20/06/2007

Porta para a Vida Eterna!

O diálogo de ontem à noite, foi, Senhor, muito construtivo. Depois de, pelas vinte horas, teres decidido chamar a Zeca, não conseguia afastar do pensamento esse mistério da Morte e da Vida! Por isso, tinha de falar conTigo.
_ Senhor, obrigado por teres dado por completo o merecimento da Zeca. Segundo me disse o Pedro, morreu em paz, tranquilamente. Fico-me a pensar em tantos que morrem aos gritos, revoltados contra tudo, contra todos e, pior ainda, revoltados contra Ti, como se a culpa do sofrimento e da Morte fosse Tua. Ah a Cruz! A Cruz de cada dia que é de cada um, mais pesada, mais leve, mas...Cruz, é, quase sempre, feita por nós. Como dizia São Filipe de Néri «os homens são frequentemente os carpinteiros das suas próprias cruzes».
_ Sim é verdade. O Meu querido Filipe sabia bem do que falava. Tantas horas passou nos confessionários...
_ Senhor, como é a Morte? Como é a Vida Eterna?
_ Que pergunta, meu filho! Quantas pessoas pensas tu que Me fazem a mesma pergunta!? Ora pensa bem...
_ Tens razão, Senhor...desculpa a minha tontice. Eu sei muito bem o que é a Morte:
È a porta para a Vida Eterna;
e também sei o que é a Vida Eterna.
A Vida Eterna é ver-Te face a face.
_ Vês como sabes. E, já que sabes, deves dizê-lo a outros, a todos os que puderes para que se preparem para esse encontro definitivo. Vê se dormes, agora, fica tranquilo.
E, finalmente adormeci com a invocação nos lábios: Vultum Tuum, Domine, requiram.

19/06/2007

Morte e Vida!

Com o Sol a romper, impetuoso, por entre as nuvens, continuo...
_ Senhor, quero mostrar-Te as mensagens que recebi. Da Irmã Clara e do Joaquim Manuel...
_ Não precisas, António, Eu estava lá quando eles as escreveram. Já vês: Fui Eu Quem os inspirou!
_ Pois claro, Senhor... Tu sabes tudo... Mas sabes, fiquei tão contente com as menssagens, fizeram-me tanto bem que me esqueci que sempre, sempre, estás ao lado dos que Te amam. A propósito, Senhor, Tu sabes que eu te amo, não sabes? Não...não me respondas, Senhor, ouve antes o que tenho para Te pedir:
Domine, ut videam!
Sim, Senhor, que eu veja o que Tu queres que me dê conta: Que me tens aqui preso por um laço de amor bem resistente, que me envias tribulações e dificuldades para me provares que me amas, para que eu me converta e Te ame mais e mais, para que eu seja igual a mim mesmo numa unidade de vida que me comprometa, numa entrega completa, a cumprir a Tua Vontade Santa. Domine, ut videam!

18/06/2007

Vida!

O dia amanheceu mais claro que o de ontem. O céu está menos carregado. Ameaça chover mas, por enquanto... O vento sopra com menos força.
Retomo o meu diálogo de ontem:
_ Mas, Senhor...
Interrompe-me:
_ Já disseste ao Pedro o que Eu te disse ontem?
_ Senhor, o Pedro já sabia! Aliás a Fernandinha também sabia porque, ainda há poucos dias quando lhe disse:
_ Vê os caminhos de Deus?! A ti, poupou-te e, à Zeca..., me respondeu:
_ Talvez porque, eu, ainda não estava "madura" e, a Zeca, já está...
_ Sabes, António, não tentes entender as Minhas razões, aceita-as apenas, mais tarde... entenderás tudo!
_ Mas, Senhor, eu não sou um super-homem; sou fraco, débil, pusilânime...onde vou buscar a força para fazer como Tu queres?
_ A minha Graça bastar-te-á!


17/06/2007

Morte!

O dia está tão triste, cinzento, chuvoso...O vento sopra forte levantando remoinhos de folhas ainda mal formadas que arrancou ás árvores do jardim. Olho para as nuvens carregadas e penso naquela mulher - sombra da mulher atlética, forte, dinâmica, cheia de vida, esfusiante de actividade -, sim aquela "sombra" que jaz no seu leito de morte e penso...na tristeza deste dia de Junho!
E...nada posso fazer, nada me compete fazer. Não tenho lenitivo para a dor, não encontro palavras adequadas a aliviar, não tenho atitude que solidarize. Ah! Não tenho nada...
Penso num milagre e nas extraordinárias "explosões" de Fé, de conversões que daí resultariam e...ponho-me a "argumentar" com Deus:
_ Tu já viste, Senhor, já pensasTe bem? Seria uma autêntica revolução nos corações, nas almas, de tantos e tantos; talvez, sobretudo, daqueles que, mais cépticos, não querem confessar o seu autêntico terror ante a morte, dos que, esquecidos que são Teus filhos, não voltam à Tua casa que abandonaram por meia dúzia de coisas, dos pobres de espírito que não vêm a dimensão divina do ser humano e se limitam a vê-lo, baixo, atarracado, achatado ao rés da terra quando Tu nos fizesTe para ser-mos grandes, livres... divinos à Tua Imagem e Semelhança, dos outros todos que não encontram senão nas lágrimas e no inconformismo o refúgio para os seus corações amargurados, esquecendo- se da Tua Santíssima Mãe, Refúgio e Consolação dos aflitos.
Vou-te dizendo estas coisas enquanto o vento sopra e as nuvens cavalgam o Céu escuro como breu. No meio do fragor da tempestade que entretanto desabou, oiço-Te no meu coração:
É que, Eu, meu filho...preciso mais dela no Céu do que tu dela necessitas na terra!