14/02/2020

NUNC COEPI

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NUNC COEPI


Quer que sejamos muito humanos e muito divinos


Há muitos anos já que vi com clareza meridiana um critério que será sempre válido: o ambiente da sociedade, com o seu afastamento da fé e da moral cristãs, necessita de uma nova forma de viver e de propagar a verdade eterna do Evangelho. No próprio cerne da sociedade, do mundo, os filhos de Deus hão-de brilhar pelas suas virtudes como lanternas na escuridão, "quasi lucernae lucentes in caliginoso loco". (Sulco, 318)

Se aceitarmos a nossa responsabilidade de filhos de Deus, saberemos que Ele quer que sejamos muito humanos. A cabeça pode tocar o céu, mas os pés assentam na terra, com segurança. O preço de se viver cristãmente não é nem deixar de ser homem nem abdicar do esforço por adquirir essas virtudes que alguns têm, mesmo sem conhecerem Cristo. O preço de todo o cristão é o Sangue redentor de Nosso Senhor, que nos quer - insisto - muito humanos e muito divinos, com o empenho diário de O imitar, pois é perfectus Deus, perfectus homo.

Talvez não seja capaz de dizer qual é a principal virtude humana. Depende muito do ponto de vista de que se parta. Além disso, a questão torna-se ociosa, porque não se trata de praticar uma ou várias virtudes. É preciso lutar por adquiri-las e praticá-las todas. Cada uma de per si entrelaça-se com as outras e, assim, o esforço por sermos sinceros, por exemplo, torna-nos justos, alegres, prudentes, serenos.
Precisamos, ao mesmo tempo, de considerar que a decisão e a responsabilidade residem na liberdade pessoal de cada um e, por isso, as virtudes são também radicalmente pessoais, da pessoa. No entanto, nessa batalha de amor ninguém luta sozinho - ninguém é um verso solto, costumo repetir. De certo modo, ou nos ajudamos ou nos prejudicamos. Todos somos elos de uma mesma cadeia. Pede agora comigo a Deus Nosso Senhor, que essa cadeia, nos prenda ao seu Coração, até chegar o dia de O contemplar face a face, no Céu, para sempre. (Amigos de Deus, 75-76).

THALITA KUM 101


THALITA KUM 101 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Tanto Jairo como a hemorroíssa dão-nos um exemplo de fé na omnipotência de Cristo, pois, no caso de Jairo, a sua filha estava em agonia, e a hemorroíssa, tinha já esgotado todos os meios humanos possíveis para obter a cura do seu mal.

De modo parecido, o cristão deve esperar a ajuda de Deus, que não lhe faltará para superar os obstáculos que se oponham à sua santificação.

Ordinariamente, a ajuda divina é-nos concedida de modo calado, mas não devemos duvidar que, se fizer falta para a nossa salvação, Deus voltará a repetir estes milagres.
Tenhamos em conta, não obstante, que o que o Senhor espera de nós, todos os dias, é que cumpramos a Sua vontade.

Esta mulher sofria de uma doença pela qual estava em estado de impureza legal. [1]
Nenhum meio humano a tinha conseguido curar; pelo contrário, acrescenta com realismo o Evangelho, a doença tinha ido de mal em pior.
Aos sofrimentos físicos - já doze anos -, acrescentava-se a vergonha de se sentir imunda segundo a Lei.

No povo judeu era considerada impura não só a mulher afectada de uma doença deste tipo, mas tudo o que ela tocava.
Por isso, para não ser notada pela gente, a hemorroíssa aproximou-se de Jesus por trás e tocou apenas o Seu manto, por delicadeza.
A sua fé é enriquecida por uma manifestação de humildade: a consciência de ser indigna de tocar o Senhor.
«Tocou delica­damente a orla do manto, aproximou-se com fé, creu e soube que tinha sido sarada... Assim nós, se queremos ser salvos, toquemos com fé o vestido de Cristo». [2]

Da multidão que O oprime, uma só pessoa Lhe tocou de verdade: esta doente; e não apenas com um gesto, mas com a fé do seu coração.

Comenta Santo Agostinho:
«Ela toca, a multidão oprime. Que significa «tocou» senão que acreditou? [3]

Necessitamos do contacto com Jesus.

«Não nos foi dado outro nome debaixo do céu pelo qual possamos ser salvos[4]

Ao receber na Santíssima Eucaristia Jesus Cristo, realiza-se este contacto físico através das espécies sacramentais.
Pela nossa parte necessitamos de avivar a fé para que sejam proveitosos estes encontros em ordem à nossa salvação. [5]

Jesus não quis que estivessem presentes mais que estes três Apóstolos, número suficiente para que o milagre fosse atestado segundo a Lei.

Porque Jesus, humilde, não quis fazer nada por ostentação. [6]

Além disso, os três discípulos são os mais íntimos de Jesus, que depois estarão também a sós com Ele na Transfiguração e na agonia no horto de Getsémani.

(AMA, reflexões).






[1] Lev 15, 25 ss.
[2] Stº. Ambrósio, Expositio Evangelli sec. Lucam, VI, 56.58.
[3] Stº.  Agostinho, In Ioann. Evang. 26, 3.
[4] Cfr. Act 4, 12.
[5] Cfr. Mt 13, 58.
[6] Cfr. Teofilacto, Enarratio in Evangelium Marci.

Evangelho e comentário


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São Cirilo e São Metódio – Padroeiros da Europa

Evangelho: Lc 10, 1-9

Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’».

Comentário:

A estes setenta e dois hão-de seguir-se, ao longo dos tempos, muitos milhares que irão a todos os recantos do mundo levar a palavra de Deus.

Ainda neste último Natal - 2016 - numa pequena povoação perdida nos desertos da Mongólia se celebrou a Santa Missa quer na véspera quer no próprio dia.

O celebrante - para uma escassa assistência de umas dezenas de pessoas - foi um sacerdote oriundo Nigéria!

Sim, um missionário que veio de milhares de quilómetros de distância para alimentar com a palavra a celebração a fé desses cristãos.

E ficamos nós, todos os cristãos, algo envergonhados pela resistência que muitas vezes manifestemos quando se trata de fazer apostolado quase pé da nossa porta!


(AMA, comentário sobre Lc 10 1-9, Carvide, 24.01.2017) 


Leitura espiritual


Novo Testamento

Cartas de São Paulo

2ª Carta aos Tessalonicenses

A autenticidade da Segunda Carta aos Tessalonicenses é problemática. Por um lado, registam-se numerosas semelhanças literárias entre 1 Ts e 2 Ts; há versículos que quase se repetem: 1,2-3 e 1,3; 2,12 e 1,5; 3,13 e 1,7; 3,11-13 e 2,16-17; 2,9 e 3,8; 5,23 e 3,16; 5,28 e 3,18. Por outro lado, o tom da 2 Ts é menos apaixonado, mais solene e, sobre a vinda do Senhor (2,1-12), a perspectiva parece oposta: em 1 Ts seria considerada iminente, enquanto a 2 Ts se concentra nos sinais que devem precedê-la. Como estes ainda não aconteceram, o Dia do Senhor não estaria próximo. Estas diferenças, consideradas fundamentais por alguns, são por outros explicadas como complementares. Tratar-se-ia de dois aspectos coexistentes e não opostos na apocalíptica judaica.

ÉPOCA E AUTOR

Para os defensores da sua autenticidade paulina, a 2 Ts teria sido escrita pouco tempo depois da 1 Ts e propor-se-ia corrigir interpretações erradas que a 1 Ts teria suscitado na comunidade. Para os que a consideram não autêntica, 2 Ts seria bem posterior (anos 70) e teria um autor desconhecido, o qual, servindo-se da 1 Ts, procuraria afrontar e corrigir o clima de euforia e de psicose apocalíptica, provocado talvez pela guerra judaico-romana de 66-70.

A questão da autenticidade não retira, porém, importância a este escrito, que é uma advertência à Igreja de todos os tempos contra a tentação de aguardar o futuro sem se empenhar em construí-lo no presente.

DIVISÃO E CONTEÚDO

A Carta tem as partes seguintes:

Saudação inicial: 1,1-2;
I. Deus, conforto na tribulação: 1,3-12;
II. A vinda do Senhor: 2,1-3,5;
III. Vida desordenada e inactiva: 3,6-15;
Saudação final: 3,16-18.

Cristianos y también hindúes a la Virgen

Más de 200.000 peregrinos, cristianos y también hindúes, rezan juntos a la Virgen y piden por las víctimas del coronavirus



Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?