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Textos de S. Josemaria
Escrivá
Escreveste-me,
médico apóstolo: "Todos sabemos por experiência que podemos ser castos,
vivendo vigilantes, frequentando os Sacramentos e apagando as primeiras chispas
da paixão, sem deixar que a fogueira ganhe corpo. É precisamente entre os
castos que se contam os homens mais íntegros, sob todos os aspectos. E entre os
luxuriosos predominam os tímidos, os egoístas, os falsários e os cruéis, que
são características de pouca virilidade". (Caminho, 124)
Não
deves limitar-te a fugir da queda ou da ocasião, nem o teu comportamento deve
reduzir-se, de maneira alguma, a uma negação fria e matemática. Já te
convenceste de que a castidade é uma virtude e, como tal, deve desenvolver-se e
aperfeiçoar-se? Não basta ser continente, cada um segundo o seu estado.
Insisto: temos de viver castamente, com virtude heróica. Este comportamento é
um acto positivo, com o qual aceitamos de boa vontade o pedido de Deus: Præbe,
fili mi, cor tuum mihi et oculi tui vias meas custodiant, entrega-me, meu filho,
o teu coração e espraia os teus olhos pelos meus campos de paz.
Pergunto-te
eu, agora: como encaras tu esta batalha? Bem sabes que a luta já está vencida,
se a mantivermos desde o princípio. Afasta-te imediatamente do perigo, mal
percebas as primeiras chispas de paixão, e até antes. Fala, além disso, com
quem dirige a tua alma; se possível antes, porque abrindo o coração de par em
par não serás derrotado. Um acto repetido várias vezes cria um hábito, uma inclinação,
uma facilidade. É preciso, pois, batalhar para alcançar o hábito da virtude, o
hábito da mortificação, para não recusar o Amor dos Amores.
Meditai no conselho de S.
Paulo a Timóteo: Te ipsum castum custodi, conserva-te a ti mesmo puro, para
estarmos, também, sempre vigilantes, decididos a defender o tesouro que Deus
nos entregou. Ao longo da minha vida, quantas e quantas pessoas não ouvi
queixarem-se: Ah! Se eu tivesse cortado ao princípio! E diziam-no cheias de aflição
e de vergonha. (Amigos
de Deus, 182).