22/03/2021

São Josemaria – Textos

 


É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro

‘É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro. Não é uma frase, Padre; é uma realidade’, dizes-me. Então... o mundo inteiro, todos os valores humanos que te atraem com uma força enorme (amizade, arte, ciência, filosofia, teologia, desporto, natureza, cultura, almas...), tudo isso, deposita-o na esperança – na esperança de Cristo. (Sulco, 293)

Onde quer que nos encontremos, esta é a exortação do Senhor: vigiai! Em face deste apelo de Deus, alimentemos nas nossas consciências os desejos esperançosos de santidade, com obras. Dá-me, meu filho, o teu coração, sugere-nos o senhor ao ouvido. Deixa-te de construir castelos com a fantasia, decide-te a abrir a tua alma a Deus, pois exclusivamente no Senhor acharás o fundamento real para a tua esperança e para fazer o bem aos outros. Quando não lutamos connosco mesmos, quando não rechaçamos terminantemente os inimigos que estão dentro da cidadela interior – o orgulho, a inveja, a concupiscência da carne e dos olhos, a auto-suficiência, a tresloucada avidez da libertinagem – quando não existe essa peleja interior, os mais nobres ideais definham como a flor do feno; ao romper o sol ardente, a erva seca, a flor cai e acaba a sua vistosa formosura. Depois, pela menor fenda brotarão o desalento e a tristeza, como plantas daninhas e invasoras. (Amigos de Deus, 211)

Leitura Espiritual Mar 22

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc Lc XI, 14-32

 

Blasfémia dos fariseus

14 Jesus estava a expulsar um demónio mudo. Quando o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada. 15 Mas alguns dentre eles disseram: «É por Belzebu, chefe dos demónios, que Ele expulsa os demónios.» 16 Outros, para o experimentarem, reclamavam um sinal do Céu. 17 Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado e cairá casa sobre casa. 18 Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como há-de manter-se o seu reino? Pois vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios. 19 Se é por Belzebu que Eu expulso os demónios, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. 20 Mas se Eu expulso os demónios pela mão de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os seus bens estão em segurança; 22 mas se aparece um mais forte e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. 23 Quem não está comigo está contra mim, e quem não junta comigo, dispersa.»

 

O demónio que volta

24 «Quando um espírito maligno sai de um homem, vagueia por lugares áridos em busca de repouso; e, não o encontrando, diz: ‘Vou voltar para minha casa, de onde saí.’ 25 Ao chegar, encontra-a varrida e arrumada. 26 Vai, então, e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele; e, entrando, instalam-se ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro.»

 

A mãe deJesus é louvada

27 Enquanto Ele falava, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!» 28 Ele, porém, retorquiu: «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»

 

Sinal de Jonas

29 Como as multidões afluíssem em massa, começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas. 30 Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração. 31 A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão! 32 Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem é maior do que Jonas.»

 

Texto

 


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE

JOÃO PAULO II

PARA A QUARESMA DE 1992

 

«CHAMADOS A PARTILHAR A MESA DA CRIAÇÃO»

 

 

 

Caríssimos irmãos e irmãs:

 

Os bens criados são para todos. Sim, ao aproximar-se o tempo da Quaresma, em que o Senhor Jesus Cristo nos faz um apelo especial à conversão, dirijo-me a cada um de vós para vos convidar a reflectir sobre esta verdade e a realizar obras que manifestem concretamente a sinceridade do coração.

 

O mesmo Senhor, cuja prova máxima de amor é por nós celebrada na Páscoa, estava com o Pai desde o princípio preparando a mesa admirável da criação (cf. Jo 1, 3), para a qual quis convidar a todos sem excepção. Assim compreendeu a Igreja, esta verdade, manifestada desde o início da Revelação, assumindo-a como um ideal de vida proposto aos homens (cf. Act 2, 44-45; 4, 32-35). Nos últimos tempos, ela tem anunciado repetidamente, como um tema central do seu Magistério Social, o destino universal dos bens da criação, tanto os materiais como os espirituais. Assumindo essa longa tradição, a encíclica Centesimus annus, publicada por ocasião do centenário da Rerum novarum do meu predecessor Leão XIII, pretendeu dinamizar a reflexão sobre o referido destino universal dos bens, que é anterior a qualquer forma concreta de propriedade privada e deve iluminar o verdadeiro sentido da mesma.

 

Todavia é triste constatar que, apesar destas verdades terem sido claramente formuladas e tantas vezes repetidas, a terra com todos os seus bens - que comparamos a um grande banquete para o qual foram convidados todos os homens e mulheres que existiram, existem e existirão infelizmente em muitos aspectos, está ainda na mão de minorias. Os bens da terra são maravilhosos, quer os que recebemos directamente da mão generosa do Criador, quer aqueles que são fruto da acção do homem, chamado a colaborar na criação com o seu engenho e trabalho. Ora a participação de cada ser humano nesses bens é necessária para que ele possa chegar à sua plenitude. Por isso torna-se ainda mais angustiante a constatação de tantos milhões de pessoas excluídas da mesa da criação.

 

Assim convido-vos a concentrar a vossa atenção de modo especial nesta problemática, no ano comemorativo do V° centenário da evangelização do Continente Americano, que de modo nenhum se pode limitar a mera recordação histórica. A nossa visão do passado tem de ser completada por um olhar à nossa volta e ao futuro (cf. Centesimus annus, 3), procurando discernir a presença misteriosa de Deus na História, a partir da qual nos interpela e chama a dar-lhe respostas concretas. Cinco séculos de presença do Evangelho, neste Continente, não conseguiram ainda operar uma equitativa distribuição dos bens da terra; e isto é particularmente doloroso quando pensamos nos mais pobres dos pobres: os grupos indígenas e com eles muitos camponeses, feridos na sua dignidade por serem postos à margem do exercício inclusive dos direitos mais elementares, que também fazem parte dos bens a todos destinados. A situação destes nossos irmãos clama pela justiça do Senhor. Por conseguinte é necessário promover uma reforma generosa e audaz nas estruturas económicas e nas políticas agrárias, que assegure o bem-estar e as condições indispensáveis para o legítimo exercício dos direitos humanos dos grupos indígenas e das grandes multidões de camponeses que com tanta frequência se viram injustamente tratados.

 

Em ajuda destes e de todos os desfavorecidos do mundo - já que todos somos filhos de Deus, irmãos uns dos outros e destinatários dos bens da criação - devemos empenhar-nos com todas as nossas forças e sem demora, afim de que lhes seja dado ocuparem o lugar que lhes corresponde à mesa comum da criação. No tempo da Quaresma, bem como nas campanhas de solidariedade - Campanhas do Advento e Semanas a favor dos mais desfavorecidos -, a consciência certa de que a vontade do Criador é colocar os bens da criação ao serviço de todos deve inspirar as iniciativas tendentes à promoção autêntica e integral do homem todo e de todos os homens.

 

Em atitude de oração, e compromisso, escutemos atentamente estas palavras: "Eis que estou à porta e bato" (Ap 3,20). Sim, é o próprio Senhor que está chamando ao coração de cada um, sem forçar, esperando pacientemente que abramos a porta para Ele poder entrar e sentar-se à mesa connosco. Além disso, porém, nunca devemos esquecer que - segundo a mensagem central do Evangelho - Jesus chama em cada irmão, e a nossa resposta pessoal servirá de critério para sermos postos à Sua direita com os bem-aventurados, ou à Sua esquerda com os condenados: "Tive fome... tive sede... era forasteiro... estive nu... doente... na prisão" (cf. Mt 25, 34ss).

 

Suplicando fervorosamente ao Senhor que ilumine os esforços de todos a favor dos mais pobres e necessitados, abençoo-vos de todo o coração, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amén.

 

Vaticano, 29 de Junho de 1991

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

 

Ano de São José

 


Pai e Senhor

A Igreja inteira reconhece São José como seu protector e padroeiro. Ao longo dos séculos tem-se falado dele, sublinhando diversos aspectos da sua vida, sempre fiel à missão que Deus lhe confiara. Por isso, desde há muitos anos, me agrada invocá-lo com um título carinhoso: Nosso Pai e Senhor.

São José é realmente Pai e Senhor, protegendo e acompanhando no seu caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus enquanto crescia e se fazia homem. Ganhando intimidade com ele descobre-se que o Santo Patriarca é, além disso, Mestre da vida interior, porque nos ensina a conhecer Jesus, a conviver com Ele, a tomar consciência de que fazemos parte da família de Deus. E São José dá-nos essas lições sendo, como foi, um homem corrente, um pai de família, um trabalhador que ganhava a vida com o esforço das suas mãos. Este facto possui também, para nós, um significado que é motivo de reflexão e de alegria. (São Josemaria, Cristo que passa, 39)

Reflexão na Quaresma

 


A criatura é mais autenticamente humana na medida em que aperfeiçoa a imagem e a semelhança de Deus. Nesta determinação o homem e a mulher encontram o sentido mais profundo e mais feliz da sua existência. Temos que rejeitar a ideia, desgraçadamente difundida, de que imitar Cristo supõe um nível de conduta que nos supera. Nada mais longe da verdade. Enquanto não nos persuadirmos de que, com a graça de Deus, podemos conseguir esa identificação, significa que continuamos a pactuar com a mediocridade, renunciando à incomparável aventura de tratar Cristo de perto, como Amigo, Irmão, Mestre, Médico.

 

(Javier Echevarria, Getsemani, Planeta, 3ª Ed. Pg. 157)

Pequena agenda do cristão

 

 

SeGUNDa-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?