23/02/2021

Dízimo


Scott Ham


Anos atrás, ouvi um discurso de Scott Hahn sobre o dízimo. Ele foi muito claro que, apesar do desconforto ou medo, devemos fazer a escolha de dizimar - e que isso ficará mais fácil com o tempo, à medida que aprendermos a deixar de lado nosso apego às coisas materiais. Fiquei particularmente impressionado com a prática de sua família de arranhar intencionalmente cada carro novo que compravam, de modo que, da primeira vez que fosse acidentalmente danificado, eles reagissem com calma.

Ainda estou trabalhando nesse tipo de desapego. Mas pagar o dízimo de cada salário certamente ajudou! Uma das maiores lições que me ensinou é que Deus está no controle de minhas finanças. Quanto mais dou o dízimo (e, é claro, tento administrar bem meu dinheiro), mais percebo que não tenho nada com que me preocupar. Deus tem isso.

À medida que a Quaresma progride, enviaremos e-mails pedindo doações como parte de nosso apelo anual da Quaresma. Oramos para que sua generosidade o ajude a abandonar o apego a este mundo e a se tornar mais firmemente centrado em Deus. 

(CERC) - Meaghen Gonzalez


Querer a todos, compreender, desculpar

 

O amor às almas, por Deus, faz-nos querer a todos, compreender, desculpar, perdoar... Devemos ter um amor que cubra a multidão das deficiências das misérias humanas. Devemos ter uma caridade maravilhosa, "veritatem facientes in caritate", defendendo a verdade, sem ferir. (Forja, 559)

Se vos examinardes com valentia na presença de Deus, vós, tal como eu, sentir-vos-eis diariamente carregados de muitos erros. Quando lutamos por arrancá-los com a ajuda divina, carecem de verdadeira importância e podem ser superados, embora pareça que nunca conseguimos desarraigá-los totalmente. Além disso, independentemente dessas fraquezas, tu contribuirás para remediar as grandes deficiências dos outros, sempre que te empenhares em corresponder à graça de Deus. Reconhecendo-te tão fraco como eles – capaz de todos os erros e de todos os horrores – serás mais compreensivo, mais delicado e, ao mesmo tempo, mais exigente, para que todos nos decidamos a amar a Deus com o coração inteiro. Nós, os cristãos, os filhos de Deus, temos de prestar assistência aos outros, pondo em prática honradamente o que aqueles hipócritas retorcidamente elogiavam ao Mestre: Não olhas à condição das pessoas. Isto é, havemos de rejeitar por completo a acepção de pessoas – interessam-nos todas as almas! – embora, logicamente, devamos começar por ocupar-nos daquelas que, por esta ou aquela circunstância, e até só por motivos aparentemente humanos, Deus colocou ao nosso lado. (Amigos de Deus, 162)

Leitura espiritual

 

Novo Testamento [i]

Evangelho

 

Mc XV 23 – 47

 

 

Crucificação

23 Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não quis beber. 24 Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um. 25 Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram. 26 Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus.» 27 Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda. 28 Deste modo, cumpriu-se a passagem da Escritura que diz: Foi contado entre os malfeitores. 29 Os que passavam injuriavam-no e, abanando a cabeça, diziam: «Olha o que destrói o templo e o reconstrói em três dias! 30 Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!» 31 Da mesma forma, os sumos sacerdotes e os doutores da Lei troçavam dele entre si: «Salvou os outros mas não pode salvar-se a si mesmo! 32 O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos!» Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam.

 

Agonia e morte de Jesus

33 Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. 34 E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? 35 Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!» 36 Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.» 37 Mas Jesus, com um grito forte, expirou. 38 E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. 39 O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!» 40 Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé, 41 que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.

 

Sepultura de Jesus

42 Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado, 43 José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. 44 Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já tinha morrido há muito. 45 Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José. 46 Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro. 47 Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.

 

Textos



Oração

 

  É o caso, por exemplo, dos que desejam conseguir satisfações pessoais imediatas na oração.

 Isto é errado porque a oração, sendo uma conversa com Deus, não tem que emocionar nem, de qualquer outra forma, influenciar os sentimentos.

Se Deus concede emoções na oração – arroubos espirituais, consolações, sentimentos de paz – tanto melhor, mas não tem porque o fazer.

 Oramos, fundamentalmente, para dar Glória a Deus, prestar contas, pedir-lhe coisas, agradecer.

 Ou seja: rezamos para satisfazer a Deus e não a nós próprios.

  Muitas vezes, estas pessoas são infelizes porque, quando não sentem as emoções que procuram, não têm apetite para rezar.

  É o que se chama tibieza e a tibieza, pode, de facto constituir uma séria provação.

  Quando aparece, a tibieza deixa a pessoa como que adormecida sem ânimo para fazer o que deve, quando deve.

Vivendo numa espécie de limbo, o tíbio não se sente obrigado a assumir uma posição clara, a decidir-se por algo concreto, a manter uma constância no comportamento e nas opiniões.

A pessoa tíbia está de acordo com tudo e não concorda com nada, é-lhe indiferente o que possa acontecer e, mesmo, o que a sua postura possa provocar.

  Não é possível confiar numa pessoa dominada pela tibieza.

A sua postura perante a vida não dá qualquer garantia de fidelidade a um compromisso, por exemplo, ou confidencialidade de um desabafo.

  Egoísmo

  Alvitra-se que a tibieza começa com o egoísmo, ou melhor, é uma fase avançada do egoísmo.

  O egoísta, olhando unicamente para o próprio umbigo, desinteressa-se pelo que o rodeia: pessoas, coisas, acontecimentos.

  A pessoa egoísta é tanto mais indiferente aos outros quanto maior é o conceito que faz de si mesma e da sua excelência, qualidades e virtudes.

  Deste egoísmo parte para a indiferença e, consequentemente, para a tibieza.

  Muitas vezes estas pessoas, como que jogam um jogo duplo, têm duas velas acesas, repetem a um, de modo diferente o que ouviram a outro, nunca dizem claramente nem sim nem não!

  Fazer isto, dizer sim ou não, que é o normal, implica um comprometimento, uma responsabilidade e, isso, o egoísta não está disposto a fazer.

  Uma das atitudes mais frequentes na pessoa egoísta é a consideração que tem pelo que possui – ou julga possuir – os seus bens, as suas coisas, os seus êxitos, as suas conquistas.

Considera-os como seus, de direito e não está disponível para os partilhar com outros.

  Avareza

  Avareza é uma palavra forte mas, de facto, aplica-se ao egoísta.

  Quando se fala de avareza pensa-se imediatamente em riquezas, ou melhor, alguém agarrado aos bens materiais.

  Nem sempre se aplica.

  A avareza pode existir nas coisas mais comezinhas e insignificantes.

No entanto, traduz sempre um apego desmesurado a algo.

  A avareza nasce sempre da consideração das coisas como próprias.

  E não só bens, mas até atributos como facilidade de expressão, compreensão dos problemas, educação e cultura.

Não partilhando ou distribuindo com rigorosa parcimónia e reserva aquilo que se julga ter, é uma forma de avareza.

  O avarento é alguém pouco dado à esmola e à partilha com os demais daquilo que detém.

Tem um tão alto conceito da sua sabedoria e cultura, das suas capacidades que tende a isolar-se num castelo de altas muralhas.

  É, sempre, uma pessoa só.

  Uma das consequências da avareza é a solidão.

  Uma pessoa avarenta não é simpática, não cativa os outros, não participa nem convive.

Provoca, assim, o afastamento e o desinteresse dos demais e acaba sozinho.

  Ser avarento pode ser, também, uma excessiva preocupação com a saúde pessoal.

Tende a pôr em primeiro lugar a sua pessoa, o seu bem-estar e as suas capacidades físicas.

Normalmente, vive numa angústia de cair doente e acaba por ter um medo obsessivo da morte.

Porque é assim, avarento com a sua saúde, as doenças ou problemas físicos dos outros não lhe interessam, não pode ocupar-se deles.

  E, claro, uma vez mais se verifica que avareza e egoísmo andam de mãos dadas.

 

 

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

Reflexão

O dom de crer só se enraíza numa alma que, indo mais para além da admiração e do apreço, reconheça a necessidade de se converter, de aceitar a mão que o Senhor amorosamente lhe estende.

 

(Javier Echevarria, Itinerarios de vida Cristiana, Planeta, pg. 25)

Pequena agenda do cristão - Terça-Feira

     

TeRÇa-Feira

Pequena agenda do cristão 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

Salmo II

Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient. 
Quare fremerunt gentes et populi meditati sunt inania?
Astiterum reges terrae et principes convenerunt in unum adversus Dominum et adversus christum eius.
Dirumpamus vincula eorum et proiciamos a nobis iugum ipsorum.
Qui habitabit in caelis, irridebit eos, Dominus subsanabit eos.
Ego autem constitui regem meum super sion montem sanctum meum.
Praedicabo decretum eius Dominus dixit ad me: filius meus es tu; ego hodie genui te.
Postula a me, et dabo tibi gentes hereditatem tuam et possessionem tuam terminos terrae.
Reges eos in virga ferrea et tamquam vas figuli confringes eos.
Et nunc, reges, intelegite, erudimini, qui indicatis terram.
Servite Domino in timore et exultate ei cum tremore.
Apprehendite disciplinam ne quando irascatur et pereatis via, cum exarcerit in brevi ira eius.
Beati omnes qui confident in eo.
Gloria Patri...
Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient.
Oremus:
Omnipotens et sempiterne Deus qui in dilecto Filio Tuo universorum rege omnia instaurare voluisti concede propitius ut cunctae familiae gentium pecati vulnere disgregatae eius suavissimo subdantur imperio: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Exame Pessoal

Sabes Senhor, qual é, talvez a minha maior fraqueza? É pensar em demasiado mim, nos meus problemas, nas minhas tristezas, naquilo que me acontece e no que gostaria me acontecesse. Nas voltas e reviravoltas que dou sobre mim mesmo, sobre a minha vida.
E os outros? Sim, os outros que rezam por mim, que se interessam por mim, que têm paciência para comigo, que me desculpam as minhas faltas e as minhas fraquezas, que estão sempre prontos a ouvir-me a atender-me, que não se importam de esperar que eu os compense pelo bem que me fazem, que não me pressionam para que pague o que me emprestam, que não me criticam nem julgam com a severidade que mereço.
Ajuda-me Senhor, a ser, pelo menos reconhecido e a devolver o bem que recebo e, além disso a não julgar, a não emitir opinião, critica ou conceito, vendo nos outros, a maior parte das vezes, os defeitos e fraquezas que eu próprio possuo.

Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de estar aqui, mergulhado nos meus problemas, girando à volta de mim mesmo, concentrado apenas no que me diz respeito. Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos somos também herdeiros, convém, portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.

Noverim me

Oh Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me, Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade.
Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu Pai e Senhor, do Anjo da Minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.
   
Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo o que me afaste de Ti.
Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxime de Ti
Meu Senhor e meu Deus, desapega-me de mim mesmo, para que eu me dê todo a ti.
Eu sei que podeis tudo e que, para Vós, nenhum projecto é impossível.
Faz-me santo, meu Deus, ainda que seja à força.

Nada te perturbe / nada te atemorize Tudo passa / Deus não muda A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem Nada falta / só Deus basta. (Santa Teresa de Jesus)