27/01/2023

Publicações em Janeiro 27

 


(Re Mc 4, 21-25)

O Evangelista transmite-nos um aviso muito sério de Jesus Cristo :«Com a medida com que medirdes vos será medido».

A mim, esta sentença, parece-me muito lógica e justa porque abre horizontes vastissímos de bem-aventurança.

Quanto mais fiser pelo meu irmão, quanto bem lhe proporcione ser-me-á devolvido.

Como não “aproveitar”?

 

BIOÉTICA

3 . A pessoa humana

Corpo material e alma espiritual forma a pessoa humana. A pessoa é sempre a unidade substancial, composta pelo organismo material e a alma espiritual. A união é tal que que um não existe sem a outra, e vice-versa. O corpo não seria um corpo «humano» sem a união com a alma, ; a alma não seria alma «humana» sem o corpo. Não se trata de uma união funcional, mas vital, substancial. Num computador, a união entre os componentes interiores e a corrente eléctrica só existe para poder funcionar, mas o computador e a electricidade são realidades diferentes e podem existir separadamente uma da outra e servir para funções diferentes.

Na pessoa, ao contrário, o corpo é corpo humano porque a alma está presente, e a alma é alma humana porque vive num corpo.

O home em geral não existe; na realidade apenas existem pessoas concretas: a minha amiga Maria, o Papa João, eu que escrevo, tu que lês…

A pessoa humana é um sujeito individual racional:

A pessoa é um sujeito, alguém que pertence a si próprio, que existe em si e  por si e não em relação ou com dependência de outro. Ser sujeito pessoal quer dizer ter valor próprio, e não só instrumento e objectivo. Por exemplo, o lápis tem valor instrumental, uma vez que serve para escrever. Ser sujeito pessoal é a condição real da  presença de determinadas capacidades, do exercício de certas operações e amanifestação exterior de comportamentos precisos. Uma vez que uma pessoa é um sujeito, pode ecplicar-se a unidade no espaço e a permanência no tempo da sua identidade: é sempre o mesmo e idêntico indivíduo, não obstante as mudanças.

A pessoa é um indivíduo que possui uma unidade interna em si mesmo e é diferente dos outros. Como indivíduo a pessoa distingue-se dos outros não só numéricamente , mas também qualitativamente: cada pessoa é única e  irrepetível. A pessoa indica que qualqer homem é singular, inconfundível, inssubstituível, irrepetível, único. A razão própria e específica do respeito devido a cada ser humano deve-se a que é uma pessoa única e irrepetível. É como os filhos para uma mãe, todos são diferentes, inconfundíveis; se um morre, nenhum dos outros filhoso poderá substituir.

. A Pessoa é um ser racional. Racional não quer somente dizer que faz actos racionais, como o pensar, o falar, etc., mas que o seu ser é espiritual. A «racionalidade» não é um acto que a pessoa pratica, mas um modo de ser. Se se é ou não se é racional, e, consequentemente, se podem ou não fazer «actos racionais». «Racional» indica todas as capacidades superiores do homem (inteligência, amor, sentimentos, moralidade, religiosidade…). Não se requer, pois,  que a racionalidade esteja presente como capacidade essencial: assim também é pessoa quem dorme, um diminuído físico, o embrião. É verdade que a pessoa se nos apresenta pelas manifestações da racionalidade, mas não se  pode afirmar com verdade que não há pessoa onde onde todavia não se dão manifestações da pessoa. Um indivíduo não é pessoa porque se manifesta como tal, mas ao contrário, manifesta-se assim porque é pessoa. Como o cão não é um cão porque ladra, mas ao contrário, ladra porque é cão, o mesmo acontece com as manifestações da pessoa. O critério fundamental encontra-se na própria natureza do indivíduo. Quando vejo que um indivíduo que pertence à espécie biológica do cão, entendo que tem a natureza «canina», ainda que todavia não manifeste, ou temporalmente, as capacidades desta natureza. Quando vejo um indivíduo da espécie biológica humana, entendo que tem a «natureza humana». Este ser que tem natureza humana, natureza racional, é uma pessoa.

O ser pessoa pertence à ordem ontológica, portanto, a pessoa ou é ou não é; o estatuto pessoal o estatuto pessoal não se adquire ou diminui gradualmente, masé um acontecimento instantâneo euma condição radical. Não se é mais ou menos «pessoa» ou «pos-pessoa» ou «sub-pessoa» ou se é pessoa ou não se é pessoa.

Com frequência ouve-se dizer que o homem é pessoa quando é capaz de manifestar determinadas propriedades, como a liberdade, acapacidade de estabelecer uma vida de relação, a consciência de si. Ora bem, , reduzir a pessoa só ás suas funções, que pode ser capaz de exercer ou não, comporta uma limitação do seu valor  intrínsseco e pode introduzir uma perigosa descriminação entre quem tem e quem não tem determinados requesitos. A pessoa coincide com o ser humano: unidade de corpo e alma. Por este motivo, todos os homens têm a mesma dignidade, ainda que, acaso, todavia não tenham ou já não têm apossibilidade de manifestar algumas das suas faculdades.

Podemos concluir sublinhando a diferença entre pessoa e personalidade. Com «pessoa humana» quere-se indicar tudo quanto é específico do homem, o que o diferenciados outros seres, no que se funda a dignidade e os direitos e existe num indíviduo concreto. A «personalidade», ao contrário, expressa a progressiva manifestação das características da pessoa. Tais característicass permitem-lhe alcançar o dsenvolvimento graças a factores sociais, psicológicos e morais.

A pessoa tem  valor e dignidade absolutos. O conceito de pessoa expressa o mais perfeiton que há em toda a criação. O conceito de pessoa está intríssecamente ligado ao da dignidade e valor. A razão de raíz do valor e dignidade está no facto de que a pessoa humana goza de uma interioridade que a constitue como sujeito e a abre ao absoluto e, portanto, é fim em si mesma; isto faz com que possua uma inviolabilidade e direitos-deveres fundamentais. O valor eminente da pessoa, a sua dignidade não para ser meio ou instrumento para outro, baseia-se na abertura pela qual o espírito é espírito; portanto, no facto  no facto se que o homem não é só matéria, mas também espiríto, ou melhor, é um espírito encarnado.

 

(Explicame la Bioética, guia explicativo dos temas mais controversos sobre a vida humana por Ramón Lucas y Lucas, trad de AMA).

 

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