Aconteceu que, ontem, passei a noite sozinho. A minha casa é muito grande, 3 pisos! e muito antiga.
Dei comigo a "ouvir" a casa: os pequenos ruídos que normalmente passam despercebidos, as madeiras que estalam, uma janela que bate com a força do vento e da chuva, os soalhos que estremecem quando os autocarros passam na rua.
Fiquei, assim, um bocado, vigilante e atento e, quanto mais apurava os sentidos, mais ruídos, sons, barulhos me parecia ouvir com fantástica nitidez. Conseguia identificá-los: agora foi na sala; este foi na escada...
Agora ocorre-me que é assim que desejo estar durante o Advento que hoje começa: Desperto, vigilante, atento.
Quero distinguir tudo aquilo - e muito será - que normalmente não me dou conta e que anda à minha volta numa zoada tremenda; identificar bem as "armadilhas" que se me deparam ao longo do dia; estar consciente do mundo que me rodeia.
Desprendido mas interessado;
Confiante mas atento;
Sereno mas vigilante.