12/03/2016

Índice de publicações em Mar 12

nunc coepi – Índice de publicações em Mar 12

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Jo 7 40-53, Confissões - Santo Agostinho

Doutrina – Demónio

JMA – Quaresma

Bento XVI - Pensamentos espirituais

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Do género de vida que Cristo levou - Quest 43 Art. 1, São Tomás de Aquino,

Matrimónio, Ramiro Pellitero Iglesias

AT - Salmos - 131.


Agenda Sábado

Reflexões quaresmais


Trazes ao meu coração a necessidade da confissão.

Abres os braços para me receberes e dizes-me:
Amo-te, meu filho, com amor eterno e por isso quero apenas o teu bem e a tua felicidade. Por isso não quero que vivas dividido, incompleto, separado de Mim, e é isso mesmo que o pecado faz em cada vida.
Só em Mim e comigo te completas e vives em plenitude, por isso Eu procuro-te incessantemente. Basta que o teu coração se abra ao reconhecer do pecado, ao arrependimento, e já Eu corro para ti, para te abraçar, para te perdoar para te conferir de imediato toda a verdade de seres filho de Deus.
Corro para ti na figura do sacerdote que escolheres para te confessares, e quando contares as tuas fraquezas, os teus pecados, arrependido e cheio de vontade de não voltar a pecar, lembra-te que sou Eu que te estou a ouvir, sou Eu que te estou a perdoar, (sem julgamento, porque a Confissão não é um julgamento), sou Eu que me entrego a ti e por ti.
Lembra-te ainda, meu filho, que se és muitas vezes o filho mais novo que sai de casa com a herança deixando tudo para trás, também não deixas de ser outras vezes o filho mais velho que fica em casa, e não se alegra com a vinda dos que regressam.

Deixo-me abraçar e abraço-Te também, pedindo:
Ajuda-me, Senhor, a reconhecer as minhas fraquezas, as minhas faltas, os meus pecados, e a voltar para Ti pedindo perdão.
Abre, Senhor, o meu coração ao arrependimento sincero e à vontade inabalável de não voltar a pecar.
Dá-me fortaleza, Senhor, para fugir com coragem às tentações e ocasiões de pecado.
(Curioso, Senhor, como é precisa coragem para fugir … a estas coisas!)
E perdoa-me, Senhor, hoje e sempre, para que me complete em Ti e viva a «vida em abundância» que Tu mesmo nos prometeste.

Obrigado, Senhor, pelo Sacramento da Confissão, obrigado!


joaquim mexia alves, Monte Real, 11 de Março de 2016





Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma

Semana IV

Evangelho: 7, 40-53

40 Entretanto, alguns daquela multidão, tendo ouvido estas palavras, diziam: «Este é verdadeiramente o profeta». 41 Outros diziam: «Este é o Messias». Alguns, porém, diziam: «Porventura é da Galileia que há-de vir o Messias? 42 Não diz a Escritura: “Que o Messias há-de vir da descendência de David e da aldeia de Belém, donde era David”?». 43 Houve, portanto, desacordo entre o povo acerca d'Ele. 44 Alguns deles queriam prendê-l'O, mas nenhum pôs as mãos sobre Ele. 45 Voltaram, pois, os guardas para os príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes perguntaram: «Porque não O trouxestes preso?». 46 Os guardas responderam: «Nunca homem algum falou como Este homem». 47 Os fariseus replicaram: «Porventura, também vós fostes seduzidos? 48 Houve, porventura, algum dentre os chefes do povo ou dos fariseus que acreditasse n'Ele? 49 Quanto a esta plebe, que não conhece a Lei, é maldita». 50 Nicodemos, que era um deles, o que tinha ido de noite ter com Jesus, disse-lhes: 51 «A nossa Lei condena, porventura, algum homem antes de o ouvir e antes de se informar sobre o que ele fez?». 52 Responderam: «És tu também galileu? Examina as Escrituras, e verás que da Galileia não sai nenhum profeta». 53 E foi cada um para sua casa.

Comentário:

Para conhecer as coisas de Deus não podemos usar critérios exclusivamente humanos mas, e em primeiro lugar, ter o desejo genuíno e sincero de saber, compreender e aceitar.

Tal não é possível sem recta intenção, ou seja, sem qualquer preconceito.

(ama, comentário sobre Jo 7 40-53 Monte Real 2015.03.21)

Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO - CONFISSÕES

LIVRO QUATRO

CAPÍTULO VIII

O consolo do tempo e da amizade

O tempo não corre debalde, nem passa inutilmente sobre nossos sentidos; antes, causa na alma efeitos maravilhosos. Assim vinha e passava, dias após dias, e passando deixava em mim novas esperanças e novas recordações; pouco a pouco restituía-me aos meus prazeres de outrora, a que ia cedendo minha dor. Substituíam-na não novas dores, mas sementes de novas dores.

Mas, por que me penetrara aquela dor tão profundamente, até o mais íntimo de meu ser, senão porque derramei a minha alma sobre a areia, amando a um mortal como se não o fora? O que mais me confortava e alegrava eram sobretudo as consolações de outros amigos, com os quais partilhava o amor para o que amava em teu lugar, isto é, uma fábula enorme, uma longa mentira, cujo contato impuro corrompia nossa mente, arrastada pelo prurido de ouvir aquilo que a agradava; fábula esta que não morria para mim, ainda que morresse algum de meus amigos.

Havia neles outros prazeres que cativavam mais fortemente a minha alma, como conversar, rir, agradar-nos mutuamente com amabilidade, ler juntos livros bem escritos, gracejar uns com os outros e divertir-nos juntos; às vezes discutir, mas sem ódio, como quando discordamos de nós mesmos para, com tais discórdias muito raras, temperar as muitas conformidades; ensinar ou aprender reciprocamente muitas coisas, suspirar impacientes pelos ausentes e receber alegres os recém-chegados. Estes sinais, e outros semelhantes, que procedem de corações que se amam, e que se manifestam no rosto, na fala, nos olhos, e em mil outros gestos graciosos, inflamavam as nossas almas, como uma centelha, fazendo de muitas uma só.

CAPÍTULO IX

O amigo de Deus

É isto o que se ama nos amigos; e de tal modo se ama, que a consciência humana se julga culpada se não ama ao que a ama, ou se não retribui amor com amor procurando na pessoa do amigo apenas o sinal exterior de sua benevolência. Daqui o pranto do luto quando morre um amigo, as trevas de dores, e as lágrimas que inundam o coração quando a doçura se transforma em angústia, e a morte dos que morrem na morte dos que vivem.

Bem-aventurado o que te ama, Senhor, e ama ao amigo em ti, e ao inimigo por amor a ti; só não perde o amigo quem tem a todos por amigos naquele que nunca se perde. E quem é este, senão o nosso Deus, o Deus que fez o céu e a terra, e os enche, porque, enchendo-os, os criou?

Ninguém, Senhor, te perde senão o que te abandona. Mas, quem te deixa, para onde vai, ou para onde foge, senão de ti benévolo para ti irado? Onde não achará tua lei para seu castigo? Porque tua lei é a verdade, e a verdade és tu mesmo.

CAPÍTULO X

As mentiras da beleza

Ó Deus das virtudes! Converte-nos e mostra-nos tua face, e seremos salvos! Porque, para onde quer que se volte a alma humana, onde quer que se estabeleça fora de ti, sempre encontrará dor, mesmo que sejam as belezas que estão fora de ti e fora de si mesma; e todavia, estas não seriam nada se não existissem em ti. Elas nascem e morrem; e, nascendo, começam a existir, e crescem para alcançar a perfeição e, uma vez perfeitas, começam a envelhecer e morrem. Embora nem tudo envelheça, tudo perece. Logo, quando os seres nascem e se esforçam para existir, quanto mais depressa crescem para existir, tanto mais se apressam para deixar de existir. Esta é a sua condição. Eis tudo o que lhes deste, porque são partes de coisas que não existem simultaneamente mas, morrendo e sucedendo-se umas às outras, formam o conjunto de que são partes.

Assim forma-se também o nosso discurso, por meio dos sinais sonoros; este nunca se realizaria se uma palavra não se extinguisse, depois de pronunciadas suas sílabas, para dar lugar à seguinte.

Que a minha alma te louve por tudo isto, ó Deus, criador de todas as coisas; mas não se pegue a elas com o visco do amor dos sentidos, pois também elas caminham para o não-ser, e dilaceram a alma com desejos pestilenciais, e ela quer existir e gosta de descansar nas coisas que ama. Mas nelas não acha onde, porque as coisas não são estáveis. Elas são fugazes, e quem poderá segui-las com os sentidos da carne? Ou quem as pode alcançar, mesmo estando presentes? Lento é o sentido da carne, por ser da carne, mas essa é a sua condição. É suficiente para o que foi criado, mas não o é para reter o curso das coisas, do princípio que lhes foi fixado, até o fim que lhes foi designado, porque em teu Verbo, que as criou, ouvem estas palavras: “Daqui até ali”.

CAPÍTULO XI

A verdade de Deus

Não seja vã, ó minha alma, nem ensurdeças o ouvido do coração com o tumulto da tua vaidade. Ouve também: o próprio Verbo clama que voltes, porque só acharás repouso imperturbável lá onde o amor não é abandonado, se ele não nos abandona antes. Eis que as coisas passam para ceder lugar as outras, e para que assim se forme este universo inferior, de todas as suas partes. “Mas, por acaso, afasto-me de um lugar para outro? – diz o Verbo de Deus.

– Fixa nele a tua morada, confia a ele tudo o que dele recebeste, alma minha, já cansada de tantos enganos. Confia à Verdade quanto da Verdade recebeste, e nada perderás; antes, a tua podridão reflorescerá e serão curadas todas as tuas fraquezas, e serão retomadas e renovadas, estreitamente unidas a ti, as tuas partes inconscientes; e já não te arrastarão para a ladeira por onde descem, mas permanecerão contigo para sempre onde está Deus, eterno e imutável.

Por que, perversa, segues o apelo de tua carne? Seja esta, convertida a te seguir. Tudo o que por ela sentes é parte, mas ignoras o todo de que é parte, ainda que te dê prazer. Mas, se os sentidos de tua carne fossem idóneos para compreender o todo, e se, para teu castigo, não tivessem sido justamente limitados a compreender apenas partes do universo, certamente desejarias que passasse tudo o que presentemente existe, para melhor desfrutar do conjunto.

O que falamos também ouves com os ouvidos da carne, e com certeza não queres que as sílabas se detenham, mas que voem, para que outras lhes sucedam, e assim ouvires o conjunto.

O mesmo acontece com todas as coisas que compõem um todo, quando essas partes constituintes não existem simultaneamente; há mais encanto no todo do que nas partes percebidas separadamente. Mas melhor do que todas elas, é o que as fez, que é nosso Deus, que não passa, porque nada vem depois dele.

CAPÍTULO XII

O amor em Deus

Se te agradam os corpos, louva a Deus neles, e dirige teu amor para teu artífice, para não o desagradar nas mesmas coisas que te agradam.

Se te agradam as almas, ama-as em Deus, porque, embora mutáveis, se fixas nele, terão estabilidade; de outro modo, passariam e pereceriam. Ama-as, pois, nele, e arrasta contigo até ele quantas almas puderes, dizendo-lhes: “Amemo-lo”. Porque ele criou estas coisas, e não está longe; ele não as fez para depois ir embora, mas dele procedem e nele estão. E ele está onde aprecia a verdade: no mais íntimo do coração; mas o coração errante se afastou dele.

Voltai, pecadores, ao coração, e ligai-vos àquele que é vosso criador. Firmai-vos nele, e estareis firmes; descansai nele, e estareis descansados. Para onde ides por esses ásperos caminhos? Para onde ides? O bem que amais, dele procede, mas só é bom e suave quando se dirige a ele; porém, será justamente amargo se, abandonando a Deus, amardes injustamente o que dele procede. Por que continuai por caminhos difíceis e trabalhosos? O descanso não está onde o buscais. Buscais a vida feliz na região das trevas: não está lá. Como achar a vida bem-venturada onde nem sequer há vida?

Ele, nossa vida real veio até nós; sofreu nossa morte, e a suplantou com a abundância da sua vida; com voz de trovão clamou para que voltássemos a ele, para o lugar escondido de onde veio até nós, passando primeiro pelo seio de uma virgem, onde se desposou com ele a natureza humana, carne mortal, para não ficar sempre mortal.

Dali, como o esposo que sai do tálamo, deu saltos como um gigante, para correr seu caminho. E não se deteve; correu clamando com as suas palavras, com as suas obras, com a sua própria morte, com a sua vida, com a sua descida aos infernos e com a sua ascensão, clamando para que voltássemos a ele. Se ele se afastou da nossa vista, foi para que entremos em nosso coração, e ali o encontremos; se partiu, ainda está connosco. Não quis ficar por muito tempo entre nós, mas não nos abandonou. Retirou-se de onde nunca se afastou, pois o mundo foi criado por ele, e no mundo estava, e ao mundo veio para salvar os pecadores. E a ele se confessa minha alma, a ele que a cura e contra quem pecou.

Filhos dos homens, até quando sereis duros de coração? Será possível que, depois de ter a vida descido até vós, não queirais subir e viver? Mas para onde subis, quando vos ergueis e abris vossa boca no céu? Descei para subir, para subir até Deus, já que caístes levantando-vos contra Deus.

Diz-lhes isto, minha alma, para que chorem neste vale de lágrimas, e assim os arrebates contigo para Deus, pois, ao dizer estas palavras ardendo em chamas de caridade, é o espírito divino que te inspira.

(cont)

(Revisão de versão portuguesa por ama)


Pequena agenda do cristão


SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Antigo testamento / Salmos

Salmo 131






1 Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim.
2 De facto, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança.

3 Põe a tua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre!

Orar é falar com Deus. Mas de quê?

Escreveste-me: "Orar é falar com Deus. Mas de quê?". De quê?! D'Ele e de ti; alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas; e acções de graças e pedidos; e Amor e desagravo. Em duas palavras: conhecê-Lo e conhecer-te – ganhar intimidade! (Caminho, 91)

Uma oração ao Deus da minha vida. Se Deus é vida para nós, não deve causar-nos estranheza que a nossa existência de cristãos tenha de estar embebida de oração. Mas não penseis que a oração é um acto que se realiza e se abandona logo a seguir. O justo encontra na lei de Iavé a sua complacência e procura acomodar-se a essa lei durante o dia e durante a noite. Pela manhã penso em ti; e, durante a tarde, dirige-se a ti a minha oração como o incenso. Todo o dia pode ser tempo de oração: da noite à manhã e da manhã à noite. Mais ainda: como nos recorda a Escritura Santa, também o sono deve ser oração.

(...) A vida de oração tem de fundamentar-se, além disso, em pequenos espaços de tempo, dedicados exclusivamente a estar com Deus. São momentos de colóquio sem ruído de palavras, junto ao Sacrário sempre que possível, para agradecer ao Senhor essa espera – tão só! – desde há vinte séculos. A oração mental é diálogo com Deus, de coração a coração, em que intervém a alma toda: a inteligência e a imaginação, a memória e a vontade. Uma meditação que contribui a dar valor sobrenatural à nossa pobre vida humana, à nossa vida corrente e diária.

Graças a esses tempos de meditação, às orações vocais, às jaculatórias, saberemos converter a nossa jornada, com naturalidade e sem espectáculo, num contínuo louvor a Deus. Manter-nos-emos na sua presença, como os que estão enamorados dirigem continuamente o seu pensamento à pessoa que amam, e todas as nossas acções – inclusivamente as mais pequenas – encher-se-ão de eficácia espiritual.


Por isso, quando um cristão se lança por este caminho de intimidade ininterrupta com o Senhor – e é um caminho para todos, não uma senda para privilegiados – a vida interior cresce, segura e firme; e o homem empenha-se nessa luta, amável e exigente ao mesmo tempo, por realizar até ao fim a vontade de Deus. (Cristo que passa, 119)

Matrimónio

AMOR HUMANO

…/5

O segredo da família

O vínculo que surge a partir do consentimento matrimonial fica selado e é enriquecido pelas relações íntimas entre os esposos.
A graça de Deus que receberam desde o Baptismo, encontra um novo canal que não se justapõe ao amor humano, antes o assume.
O sacramento do matrimónio não supõe um acrescento externo ao matrimónio natural; a graça sacramental específica informa os cônjuges a partir de dentro e ajuda-os a viver a sua relação com exclusividade, fidelidade e fecundidade:

“É importante que os esposos adquiram o sentido claro da dignidade da sua vocação, que saibam que foram chamados por Deus a chegar ao amor divino também através do amor humano; que foram eleitos, desde a eternidade, para cooperar com o poder criador de Deus na procriação e depois na educação dos filhos; que o Senhor lhes pede que façam, do seu lar e da sua vida familiar inteira, um testemunho de todas as virtudes cristãs” [i].



r. pellitero

(Revisão da versão portuguesa por ama)



[i] S. Josemaria, Temas actuais do cristianismo, n. 93.

Doutrina - 82

O demónio realmente existe?

…/12


Nos últimos anos, tem aumentado o número de seitas satânicas entre os jovens, mas também em relação a outros fenómenos sociais, como o tráfico de drogas e as práticas de magia.

Há cada vez mais adolescentes afetados pelo fenómeno do satanismo, que se tornou uma “moda” transgressora.

O P. Benoît Domergue, especialista nestes fenómenos, afirma que actualmente, na França, existem aproximadamente 50 associações, que agrupam cerca de 5 mil indivíduos.

O satanismo é tão preocupante, que as autoridades francesas se envolveram.

Em 2006, a (Mission interministérielle de vigilance et de lutte contre les dérives sectaires) publicou um pequeno relatório sobre o satanismo, no qual alertava sobre este tipo de grupos.

(cont)


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Tratado da vida de Cristo 84

Questão 43: Dos milagres feitos por Cristo em geral

Em seguida devemos tratar dos milagres feitos por Cristo. Primeiro em geral. Segundo, em especial, de cada género de milagres. Terceiro, em particular, da sua transfiguração.


Na primeira questão discutem-se quatro artigos:


Art. 1 — Se Cristo devia fazer milagres.
Art. 2 — Se Cristo fez milagres por poder divino.
Art. 3 — Se Cristo começou a fazer milagres por ocasião das bodas de Caná, mudando água em vinho.
Art. 4 — Se os milagres que Cristo fez foram suficientes a lhe manifestar a divindade.

Art. 1 — Se Cristo devia fazer milagres.

 O primeiro discute-se assim. — Parece que Cristo não devia fazer milagres.

1. — Pois, as obras de Cristo deviam concordar com as suas palavras. Ora, ele próprio disse: Esta geração má e adúltera pede um prodígio; mas não lhe será dado outro prodígio senão o prodígio do profeta Jonas. Logo, não devia fazer milagres.

2. Demais. — Assim como Cristo, no seu segundo advento, há-de vir com grande poder e majestade, como diz o Evangelho; assim no primeiro se manifestou como fraco, segundo a Escritura: Varão de dores e experimentado nos trabalhos. Ora, fazer milagres é antes próprio do poder que da fraqueza. Logo, não foi conveniente que no seu primeiro advento fizesse milagres.

3. Demais. — Cristo veio salvar os homens pela fé, segundo o Apóstolo: Pondo os olhos no autor e consumador da fé, Jesus. Ora, os milagres diminuem o mérito da fé, donde o Senhor dizer: Vós se não vedes milagres e prodígios não credes. Logo, parece que Cristo não devia fazer milagres.

Mas, em contrário, o Evangelho diz, das pessoas dos adversários de Deus: que fazemos nós? Que este homem faz muitos milagres.

Deus permite ao homem fazer milagres por duas razões. - Primeiro e principalmente para confirmar a verdade que se ensina. Pois, como as verdades da fé excedem a razão, não podem ser provadas por meio de razões humanas, mas é preciso que tirem a sua prova do poder divino. E assim, quando alguém faz obras, que só Deus pode fazer, devemos crer que tais obras têm em Deus a sua causa; do mesmo modo que quando alguém expede cartas assinadas com o selo do rei, devemos crer que da vontade do rei procede o que elas contêm - Segundo, para mostrar a presença de Deus no homem, pela graça do Espírito Santo; de modo que creiamos que Deus habita pela graça em quem faz as obras de Deus. Donde o dizer o Apóstolo: Aquele que vos dá o Espírito Santo obra milagres no meio de vós. Ora, devia tornar-se manifesto aos homens, que Deus habitava em Cristo pela graça, não de adopção, mas de união; e que a sua doutrina sobrenatural procedia de Deus. Por isso foi convenientíssimo que fizesse milagres. Donde o Evangelho dizer: Quando não quiserdes crer em mim, crede as minhas obras. E noutro lugar: As obras que meu Pai me deu que cumprisse, essas mesmas são as que dão testemunhos de mim.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — O dito do Evangelho — Não lhe será dado outro prodígio senão o prodígio do profeta Jonas — significa, segundo Crisóstomo, que então não receberam o prodígio que pediram, isto é, do céu; e não, que não lhes deu nenhum prodígio. — Ou porque fazia prodígios, não por causa daqueles que sabia terem coração de pedra, mas para que purificasse os outros. Por isso, esses milagres eram feitos, não para eles, mas para os outros.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Embora Cristo viesse na fraqueza da carne que se manifesta pelo sofrimento, veio, contudo com o poder de Deus, que devia manifestar-se pelos milagres.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Os milagres diminuem o mérito da fé na medida em que manifestam a dureza daqueles que não querem crer no que a Escritura divina ensina, senão por meio de milagres. E, contudo melhor lhes é que, por meio de milagres, se convertam à fé, do que permanecerem totalmente na infidelidade. Mas, o Apóstolo diz que os milagres foram feitos para os infiéis.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Bento XVI – Pensamentos espirituais 84

«Não abandones a obra das tuas mãos.»



Devemos estar seguros de que, por muito duras e tempestuosas que sejam as provas a que possamos ser sujeitos, nunca ficaremos abandonados a nós próprios, o Senhor nunca nos largará das suas mãos, aquelas mãos que nos criaram e que agora nos acompanham ao longo de toda a vida. [i]

Catequese da audiência geral, (7.Dez.05)

 (in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)




[i] [SI 138 (137), 8],