Deus
«criou o mundo visível em toda a sua riqueza, a sua diversidade e a sua ordem.
A Sagrada Escritura apresenta a obra do Criador, simbolicamente, como uma
sequência de seis dias “de trabalho” divino que terminam no “repouso” do sétimo
dia (Gn 1,1-2,4)» (Catecismo, 337). «A Igreja, em diversas ocasiões, viu-se na
necessidade de defender a bondade da criação, mesmo a do mundo material (cf. DS
286; 455-463; 800; 1333; 3002)» (Catecismo, 299).
«Pela
própria condição da criação, todas as coisas estão dotadas de firmeza, verdade
e bondade próprias e de uma ordem» (GS 36,2). A verdade e bondade do criado
procedem do único Deus Criador que é, ao mesmo tempo, Trino. Assim, o mundo
criado é um certo reflexo da actuação das Pessoas divinas: «em todas as
criaturas se encontra uma representação da Trindade à maneira de vestígio» 13.
O
cosmos tem uma beleza e uma dignidade, enquanto obra de Deus. Há solidariedade
e hierarquia entre os seres, as quais hão-de conduzir à atitude contemplativa
de respeito para com o criado e para com as leis naturais que o regem (cf.
Catecismo, 339, 340, 342, 354). Certamente, o cosmos foi criado para o homem,
que recebeu de Deus o mandato de dominar a terra (cf. Gn 1,28). Tal mandato não
é um convite à exploração despótica da natureza, mas à participação no poder
criador de Deus: mediante o seu trabalho o homem colabora no aperfeiçoamento da
criação.
O
cristão partilha das justas exigências que a sensibilidade ecológica pôs em
evidência nas últimas décadas, sem cair numa vaga divinização do mundo e
afirmando a superioridade do homem sobre o resto dos seres como «o ponto
culminante da obra da criação» (Catecismo, 343).
Catecismo da Igreja Católica, 279-374.
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 51-72.
DS, n. 125, 150, 800, 806, 1333, 3000-3007, 3021-3026,
4319, 4336, 4341.
Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, 10-18, 19-21,
36-39.
João Paulo II, Creo en Dios Padre. Catequesis sobre el
Credo (I), Palabra, Madrid 1996, 181-218.
Santo Agostinho, Confissões, livro XII.
São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, qq. 44-46.
São Josemaria, Homilia «Amar o mundo apaixonadamente»
em Temas Actuais do Cristianismo, 113-123.
Joseph Ratzinger, Creación y pecado, Eunsa, Pamplona
1992.
João Paulo II, Memória e Identidade, Bertrand Editora,
Lisboa 2005.
(Resumos
da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
13
São Tomás, Summa Theologiae, I, q. 45, a. 7, co.; cf. Catecismo, 237.