28/12/2010

OS SANTOS INOCENTES

A Igreja comemora hoje esses meninos trucidados em Belém às ordens do louco Herodes.

Este tristemente célebre personagem agiu segundo os seus “princípios”: liquidar qualquer possível candidato ao seu trono.

Fez o mesmo inúmeras vezes e, nem sequer, os seus próprios filhos foram poupados de tal forma que Calígula terá afirmado que “é preferível ser o porco de Herodes que filho de Herodes” já que, como judeu rigoroso, Herodes não comia carne de porco, estando, portanto, estes animais a salvo.

Mas os “Herodes” de hoje que trucidam inocentes mesmo antes de nascerem – veja-se http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/2010/12/aborto-hora-de-reabrir-discussao.html.

Que motivo poderão ter? Loucura? Psicopatia? Não me parece.

Então porque o fazem e legislam sobre o assunto dando cobertura ao mais vil massacre de inocentes de que há memória?

Temem o quê?

O que diria Calígula desta gente?

ABORTO: HORA DE REABRIR A DISCUSSÃO

Raquel Abecasis,

Os últimos dados estatísticos provam aquilo que para muitos era óbvio, antes de se alterar a legislação: três anos depois da despenalização do aborto em Portugal, o número de abortos está a crescer de forma assustadora.

Este ano, foram feitos, em média, 53 abortos por dia.

Na análise a estes números, o director de obstetrícia do Hospital de Santa Maria lamenta que as mulheres não tenham compreendido a lei e que não haja mais medidas de prevenção da gravidez.

A realidade é de tal modo assustadora, com os especialistas e defensores da lei a reconhecerem que a prática do aborto é hoje um método anti-concepcional, que só por si deveria levar os responsáveis a reconhecer o erro das teses que defenderam em 2007.

Diante de uma tragédia destas dimensões, o pior que se pode fazer é persistir no erro. Três anos depois, está na altura de se reabrir uma discussão que nunca foi feita de forma honesta. Os que em 2007 defenderam com tanto calor os direitos das mulheres não podem agora ficar calados diante das estatísticas que, em 2010, são reais, ao contrário dos números ilusórios que se debateram há três anos.

Fonte: RR on-line, 27-12-2010

(agradecimento P. M. Martinez)

BEMFEITINHO


Ouvi outro dia esta expressão que me deixou encantado. É bem conhecido o gosto dos portugueses pelos diminutivos, mas este pareceu-me particularmente saboroso. Foi numa conversa com um agricultor que tinha uma filha a estudar na Universidade. Quando louvei a carreira académica da filha, ele disse-me: não me importa o que ela venha a fazer no futuro. Até pode andar a varrer as ruas da cidade. o que interessa é que o que faça seja bemfeitinho.


        Fazer seja o que for, bemfeitinho. Esta é a verdadeira concepção da dignidade do trabalho. Como afirma João Paulo II, o trabalho tem um sentido objectivo, que depende do que se faz, mas, acima desse, tem um sentido subjectivo, que depende de quem o faz. Neste segundo sentido, todos os trabalhos têm o mesmo valor, porque todos são obra humana, e não há seres humanos de primeira e de segunda.

        Então, o que dá dignidade ao trabalho é o empenho humano que cada um põe no que faz, seja qual for o trabalho. Isso manifesta-se no fazer o trabalho bemfeitinho, com a consciência de que varrer uma rua ou investigar em Física teórica são maneiras igualmente válidas de participar da obra criadora de Deus, de auto - aperfeiçoar-se, de ser útil à Humanidade.

Víctor Costa Lima

Tema para breve reflexão - 2010.12.28

Santa Missa 8

É impossível dar a Deus uma reparação mais perfeita pelas faltas diariamente cometidas que oferecendo e participando com devoção no Santo Sacrifício do Altar.

(Concílio de Trento, sess. 22, c. 1)

Textos de Reflexão para 28 de Dezembro

Terça-Feira 28 de Dezembro

Evangelho: Mt 2, 13-18

13 Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e lhe disse: «Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para O matar». 14 ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e Sua mãe, e retirou-se para o Egipto. 15 Lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta: “Do Egipto chamei o Meu filho”. 16 Então Herodes, percebendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo, e mandou matar, em Belém e em todos os seus arredores, todos os meninos de idade de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. 17 Cumpriu-se então o que estava anunciado pelo profeta Jeremias: 18 “Uma voz se ouviu em Ramá, pranto e grande lamentação; Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem”.
Nota:
Durante o Tempo do Natal não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar) em comentários.

Doutrina: «RERUM NOVARUM»
É por isto que, Veneráveis Irmãos, o que em outras ocasiões temos feito, para bem da Igreja e da salvação comum dos homens, em Nossas Encíclicas sobre a soberania política, a liberdade humana, a constituição cristã dos Estados ([i]) e outros assuntos análogos, refutando, segundo Nos pareceu oportuno, as opiniões erróneas e falazes, o julgamos dever repetir hoje e pelos mesmos motivos, falando-vos da Condição dos Operários. Já temos tocado esta matéria muitas vezes, quando se Nos tem proporcionado o ensejo; mas a consciência do Nosso cargo Apostólico impõe-nos como um dever tratá-la nesta Encíclica mais explicitamente e com maior desenvolvimento, a fim de pôr em evidência os princípios duma solução, conforme à justiça e à equidade. O problema nem é fácil de resolver, nem isento de perigos. E difícil, efectivamente, precisar com exactidão os direitos e os deveres que devem ao mesmo tempo reger a riqueza e o proletariado, o capital e o trabalho. Por outro lado, o problema não é sem perigos, porque não poucas vezes homens turbulentos e astuciosos procuram desvirtuar-lhe o sentido e aproveitam-no para excitar as multidões e fomentar desordens. 1c

Festa: Santos Inocentes

                                                                                                                             
Nota Histórica
«Hoje celebramos o nascimento para o Céu das crianças que foram assassinadas por Herodes, o rei cruel» (S. Cesário de Arles).
Ao venerar estas crianças, que proclamaram a glória de Deus, não com palavras mas com o seu sangue, a Igreja quer, em primeiro lugar, levar-nos à sua imitação sendo testemunhas de Cristo, através do martírio silencioso do cumprimento do dever quotidiano.

Ao lembrar, em plena quadra natalícia, o sacrifício destas «flores dos mártires que se fecharam para sempre no seio do frio da infidelidade» (Sto. Agostinho), quer também dirigir um apelo para que se respeite a vida, em todas as suas manifestações, desde a sua origem até ao seu termo. Na verdade, como lembrou o Concílio Vaticano II, «Deus, Senhor da Vida, confiou aos homens a nobre missão de protegê-la: missão, que deve ser cumprida de modo digno do homem. Por isso, a vida, desde a concepção, deve ser amparada com o máximo cuidado: o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis» (GS. 51).



[i] Alude-se aqui às Encíclicas «Diuturnum» (1831), «Immortale Dei» (1885), «Libertas» (1888).