01/02/2021

Pequena agenda do Cristão - Segunda-Feira

  

 

SeGUNDa-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

A vossa vocação humana é uma parte da vossa vocação divina

 


Jesus, nosso Senhor e nosso Modelo, crescendo e vivendo como um de nós, revela-nos que na existência humana – a tua –, as ocupações correntes e vulgares têm um sentido divino, de eternidade. (Forja, 688)

A fé e a vocação de cristãos afectam toda a nossa existência e não só uma parte dela. As relações com Deus são necessariamente relações de entrega e assumem um sentido de totalidade. A atitude de um homem de fé é olhar para a vida, em todas as suas dimensões, com uma perspectiva nova: a que nos é dada por Deus.

Vós sois todos homens dedicados ao trabalho em diversas profissões humanas, formais diversos lares, pertenceis a diferentes nações, raças e línguas. Adquiristes formação em centros de ensino, em oficinas ou escritórios, tendes exercido durante anos a vossa profissão, estabelecestes relações profissionais e pessoais com os vossos companheiros, participastes na solução dos problemas colectivos das vossas empresas e da sociedade. Pois bem: recordo-vos, mais uma vez, que nada disso é alheio aos planos divinos. A vossa vocação humana é uma parte, e parte importante, da vossa vocação divina.

Esta é a razão pela qual vos haveis de santificar, contribuindo ao mesmo tempo para a santificação dos outros, vossos iguais, precisamente santificando o vosso trabalho e o vosso ambiente: a profissão ou ofício que enche os vossos dias, que dá fisionomia peculiar à vossa personalidade humana, que é a vossa maneira de estar no mundo: o vosso lar, a vossa família; e a nação em que nascestes e que amais. (Cristo que passa, 46)

Leitura espiritual Fev 01

 

Novo Testamento [i]



Evangelho


Mc VI, 6-13

 

Jesus em Nazaré

1 E partiu dali. Foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. 2 Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? 3 Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. 4 Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» 5 E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar.

 

Missão dos Apóstolos

7 Chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos malignos. 8 Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto; 9 que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas. 10 E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. 11 E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.» 12 Eles partiram e pregavam o arrependimento, 13 expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos.

Texto:



Próximo

 

  Amar o próximo como a si mesmo é, vimos atrás, fazer a Vontade de Deus e, assim, damos a Deus aquilo que lhe pertence.

  O termo, por vezes vago e pouco consistente, de “próximo” deixa muitas vezes, sem autenticidade, a preocupação pelos outros que todos, sem excepção, devemos cultivar. Todos somos “próximo” porque, eu, sou próximo dos outros tal como os outros são o meu próximo.

Esta cadeia de ligação mais ou menos aceite, não tem que ver – só – com a solidariedade nem com a preocupação pelo outro.

  Temos a tendência para, quando falamos de próximo, considerar que se fala dos mais pobres e desprotegidos, os que sofrem de carências de qualquer género, daqueles, em suma, a quem temos de prestar algum tipo de assistência.

  Claro que estes, também, são o próximo, mas não são nem mais nem menos próximo que todos os outros que conhecemos e desconhecemos, com quem temos intimidade ou não.

São dignos e credores do nosso respeito enquanto seres humanos, filhos de Deus como nós o somos e, em última análise, como co-herdeiros do nosso Pai comum.

 

Perdoar

 

  Dar a Deus é. também, perdoar.

  Quando se perdoa, de facto, está-se a cumprir o que o Pai-Nosso concretiza: «perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido».

  Muitas pessoas guardam como que um registo de ofensas que lhe tenham sido feitas e, quando julgado oportuno, esse registo vem à tona para justificar uma atitude de repúdio ou desinteresse por alguém.

  A capacidade de perdoar é o que mais aproxima o homem de Deus e o que, realmente, o torna semelhante a Ele.

  E, afinal o que é o perdão?

  A - Tomar a ofensa como não existente?

  B - Considerar que a pessoa não tinha a intenção de ofender?

  C - Mas, como é que, realmente, nos ofendeu?

 

Vejamos:

 

  A - Tomar a ofensa como não existente?

  É difícil considerar que não existe algo que nos magoa e fere os nossos sentimentos quando tal foi expresso por outra pessoa.

  Mas, de facto, essa outra pessoa merece crédito naquilo que disse ou fez?

Quer dizer, tem autoridade pessoal e, sobretudo moral, para o fazer?

  Se a tem, então, não se trata de uma ofensa mas, quando muito, de um reparo autorizado que só pode ter como intenção corrigir-nos e, neste caso, não existindo ofensa não há lugar a perdão mas a agradecimento.

  B - Considerar que a pessoa não tinha a intenção de ofender?

  É muito possível que, a maior parte das vezes, aquilo que nos magoa parta de pessoas que têm por hábito a crítica, o reparo a denúncia de algo que não lhes agrada nos outros e, isso, pode não ser porque o que fizemos ou dissemos fosse mau mas porque ou não foi entendido ou, por qualquer razão, foi mal interpretado.

Estas pessoas vão pela vida assumindo um papel de críticos e, às vezes, de autênticos juízes dos outros sem que para isso tenham nem autoridade nem motivo válido.

Sendo assim, realmente, não ofendem ninguém porque se limitam a dar expressão a um espírito crítico e curto de sensibilidade.

Logo, conclui-se, não há nada a perdoar.

  C - Mas, como é que, realmente, nos ofendeu?

  Considerando esta última interrogação, talvez atentemos que a pessoa se limitou a dizer uma verdade sobre nós ou a respeito da nossa actuação em determinada circunstância.

Sentimo-nos ofendidos, em primeiro lugar, porque não tínhamos dado conta que o que fizemos ou dissemos não era bom, aceitável.

Talvez tenhamos faltado à caridade ou ao respeito a alguém e, não tendo dado por isso, sentimo-nos magoados por outrem o ter notado e feito sentir.

Mas, então, neste caso, não se trata de facto duma ofensa que magoa e fere, mas tão só uma nota de alguém que, muito provavelmente, querendo-nos bem, nos chama a atenção para que corrijamos.

Ou seja, fazendo-nos um favor, não há nada a perdoar!

   A maior parte das vezes, são estas as situações que de facto ocorrem e, não tendo importância nenhuma, não temos que as ter em conta ou preocupar-nos com elas.

Mas, é evidente que a ofensa existe e que, existindo, magoa, fere, condiciona o nosso relacionamento.

  Tratemos de uma ofensa grave como, por exemplo, alguém que disse algo a nosso respeito que, além de não ser verdade, lesa a nossa honestidade, honra ou, simplesmente, o nosso direito comum a todos os homens, ao bom nome.

  Qual, neste caso, a nossa atitude?

  ‘Não sou nenhum santo’ é frequente dizer-se.

  Esta posição é totalmente descabida porque a nossa obrigação é, de facto, sê-lo.

  Ninguém pode ser santo aos bocados, com intervalos ou conforme as circunstâncias.

  Tal como ser honesto, ou se é ou não se é, não importando para nada nem a ocasião ou a coisa em si.

  Provavelmente, a melhor atitude, talvez, seja a de considerar, tal como aconselha um destacadíssimo condutor de almas:

Coitado, disse isto de mim porque não me conhece bem, se, realmente, me conhecesse diria muito pior!

  Neste momento, no nosso íntimo já concedemos o perdão e a ofensa é esquecida.

  Esta atitude não tem que ver com o nosso direito ao esclarecimento da coisa e, por exemplo, pedir explicações ao próprio sobre o que disse ou fez que nos caiu mal.

O perdão, de facto liberta-nos de um peso, por vezes quase insuportável, e que podemos ter a tentação de arrastar indefinidamente, mantendo o tal registo que anteriormente se anotou.

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

São José

 


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA

REDEMPTORIS CUSTOS

DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

SOBRE A FIGURA E A MISSÃO

DE SÃO JOSÉ

NA VIDA DE CRISTO E DA IGREJA

 

O CONTEXTO EVANGÉLICO

A sustenção e a educação de Jesus em Nazaré

 

16. O crescimento de Jesus «em sabedoria, em estatura e em graça» (Lc 2, 52), deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a alta função de o «criar»; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai.

 

No Sacrifício eucarístico a Igreja venera «a memória da gloriosa sempre Virgem Maria ... e também a de São José», (29) porque foi quem «sustentou Aquele que os fiéis deviam comer como Pão de vida eterna». (30)

 

Por sua parte, Jesus «era-lhes submisso» (Lc 2, 51), correspondendo com o respeito às atenções dos seus «pais». Dessa forma quis santificar os deveres da família e do trabalho, que ele próprio executava ao lado de José.

Reflexão

São quatro as condições que um bom pastor deve reunir. Em primeiro lugar, o amor: foi precisamente a caridade a única virtude que o Senhor exigiu a Pedro para lhe entregar o cuidado do Seu rebanho. Depois, a vigilância, para estar atento às necessidades das ovelhas. Em terceiro lugar, a doutrina, com a finalidade de poder alimentar os homens até os levar à salvação. E finalmente a santidade e integridade de vida; esta é a principal de todas as qualidades.

(São Tomás de Villa-Nueva, Sermón 46, Sobre los pastores)