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António Pereya
1643 |
Dia de Santo António.
O grande Santo que a Igreja celebra como um Doutor.
Um homem que pôs ao serviço do homens, os extraordinários dons que Deus lhe concedeu.
De tal forma que se esgotou e morreu tão novo.
Esgotado pelo trabalho de apregoar o Evangelho, o Reino de Deus.
E eu, que sou António também, que faço com os dons que o Senhor me deu?
Que uso tenho eu feito da inteligência, da vontade, do pensamento, da escrita, enfim, de tudo quanto o Senhor tão prodigamente me cumulou?
Estou eu à espera de fazer aquele grande trabalho, de mostrar aquela faceta, de brilhar naquela escuridão?
E, nesta espera sempre adiada, vou deixando os dias passar sem fazer nada pelos meus irmãos, o meu semelhante.
Rezar, pelo menos, rezar por eles, por todos os que conheço e a quem quero bem e por aqueles que não conheço ou a quem não quero tão bem.
Rezar sem descanso em continua união com o Senhor.
Ter a presença divina bem marcada na minha vida e em cada momento.
Esta realidade do Senhor que me escuta, que me vê e que está sempre presente em qualquer ligar ou circunstância.
Tentar por esta atitude perante o Senhor, um exame constante da presença de Deus real e verdadeira na minha vida.
Quando conseguir este estado de espírito eu saberei proceder com amor e rectidão e, sobretudo, serei incapaz de ofender a Deus.
Não deixarei que nenhum dos meus irmãos passe por mim sem que sinta bem forte, o desejo de o ajudar, de o iluminar.
Tenho der salgar, de iluminar.
Tenho de ser saboreado, visto e sentido.
Tudo o que possa fazer de bom, por graça de Deus, tem de ser partilhado e visto por quantos se cruzam comigo, para que sintam ânsia de proceder como eu, melhor que eu.
Eu Te peço, Senhor, esta consciência clara e constante da Tua presença no que me rodeia.
No ambiente, nas obras da natureza, e nas obras dos homens, feitas por Teu consentimento e graça.
Sentir bem viva em mim esta condição sublime de ser Teu filho a tempo inteiro, e não apenas quando Te falo, ou estou mais ligado a Ti na Santa Missa.
Ligado a Ti, permanentemente, por um cordão tão forte, que me puxe sempre para Ti, numa atracção determinante de todos os meus actos, toda a minha vida.
Santo António, a quem pedi emprestado o nome, lembra-te deste teu irmão e homónimo e intercede por mim junto de Deus.
Diz-Lhe coisas boas de mim: que afinal, o que preciso, é de auxilio e vigilância constantes como mais pequeno dos Seus filhos.
Qualquer descuido, e heis-me ao comprido, estatelado no chão irremediavelmente convertido à condição abjecta de ofensor de Nosso Senhor. Ajuda-me a dar sem cuidar de receber, a dar com alegria e de uma maneira total e desinteressada, de tudo aquilo que Tu me fizesTe dom.
Senhor, eu amo-te, adoro-te e espero em Ti