30/01/2020

NUNC COEPI Nota de AMA

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NUNC COEPI



Os filhos de Deus têm de ser contemplativos


Nunca compartilharei a opinião – ainda que a respeite – dos que separam a oração da vida activa, como se fossem incompatíveis. Os filhos de Deus têm de ser contemplativos: pessoas que, no meio do fragor da multidão, sabem encontrar o silêncio da alma em colóquio permanente com Nosso Senhor: e olhá-lo como se olha um Pai, como se olha um Amigo, a quem se quer com loucura. (Forja, 738)


Não duvideis, meus filhos: qualquer forma de evasão das honestas realidades diárias é, para vós, homens e mulheres do mundo, coisa oposta à vontade de Deus.

Pelo contrário, deveis compreender agora – com uma nova clareza – que Deus vos chama a servi-Lo em e a partir das ocupações civis, materiais, seculares da vida humana: Deus espera-nos todos os dias no laboratório, no bloco operatório, no quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no lar e em todo o imenso panorama do trabalho. Ficai a saber: escondido nas situações mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir.

Eu costumava dizer àqueles universitários e àqueles operários que vinham ter comigo por volta de 1930 que tinham que saber materializar a vida espiritual. Queria afastá-los assim da tentação, tão frequente então como agora, de viver uma vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e por outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas.

Não, meus filhos! Não pode haver uma vida dupla; se queremos ser cristãos, não podemos ser esquizofrénicos. Há uma única vida, feita de carne e espírito, e essa é que tem de ser – na alma e no corpo – santa e cheia de Deus, deste Deus invisível que encontramos nas coisas mais visíveis e materiais.

Não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente ou nunca O encontraremos Por isso posso dizer-vos que a nossa época precisa de restituir à matéria e às situações que parecem mais vulgares o seu sentido nobre e original, colocá-las ao serviço do Reino de Deus, espiritualizá-las, fazendo delas o meio e a ocasião do nosso encontro permanente com Jesus Cristo. (Temas Actuais do Cristianismo, n. 114)


THALITA KUM 86


THALITA KUM 86 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


É interessante verificar que Jesus, quando atende uma súplica, concede uma graça, efectua um milagre, diz quase sempre as mesmas duas palavras “chave”:

«Vai em paz» e «a tua fé te salvou».

A paz é verdadeiramente o principal dom de Deus aos homens.
Por nós próprios, somos incapazes de viver em paz, connosco e com os outros.

Connosco, porque me debato permanentemente nessa discussão íntima do fazer isto ou fazer aquilo, as minhas prioridades, se actuo bem e convenientemente em cada circunstância, se dou bem conta do que devo fazer.
Essa luta permanente que é a procura de um lugar na sociedade que me garanta o sustento, o acesso ao que desejo, aquilo que me considero merecedor.
Quantas vezes, me deixo levar pela imaginação, arquitectando futuros que julgo os mais risonhos, ou deixando-me acabrunhar com a visão da catástrofe, da falta de meios, da exiguidade de recursos.
Tudo isto se traduz numa inquietação, num desassossego que quase me tira a paz.

Olho e não vejo, toco e não sinto, julgo ouvir e estou surdo.
Não estou bem em nenhum lugar, almejo sempre por outra situação, mais aprazível, menos trabalhosa, mais compensadora.
Começo uma tarefa que logo deixo por outra, começando um sem número de coisas que nunca chego a acabar, esboços que nunca se concluem em quadros com consistência, princípio, meio e fim.
Com os outros, porque tenho sempre a atenção focada no que fazem e como fazem, pronto a levantar a dúvida da justiça do seu actuar, a clareza das suas intenções e a bondade das suas relações com Deus.

Tudo isto, obviamente, são obstáculos à paz na minha vida.
Por isso peço, diariamente:

«Senhor que eu saiba ser reconhecido aos outros pelo seu interesse e orações por mim, mantendo-me atento às suas necessidades, mesmo que as não conheça em pormenor. Que o meu coração, o meu pensamento, não girem à volta de mim mesmo e dos meus problemas, mas tendo em conta, em primeiríssimo lugar, os outros.
Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de, com tanta frequência, estar concentrado apenas no que me diz respeito.
Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São todos Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos, somos também herdeiros, convém, portanto, que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.
Ajuda-me Senhor, a conter-me no meu tão frequente julgamento dos outros. Intimamente e de viva voz. Põe na minha frente o espelho dos meus próprios defeitos e faltas de carácter, tudo aquilo que julgo ver nos outros.
Não valho nada, não sei nada, não tenho nada, não sou nada». [1]


AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] AMA, orações pessoais

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Mc 4, 21-25

21 Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? 22 Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 24 E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. 25 Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»

Comentário:

Nós, os cristãos, somos a “luz do mundo” na medida em reflectimos a Luz de Deus, esta, não temos o direito de a guardar só para nós.


Iluminados pelo Espírito Santo, vamos – temos de ir – espalhando à nossa volta essa claridade que tudo descobre e retira das sombras o que deve estar à vista.


Mas… atenção, essa “luz” não é outra coisa que o exemplo que damos de nós mesmos com a nossa vida e comportamento.


(ama, comentário sobre Mc 4, 21-25, 11.10.2020)


Leitura espiritual

Cartas Católicas

1ª Carta de João

1Jo 1

Prólogo –

1 O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida, 2 de facto, a Vida manifestou-se; nós vimo-la, dela damos testemunho e anunciamo-vos a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós 3 o que nós vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós estejais em comunhão connosco. E nós estamos em comunhão com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4 Escrevemo-vos isto para que a nossa alegria seja completa.

I. CAMINHAR NA LUZ (1,5-2,29)

Deus é Luz –

5 Eis a mensagem que ouvimos de Jesus e vos anunciamos: Deus é luz e nele não há nenhuma espécie de trevas. 6 Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. 7 Pelo contrário, se caminhamos na luz, como Ele, que está na luz, então temos comunhão uns com os outros e o sangue do seu Filho Jesus purifica-nos de todo o pecado.

Romper com o pecado –

8 Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. 9 Se confessamos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a iniquidade. 10 Se dizemos que não somos pecadores, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?