Pedro e o seu irmão, André, cuja festa se comemora hoje. Deixaram tudo!...diz Mateus.
Ambos hão-de entregar também as suas vidas na Cruz.
Ambos se consideraram indignos ser crucificados como o Rabi por Quem tinham abandonado tudo, naquele dia, nas margens do mar da Galileia: Pedro quer ser crucificado de cabeça para baixo; André escolhe uma cruz em X.
Ambos quiseram deixar bem claro quem era o Mestre e quem eram os discípulos.
E eu? O que é que eu tenho deixado, ao longo da minha vida, pelo meu Mestre? Umas poucas coisitas de pouca monta e, mesmo assim, sempre relutante, a contra-gosto.
Fico-me para aqui, agarrado ás minhas redes, encostado ao meu barco e não avanço mar dentro à pesca com é meu dever. Ah! Porque o tempo não está favorável; talvez amanhã; porque estou cansado; porque chove; está frio; faz muito calor; não me apetece; ainda ontem fui e não apanhei nada!
Tantas razões sem razão nenhuma!
Vá! Nunc coepi! Agora...agora começo. Com o que tenho, com as minhas misérias e pouca coisa, com os meus enormes defeitos e pequenas virtudes mas de ouvidos bem atentos á voz de quem chama: Tu...! Vem e segue-me!