18/07/2010

Caminho de Crescimento

Vem-me a vontade de comentar o belíssimo escrito do Joaquim com o título acima, publicado em SPE DEUS. Não tenho nada a acrescentar - nem me atreveria, quem sou eu? - mas, ao contrário rever-me no que ele diz sobre o caminhar do homem ao encontro de Deus.

A mim parece-me sempre uma tremenda complicação em que a gente se mete quando envereda por tais caminhos. 
Temos de analisar a nossa vida do principio ao fim, inverter os valores, rever prioridades, estabelecer novas normas de conduta, entrarmos numa  espiral de esforço contínuo que nunca esmorece porque, por detrás de cada árvore que derrubamos aparece outra que não víamos porque estava escondida atrás da primeira e, assim, sucessivamente. 

É como dizia, complicarmos a nossa vida de uma forma que não nos passava pela cabeça. 

Por isso muitos, desistem ou, simplesmente não querem, meter-se por esses caminhos o que se compreende. Para quê complicar mais a nossa vida quando ela já se apresenta com tantas dificuldades e obstáculos?

Acrescentar mais um? 

É de loucos! 

E por tal, muitos nos tomam: loucos! 

A meu ver, têm razão, porque o Amor a Deus é uma loucura que se instala na nossa vida e não nos larga. 

Em nós nasce uma insatisfação "insatisfeita", quero dizer, achamos que estamos aquém do que podemos - e devemos - fazer para retribuir, de alguma forma, a LOUCURA QUE É O AMOR DE DEUS PELOS HOMENS

E não há volta a dar: ou se ama com o coração inteiro, completo numa entrega sem peias nem condições ou, então, isso que possamos sentir não é amor, poderá ser uma intenção boa, um entusiasmo interessante mas... não é amor. 

É por isso que eu Lhe digo, todos os dias: 

Senhor, entrego-te o meu coração vazio de qualquer afecto que me prenda, assim poderás enchê-lo do Teu Amor e eu serei, sem dúvida feliz!

Textos de Reflexão para 18 de Julho

Domingo 18 Jul
                                                                                                             
Evangelho: Lc 10, 38-42

38 Indo em viagem, entrou numa aldeia, e uma mulher, chamada Marta, recebeu-O em sua casa. 39 Esta tinha uma irmã, chamada Maria que, sentada aos pés do Senhor, ouvia a Sua palavra. 40 Marta, porém, afadigava-se muito na contínua lida da casa. Aproximando-se, disse: «Senhor, não Te importas que a minha irmã me tenha deixado só com o serviço da casa? Diz-lhe, pois, que me ajude». 41 O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, tu afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas 42 quando uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».

Comentário:

Esta página do Evangelho mostra-nos Jesus acolhido por Marta e Maria em sua casa, onde ele gostava de saborear a amizade, a intimidade, o repouso sereno.
Marta, como boa dona de casa, dispõe-se a preparar tudo para um acolhimento digno de tão estimado hóspede. Maria "sentada aos pés do Senhor, escutava a Sua palavra". Marta mostra-se agitada, inquieta, perturbada, ansiosa e impaciente pelas muitas coisas a fazer, e pede a Jesus que reprove o aparente desinteresse de Maria. E a resposta de Jesus soa como uma advertência afectuosa: "Marta, Marta, andas tão inquieta e perturbada, mas uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada".
Não se trata aqui de uma lição de cortesia, de boas maneiras. Jesus não é tão ingénuo que desconheça tudo o que é preciso fazer para receber bem um hóspede. A frase de Jesus constitui um pequeno "evangelho": é o anúncio da Palavra que pode preencher o coração, salvando-o da dispersão das muitas coisas. Quer salvar do perigo de perder o valor da Sua visita, da Sua presença, da Sua palavra sobre Deus e sobre o mistério da vida.
Os traços do carácter de Marta podem ser vistos no homem moderno: o homem frenético, doente da pressa e da ansiedade crónica, que cai num activismo sem profundidade, vazio de interioridade, com a ânsia de fazer muitas coisas. E corre o risco de perder o centro de gravidade, o sentido do essencial.
As muitas coisas impedem não só a escuta, mas também o verdadeiro serviço. Fazer muito é sinal de amor; mas também pode fazer morrer o amor, até na família, quando desvia a atenção para as coisas em detrimento das pessoas. Acolher não é só fazer ou dar coisas, mas, antes de mais, é dar atenção à pessoa, fazer companhia, dar tempo e espaço para escutar a Palavra.
Maria é o símbolo do discípulo e da Igreja à escuta de Cristo: abre-lhe o seu coração, deixa-o entrar na sua vida, cultiva a amizade pessoal com Ele, consciente de que "nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus".
Também, nesta história, Aquele que é acolhido é o mesmo que vem para acolher, para dar uma Palavra de vida, de luz, de esperança, de alegria e de paz. Esta é a "parte melhor" que não será retirada: o que dá consistência e sentido à vida do discípulo, aquilo que permanece e não passa.
"Feliz aquele que escuta a Palavra e a põe em prática", diz Jesus, conjugando assim as atitudes do acolhimento completo: o coração disponível, à escuta, de Maria e as mãos serviçais de Marta. A Palavra acolhida é um dom que contém em si a vocação à missão, ao serviço, ao testemunho. 

(D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, Festa da Natividade de Nossa Senhora, 2007.09.08) 

COMUNHÃO ESPIRTITUAL 2

Um texto para a Comunhão espiritual

Eu quisera, Senhor, receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que vos recebeu Vossa santíssima Mãe. Com o Espírito e fervor dos Santos.

(s. josemaria)