18/02/2017

NUNC COEPI: Publicações em 18.02.2017


Hoy el reto del amor es dejar en Cristo esa situación que no entiendes

ENIGMA EN LA HUERTA

Ayer, paseando por la huerta, me encontré unos paquetitos en el suelo. Me agaché y los recogí. Eran cuatro.

Hace ya tiempo, alguna persona empezó a lanzar monedas por encima de la tapia del convento, justo por la zona del jardín del Noviciado. Más tarde comenzó a lanzarlas pegadas en un papel de la primitiva de esa semana que, por supuesto, no le había tocado. Ahora envuelve las monedas con el papel y lo cierra con pegamento como si fuese un pequeño paquete. Y eso fue lo que encontré. Cuatro pequeños paquetes.

Al principio esto me hacia gracia, pero, según pasaba el tiempo, comenzó a gustarme menos: me recordaba a esas fuentes en que echas una moneda para tener buena suerte, o algo así. Mi cabeza empezó a interpretar, tratando de averiguar por qué lanzaban esos céntimos a la huerta, y me metí en juicios pensando de todo...

Quería saber la razón, pero me di cuenta de que no encontraba respuestas... y que el interpretar sólo me hacía daño. Sentí en mi corazón que el Señor con eso me estaba diciendo que nunca me faltaría su Providencia, que Él cuidaba de mí. Por otro lado, siempre que encuentro las monedillas, rezo por esa persona. Y pregunté al Señor: "Jesús, ¿tú qué harías?"

Y, descubrí en el Evangelio que Él se dejaba cuidar por Zaqueo, o por las mujeres... y también cambiaba las situaciones: siempre veía lo bueno de todo. Le pedían que les curase, y Jesús les preguntaba por su fe.

Poco después, al comentarlo, una hermana me dijo:
-Guarda todo lo que te encuentres en un bote y, cuando tengas suficiente, ofrece una Misa por la persona que lo lanza.

A mí se me quedó una cara de asombro... ¡No se me había ocurrido! Yo estaba enredada en mis razones... y ahora salgo a la huerta y, cuando me encuentro algún paquete, vuelvo feliz al bote de Jesús para poder llenarlo y poder regalar a esa persona lo más grande que tenemos en la Tierra, que es una Eucaristía.

Hoy el reto del amor es dejar en Cristo esa situación que no entiendes, que te está metiendo en interpretaciones que acaban en juicios: al final el que sufre es tu corazón. Entrégaselo a Cristo para que Él muera por ello y resucite, y a ti te lo devuelva resucitado. Pídele ojos nuevos para que te dé su mirada para encontrar sentido a la situación y poder ser feliz en ello. Hoy cambia tu actitud ante esa situación que tienes en tu corazón: deja de razonar, primero Ora y después Ama. El amor es creativo... Ora, y verás cómo SÍ que lo transforma. Pero, cuando lo transforme, no pienses que es casualidad, es el Señor, que está vivo y se hace presente en tu vida.

VIVE DE CRSTO


Jesus Cristo e a Igreja – 146

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos


V. FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA DISCIPLINA DO CELIBATO

…/4

No Concílio Vaticano II é continuamente expressa a mesma ideia: “Os bispos, de modo eminente e visível, façam às vezes de Cristo Mestre, Pastor e Pontífice, e actuem na sua pessoa[i]. “Os sacerdotes a eles unidos são partícipes do ofício de Cristo, único Mediador, e exercitam o seu sagrado ministério agindo in persona Christi [ii]. Através do sacramento da Ordem e do carácter por ele impresso, são configurados a Cristo e atuam em seu nome [iii].

Após o Concílio aumentaram essas formas de expressão também por parte da Cúria Romana. A Congregação para a Educação Católica, nas normas fundamentais para a formação dos sacerdotes de 1970, acentuou numa afirmação de princípio que o sacerdote se faz, através da Ordem Sagrada, um “alter Christus”. E o novo Código de Direito Canónico de 1983 diz no cânon 1008: “Com o sacramento da Ordem e com o caráter indelével com o que ficam marcados aqueles que o recebem, os ministros da Igreja são consagrados e destinados a reunir-se, cada um no seu próprio nível, os cargos de ensinar, santificar e governar in persona Christi e de pastorear o povo de Deus.”

(cont)

(revisão da versão portuguesa por ama)



[i] (Lumen Gentium n º 21, com a nota 22, onde se documenta sobre a Igreja antiga)
[ii] (Lumen Gentium n. 28 com a nota 67; Christus Dominus n. 28)
[iii] (Presbyterorum Ordinis nn. 2, 6, 12; Optatam totius n. 8; Sacrosanctum Concilium, n. º 7)

Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

IV. PAULO PRISIONEIRO DE CRISTO [i]

Capítulo 23

Paulo perante o Sinédrio

1Paulo fitou os membros do Sinédrio e disse: «Irmãos, tenho procedido para com Deus, até hoje, com absoluta rectidão de consciência.»
2Mas o Sumo Sacerdote Ananias ordenou aos seus assistentes que lhe batessem na boca. 3Então, Paulo disse-lhe: «Deus te baterá, a ti, parede branqueada! Tu sentas-te para me julgares de acordo com a lei, e mandas bater-me, violando a lei?» 4Os assistentes disseram-lhe: «Tu insultas o Sumo Sacerdote de Deus?» 5Paulo respondeu: «Não sabia, irmãos, que era o Sumo Sacerdote. Realmente está escrito: ‘Não dirás mal do chefe do teu povo.’» 6Sabendo que havia dois partidos no Sinédrio, o dos saduceus e o dos fariseus, Paulo bradou diante deles:
«Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus, e é pela nossa esperança, a ressurreição dos mortos, que estou a ser julgado.» 7Estas palavras desencadearam um conflito entre fariseus e saduceus e a assembleia dividiu-se, 8porque os saduceus negam a ressurreição, assim como a existência dos anjos e dos espíritos, enquanto os fariseus ensinam publicamente o contrário. 9Estabeleceu-se enorme gritaria, e alguns escribas do partido dos fariseus ergueram-se e começaram a protestar com energia, dizendo: «Não encontramos nada de mau neste homem. E se um espírito lhe tivesse falado ou mesmo um anjo?»
10A discussão redobrou de violência, a tal ponto que o tribuno, receando que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a tropa para o arrancar das mãos deles e reconduzi-lo à fortaleza.
11Na noite seguinte, o Senhor apresentou-se diante dele e disse-lhe: «Coragem! Assim como deste testemunho de mim em Jerusalém, assim é necessário que o dês também em Roma.»

Conjura dos judeus contra Paulo

12Logo que amanheceu, os judeus reuniram-se e juraram, sob pena de anátema, não comer nem beber enquanto não matassem Paulo. 13Eram mais de quarenta os que tinham feito essa conjura. 14Foram ter com os sumos sacerdotes e com os Anciãos e disseram-lhes: «Jurámos, sob pena de anátema, não comer nada enquanto não matarmos Paulo. 15Agora, de acordo com o Sinédrio, ide solicitar ao tribuno que o mande comparecer diante de vós, sob pretexto de examinardes o seu caso mais profundamente. E nós estamos prontos a suprimi-lo durante o trajecto.»
16Mas o filho da irmã de Paulo teve conhecimento da cilada. Correu à fortaleza, entrou e preveniu Paulo. 17Paulo chamou um dos centuriões e disse-lhe: «Leva este rapaz ao tribuno, porque tem uma coisa a comunicar-lhe.» 18O centurião tomou-o, pois, consigo, levou-o ao tribuno e disse: «O preso Paulo chamou-me e pediu-me que te trouxesse este rapaz, pois tem uma coisa a dizer-te.»
19O tribuno tomou o rapaz pela mão e, retirando-se à parte, perguntou-lhe: «Que tens a comunicar-me?» 20Ele respondeu: «Os judeus combinaram pedir-te que mandes comparecer Paulo, amanhã, diante do Sinédrio, sob pretexto de uma averiguação mais completa do seu caso. 21Não acredites em nada disso, pois mais de quarenta deles preparam-lhe uma cilada e juraram, sob pena de anátema, não comer nem beber, enquanto o não matarem. Agora, estão preparados e aguardam apenas a tua autorização.» 22Então, o tribuno despediu o rapaz, recomendando-lhe: «Não digas a ninguém que me revelaste estas coisas.»

Paulo conduzido a Cesareia

23Depois, mandou chamar dois centuriões e disse-lhes: «Tende preparados, desde as nove horas da noite, duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros, para irem a Cesareia. 24Preparai, igualmente, montadas para Paulo, a fim de ser conduzido são e salvo ao governador Félix.» 25E escreveu uma carta nestes termos:
26«Cláudio Lísias, ao Excelentíssimo Governador Félix, saudações! 27Este homem foi preso pelos judeus, e pretendiam matá-lo, quando apareci com a tropa e o libertei, por saber que era cidadão romano. 28Querendo inteirar-me do que o acusavam, mandei-o comparecer diante do Sinédrio. 29Verifiquei que o incriminavam a propósito de questões relativas à lei deles, mas não havia qualquer delito que merecesse a morte ou os grilhões. 30Tendo sido avisado de que planeavam uma conspiração, cujo fim seria assassiná-lo, enviei-to imediatamente e notifiquei aos seus acusadores que deviam ir declarar, na tua presença, as queixas contra ele. Adeus.»
31De acordo com as ordens recebidas, os soldados tomaram Paulo consigo, conduziram-no, de noite, a Antipátrides. 32No dia seguinte, deixaram os cavaleiros seguir com ele e regressaram à fortaleza. 33Ao chegarem a Cesareia, os cavaleiros entregaram a carta ao governador e apresentaram-lhe também Paulo. 34O governador leu a carta e informou-se de que província era ele. Ouvindo que era da Cilícia, 35declarou: «Ouvir-te-ei, quando chegarem os teus acusadores.» E ordenou que o guardassem no pretório de Herodes.



[i] (21,27-28,31)

Leitura espiritual


A CIDADE DE DEUS 

Vol. 1

LIVRO VII

CAPÍTULO XVI

Acerca de Apoio e de Diana e de outros deuses escolhidos, que pretenderam identificar com as partes do Mundo.



Quanto a Apoio, embora o tenham por adivinho e médico, para o colocarem em alguma parte do Mundo disseram que ele é também o Sol; disseram da mesma forma que Diana, sua irmã, era a Lua e presidia aos caminhos. (Daí pretenderem que ela era virgem, porque um caminho nada gera). Ambos têm setas, porque estes dois astros lançam do céu os seus raios sobre a Terra. Pretendem que Vulcano seja o fogo do Mundo, Neptuno as águas do Mundo, Díspater, ou seja, o Orco, a parte terrestre e mais baixa do Mundo. Fazem Libero e Ceres presidir às sementes — ele às sementes masculinas e ela às sementes femininas, ou ele aos seus elementos líquidos e ela aos seus elementos secos. E tudo isto se relaciona sem dúvida com o Mundo, isto é, com Júpiter, que se chama precisamente «progenitor e progenitora», porque expele de si e em si recebe todas as sementes. Pretendem também, por vezes, que Ceres seja a Grande-Mãe que, dizem eles, mais não é que a Terra. Esta apresentam-na ainda como sendo Juno, à qual atribuem as causas segundas. E, todavia, foi a Júpiter que se conferiu o título de «progenitor e progenitora dos deuses», porque, conforme julgam, Júpiter é a totalidade do Mundo. E Minerva também, porque a fizeram presidir às artes humanas e, não tendo encontrado estrela para a alojarem, identificaram-na com a zona superior do éter ou mesmo com a Lua. Também Vesta: consideram-na a maior das deusas porque ela é a própria Terra. Todavia, acharam que deviam atribuir-lhe os elementos leves do fogo, aqueles de que os homens se utilizam, — mas não os elementos violentos: esses atribuem-nos a Vulcano.

Assim, para eles, todos estes deuses escolhidos mais não são que este Mundo: para uns, o Mundo inteiro; para outros, suas partes; o Mundo inteiro como Júpiter; suas partes, como Génio, a Grande-Mãe, o Sol e a Terra, ou antes Apoio e Diana. E, ora fazem de várias coisas um só deus, ora de vários deuses uma só coisa. Um só deus é várias coisas — é o caso de Júpiter. Efectivamente, o Mundo inteiro é Júpiter, o Céu só por si é Júpiter, só por si um astro é Júpiter. Isto é o que se julga; é o que se diz! E também o caso de Juno: Juno é a senhora das causas segundas, Juno é o ar, Juno é a Terra e, se tivesse triunfado de Vénus, Juno seria um astro. De maneira semelhante, Minerva é a zona superior do éter, Minerva é igualmente a Lua, que se situa no limite inferior do éter. Mas também fazem de vários deuses uma só coisa: Jano é o Mundo, e Júpiter também; Jano é a Terra, a Grande-Mãe e Ceres também.

CAPÍTULO XVII

O próprio Varrão apresentou como duvidosas as suas opiniões acerca dos deuses.

Acerca do que resta, tal como acerca do que já foi relatado a título de exemplo, eles nada explicam, mas, bem ao contrário, tudo complicam. Arrastados pelo ímpeto do seu pensamento vagabundo, avançam e recuam, aos saltos, de lá para cá, de cá para lá, ao ponto de o próprio Varrão achar melhor de tudo duvidar e nada afirmar. Tendo terminado o primeiro dos três livros consagrados aos deuses certos, escreve assim no princípio do segundo, consagrado aos deuses incertos:

Não devo ser repreendido por este livrinho ter expendido opiniões duvidosas acerca dos deuses. Quem julgar que é necessário e possível formular um juízo seguro, formá-lo-á ele próprio depois de me ter ouvido. Por mim, mais facilmente me levam a duvidar do que disse no meu primeiro livro, do que a condensar num breve resumo tudo o que possa escrever neste.

Ora, nesse terceiro livro acerca dos deuses escolhidos, após um preâmbulo que considerou oportuno acerca da teologia natural, ao começar a tratar as futilidades e loucuras desta teologia civil em que, longe de ser guiado pela verdade dos factos, era antes embaraçado pela autoridade dos antepassados, diz:

Vou tratar, neste livro, dos deuses públicos do Povo Romano, aos quais se dedicaram templos e que assinalaram, honrando-os com estátuas. Mas, como Xenófanes de Cólofon direi o que penso, mas não o que aprovo. É que é próprio do homem emitir opiniões, mas o saber apenas a Deus pertence.

Por isso, ao tentar dar-nos a conhecer as instituições criadas pelo homem, promete-nos, titubeando, uma exposi­ ção, não de questões bem definidas e firmemente assentes, mas de simples opiniões e de pontos de vista duvidosos. Ele sabia muito bem que há um mundo, que há um Céu e uma Terra, um Céu cintilante de estrelas, uma Terra útil de sementes e outras coisas semelhantes. Acreditava de ânimo firme e seguro que este vasto conjunto e toda esta Natureza são dirigidas e governadas por uma certa força invisível e superiormente poderosa. Mas não podia afirmar, com o mesmo conhecimento e crença, que Jano é o mundo, nem podia descobrir como é que Saturno, sendo pai de Júpiter, se tomou seu súbdito; e outras coisas que tais.

CAPÍTULO XVIII

Qual a causa mais verosímil da propagação dos erros do paganismo?

Tudo isto se explica de forma mais verosímil admitindo que os deuses foram homens que os pagãos por adulação quiseram divinizar, dedicando-lhes cerimónias e solenidades conformes ao carácter, aos costumes, aos actos e às circunstâncias de cada um. Estas honras, insinuando-se, pouco a pouco, na alma dos homens, semelhantes a demónios e, ávidos de diversões, espalharam-se por toda a parte, ornadas pelas mentiras dos poetas e as seduções dos espíritos falazes.

E, de facto, que um jovem sem amor filial ou receando ser assassinado por um pai sem amor paternal, tenha podido, ávido de reinar, expulsar seu pai do reino — é coisa mais de acreditar do que a explicação que Varrão nos dá de que Saturno foi vencido por Júpiter, o pai pelo filho, porque a causa, que está nas mãos de Júpiter, é anterior à semente, que está nas mãos de Saturno. Se assim fosse, jamais Saturno poderia ser anterior ou pai de Júpiter; a causa precede sempre a semente e nunca é gerada por esta. Mas, nos seus esforços para justificarem com pretensas interpretações naturais as fábulas menos consistentes e as acções puramente humanas, mesmo os espíritos mais argutos sentem-se de tal forma embaraçados que até nós nos sentimos constrangidos a deplorar os seus desvarios.

CAPÍTULO XIX

Interpretações acerca do culto prestado a Saturno.

Conforme Varrão afirma, disseram que Saturno costumava devorar o que dele nascia, porque as sementes voltam ao sítio donde nasceram. E o facto de, em vez de Júpiter, lhe terem dado um torrão para devorar, significa, diz ele, que as sementes começaram a ser enterradas pelas mãos dos homens antes de se descobrir a utilidade de se lavrar a terra. Saturno devia, pois, designar a terra e não as sementes, porque é a terra que, de certo modo, devora o que produziu, uma vez que a ela voltam, para serem novamente recebidas no seu seio, as sementes que dela nasceram.

Quanto ao torrão dado a Saturno em vez de Júpiter, que relação pode isto ter com o facto de as sementes serem cobertas com terra pelas mãos do homem? Quererá isso dizer que essa semente coberta de terra não seria por isso devorada como as outras? Isto diz-se como querendo sugerir que quem apresentou o torrão, escondeu a semente, como dizem que se tirou Júpiter a Saturno, oferecendo-lhe um torrão — quando na realidade, cobrindo a semente de terra, se fez com que essa semente fosse mais rapidamente devorada. Depois, neste caso, Júpiter é a semente e não a causa da semente, como acima se referiu. Mas que mais podem fazer os homens que, ao interpretarem inépcias, nada de sensato encontram para nos dizer?

Saturno tem uma foice por causa da agricultura
diz Varrão. Com certeza, no seu reinado ainda não havia agricultura; e, se a sua época se considera antiga, conforme a interpretação que Varrão dá destas fábulas, é precisamente porque os homens primitivos viviam de sementes que a terra espontaneamente produzia. Quanto à foice — será que talvez ele a tenha recebido depois de ter perdido o ceptro, e assim, de rei preguiçoso que fora nos antigos tempos, se tomou, sob o reinado de seu filho, obreiro diligente?

A seguir Varrão diz que, se certos povos, como os Cartagineses, tinham o costume de sacrificar crianças a Saturno, e outros, como os Gauleses, mesmo velhos, — era porque de todas as sementes a melhor era a raça humana. Que necessidade teremos de insistir sobre tão cruel inépcia? Notemos desde já e retenhamos que estas interpreta­ções não se referem ao verdadeiro Deus, natureza viva, incorpórea e imutável, a quem se deve pedir a vida eternamente feliz, mas antes que elas se mantêm confinadas às coisas corpóreas, temporais, mutáveis e mortais. Diz Varrão:

Que Saturno, segundo as fábulas, tenha castrado o Céu, seu pai, significa isto que a semente divina está em poder de Saturno e não em poder do Céu.

E isto porque, tanto quanto se possa compreender, nada no Céu nasce da semente. Mas então vede: se Saturno é filho do Céu, ele é filho de Júpiter. Que Júpiter é o Céu, inúmeros e precisos testemunhos o confirmam. E assim as opiniões que não resultam da verdade se esboroam por si mesmas sem que haja ninguém a abalá-las.

Diz ainda Varrão que Saturno se chama Κρόνος, palavra grega que significa tempo, porque sem tempo, acrescenta, nenhuma semente poderia ser fecundada. Diz-se isto, e outras coisas mais, de Saturno e tudo se refere à semente. Mas, pelo menos Saturno, com semelhante poder deveria bastar às sementes. Porque se requisitam então ainda outros deuses, nomeadamente Libero e Libera, ou seja, Ceres? A propósito destes deuses e da semente, repete Varrão muitas coisas, como se nada tivesse já dito acerca de Saturno.

CAPÍTULO XX

Os mistérios de Ceres Eleusina.

Entre as cerimónias dedicadas a Ceres, apregoam-se as Eleusis, que tão famosas foram entre os Atenienses. Varrão não dá delas qualquer explicação. Apenas se refere ao trigo que Ceres descobriu e a Prosérpina que Ceres perdeu quando Orco a raptou. Diz ele que Prosérpina representa a fecundidade das sementes; e, como essa fecundidade faltou durante algum tempo e a terra se queixou da sua esterilidade, apareceu a opinião de que a filha de Ceres, ou seja a própria fecundidade, chamada Prosérpina (de proserpere— propagar-se) fora raptada por Orco e retida nos infernos. Solenizou-se esta desgraça com luto público; mas, quando reapareceu a fecundidade e Prosérpina voltou, surgiu a alegria e foram instituídas cerimónias nessa ocasião. Acrescenta Varrão que nesses mistérios se referem muitos factos relativos, todos eles, à descoberta dos cereais.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)


Evangelho e comentário

Tempo comum


Evangelho: Mc 9, 2-13

2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e conduziu-os sós, à parte, a um monte alto, e transfigurou-Se diante deles.3 As Suas vestes tornaram-se resplandecentes, de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra os poderia tornar tão brancos.4 Depois apareceu-lhes Elias com Moisés, que estavam a falar com Jesus.5 Pedro tomando a palavra disse a Jesus: «Rabi, que bom é nós estarmos aqui; façamos três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e outra para Elias».6 Não sabia o que dizia, pois estavam atónitos de medo.7 E formou-se uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem saíu uma voz que dizia: «Este é o meu Filho muito amado, ouvi-O».8 Olhando logo à volta de si, não viram mais ninguém com eles senão Jesus.9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos.10 Observaram esta ordem, mas perguntavam-se o que queria dizer “quando tiver ressuscitado dos mortos”.11 Interrogaram-n'O dizendo: «Porque dizem os escribas que Elias deve vir primeiro?».12 Jesus respondeu-lhes: «Elias efectivamente há-de vir primeiro e pôr tudo em ordem. Mas como é que está escrito acerca do Filho do Homem, que terá que sofrer muito e ser desprezado?13 Pois, Eu digo-vos que Elias já veio, e fizeram dele quanto quiseram, como está escrito dele».

Comentário:

É de facto misterioso, todo este episódio da Transfiguração.

Moisés e Elias contemplaram pela primeira vez o rosto de Cristo glori­oso?

Porquê?

Para “benefício” dos três discípulos, para vincar a ligação, íntima, entre os dois tempos: o dos Profetas e o de Cristo?

Mas se era tão importante esta manifestação de Cristo glorioso então porque foram proibidos de a revelar antes da Ressurreição?

E, revelando-a depois o que acrescenta à glória do Ressuscitado?

Gostaria de entender, mas reconheço que não me é dado ter esse co­nhecimento, apenas me convindo ficar na expectativa do momento em que, eu próprio hei-de contemplar tal maravilha e, então, será para sempre.

(ama comentário sobre Mc, 9, 2-13, 2016.11.18)





A correcção fraterna

A prática da correcção fraterna – que tem tradição evangélica – é uma manifestação de carinho sobrenatural e de confiança. Agradece-a quando a receberes, e não deixes de praticá-la com quem convives. (Forja, 566)

Sede prudentes e actuai sempre com simplicidade, virtude tão própria dos bons filhos de Deus. Sede naturais na vossa linguagem e na vossa actuação. Chegai ao fundo dos problemas; não fiqueis à superfície. Reparai que é preciso contar antecipadamente com o sofrimento alheio e com o nosso, se desejamos deveras cumprir santamente e com honradez as nossas obrigações de cristãos.

Não vos oculto que, quando tenho que corrigir ou tomar uma decisão que fará sofrer alguém, padeço antes, durante e depois; e não sou um sentimental. Consola-me pensar que só os animais não choram; nós, os homens, filhos de Deus, choramos. Sei que em determinados momentos, também vós tereis que sofrer, se vos esforçardes por levar a cabo fielmente o vosso dever. Não vos esqueçais de que é mais cómodo – mas é um descaminho – evitar o sofrimento a todo o custo, com o pretexto de não magoar o próximo; frequentemente o que se esconde por trás desta omissão é uma vergonhosa fuga ao sofrimento próprio, porque normalmente não é agradável fazer uma advertência séria a alguém. Meus filhos, lembrai-vos de que o inferno está cheio de bocas fechadas.

(...) Para curar uma ferida, primeiro limpa-se esta muito bem e inclusivamente ao seu redor, desde bastante distância. O médico sabe perfeitamente que isso dói, mas se omitir essa operação, depois doerá ainda mais. A seguir, põe-se logo o desinfectante; arde – pica, como dizemos na minha terra – mortifica, mas não há outra solução para a ferida não infectar.


Se para a saúde corporal é óbvio que se têm de tomar estas medidas, mesmo que se trate de escoriações de pouca importância, nas coisas grandes da saúde da alma – nos pontos nevrálgicos da vida do ser humano – imaginai como será preciso lavar, como será preciso cortar, como será preciso limpar, como será preciso desinfectar, como será preciso sofrer! A prudência exige-nos intervir assim e não fugir ao dever, porque não o cumprir seria uma falta de consideração e inclusivamente um atentado grave, contra a justiça e contra a fortaleza. (Amigos de Deus, nn. 160–161)

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:


Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.

No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.

Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.
Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?