06/12/2011

Como o meu sobrinho André vê Jesus

Vivendo o Advento

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Fortaleza do amor 5

A força do amor é superior e ele só é capaz de curar o desamor, e o ódio, por muito forte que este seja. Com o tempo tudo se termina rendendo-se à força do amor. O homem que ama de coração, tanto não plano natural como não sobrenatural, encontra-se fortalecido, mas sobre tudo sente-se feliz. O exercício do amor e o sentir-se recipiendário do amor dos outros e desde logo do amor divino, produz segurança, felicidade e fortaleza. É como se o próprio amor nos transferisse a sua própria fortaleza. Fortaleza que provém directamente da essência de Deus, pois Deus é amor e somente amor, como reiteradamente nos diz São João:  “E nós conhecemos e acreditamos não amor que Deus nos tem. Deus é amor, e o que vive não amor permanece em Deus, e Deus nele”. (1Jo 4,16)

Pensemos também, que da mesma forma que a essência de Deus é o amor, a essência do demónio, que é a antítese do amor, neste caso é o ódio. O amor é incriado, pertence ao Incriado, o ódio foi sempre criado pelas criaturas que o Incriado, criou. E esta é a razão mais transcendente da fortaleza do amor sobre a sua antítese que é o ódio. O ódio não foi criado por Deus, foi criado como consequência dos incumprimentos e ofensas das suas criaturas, os que criaram.

Por outro lado o exercício do amor, sobretudo o do amor sobrenatural, fortalece a alma e eleva o seu nível de vida espiritual, que em definitiva se mede em razão da intensidade com que se ama o Senhor. Nós somos mais perfeitos, quanto mais amamos. E pelo contrário o ódio, antítese do amor debilita e chega a anular a existência da vida espiritual de uma alma. Em definitiva temos de pensar que viemos a este mundo, para passar uma prova de amor, e o que mais ama será o que obtiver maior pontuação na prova.

(juan do carmelo, trad ama)

União com Deus

Temos de nos unir muito intimamente a Deus que se nos entrega, que se nos dá como alimento, dizendo-lhe com paixão: quero-te, amo-te com loucura.



Este amor fará com que nos enchamos de confiança; e dar-lhe-emos com a humildade confiança do leproso do Evangelho (cfr. Mt 8, 2), porque também nós vemos as nossas maleitas, faz-me mais fiel. 


Limpa-me, para que possa seguir-te mais de perto, para que possa caminhar ao teu lado, para que não me afaste de Ti. 


(Tertúlia, 18.08.1968) 

Perguntas e respostas sobre Jesus de Nazaré. 49

Jesus de NazaréO que significa que o véu do Templo se rasgasse quando Jesus morreu?




“Alude-se a duas coisas: por um lado, põe-se em relevo que a época do antigo templo e seus sacrifícios tinha acabado; em lugar dos símbolos e dos ritos, que apontavam para o futuro, agora torna-se presente a própria realidade, o Jesus crucificado que nos reconcilia a todos com o Padre. Mas, ao mesmo tempo, o véu rasgado do templo significa que agora se abriu o acesso a Deus. Até aquele momento o rosto de Deus tinha estado velado. Só mediante sinais e uma vez por ano, o sumo-sacerdote podia comparecer ante ele. Agora, o próprio Deus tirou o véu, no Crucificado manifestou-se como o que ama até à morte. O acesso a Deus está livre”

55 Preguntas y respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Página 81-82, marc argemí, trad. ama

Música e oração

Beethoven: Missa Solemnis, Gloria (1) 


Selecção ALS

Aqui estou, porque me chamaste

Textos de São Josemaria Escrivá

Chegou para nós um dia de salvação, de eternidade. Uma vez mais se ouvem os assobios do Pastor Divino, as suas palavras carinhosas: "Vocavi te nomine tuo". – Chamei-te pelo teu nome. Como a nossa mãe, Ele convida-nos pelo nome. Mais: pelo apelativo carinhoso, familiar. Lá, na intimidade da alma, chama, e é preciso responder: "Ecce ego, quia vocasti me". Aqui estou, porque me chamaste; decidido a que desta vez não passe o tempo como a água sobre os seixos rolados, sem deixar rasto. (Forja, 7)

Um dia (não quero generalizar; abre o coração ao Senhor e conta-lhe tu a história) talvez um amigo, um cristão normal e corrente como tu, te tenha feito descobrir um panorama profundo e novo e ao mesmo tempo tão antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a possibilidade de te empenhares seriamente em seguir Cristo, em ser apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas perdido então a tranquilidade e não a terás recuperado, convertida em paz, até que, livremente, "porque muito bem te apeteceu" – que é a razão mais sobrenatural – respondeste a Deus que sim. E veio a alegria, vigorosa, constante, que só desaparece quando te afastas d'Ele.
Não me agrada falar de escolhidos nem de privilegiados. Mas é Cristo quem fala disso, quem escolhe. É a linguagem da escritura: elegit nos in ipso ante mundi constitutionem – diz S. Paulo – ut essemus sancti, escolheu-nos antes da criação do mundo para sermos santos. Eu sei que isto não te enche de orgulho, nem contribui para que te consideres superior aos outros homens. Essa escolha, raiz do teu chamamento, deve ser a base da tua humildade. Costuma levantar-se porventura algum monumento aos pincéis dum grande pintor? Serviram para fazer obras-primas mas o mérito é do artista. Nós – os cristãos – somos apenas instrumentos do Criador do mundo, do Redentor de todos os homens. (Cristo que passa, 1)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Ideais

Qual é o maior ideal possível?  


O maior ideal é o maior bem. Possui o maior ideal quem deseja o maior bem possível. 


Portanto o maior ideal é Deus, e quem busca a Deus possui o melhor dos ideais. 


Com maior precisão, a meta não é procurá-lo, senão encontrá-lo, agarrá-lo, unir-se a Ele. 


A meta é o próprio Deus.


Ideasrapidas, trad ama

Preparando o Natal


                                 Oração do Natal

Menino Jesus: 

Este Natal quisera receber-te com aquele enlevo e carinho de Tua Santíssima Mãe, com a atenção e cuidados de São José, com a alegria e simplicidade dos Pastores de Belém.
São Josemaria, ajudai-me nestes propósitos.


ama, Advento 2011

Evangelho do dia e comentário


Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior[i]

Terça-Feira da II semana do Advento 06 de Dezembro

Evangelho: Mt 18, 12-14

12 «Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, porventura não deixa as outras noventa e nove no monte, e vai em busca daquela que se extraviou? 13 E, se acontecer encontrá-la, digo-vos em verdade que se alegra mais por esta, do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. 14 Assim, não é a vontade de vosso Pai que está nos céus que pereça um só destes pequeninos.

Comentário:

Talvez seja interessante, pensando neste trecho do Evangelho, considerar como se compaginam com o desprendimento tão querido ao Senhor e por Ele tantas vezes referido na Sua pregação.
Parece que abandonar noventa e nove ovelhas para procurar uma única revela pouco de desprendimento?

Talvez com possa parecer que o pastor tem um apego desmesurado às suas ovelhas e… é verdade!

Cada ovelha tem para o pastor um valor único e insubstituível!

Para o Pastor divino, Jesus Cristo, qualquer ser humano tem um valor intrínseco porque deu a Sua vida por todos.

Se considerarmos que cada um de nós mereceu o Seu Sangue derramado na Cruz não é natural que não se disponha a perder algum?

Que, em qualquer caso, não envidará tudo o possível – e Ele pode tudo – para o encontrar e trazer de regresso à casa paterna?

(ama, comentário sobre Mt 18, 12-14, 2010.12.07)

Tratado De Deo Trino 31

Questão 33: Da Pessoa do Pai.


Art. 4 — Se é próprio do Pai ser ingénito.

(I Sent., dist. XIII, a. 4; dist. XXVIII, q. 1, a. 1; Cont. Errores Graec., cap. VIII).

O quarto discute-se assim. — Parece que não é próprio do Pai ser ingénito.

1. — Pois, toda propriedade introduz algu­ma realidade no ente ao qual pertence. Ora, ingénito nada introduz no Pai, mas somente dele remove. Logo, não implica nenhuma proprie­dade sua.

2. Demais. — Ingénito é palavra que se emprega em sentido privativo ou negativo. Se negativo, então tudo o que não for génito pode se chamar ingénito. Ora, o Espírito, bem como a essência divina, não é génito. Por isso, também lhes convém o ser ingénito; o que não é, portanto, próprio do Pai. Se porém o sentido for privativo, como toda privação implica uma imperfeição no ser privado, segue-se que a pessoa do Pai é imperfeita; o que é impossível.

3. Demais. — Ingénito, por não se predicar de Deus relativamente, não significa relação. Logo, significa substância. Portanto ingénito e génito substancialmente diferem. Ora, o Filho, que é génito, não difere substancialmente do Pai. Logo, este se não deve chamar ingénito.

4. Demais. — É próprio o que a um só convém. Ora, como em Deus há vários procedentes de outro, nada impede haver também vários não existentes por outro. Logo, não é próprio do Pai ser ingénito.

5. Demais. — Sendo o Pai princípio da pessoa génita, sê-lo-á também da procedente. Se portanto, pela contrariedade que tem com a pessoa génita, é próprio do Pai ser ingénito, também dele deve se admitir como próprio não poder ser procedente.

Mas, em contrário, diz Hilário: Um vem de outro, isto é, do ingénito o génito, pela propriedade de cada um, a saber, a inascibilidade e a origem [i].

Como as criaturas têm um princípio primeiro e outro, segundo, assim as Pessoas divinas, nas quais não há prioridade e posterioridade, têm um princípio sem princípio, que é o Pai, e um princípio com princípio, que é o Filho. Ora, nas criaturas um princípio primeiro de dois modos se nos manifesta: como tendo relação com o que de si provém, e como não procedente de outro. Assim, pois, o Pai se nos manifesta pela paternidade e pela espiração comum, quanto às pessoas dele procedentes; porém, como princípio sem princípio, manifestasse-nos por não proceder de outro, o que constitui a propriedade de inascibilidade, significada pelo nome ingénita.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Alguns dizem que a inascibilidade, significada pelo nome ingénito, como propriedade do Pai, não se aplica só negativamente, mas importa ao mesmo tempo, em o Pai, de ninguém proceder e ser princípio de outros; ou importa uma autoridade universal; ou ainda plenitude primária. — Mas isto não é verdade, porque então a inascibilidade não seria propriedade distinta da paternidade e da espiração, mas as incluiria, como o comum inclui o próprio; pois as palavras — primário e autoridade — não significam em Deus senão o princípio da origem. — E portanto devemos dizer, segundo Agostinho [ii], que ingénito importa a negação da geração passiva, pois, diz, tanto vale dizer ingénita como dizer não Filho. Mas, daí não se segue que se não deva considerar ingénito como noção própria do Pai, pois, conhecemos o primário e o simples por meio de negações; assim dizemos que ponto é o que não tem parte.

REPOSTA À SEGUNDA. — Às vezes ingénito toma-se só em acepção negativa, e é assim que Jerónimo diz, que o Espírito Santo é ingénito [iii], i. e, não génito. — Outras vezes emprega-se ingénito em sentido, de certo modo, privativo, sem que, contudo, importe qualquer imperfeição; pois, múltiplo é o sentido da palavra privação. Ora, significa que um ser não tem o que lhe seria natural ter, de outro, embora não seja da natureza de tal ser possuir tal atributo; como se chamássemos à pedra coisa morta por não ter a vida, que certos seres naturalmente têm. Ora, significa que um ser não tem o que lhe seria natural ter, como recebido de outro ser congénere; assim, se chamássemos à toupeira cega. E de um terceiro modo significa, que um ser não tem o que naturalmente deveria ter, e então importa imperfeição. Assim, pois, ingénito diz­-se do Pai, não privativamente, mas sim do segundo modo, i. e, enquanto um suposto da natureza divina não é génito, e outro o é. — Mas, a esta luz, também ao Espírito Santo se pode chamar ingénito. Por onde, para que seja próprio só do Pai, é necessário incluir-se ulteriormente, em o nome de ingénito, a conveniência a uma das Pessoas divinas, como sendo princípio de outra, e assim importando a negação, no género do princípio, aplicado a Deus em sentido pessoal. Ou ainda, devemos entender por ingénita o que de nenhum modo procede de outro, e não somente o que não procede pela geração. Assim pois, ao Espírito Santo, procedente de outro por processão, como pessoa subsistente, não convém ser ingénito; e nem também à divina essência da qual se pode dizer que, no Filho e no Espírito Santo, procede de outro, a saber, do Pai.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Segundo Damasceno [iv], ingénito, de um modo, significa o mesmo que incriado, no sentido substancial; pois, por aí difere a substância criada da incriada. De outro modo, significa o que não é génito, e é em sentido relativo, da mesma maneira que a negação se reduz ao género da afirmação; assim não-homem se reduz ao género da substância, e não-branco, ao da qualidade. Donde, génito, em Deus, importando relação, ingénito também a esta se reduz. E daí se não segue, que o Pai ingénito se distinga substancialmente do Filho génito, senão só relativamente, enquanto se nega do Pai a relação do Filho.

RESPOSTA À QUARTA. — Assim como na ordem dos géneros é preciso admitir-se um que é o primeiro, assim em a natureza divina é necessário admitir-se um princípio chamado ingénito, não proveniente de outro. Logo, admitir dois inascíveis é admitir dois deuses e duas naturezas divinas. Por isso diz Hilário: sendo Deus um só não podem ser dois os inascíveis [v]. E isto precisamente porque, se estes fossem dois, um deles não procederia do outro e assim, não se distinguindo por oposição relativa, necessariamente se distinguiriam por diversidade de natureza.

RESPOSTA À QUINTA. — A propriedade do Pai, de não proceder de outro, antes é significada pela remoção da natividade do Filho, do que pela da processão do Espírito Santo. Tanto porque esta última não tem nome especial, como já vimos [vi], como porque, mesmo na ordem da na­tureza, pressupõe a geração do Filho. Por onde, removido do Pai o não ser génito, como toda­via é princípio de geração, resulta consequentemente, que não é procedente pela processão do Espírito santo, pois este não é princípio de geração, mas procedente do génito.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[i] IV de Trin., num. 33.
[ii] V de Trin., c. 7.
[iii] Cfr. Petrus Lombardus, Sent. 1, D. 13, c. 14.
[iv] De Fide Orth., l. I, c. 8.
[v] De Synodis, supercan. 26
[vi] Q. 27, a. 4 ad 3.

Humildade

Reflectindo


Para obter correctamente o Dom da Humildade, quatro coisas são necessárias: desprezar o mundo, não desprezar ninguém, desprezar o próprio eu, desprezar ser desprezado.






(s. filipe de néri, Máximas, F.W.Faber, Cromwell Press SN12 8PH, nr. 27 – 45, trad ama)