nem então o admitam, essas pessoas sentem fome, desejam
saciar a sua inquietação com os ensinamentos do Senhor. (Amigos
de Deus, nn. 260)
Leitura espiritual Fev 27
Novo Testamento [i]
Evangelho
Lc I, 29-56
39 Por aqueles dias, Maria pôs-se a
caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou
em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de
Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito
Santo. 42 Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e
bendito é o fruto do teu ventre. 43 E donde me é dado que venha ter comigo a
mãe do meu Senhor? 44 Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o
menino saltou de alegria no meu seio. 45 Feliz de ti que acreditaste, porque se
vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»
Magnificat
46 Maria disse, então: «A minha alma
glorifica o Senhor 47 e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
48Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão
bem-aventurada todas as gerações. 49 O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.
Santo é o seu nome. 50 A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que o temem. 51 Manifestou o poder do seu braço e dispersou os
soberbos. 52 Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. 53 Aos
famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. 54 Acolheu a
Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55 como tinha prometido a nossos
pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.» 56 Maria ficou com Isabel
cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.
Textos
Cobardia
No primeiro pensamento de Deus está o homem e
quanto lhe respeita, porque o amor de Deus pela criatura é de tal dimensão, que
só se satisfaz quando esta é absolutamente feliz.
Talvez que este respeito do Criador pela
liberdade que deu à criatura, seja um dos pontos mais difíceis de entender.
De facto, Deus criou o homem perfeitamente
ordenado para ser feliz, e esta felicidade consistia, exactamente, como de
resto consiste, em a criatura viver de acordo e harmonia com o Criador.
O que, afinal, por ser absolutamente lógico,
não apresenta qualquer problema.
Falando na linguagem
humana - que é a nossa - podemos aduzir que o Criador cometeu uma temeridade ao
consentir à criatura a capacidade de opção, de querer ou não, de escolher entre
uma e outra coisa.
Mas, é claro, temos de convir que, sendo Deus
perfeito, o objectivo do Seu acto criador só pode ter a perfeição como fim
donde que, sem mais lucubrações, há que convir que a criatura saída das mãos de
Deus é uma obra o mais perfeita possível.
Ou, considerando outro ponto de vista, uma
criatura sem liberdade não passaria de uma manipulação divina cujos actos por
natureza, intrinsecamente bons, não teriam qualquer mérito já que seriam como
que uma emanação inevitável da sua condição.
E o interessante é
verificar que tal não se aplica somente à criatura humana já que, na criação
das criaturas superiores, os anjos, Deus procede exactamente da mesma forma.
Se tivermos em conta que. sendo Deus a
plenitude, Se completa e basta a Si mesmo, de forma absolutamente eficiente e
total, ou seja, não tem nenhuma necessidade de outra coisa qualquer, seja um
espírito como um anjo ou uma criatura humana.
Criá-los não foi,
portanto, uma decisão de autossatisfação, como que um narcisismo divino de
dispor de uma criação que correspondesse ao desejo de ser venerado, desejado ou
obedecido.
Então... foi o quê?
Só se pode concluir que foi a consequência
natural da própria essência divina e que é o Amor.
A criação do homem terá sido como que a
sequência natural da criação dos espíritos puros, os anjos.
Dotados, também de liberdade porque o amor de
Deus Criador não se sobrepõe - nem prescinde - à Sua Justiça, estes de alguma
forma defraudaram a Criação quando alguns se rebelaram contra Deus, rebelião
que se baseia na inveja e na insidiosa pretensão de prescindir d’Ele.
Talvez fossem “puros demais” ou as suas
capacidades fossem excessivas.
Uma criatura mais
simples, com muito menos capacidades, talvez fosse mais estável e imune a pretensões
desse tipo.
Mas, esta criatura
não pode - o imenso amor de Deus - não o permite - aparecer, assim, de qualquer
forma, num ambiente amorfo ou abstracto.
E então, Deus dá-se à
tarefa de criar, antes, um ambiente fabuloso, ordenado e disposto de tal forma
que, desde que o homem tomou dele conhecimento, não deixou de se surpreender
com a maravilhosa arquitectura e, mais, todos dias descobrir coisas novas.
Data/hora:
Sexta-Feira Santa, 6 de Abril de 2012 - 14:21
Hoje será, talvez, o único dia em que o meu
orgulho não só não é pecado como, até, justificando-se, é uma virtude.
Estranha ilacção
assim, posta, sem mais, e até incompreensível para quem, como eu, sabe que o
orgulho é uns dos pecados mais terríveis da humanidade e, frequentemente, a
origem de muitas faltas graves e de terríveis consequências.
Mas… atente-se na data/hora em que escrevo já
se perceberá a minha “razão”.
Neste momento, Jesus
Cristo agonizava na Cruz, esperando a graça da morte, por mim!
Mais: este momento
estava planeado desde o princípio dos tempos - antes de haver tempo - como se
eu fora o único ser humano existente à face da terra!
Fora eu o único homem à face da terra e
Cristo teria morrido por mim!
Então… esta enormidade não é motivo de
orgulho, de alegria, de vitória?
Orgulho… pois recebo algo de tão desmesuradas
dimensão e amplitude que me faz sentir grande, cheio de valor, de uma
importância ímpar!
Alegria… porque percebo, com meridiana
clareza, que as minhas faltas e fraquezas, os meus defeitos e debilidades, a
minha pequenez, se esbatem e desaparecem na grandeza da Cruz!
Vitória… porque o medo, a tristeza, o tédio,
a vergonha, o apoucamento, a ansiedade, o merecimento ficam, definitivamente
desgarrados pela Misericórdia do Gólgota!
Daqui a poucos minutos, o meu Senhor
entregará o Seu espírito ao Pai e, o que me consola e alegra é que Quem o
recebe é o Pai Comum porque, pela Graça desta Morte, eu António, mereci ser,
também, Filho de Deus![1]
Ano de São José
EXORTAÇÃO
APOSTÓLICA REDEMPTORIS CUSTOS
do
SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II sobre a figura e a missão de SÃO JOSÉ na vida de CRISTO
e da IGREJA
O
CONTEXTO EVANGÉLICO
IV
O
TRABALHO EXPRESSÃO DO AMOR
22.
A expressão quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O
texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava
garantir o sustento da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra
envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período abrange os
anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que
sucedeu no templo: «Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso»
(Lc 2, 51). Esta «submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é
entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era
designado como o «filho do carpinteiro», tinha aprendido o ofício de Seu
«pai» putativo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é
exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho
de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce
isto mesmo, também com a memória litúrgica de São José Operário, fixada no
primeiro de Maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no
Evangelho um acento especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus ele
foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira
particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio
ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da
Redenção.
23.
No crescimento humano de Jesus «em sabedoria, em estatura e em graça»
teve uma parte notável a virtude da laboriosidade, dado que “o trabalho é um
bem do homem”, que “transforma a natureza” e torna o homem, “em certo sentido,
mais homem”. (Cf. Carta Enc. Laborem exercens (14 de Setembro de 1981),
n. 9: AAS 73 (1981), pp. 599-600)
A
importância do trabalho na vida do homem exige que se conheçam e assimilem
todos os seus conteúdos, “para ajudar os demais homens a aproximarem-se através
dele de Deus, Criador e Redentor, e a participarem nos seus desígnios
salvíficos quanto ao homem e quanto ao mundo; e ainda, a aprofundarem na sua
vida e amizade com Cristo, tendo, mediante a fé vivida, uma participação no seu
tríplice múnus: de Sacerdote, de Profeta e de Rei”. (Ibid.,
n. 24: l.c., p. 638. Os Sumos Pontífices, nos tempos mais recentes, têm
apresentado constantemente S. José como « modelo » dos operários e dos
trabalhadores em geral, cf., por exemplo, Leão XIII, Carta Enc. Quamquam
pluries (15 de Agosto de 1889): l.c., p. 180; Bento XV, Motu proprio Bonum sane
(25 de Julho de 1920): l.c., pp. 314-316; Pio XII, Alocução (11 de Março de
1945), n. 4: AAS 37 (1945), p. 72; Alocução (1 de Maio de 1955): AAS 47 (1955),
p. 406; João XXIII, Radiomensagem (1 de Maio de 1960): AAS 52 (1960), p. 398)
24.
Trata-se, em última análise, da santificação da vida
quotidiana,
no que cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado, e que pode ser
proposta apontando para um modelo acessível
a todos: São José é o modelo dos humildes, que o Cristianismo enaltece para grandes destinos; ... é a prova
de que para ser bons e autênticos seguidores de Cristo não se necessitam “grandes
coisas», mas requerem-se somente virtudes comuns, humanas, simples e autênticas”.
(Paulo
VI, Alocução (19 de Março de 1969): Insegnamenti, VII (1969), p. 1268)
Reflexão
Desejar
Marxismo
Filosofia e Religião, Vida Humana
O marxismo
O segundo conceito erróneo de democracia é o
que nos vem do sistema marxista. Concedendo igualmente, como o faz o
capitalismo, o primado ao factor económico, apregoa a socialização dos bens como
único processo de libertação de todas as “alienações”. A sociedade, segundo os
seus princípios, está dividida em duas classes: os exploradores e os
explorados. A daqueles constituem-na s detentores dos bens de produção; a
destes, as classes trabalhadoras.
O falso pressuposto baseia-se na teoria da
“mais valia” de Marx. Segundo Carlos Marx, o trabalhador produz mais do que
gasta. Pagando o empresário apenas o que o trabalhador gasta, apropria-se
indevidamente da mais valia do trabalho “não pago”. Segundo ele, assim
se formaa o “capital”. Logicamente a partir deste princípio, o marxismo nega a
legitimidade da propriedade privada, pois ela não viria a ser mais do que um
roubo praticado contra os trabalhadores.
Para realizar os seus intentos, propõe-se o
marxismo a conquista revolucionária do poder e a instauração da ditadura do
proletariado. Dentro da sua lógica, o sistema marxista levaria ao
desaparecimento das restantes alienações, entre as quais se contam a do estado
e da religião.
Neste conceito de democracia, afirma-se
realmente que o poder vem do povo, mas entende-se por povo apenas as massas
trabalhadoras. Delas emergem os militantes e os quadros do partido. Conscientes
do sentido fatal da história, estão dispostos a realizá-lo integralmente empenhando-se
para isso na activação da luta de classes. O marxismo torna-se assim uma
verdadeira ditadura de pertido único que é fonte e aparelho de todo o poder. A
estruturação faz-se principalmente, a partir da células de base. Por um
processo selectivo ascendente, vão-ze promovendo os mais representativos e que
são tidos como os que melhor encarnam a ideologia.. Segundo tal princípio, os
que se encontram em níveis superiores são os que melhor servem a pressuposta
causa do povo. A eles se deve, pois, uma obediência incondicional.
Mais opressor que o primeiro, tal sistema
merece um juízo mais rigoroso. Como escreve Paulo VI, o materialismo ateu, a
maneira como absorve a liberdade individual na sociedade, despersonalizando o
homem, negando toda e qualquer transcedência a si mesmo e às leis da história
fazem com que o sistemaseja uma tomada de posição que se opões radicalmente, ou
pelo menos contradiz os ponstos fundamentais da fé dos cristãos e da concepção
filosófica do homem. (cf. O. A. 26)
Quanto aos socialismos, porém, que hoje nos
podem bater à porta, nem todos estão dominados por estas ideologias
inaceitáveis. Um discernimento se torna necessário em cada caso concreto. Só
então será possível ver o grau de adesão e compromisso permitido aos cristãos.
Sê-lo-á, na medida em que se encontrarem salvaguardados os valores da
liberdade, responsabilidades pessoasi e abertura espiritual, que permitam o
desabrochar integral do homem (cf. O. A. 31).
(A Ferraz, Cristãos e
liberdades democráticas, BROTÈRIA, Vol. 99, 1974)