01/05/2021

NUNC COEPI: Publicações em Maio 1

 


Sábado


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem? 




São José Operário

São Josemaria apaixona-se pela vida laboral de José e considera-o mestre da vida interior  nessa vida de trabalho  intenso e humilde  porque nos ensina a conhecer Jesus, a viver com Ele, a saber que fazemos parte da família de Jesus.

Dá-nos essas lições sendo, como ele era, um homem comum, um pai de família, um trabalhador que ganhava a vida com o esforço de suas mãos. E esse facto também tem, para nós, um significado que é motivo de reflexão e alegria.

 

 


Mês de Maio - Santíssima Virgem

Meditações de Maio

Minha querida Mãe do Céu, escrevo esta pequena carta para te confirmar a minha devoção e o meu amor. Posso imaginar-me a teus pés na Capelinha em Fátima a dizer-te o que me vai na alma: a alegria e felicidade que sinto por te ter a ti, como tão excelente Mãe, que te louvo e exalto como a mais excelsa criatura, a mais doce, a mais pura, a mais piedosa, a mais venerável, admirável, poderosa sempre Virgem Mãe de Deus e minha Mãe!

 

Santo Rosário - Meditação sobre o Primeiro Mistério Gozoso

Anunciação do Anjo a Nossa Senhora

   «Salve, ó cheia de graça»! (Lc 1, 28) Foi com estas palavras que, Gabriel, o Anjo do Senhor, se dirigiu a ti, Maria de Nazaré.

  Tão longe estarias tu deste acontecimento. Decerto que, desde pequenina, a oração constante, a simplicidade nos pensamentos e nos actos, sem a mais leve mancha de malícia ou impudor, deverias sentir Deus muito próximo, ao alcance da tua voz. Certamente que sim, pois acreditavas firmemente que Ele te ouvia sempre e em cada momento. Mas, a tua modéstia, a tua simplicidade, a tua total e humilde submissão ao teu Senhor, ao teu Deus, não permitiriam nunca que te ocorresse sequer essa possibilidade. O Senhor Todo Poderoso, o Criador do Céu e da Terra e de tudo quanto existe, enviar a Nazaré, à tua casa humilde e simples, um Anjo Seu, para te saudar! Que coisa mais extraordinária!

Sabias que Deus não era um ser longínquo e distante, inacessível aos homens. Constantemente tinha intervindo junto do povo eleito para comunicar a Sua Vontade, os Seus desígnios.

Mas, os Seus interlocutores tinham sido sempre grandes personagens da História Humana: Abraão, Moisés, David, os Profetas. E tu, pobre e humilde menina, recebias do Senhor uma graça semelhante!?

Logo no início o salve do Mensageiro te perturba. Salve, isto é, alegra-te. Mas, mais: «Oh! Cheia de graça»!

Que saudação estranha e desusada que manifesta uma dignidade e honra que julgas não merecer: “Alegra-te Filha... de Jerusalém... o Senhor está no meio de ti.” (So 3, 14. 17a) Estes altíssimos louvores ferem o teu espírito humilde e, por isso a estas palavras, «ela perturbou-se e ficou a pensar que saudação seria aquela». (Lc 1, 29) Mas, Gabriel é um Anjo do Senhor, e apercebe-se a tua confusão, talvez, o teu natural temor. E sossega-te: «Não tenhas receio, Maria».

Conhecias bem pelas Escrituras que lias e meditavas, o que significava esta saudação e, portanto, quando Gabriel evoca estas prerrogativas, entendeste claramente que te era anunciado que irias ser a Mãe do Messias Salvador. Mas há ainda no teu espírito esclarecido, não obstante a tua juventude, uma dúvida séria: Como poderias tu, virgem humilde, teres sido escolhida para Mãe de Jesus Salvador pelo próprio Deus a quem tinhas dedicado a tua virgindade?! E, não obstante a tua humildade de jovem simples não deixas de interrogar: «Como será isso, se eu não conheço homem»?!  (Lc 1, 34) Ah! ... mas o Anjo tranquiliza-te: «Virá sobre ti o Espírito Santo, e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra». (Lc 1, 35)

Esta resposta corresponde também ao que nas Escrituras se revelava sobre o aparecimento do Messias: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho a quem será dado o nome de Emanuel, que quer dizer Deus connosco”. (Is 7, 14)  Não tinhas mais dúvidas por isso nada mais perguntaste. Não quiseste saber como, quando, porquê.

Nada, nada absolutamente te interessava averiguar porque: «Heis aqui a escrava do Senhor: seja-me feito segundo a tua palavra!» (Lc 1, 38)

Assim, tal qual, tu, Senhora, a quem acabava de anunciado seres eleita por Deus a maior, a mais sublime de entre as mulheres da Terra, assim, com esta simplicidade que fere pela sua inteira singeleza, assim, tu defines um coração puro, uma alma de Deus, uma total entrega ao Senhor. Por isso Deus te escolheu.

A Mãe do Salvador, do Deus feito homem, perfeito homem, que haveria de morrer na Cruz para salvar todos os homens, num sacrifício cruento, completo, total, não poderia senão expressar a aceitação pronta e total da Vontade Divina. Faça-se a Tua Vontade de uma forma total e completa. Não para meu bem, não para minha glória, não para benefício de quem quer que seja, não... só e unicamente porque é a Tua Vontade Senhor; o resto não me interessa... E, no entanto, esta jovem era já a Mãe do Salvador, escolhida desde o princípio dos tempos.

Poderei eu, algum dia, alguma vez, do fundo do coração, manifestar tal sentimento? Decerto que não. Quantas vezes que me proponho aceitar a Vontade de Deus, mas reservando no meu íntimo, que ela esteja de acordo com a minha vontade. Que se satisfaçam os meus desejos, que obtenha o que quero que o Senhor, actue assim, como uma espécie de Deus privado, ao meu serviço.

Ah! Senhora minha, que maravilha a tua resposta, que espantosa a tua entrega. Ajuda-me, querida Mãe, a dizer a cada momento, sim ao Senhor. Instila no meu coração de filho, porque és minha Mãe, esses sentimentos puros e humildes, esse desprendimento das coisas, essa disponibilidade permanente para ouvir e, ouvindo, dizer que sim aos desejos do Senhor. Desejo tanto ser honesto comigo mesmo para poder ser honesto para com os outros e para com Deus. Não me mentir, não me enganar, não me esconder atrás de falsas coisas, defeitos ou virtudes, para me esquivar constantemente ao que me é pedido. E a Tua Vontade, o Teu mandato, claríssimo é que eu seja santo. Não um dia, não qualquer dia, agora - «nunc coepi – “pois pode ser que o amanhã me falte”. (Pois n'Ele elegeu-nos antes da criação do mundo para que fôssemos santos Ef 1, 4-6)

«Ave Cheia de Graça, o Senhor está contigo». Assim te falou o Anjo do Senhor. Ave minha Mãe Santíssima. Ave, minha querida Mãe que estás no Céu, digo-te eu, com a esperança, que é certeza, que me ouves e atenderás as minhas súplicas.

Como tu, também eu quero dizer: “fiat”, faça-se, “cumpra-se a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas.”

«Monstra te esse materem, (São Paulo VI, em Fátima, 1957) mostra que és mãe, ajuda-me e guia-me todos os dias da minha vida para que eu seja um bom filho.



As minhas Mães

Neste princípio de Maio que melhor "meditação" que lembrar a minha Mãe do Céu que nasceu e viveu na Palestina em Nazareth e a minha Mãe da terra que também está no Céu nasceu em Portugal na Lousã e foi baptizada com o nome de Maria de Nazareth.

 

(Esta imagem de Nossa Senhora de Fátima foi solenemente "entronizada" na capela das Termas de Monte Real em procissão com todos os funcionários das Termas, conduzidas pela minha querida Mãe no ano de 1943).




São José Maria: textos

Como gostam os homens de que lhes recordem o seu parentesco com personagens da literatura, da política, do exército, da Igreja!... - Canta diante da Virgem Imaculada, recordando-Lhe: Ave, Maria, Filha de Deus Pai; Ave, Maria, Mãe de Deus Filho; Ave, Maria, Esposa de Deus Espírito Santo... Mais do que tu, só Deus! (Caminho, 496)

De uma maneira espontânea, natural, surge em nós o desejo de conviver com a Mãe de Deus, que é também nossa mãe; de conviver com Ela como se convive com uma pessoa viva, porque sobre Ela não triunfou a morte; está em corpo e alma junto a Deus Pai, junto a seu Filho, junto ao Espírito Santo.

Para compreendermos o papel que Maria desempenha na vida cristã, para nos sentirmos atraídos por Ela, para desejar a sua amável companhia com filial afecto, não são precisas grandes especulações, embora o mistério da Maternidade divina tenha uma riqueza de conteúdo sobre a qual nunca reflectiremos bastante.

A fé católica soube reconhecer em Maria um sinal privilegiado do amor de Deus. Deus chama-nos, já agora, seus amigos; a sua graça actua em nós, regenera-nos do pecado, dá-nos forças para que, entre as fraquezas próprias de quem é pó e miséria, possamos reflectir de algum modo o rosto de Cristo. Não somos apenas náufragos que Deus prometeu salvar; essa salvação já actua em nós. A nossa relação com Deus não é a de um cego que anseia pela luz mas que geme entre as angústias da obscuridade; é a de um filho que se sabe amado por seu Pai.

Dessa cordialidade, dessa confiança, dessa segurança, nos fala Maria. Por isso o seu nome vai tão direito aos nossos corações. A relação de cada um de nós com a nossa própria mãe pode servir-nos de modelo e de pauta para a nossa intimidade com a Senhora do Doce Nome, Maria. Temos de amar a Deus com o mesmo coração com que amamos os nossos pais, os nossos irmãos, os outros membros da nossa família, os nossos amigos ou amigas. Não temos outro coração. E com esse mesmo coração havemos de querer a Maria.

Como se comporta um filho ou uma filha normal com a sua Mãe? De mil maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que se manifestará em cada caso de determinadas formas, nascidas da própria vida, e que nunca são algo de frio, mas costumes muito íntimos de família, pequenos pormenores diários que o filho precisa de ter com a sua mãe e de que a mãe sente falta, se o filho alguma vez os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair ou ao voltar a casa, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas... Nas nossas relações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas normas de piedade filial, que são modelo do nosso comportamento habitual com Ela. Muitos cristãos tornam seu o antigo costume do escapulário; ou adquirem o hábito de saudar (não são precisas palavras; o pensamento basta) as imagens de Maria que há em qualquer lar cristão ou que adornam as ruas de tantas cidades; ou dão vida a essa oração maravilhosa que é o Terço, em que a alma não se cansa de dizer sempre as mesmas coisas, como não se cansam os enamorados, e em que se aprende a reviver os momentos centrais da vida do Senhor; ou então habituam-se a dedicar à Senhora um dia da semana - precisamente este em que estamos reunidos: o sábado - oferecendo-lhe alguma pequena delicadeza e meditando mais especialmente na sua maternidade. (Cristo que passa, 142)

Maria Santíssima, Mãe de Deus, passa despercebida, como uma qualquer, entre as mulheres do seu povo. Aprende d'Ela a viver com «naturalidade». (Caminho, 499)