22/04/2015

2015.04.22








O que pode ver hoje em NUNC COEPI





Temas para meditar - 425 - Hom (São João Damasceno), Santíssima Virgem., São João Damasceno

Evangelho, comentário L. Esp. (A beleza de ser cristão) - A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Jo 6 35-40, Ernesto Juliá Diaz

Diálogos com o meu Eu (10) - JMA (diálogos com o meu eu)


Pequena agenda do cristão - Agenda Quarta-Feira


Quer que sejamos muito humano e muito divinos

Há muitos anos já que vi com clareza meridiana um critério que será sempre válido: o ambiente da sociedade, com o seu afastamento da fé e da moral cristãs, necessita de uma nova forma de viver e de propagar a verdade eterna do Evangelho. No próprio cerne da sociedade, do mundo, os filhos de Deus hão-de brilhar pelas suas virtudes como lanternas na escuridão, "quasi lucernae lucentes in caliginoso loco". (Sulco, 318)

Se aceitarmos a nossa responsabilidade de filhos de Deus, saberemos que Ele quer que sejamos muito humanos. A cabeça pode tocar o céu, mas os pés assentam na terra, com segurança. O preço de se viver cristãmente não é nem deixar de ser homem nem abdicar do esforço por adquirir essas virtudes que alguns têm, mesmo sem conhecerem Cristo. O preço de todo o cristão é o Sangue redentor de Nosso Senhor, que nos quer – insisto – muito humanos e muito divinos, com o empenho diário de O imitar, pois é perfectus Deus, perfectus homo.

Talvez não seja capaz de dizer qual é a principal virtude humana. Depende muito do ponto de vista de que se parta. Além disso, a questão torna-se ociosa, porque não se trata de praticar uma ou várias virtudes. É preciso lutar por adquiri-las e praticá-las todas. Cada uma de per si entrelaça-se com as outras e, assim, o esforço por sermos sinceros, por exemplo, torna-nos justos, alegres, prudentes, serenos.

Precisamos, ao mesmo tempo, de considerar que a decisão e a responsabilidade residem na liberdade pessoal de cada um e, por isso, as virtudes são também radicalmente pessoais, da pessoa. No entanto, nessa batalha de amor ninguém luta sozinho – ninguém é um verso solto, costumo repetir –: de certo modo, ou nos ajudamos ou nos prejudicamos. Todos somos elos de uma mesma cadeia. Pede agora comigo a Deus Nosso Senhor, que essa cadeia, nos prenda ao seu Coração, até chegar o dia de O contemplar face a face, no Céu, para sempre. (Amigos de Deus, 75–76)


Temas para meditar - 425

Virgem Santíssima



Nossa Senhora é descanso para os que trabalham, consolo para os que choram, remédio para os doentes, porta para os que a tempestade mal trata, perdão para os pecadores, doce alívio dos tristes, socorro do que lhe imploram.



(são joão damasceno, Homília no Adormecimento da Santíssima Virgem Maria)

Evangelho, comentário L. Esp. (A beleza de ser cristão)


Semana III da Páscoa


Evangelho: Jo 6 35-40

35 Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá jamais fome, e aquele que crê em Mim não terá jamais sede. 36 Porém, já vos disse que vós Me vistes e que não credes. 37 Tudo o que o Pai Me dá virá a Mim; e aquele que vem a Mim não o lançarei fora. 38 Porque desci do céu não para fazer a Minha vontade, mas a vontade d'Aquele que Me enviou. 39 Ora a vontade d'Aquele que Me enviou é que Eu não perca nada do que Me deu, mas que o ressuscite no último dia. 40 A vontade de Meu Pai que Me enviou é que todo o que vê o Filho e crê n'Ele tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia».

Comentário:

São João continua o discurso de Jesus sobre a Sua missão aquela que O Pai O encarregou de levar a cabo.
Quer deixar bem claro que Jesus é o Salvador e Redentor da humanidade e a forma como esta terá de agir e o caminho que terá de percorrer para conseguir essa meta
Assim, Jesus quer deixar bem clara e inequívoca a realidade da união intima entre O Pai e O Filho de tal forma que afirmará claramente:
O Pai e Eu somos Um!
(ama, comentário sobre Jo 6, 35-40, 2014.35.07)

Leitura espiritual

a beleza de ser cristão

PRIMEIRA PARTE

O QUE É SER CRISTÃO?

I.            Relações que Deus estabelece com o homem.

…/9

VI. a redenção

        Depois de ter visto os planos de Deus na criação e na oposição d homem ao querer de Deus manifestada no pecado, é agora a altura de considerar a reacção de Deus ante o pecado do homem. Esta resposta de Deus ao pecado do homem constitui o que denominámos segunda relação de Deus com os homens: a Redenção.

        Deus não permite que a obra da criação que Ele iniciou no Amor fique destroçada pelo pecado do homem.
Depois da queda no paraíso, Deus não rejeita o homem nem o abandona à sua sorte, como aconteceu com os anjos rebeldes.
A natureza do homem é mais frágil que a do anjo, e a visão da grandeza e da majestade de Deus de que o ser humano goza, é mais débil e imprecisa.

        A liberdade do anjo, pela clareza da sua visão de Deus, levava consigo uma responsabilidade maior na sua decisão.

De facto, o mal realizado pelos anjos é irreparável.

        Não é assim no caso do homem.
Deus, depois de o por ante o seu pecado, não o amaldiçoa.
Amaldiçoa, ao invés, Satanás e prepara a recuperação do homem. Podemos dizer que o plano original da criação do ser humano e a sua finalidade na criação - «que o homem conhecesse, amasse e servisse a Deus nesta terra e o gozasse para sempre no céu” - não sofrem nenhuma mutação pelo pecado. Muda, todavia, o modo de ser levada a cabo, e mudam e enriquecem-se os caminhos de que o homem vai dispor para a sua realização.[i]

        Uma vez mais, Deus toma a iniciativa e recria o homem - «nova criatura” - introduzindo nele uma perspectiva que não se esgota no gozo do paraíso e o seu cuidado.
Parece como se o Criador quisesse «corrigir” o que poderíamos chamar um erro de cálculo na primeira criação.

Houve realmente um erro de cálculo que tenha propiciado o pecado do homem?

Deus sonhou demasiado com o homem?

A criatura humana era demasiado frágil para a grandeza que Deus depositou nela?

O coração do homem podia realmente suportar e gozar na imensidade do amor de Deus?

        Sou consciente de que estas perguntas são uma ousadia diante de Deus e que as repostas elaboradas somente com a inteligência humana seriam Sim, excepto a última, que exigiria um Não, se as outras são, efectivamente, Sim.

        Mas talvez seja necessário fazê-las se queremos alguma vez descobrir, ou pelo menos vislumbrar, o amor com o qual Deus criou o mundo, o homem; amor que fica tão escondido e tão difícil de apreciar, ante as misérias, as dores, as penas que afloram à superfície de qualquer vida humana, também, as dos santos.

        Deus introduziu uma determinada correcção na segunda criação.
Viu que não era suficiente dotar Adão de uma série de dons e com eles conceder-lhe uma certa plenitude natural.
Já desde o princípio decidiu levar a cabo o plano inicial de adoptar o homem como seu filho.
Agora melhora a adopção, fazendo-o filho no seu próprio Filho Unigénito.
        Desta forma, o homem não só se aproxima mais intimamente de Deus, como recebe, de certo modo, uma participação na própria natureza divina.
E isto comportou a Encarnação do Filho de Deus.

Esta participação é o que nós cristãos chamamos Graça, e
que estudaremos mais adiante.

        O ser humano, na sua condição de criatura, goza, sim, de uma pré-disposição natural para receber a luz de Deus, fruto do seu ser «imagem e semelhança” de Deus e seu filho.
Essa recepção da luz, todavia, nem sempre tem consigo o fazer germinar imediatamente, nem por si, nenhum fruto no seu espírito.
O homem há-de aprender, e ser ajudado na sua aprendizagem, a exercitar a sua liberdade, a ser livre, para livremente procurar Deus e amá-lo livremente.

        A experiência criatural de Adão foi muito significativa e permite-nos melhor a nossa situação, consequência não só da fragilidade própria da natureza humana, mas também da acção do pecado na nossa alma.

        Adão, antes do pecado e na plenitude e na integridade da sua condição de criatura, desconfia da palavra de Deus, não obstante ter passeado com Ele, ao entardecer, no paraíso.
Usou mal a sua liberdade e amou pouco, porque ninguém desconfia da pessoa amada nem desobedece às suas indicações.
Depois do pecado, pretende ocultar-se do olhar de Deus, como se procurasse na sombra, no anonimato, na obscuridade, o estar seguro face a Deus e a salvo de um possível castigo.

        Porque temeu Adão que Deus o castigasse?

O ter comido do fruto proibido da árvore da ciência do bem e do mal era motivo suficiente para o homem enfrentar Deus?

Acaso não se tinha enfrentado já antes de o comer, com o simples desejo de o desejar?

O pecado de Adão é anterior a comer o fruto; e isso quer dizer que já tinha nele a ciência do bem e do mal.
        Talvez não seja demasiada ousadia pensar que o primeiro pecado do homem, com a desconfiança para com Deus seguida da desobediência, tenha consistido na rebelião de não aceitar os limites da sua condução de criatura.
O pensar «ser como deuses” é uma tentação que parece estar fora do alcance da compreensão de Adão.
Não está, todavia, o anseio de se libertar dos seus limites e o sonho de poder consegui-lo, com as suas forças e com a ajuda da «serpente”.

        «Yavé Deus fez para o homem e a sua mulher túnicas de pele e vestiu-os. E disse: Heis aqui que o homem veio a ser como um de nós, no que respeita a conhecer o bem e o mal! Agora, pois, não estenda a sua mão e tome também da árvore da vida e comendo dela viva para sempre”.[ii]

        Estas palavras de Deus ao preparar a expulsão de Adão e Eva do paraíso aparecem na Escritura depois do anúncio do Redentor e, mais que cheias de um sentido irónico que alguns querem ver, podemos considerá-las como a descoberta do mal que o homem fez a si próprio que Deus nos descobre; mal que Deus vai pretender sanar e curar, restaurando no homem na sua verdadeira condição com o novo vínculo oculto nas palavra da promessa já anunciada: a Redenção.

        Se o homem «veio a ser como um de nós», e o Senhor consciente que o homem não está em condições d suportar essa «nova condição», porque nunca se poderá converter em juiz último do bem e do mal,  Deus decide fazer-se «uma das suas criaturas», para na verdade abrir ao homem o sentido da árvore da vida.
Jesus Cristo manifestou-no-lo sem peias ao afirmara de sei próprio: «Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”[iii].

        E com essas palavras descobre-nos o pleno sentido do desígnio original de Deus ao criara o homem.
Desígnio que, insistimos, Deus não suprimiu nem rebaixou por causa do pecado original, mas que, mantendo-o intacto, o elevou ao modo, ao caminho, para o levar a cabo; o homem contará com a própria vida de Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem.

        “Fomos constituídos filhos de Deus. Com esta livre decisão divina, a dignidade natural do homem elevou-se incomparavelmente e, se o pecado destrui-o este prodígio, a Redenção reconstrui-o de modo ainda mais admirável; levando-nos todavia a participar mais estreitamente da filiação divina”.[iv]

        Deus tinha criado o ser humano “à sua imagem e semelhança” para o adoptar como filho. Depois do pecado quer redimi-lo, convertendo-o em «seu filho” em seu Filho, Jesus Cristo.

        E no mesmo instante da sua queda, anuncia a chegada de um redentor. «Ponho inimizade perpétua entre ti e a mulher e entre a tua linhagem e a sua; esta te esmagará a cabeça e tu mordê-la-ás no calcanhar.[v]
        O Redentor é Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim podemos dizer, sem deixar de sempre considerar que Deus é Uno e Trino e que o homem se relaciona sempre coma Santíssima Trindade, que, se a criação é o vínculo do homem com Deus Pai, a Redenção é o vínculo do homem com Deus Filho. O ser «imagem e semelhança e filho adoptivo” converte-se em “ser filho de Deus na Graça de Cristo”, na riqueza definitiva da criatura: a «filiação divina”, pela Graça, sem por isso deixar de ser ”filho adoptivo”.

        Para melhor entender o verdadeiro alcance desta relação da Redenção e chegar a vislumbrar os planos de Deus com os homens, parece oportuno pararmos a reflectir sobre os motivos que acompanharam o amor da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade que, na sua vinda à terra, se «diminui-o a si mesmo tomando condição de servo, tornando-se semelhante aos homens».[vi] Assim poderemos compreender um pouco melhor o alcance do amor que Deus Pai, Filho e Espírito Santo tem ao ser humano.

(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)






[i] cfr. Catecismo n. 412
[ii] Gn 3, 22
[iii] Jo 10, 10
[iv] são josemaria escrivá, 1967. Citado por f. ocácriz-i. celaya, Vivir como hijos de dios, Eunsa, Pamplona 1993, cap. 1, nota 14.
[v] Gn 3, 15
[vi] Flp 2, 7

Diálogos com o meu Eu (10)

Como te sentes?

Sinto-me bem, sinto-me vivo.

Ah, sentes-te vivo porque já não tens febre?

Não! Sinto-me vivo porque comungo da vida d’Ele.



joaquim mexia alves, Monte Real, 26 de Abril de 2013

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?