03/08/2015

NUNC COEPI o que pode ver em 03 Ago

O que pode ver em NUNC COEPI em Ago 03

São Josemaria – Textos

AMA - Reflectindo - A beleza do perdão

AMA - Comentários ao Evangelho Mt 14 13-21, Amigos de Deus (S. Josemaria), São Josemaria Escrivá

Bento XVI - Pensamentos espirituais

Defesa da vida, Quinto Mandamento


Agenda Segunda-Feira

Reflectindo - 99

A beleza do perdão


A tranquilidade e alegria que se seguem  imediatamente após a Confissão Sacramental quase que nos leva a exclamar: o felix culpa! [i]

De facto o bem alcançado é muito superior ao mal praticado já que este fica remido, perdoado, esquecido ao passo que o outro permanece como suave refrigério de paz e tranquila certeza de que fizemos o que devíamos fazer.

Claro que não se deve sequer considerar cometer um pecado e sofrer com a tristeza e remorso de o ter cometido com o objectivo de alcançar a alegria do perdão.

Seria uma patetice como querer ter uma dor de cabeça para obter a satisfação da sua cura. Além do mais seria tentar a Deus de forma grave.

(cont)

(ama, reflexões, 2015.04.19)




[i] Tal é o dano que “se não fosse a Graça de Deus, o homem, entre o bem e o mal, sempre escolheria o mal (Santo Agostinho). Porém, onde abundou o pecado, superabundou a graça (São Paulo). Por isso Agostinho pode proclamar: felix culpa! O erro do primeiro Adão proporcionou a Graça da Redenção. O segundo Adão fez com que a criação exultasse mais com sua Redenção que com a criação. De certa forma, Jesus “recriou” todas as criaturas mas não por um novo ato de criação senão por um livre acto de obediência e imolação. É a loucura de um Deus que ama! Tal é o amor que Jesus deu a chance a todos de se santificarem por meio da Cruz. O Pai não mais leva em conta os pecados do mundo se este estiver agindo em união com seu Filho. Deus Pai “como que” olha o mundo através das Chagas do Redentor e, assim, comove-Se por Amor ao Filho Imolado na Cruz. Mas isto somente para aqueles que reconhecem o Cristo como Salvador pois “quem tentar salvar a sua vida perdê-la-á e quem perdêr, salvá-la-á” (Mt 10, 39).

Evangelho, comentário, L. Espiritual


Tempo comum XVIII Semana


Evangelho: Mt 14, 13-21

.13 Tendo Jesus ouvido isto, retirou-Se dali numa barca para um lugar solitário afastado; mas as turbas, tendo sabido isto, seguiram-n'O das cidades, a pé. 14 Ao sair da barca, viu Jesus uma grande multidão, e teve compaixão e curou os seus enfermos. 15 Ao cair da tarde, aproximaram-se d'Ele os discípulos, dizendo: «Este lugar é deserto e a hora é já adiantada; deixa ir esta gente, para que, indo às aldeias, compre de comer». 16 Mas Jesus disse-lhes: «Não têm necessidade de ir; dai-lhes vós mesmos de comer». 17 Responderam-Lhe: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes». 18 Ele disse-lhes: «Trazei-mos cá». 19 E depois de ter mandado à multidão que se sentasse sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, pronunciou a bênção e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão. 20 Comeram todos, e saciaram-se; e recolheram doze cestos cheios dos bocados que sobejaram. 21 Ora o número dos que tinham comido era de uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

Comentário:

Repetem-se ao longo dos tempos milagres que, como este, se destinam a saciar a fome de muitos seres humanos.
Nestes o Senhor não actua directamente na multiplicação dos alimentos mas instila no coração de muitos esses sentimentos de nobre solidariedade que os levam a contribuir com pouco ou com muito. Depois ouve também os ânimos de tanta gente que se organiza em trabalho voluntário para distribui e fazer chegar aos mais carenciados, esse alimento generosamente recolhido.

(ama, comentário sobre Mt 14, 13-21, 2011.08.01)



Leitura espiritual




São Josemaria Escrivá

Amigos de Deus

228
        
Não vos comove que o Apóstolo João, sendo já velho, passe a maior parte de uma das suas epístolas a exortar-nos a que nos comportemos de acordo com essa doutrina divina?
O amor que deve haver entre os cristãos provém de Deus, que é Amor.
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade procede de Deus, e todo o que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.
O que não ama, não conhece a Deus; porque Deus é Amor.
Insiste de forma particular na caridade fraterna, pois por Cristo nos tornamos filhos de Deus: vede que amor nos mostrou o Pai, querendo que nos chamemos filhos de Deus e que o sejamos.

E enquanto toca com toda a veemência as nossas consciências para que se tornem mais sensíveis à graça divina, insiste em que recebemos uma prova maravilhosa do amor do Pai pelos homens: nisto se manifestou a caridade de Deus para connosco, em que Deus enviou o seu Filho Unigénito ao mundo para que por Ele tenhamos a vida.
O Senhor tomou a iniciativa, vindo ao nosso encontro.
Deu-nos o exemplo para nos pormos com Ele ao serviço dos outros, para - gosto de repetir - pormos generosamente o nosso coração a servir de alcatifa, de modo que os outros caminhem suavemente e a sua luta resulte para eles mais amável.
Devemos comportar-nos assim, porque somos filhos do mesmo Pai, que não hesitou em entregar-nos o seu Filho muito amado.

229 
      
Não somos nós que construímos a caridade; é ela que nos invade com a graça de Deus: porque Ele nos amou primeiro.
Convém que nos empapemos bem desta verdade formosíssima: se podemos amar a Deus é porque fomos amados por Deus.
Tu e eu estamos em condições de derramar carinho sobre os que nos rodeiam, porque nascemos para a fé pelo amor do Pai.
Pedi com ousadia ao Senhor este tesouro, esta virtude sobrenatural da caridade, para a exercitardes até ao último pormenor.

Nós, os cristãos, não temos sabido muitas vezes corresponder a esse dom; algumas vezes temo-lo rebaixado como se se limitasse a uma esmola dada sem alma, friamente; outras vezes temo-lo reduzido a uma atitude de beneficência mais ou menos convencional.
Exprimia bem esta aberração a queixa resignada de uma doente: Aqui, tratam-me com caridade, mas a minha mãe cuidava de mim com carinho.
O amor que nasce do Coração de Cristo não pode dar lugar a este tipo de distinções.

Para que, de uma forma gráfica, esta verdade ficasse bem gravada na vossa mente, preguei milhares de vezes que nós não temos um coração para amar a Deus e outro para amar as criaturas.
Este nosso pobre coração feito de carne, ama com um carinho humano, que, se está unido ao amor de Cristo, também é amor sobrenatural.
Essa, e não outra, é a caridade que temos de cultivar na alma, a qual nos levará a descobrir nos outros a imagem de Nosso Senhor.

230

Universalidade da caridade

Com o nome de próximo - diz S. Leão Magno - não havemos de considerar só os que se unem a nós pelos laços da amizade ou do parentesco, mas todos os homens, com os quais possuímos uma natureza comum...
Um só Criador nos fez, um só Criador nos deu a alma.
Todos podemos desfrutar do mesmo céu e do mesmo ar, dos mesmos dias e das mesmas noites e, embora uns sejam bons e outros maus, uns justos e outros injustos, Deus, no entanto, é generoso e benigno com todos.

Nós, os filhos de Deus, forjamo-nos na prática desse mandamento novo, aprendemos na Igreja a servir e a não ser servidos e encontramo-nos com forças para amar a humanidade de um modo novo, que todos reconhecerão como fruto da graça de Cristo.
O nosso amor não se confunde com uma atitude sentimental, nem com a simples camaradagem, nem com o afã pouco claro de ajudar os outros para demonstrarmos a nós mesmos que somos superiores. O nosso amor exprime-se em conviver com o próximo, em venerar - insisto - a imagem de Deus que há em cada homem, procurando que também ele a contemple, para que saiba dirigir-se a Cristo.

A universalidade da caridade significa, por isso, universalidade do apostolado: tradução pela nossa parte, em obras e em verdade, do grande empenho de Deus, que quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

Se temos de amar também os inimigos - refiro-me aos que nos colocam entre os seus inimigos; eu não me sinto inimigo de ninguém nem de nada - com maior razão teremos de amar os que apenas estão afastados, os que nos são menos simpáticos, os que pela sua língua, pela sua cultura ou pela sua educação parecem o oposto de ti ou de mim.

231 
       
De que amor se trata?
A Sagrada Escritura fala de dilectio, para que se entenda bem que não se refere apenas ao afecto sensível.
É mais uma determinação firme da vontade.
Dilectio deriva de electio, de escolher.
Eu acrescentaria que amar, em sentido cristão, significa querer querer, decidir-se em Cristo a procurar o bem das almas sem discriminação de qualquer género, conseguindo para elas antes de mais o que há de melhor: que conheçam a Cristo e que se apaixonem por Ele.

O Senhor urge-nos: portai-vos bem com os que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem e caluniam.
Podemos não nos sentir humanamente atraídos pelas pessoas que nos afastariam, se nos aproximássemos delas.
Mas Jesus exige que não lhes devolvamos mal por mal; que não desperdicemos as ocasiões de as servir com o coração, ainda que nos custe; e que não deixemos nunca de as ter presentes nas nossas orações.

Essa dilectio, essa caridade, enche-se de matizes mais profundos quando se refere aos irmãos na fé, especialmente aos que, porque Deus assim o estabeleceu, trabalham mais perto de nós: os pais, o marido ou a mulher, os filhos e os irmãos, os amigos e os colegas, os vizinhos.
Se não existisse este carinho, amor humano nobre e limpo, ordenado a Deus e n'Ele fundamentado, não haveria caridade.

232
        
Manifestações do amor

Agrada-me citar umas palavras que o Espírito Santo nos comunica pela boca do profeta Isaías: discite benefacere, aprendei a fazer o bem.
Costumo aplicar este conselho aos diferentes aspectos da nossa luta interior, pois a vida cristã nunca se dá por terminada, visto que o crescimento nas virtudes se obtém como consequência de um empenho efectivo e quotidiano pela santidade.

Como aprendemos nós a realizar qualquer trabalho na sociedade? Primeiro examinamos o fim desejado e os meios para o alcançar. Depois perseveramos no uso desses recursos repetidamente até criarmos um hábito arraigado e firme.
Quando aprendemos alguma coisa, descobrimos outras que ignorávamos e constituem um estímulo para continuarmos esse trabalho, sem nunca dizermos "basta".

A caridade para com o próximo é uma manifestação do amor a Deus. Por isso, ao esforçarmo-nos por melhorar nesta virtude, não podemos fixar nenhum limite.
Com o Senhor, a única medida é amar sem medida, pois, por um lado jamais chegaremos a agradecer suficientemente o que Ele tem feito por nós e, por outro, assim se revela o mesmo amor de Deus às suas criaturas: com excesso, sem cálculo, sem fronteiras.

A todos os que estamos dispostos a abrir-lhe os ouvidos da alma, Jesus Cristo ensina no Sermão da Montanha o mandato divino da caridade.
E, ao terminar, como resumo, explica: amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai sem esperardes nada em troca, e será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom, mesmo com os ingratos e os maus. Sede, pois, misericordiosos como também o vosso Pai é misericordioso.

A misericórdia não se limita a uma simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade que, ao mesmo tempo, traz consigo a superabundância da justiça.
Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente repassado por um amor rijo, sacrificado e generoso. Assim glosa S. Paulo a caridade no seu canto a esta virtude:
A caridade é paciente, é benéfica; a caridade não é invejosa, não actua precipitadamente; não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não pensa mal dos outros, não folga com a injustiça, mas compraz-se na verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

(cont)



Defesa da vida

O quinto mandamento do Decálogo


4. O respeito pela dignidade das pessoas


4.2. O respeito pela saúde do corpo

O respeito pelo próprio corpo é uma exigência da caridade, pois o corpo é templo do Espírito Santo [i], e somos responsáveis – no que de nós depende – por procurar a saúde corporal, que é um meio para servir a Deus e os homens.
Mas a vida corporal não é um valor absoluto: a moral cristã opõe-se à concepção neopagã que promove o culto do corpo, e que pode conduzir à perversão das relações humanas [ii].

«A virtude da temperança leva a evitar toda a espécie de excessos, o abuso da comida, da bebida, do tabaco e dos medicamentos.
Aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado da velocidade, põem em risco a segurança dos outros e a sua própria, nas estradas, no mar ou no ar, tornam-se gravemente culpados» [iii].

O uso de estupefacientes é uma falta grave pelos danos que causa à saúde e pela fuga à responsabilidade pelos actos praticados sob a sua influência.
A produção clandestina e o tráfico de drogas, são práticas imorais [iv].

A investigação científica não pode legitimar actos que em si mesmos são contrários à dignidade das pessoas e à lei moral.
Nenhum ser humano pode ser tratado como meio para o progresso da ciência [v].
Atentam contra este princípio as práticas como a procriação artificial substitutiva ou o uso de embriões com fins experimentais.

(cont)



[i] cf. 1 Cor 6, 19; 3, 16 seg.; 2 Cor 6, 16
[ii] cf. Catecismo, 2289
[iii] Catecismo, 2290
[iv] cf. Catecismo, 2291
[v] cf. Catecismo, 2295

Levai a carga uns dos outros

Diz o Senhor: "Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Nisto se conhecerá que sois meus discípulos". – E São Paulo: "Levai a carga uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo". – Eu não te digo nada. (Caminho, 385)

Olhando à nossa volta, talvez descobríssemos razões para pensar que a caridade é realmente uma virtude ilusória. Mas considerando as coisas com sentido sobrenatural, descobrirás também a raiz dessa esterilidade, que se cifra numa ausência de convívio intenso e contínuo, de tu a tu, com Nosso Senhor Jesus Cristo, e no desconhecimento da acção do Espírito Santo na alma, cujo primeiro fruto é precisamente a caridade.

Recolhendo um conselho do Apóstolo – levai uns as cargas dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo – acrescenta um Padre da Igreja: amando a Cristo, suportaremos facilmente a fraqueza dos outros, mesmo a daquele a quem ainda não amamos, porque não tem boas obras.

Por aí se eleva o caminho que nos faz crescer na caridade. Enganar-nos-íamos se imaginássemos que primeiro temos de nos exercitar em actividades humanitárias, em trabalhos de assistência, excluindo o amor do Senhor. Não descuidemos Cristo por causa do próximo que está enfermo, uma vez que devemos amar o enfermo por causa de Cristo.


Olhai constantemente para Jesus, que, sem deixar de ser Deus, se humilhou tomando a forma de servo para nos poder servir, porque só nessa mesma direcção se abrem os afãs por que vale a pena lutar. O amor procura a união, a identificação com a pessoa amada; e, ao unirmo-nos com Cristo, atrair-nos-á a ânsia de secundar a sua vida de entrega, de amor sem medida, de sacrifício até à morte. Cristo coloca-nos perante o dilema definitivo: ou consumirmos a existência de uma forma egoísta e solitária ou dedicarmo-nos com todas as forças a uma tarefa de serviço. (Amigos de Deus, 236)

Pequena agenda do cristão


SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Bento VXI – Pensamentos espirituais 62

Santidade



O santo é aquele que se sente de tal maneira fascinado pela beleza de Deus e pela perfeição da sua verdade que se deixa progressivamente transformar por elas.


Homilia no encerramento do sínodo dos bispos, (23.Out.05)

(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)