08/11/2020

Novíssimos

 


Céu

2. Quem são os que vão para o céu? Como é o céu?

 

O céu é “o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado supremo e definitivo da felicidade”. São Paulo escreve: Nem olho viu, nem ouvido ouviu, nem passou pelo pensamento do homem as coisas que Deus tem preparado para aqueles que o amam”  (1Cor 2, 9).

 

Depois do juízo particular, os que morrem na graça e na amizade de Deus e estão perfeitamente purificados vão para o céu. Vivem em Deus, vêem-no tal como é. Estão sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, gozam da sua felicidade, do seu Bem, da Verdade e da Beleza de Deus.

 

Esta vida perfeita com a Santíssima Trindade,esta comunhão de vida e de amor com Ela, com a Virgem Maria, com os anjos e com todos os bem-aventurados chama-se céu. É Cristo que, pela sua morte e Ressurreição, nos “abriu o céu”. Viver no céu é “estar com Cristo” (cf. Jo 14, 3; Flp 1, 23; 1 Ts 4,17). Os que chegam ao céu vivem “n’Ele”, mais ainda, encontram ali a sua verdadeira identidade.

 

Pensamentos diários

 


Levem Deus aos doentes, por isso valerá mais que qualquer outro tratamento.

 

(365 dias com o Santo Pio de Peltrecina, O Grande Amor de Deus)

Leitura espiritual 08 Novembro

 

Evangelho

 

Jo 8, 21-41

 

Jesus é Deus

 

21 Uma outra vez, Jesus disse-lhes: «Eu vou-me embora: vós haveis de procurar-me, mas morrereis no vosso pecado. Vós não podereis ir para onde Eu vou.» 22 Então, os judeus comentavam: «Será que Ele se vai suicidar, dado que está a dizer: ‘Vós não podeis ir para onde Eu vou’?» 23 Mas Ele acrescentou: «Vós sois cá de baixo; Eu sou lá de cima! Vós sois deste mundo; Eu não sou deste mundo. 24 Já vos disse que morrereis nos vossos pecados. De facto, se não crerdes que Eu sou o que sou, morrereis nos vossos pecados.» 25 Perguntaram-lhe, então: «Quem és Tu, afinal?» Disse-lhes Jesus: «Absolutamente aquilo que já vos estou a dizer! 26 Tenho muitas coisas que dizer e que julgar a vosso respeito; mas do que falo ao mundo é do que ouvi àquele que me enviou, e que é verdadeiro.» 27 Eles não perceberam que lhes falava do Pai. 28 Disse-lhes, pois, Jesus: «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo, mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou. 29 E aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou só, porque faço sempre aquilo que lhe agrada.»

 

Os filhos de Abraão

 

30 Quando expunha estas coisas, muitos creram nele.  31 Dizia então Jesus aos Judeus que n’Ele tinham acreditado: Se permanecerdes na Minha palavra, sereis verdadeiramente Meus discípulos, 32 conhecereis a verdade, e a verdade libertar-vos-á. 33 Eles responderam-Lhe: Nós somos da descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém; como é Tu dizes: «ficareis livres»? 34 Retorquiu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado, 35 Ora o escravo não fica na casa para sempre; o filho é que fica para sempre. 36 Portanto, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres. 37 Eu sei que sois a descendência de Abraão, mas vós procurais matar-Me, porque a Minha palavra não tem cabimento em vós. 38 Eu digo o que vi junto do Pai, e vós fazeis o que ouvistes ao vosso pai. 39 Retorquiram-Lhe eles: O nosso pai é Abraão! Se fosseis filhos de Abraão – disse-lhes Jesus – faríeis as obras de Abraão. 40 Mas vós procurais matar-Me, a Mim que vos disse a verdade que ouvi a Deus! Isso não fez Abraão! 41 Vós fazeis as obras do vosso pai. Disseram-Lhe eles: Nós não nascemos da prostituição; só temos um Pai, que é Deus!

 




Cristo que passa

 

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Ser Apóstolo de Apóstolos

 

Encher de luz o mundo, ser sol e luz - assim definiu O Senhor a missão dos Seus discípulos.

Levar até aos confins da Terra a boa nova do amor de Deus - a isso devem dedicar a vida, de um modo ou doutro, todos os cristãos.

 

Direi mais: temos de sentir o desejo de não estar sós; temos de animar outros a contribuírem para essa missão divina de levar a alegria e a paz aos corações dos homens.

Escreve São Gregório Magno:”À medida que progredis, atraí a vós os outros. Desejai ter companheiros no caminho para o Senhor”.

 

Mas lembrai-vos de que, cum dormirem homines, enquanto os homens dormiam, veio o semeador do joio, diz o Senhor numa parábola.

Nós, os homens, estamos expostos a deixar-nos levar pelo sono do egoísmo, da superficialidade, desperdiçando o coração em mil experiências passageiras, evitando aprofundar o verdadeiro sentido das realidades terrenas.

Triste coisa é esse sono, que sufoca a dignidade do homem e o torna escravo da tristeza!

 

Há um caso que nos deve doer sobremaneira: o daqueles cristãos que podiam dar mais e não se decidem; que podiam entregar-se totalmente vivendo todas as consequências da sua vocação de filhos de Deus, mas resistem a ser generosos.

Deve-nos doer, porque a graça da Fé não se nos dá para ficar oculta, mas para brilhar diante dos homens; porque, além disso, está em jogo a felicidade temporal e eterna dos que procedem assim.

A vida cristã é uma maravilha divina, com promessa de imediata satisfação e serenidade, mas com a condição de sabermos apreciar o dom de Deus, sendo generosos sem medida.

 

É necessário, portanto, despertar os que tenham caído nesse mau sono, recordar-lhes que a vida não é um divertimento, mas um tesouro divino que há que fazer frutificar.

É necessário também ensinar o caminho aos que têm boa vontade e bons desejos mas não sabem como pô-los em prática.

Cristo urge-nos. Cada um de vós há-de ser, não só apóstolo, mas apóstolo de apóstolos, arrastando outros convosco, movendo os demais para que também eles dêem a conhecer Jesus Cristo.

 

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Talvez algum de vós me pergunte como pode dar esse conhecimento às pessoas.

E eu respondo-vos: com naturalidade, com simplicidade, vivendo como viveis, no meio do mundo, entregues ao vosso trabalho profissional e aos cuidados da vossa família, participando em todos os ideais nobres, respeitando a legítima liberdade de cada um.

 

Desde há quase trinta anos, Deus pôs no meu coração o anseio de fazer compreender às pessoas de qualquer estado, condição ou ofício, esta doutrina: a vida corrente pode ser santa e cheia de Deus; o Senhor chama-nos a santificar o trabalho quotidiano, porque aí está também a perfeição do cristão.

Consideramo-lo uma vez mais, contemplando a vida de Maria.

 

Não nos esqueçamos de que a quase totalidade dos dias que Nossa Senhora passou na Terra decorreram de forma muito semelhante à vida diária de muitos milhões de mulheres, ocupadas em cuidar da sua família, em educar os seus filhos, em levar a cabo as tarefas do lar.

Maria santifica as mais pequenas coisas, aquilo que muitos consideram erradamente como não transcendente e sem valor: o trabalho de cada dia, os pormenores de atenção com as pessoas queridas, as conversas e as visitas por motivo de parentesco ou de amizade... Bendita normalidade, que pode estar cheia de tanto amor de Deus!

 

Na verdade, é isso o que explica a vida de Maria: o amor.

Um amor levado até ao extremo, até ao esquecimento completo de si mesma, contente por estar onde Deus quer que esteja e cumprindo com esmero a vontade divina.

Isso é o que faz com que o mais pequeno dos seus gestos nunca seja banal, mas cheio de significado.

Maria, nossa Mãe, é para nós exemplo e caminho.

Havemos de procurar ser como Ela nas circunstâncias concretas em que Deus quis que vivêssemos.

 

Procedendo deste modo, daremos aos que nos cercam o testemunho de uma vida simples e normal, com as limitações e com os defeitos próprios da nossa condição humana, mas coerente.

E assim, vendo-vos iguais a eles em tudo, os outros serão levados a perguntar-nos: como se explica a vossa alegria?

Donde tirais forças para vencer o egoísmo e o comodismo?

Quem vos ensina a viver a compreensão, o espírito de convivência, a entrega, o serviço dos demais?

 

É então o momento de lhes descobrirdes o segredo divino da existência cristã, falando-lhes de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, de Maria.

É o momento de procurar transmitir-lhes, através da nossa pobre palavra, a loucura do amor de Deus que a graça derramou em nossos corações.

 

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São João conserva no seu Evangelho uma frase maravilhosa da Virgem, num dos episódios que já considerámos: o das bodas de Caná. Narra-nos o evangelista que dirigindo-se aos serventes, Maria lhes disse: «Fazei tudo o que Ele vos disser».

É disso que se trata - de levar as almas a situarem-se diante de Jesus e a perguntarem-Lhe: Domine, quid me vis facere?

Senhor, que queres que eu faça?

 

O apostolado cristão - e refiro-me agora em concreto ao de um cristão corrente, ao do homem ou da mulher que vive realmente como outro qualquer entre os seus iguais - é uma grande catequese, em que, através de uma amizade leal e autêntica, se desperta nos outros a fome de Deus, ajudando-os a descobrir novos horizontes - com naturalidade, com simplicidade, como já disse, com o exemplo de uma fé bem vivida, com a palavra amável, mas cheia da força da verdade divina.

 

Sede audazes.

Contais com a ajuda de Maria, Regina apostolorum.

E Nossa Senhora, sem deixar de se comportar como Mãe, sabe colocar os filhos diante das suas próprias responsabilidades.

Maria, aos que se aproximam dela e contemplam a sua vida, faz-lhes sempre o imenso favor de levá-los até à Cruz, de colocá-los defronte do exemplo do Filho de Deus.

E, nesse confronto, em que se decide a vida cristã, Maria intercede para que a nossa conduta culmine numa reconciliação do irmão mais pequeno - tu e eu - com o Filho primogénito do Pai.

 

Muitas conversões, muitas decisões de entrega ao serviço de Deus, foram precedidas de um encontro com Maria.

Nossa Senhora fomentou os desejos de busca, activou maternalmente a inquietação da alma, fez aspirar a uma transformação, a uma vida nova.

E assim, o «fazei o que Ele vos disser» converteu-se numa realidade de amorosa entrega, na vocação cristã que ilumina desde então toda a nossa vida.

 

Este tempo de conversa diante do Senhor, em que meditamos sobre a devoção e o carinho à sua Mãe e nossa Mãe, pode, portanto, reavivar a nossa fé. Está a começar o mês de Maio.

O Senhor quer que não desaproveitemos esta ocasião de crescer no seu amor através da intimidade com a sua Mãe.

Que cada dia saibamos ter para com Ela aqueles pormenores filiais - pequenas coisas, atenções delicadas - que se vão tornando grandes realidades de santidade pessoal e de apostolado, quer dizer, empenho constante por contribuir para a salvação que Cristo veio trazer ao mundo.

 

Santa Maria, spes nostra, ancilla Domini, sedes Sapientiae, ora pro nobis! Santa Maria, esperança nossa, escrava do Senhor, sede de Sabedoria, roga por nós!

 

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Hoje, festa do Corpo de Deus, meditamos juntos a profundidade do Amor do Senhor, que o levou a ficar oculto sob das espécies sacramentais, e é como se ouvíssemos, fisicamente, aqueles Seus ensinamentos à multidão: «Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao longo do caminho, e vieram as aves do céu e comeram-na. Outra parte caiu em lugar pedregoso, onde havia pouca terra; e logo nasceu porque estava à superfície; mas, saindo o sol, queimou-se e, porque não tinha raiz, secou. Outra parte caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. Outra parte caiu em boa terra e frutificou; uns grãos renderam cem por um, outros sessenta, outros trinta».

 

A cena é actual.

O semeador divino lança agora, também, a Sua semente.

A obra da salvação continua a cumprir-se e o Senhor quer servir-se de nós: deseja que nós, os cristãos, abramos ao seu amor todos os caminhos da Terra; convida-nos a propagar a mensagem divina, com a doutrina e com o exemplo, até aos últimos recantos do mundo. Pede-nos que, sendo cidadãos da sociedade eclesial e da civil, ao desempenhar com fidelidade os nossos deveres, sejamos cada um outro Cristo, santificando o trabalho profissional e as obrigações do próprio estado.

 

Se olharmos à nossa volta, para este mundo que amamos porque foi feito por Deus, dar-nos-emos conta de que se verifica a parábola: a palavra de Jesus Cristo é fecunda, suscita em muitas almas desejos de entrega e de fidelidade.

A vida e o comportamento dos que servem a Deus mudaram a história, e inclusivamente muitos dos que não conhecem o Senhor regem-se - talvez sem sequer o advertirem - por ideais nascidos do Cristianismo.

 

Vemos também que parte da semente cai em terra estéril, ou entre espinhos e abrolhos: há corações que se fecham à luz da fé.

Os ideais de paz, de reconciliação, de fraternidade, são aceites e proclamados, mas - não poucas vezes - são desmentidos com os factos. Alguns homens empenham-se inutilmente em afogar a voz de Deus, impedindo a sua difusão com a força bruta ou então com uma arma, menos ruidosa, mas talvez mais cruel, porque insensibiliza o espírito: a indiferença.

 

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O pão da vida eterna

 

Agradar-me-ia que, ao considerar tudo isto, tomássemos consciência da nossa missão de cristãos, voltássemos os olhos para a Sagrada Eucaristia, para Jesus que, presente entre nós, nos constituiu Seus membros: vos estis corpus Christi et membra de membro, vós sois o corpo de Cristo e membros unidos a outros membros.

O nosso Deus decidiu ficar no Sacrário para nos alimentar, para nos fortalecer, para nos divinizar, para dar eficácia ao nosso trabalho e ao nosso esforço.

Jesus é simultaneamente o semeador, a semente e o fruto da sementeira: o Pão da vida eterna.

 

Este milagre, continuamente renovado, da Sagrada Eucaristia, encerra todas as características do modo de agir de Jesus.

Perfeito Deus e perfeito homem, Senhor dos Céus e da Terra, oferece-Se-nos como sustento, da maneira mais natural e corrente.

Assim espera o nosso amor, desde há quase dois mil anos.

É muito tempo e não é muito tempo; porque, quando há amor, os dias voam.

 

Vem-me à memória uma encantadora poesia galega, uma das cantigas de Afonso X, o Sábio.

É a lenda de um monge que, na sua simplicidade, suplicou a Santa Maria que o deixasse contemplar o céu, ainda que fosse só por um instante.

A Virgem acolheu o seu desejo, e o bom monge foi levado ao Paraíso. Quando regressou, não reconhecia nenhum dos moradores do mosteiro: a sua oração, que lhe tinha parecido brevíssima, tinha durado três séculos.

Três séculos não são nada, para um coração que ama.

Assim compreendo eu esses dois mil anos de espera do Senhor na Eucaristia.

É a espera de Deus, que ama os homens, que nos procura, que nos quer tal como somos - limitados, egoístas, inconstantes - mas com capacidade para descobrirmos o seu carinho infinito e para nos entregarmos inteiramente a Ele.

 

Por amor e para nos ensinar a amar, veio Jesus à Terra e ficou entre nós na Eucaristia.

Como tivesse amado os seus que viviam no mundo, amou-os até ao fim; com estas palavras começa São João a narração do que sucedeu naquela véspera da Páscoa, em que Jesus - refere-nos São Paulo – “tomou o pão, e dando graças, o partiu, e disse: Tomai e comei; isto é o meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Igualmente também, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento do meu sangue; fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes”.

 

 

Ele ouve-nos e responde

 


"Et in meditatione mea exardescit ignis": e na minha meditação ateia-se o fogo. – Para isso mesmo é que fazes oração: para te tornares uma fogueira, lume vivo, que dê calor e luz. Por isso, quando não souberes ir mais longe, quando sentires que te apagas, se não podes lançar ao fogo troncos olorosos, lança os ramos e a folhagem de pequenas orações vocais, de jaculatórias, que continuem a alimentar a fogueira. – E terás aproveitado o tempo. (Caminho, 92)

 

Quando efectivamente se quer desafogar o coração, se somos francos e simples, procuramos o conselho de pessoas que nos amam, que nos entendem, isto é, fala-se com o pai, com a mãe, com a mulher, com o marido, com o irmão, com o amigo. Isto já é diálogo, ainda que, frequentemente, não se deseje tanto ouvir como desabafar, contar o que nos acontece. Comecemos por nos comportar assim com Deus, certos de que Ele nos ouve e nos responde; e escutá-lo-emos e abriremos a nossa consciência a uma conversa humilde, para lhe referir confiadamente tudo o que palpita na nossa cabeça e no nosso coração: alegrias, tristezas, esperanças, dissabores, êxitos, fracassos e até os pormenores mais pequenos da nossa jornada, porque já então teremos comprovado que tudo o que é nosso interessa ao nosso Pai Celestial.

 

Desta maneira, quase sem darmos por isso, avançaremos com passos divinos, fortes e vigorosos, saboreando a íntima convicção de que junto do Senhor também são agradáveis a dor, a abnegação, os sofrimentos. Que fortaleza, para um filho de Deus, saber-se tão perto de seu Pai! Por esta razão, aconteça o que acontecer, estou firme e seguro contigo, meu Senhor e meu Pai, que és a rocha e a fortaleza. (Amigos de Deus, 245–246)

 

SACRAMENTOS

 


SACRAMENTOS

A liturgia e os sacramentos em geral

 

2.3. Eficácia dos sacramentos

 

Os sacramentos «são eficazes, porque neles é o próprio Cristo que opera: é Ele que baptiza, é Ele que age nos sacramentos para comunicar a graça que o sacramento significa» (Catecismo, 1127). O efeito sacramental produz-se ex opere operato (pelo próprio facto do signo sacramental se ter realizado) Cf. Concílio de Trento: DS 1608.. «O sacramento não actua em virtude da justiça do homem que o administra ou do que o recebe, mas pelo poder de Deus» S. Tomás de Aquino, Suma Teológica , III, q. 68, art.8. «Desde que um sacramento seja celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Cristo e do seu Espírito age nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro» (Catecismo, 1128).

 

O homem que realiza o sacramento coloca-se ao serviço de Cristo e da Igreja, por isso chama-se ministro do sacramento; e não pode ser qualquer fiel cristão indistintamente, mas de modo ordinário, necessita da especial configuração com Cristo Sacerdote que dá o sacramento da Ordem O sacerdócio ministerial «garante que, nos sacramentos, é de certeza Cristo que age pelo Espírito Santo em favor da Igreja. A missão de salvação, confiada pelo Pai ao seu Filho Enc.arnado, é confiada aos Apóstolos e, por eles, aos seus sucessores; eles recebem o Espírito de Jesus para agirem em seu nome e na sua pessoa (cf. Jo 20, 21-23; Lc 24, 47; Mt 28, 18-20). Assim, o ministro ordenado é o laço sacramental que une a acção litúrgica àquilo que disseram e fizeram os Apóstolos e, por eles, ao que disse e fez o próprio Cristo, fonte e fundamento dos sacramentos» (Catecismo 1120). Apesar da eficácia do sacramento não provir das qualidades morais do ministro, no entanto a sua fé e devoção, além de contribuir para a sua santificação pessoal, favorece bastante as boas disposições do sujeito que recebe o sacramento e, por conseguinte, o fruto que dele obtém..

 

A eficácia dos sacramentos deriva do próprio Cristo, que actua neles, «no entanto, os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de quem os recebe» (Catecismo, 1128): quanto melhores forem as disposições de fé que possua, conversão do coração e adesão à vontade de Deus, mais abundantes são nos efeitos da graça que recebe (cf. Catecismo, 1098).

 

«A Santa Mãe Igreja instituiu também os sacramentais. Estes são sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida» Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium , 60; cf. Catecismo, 1667.. «Os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela» (Catecismo, 1671).

 

Juan José Silvestre

 

Revisão da versão portuguesa por AMA.

 

 

Bibliografia básica

 

Catecismo da Igreja Católica, 1066-1098; 1113-1143; 1200-1211 e 1667-1671.

 

 

Leituras recomendadas

 

São Josemaria, Homilia «A Eucaristia, mistério de fé e de amor», em Cristo que Passa, 83-94; também os n. 70 e 80. Temas Actuais do Cristianismo, 115.

J. Ratzinger, Introdução ao Espírito da Liturgia, Edições Paulinas, 2002.

J.L. Gutiérrez-Martín, Belleza y misterio. La liturgia, vida de la Iglesia, EUNSA (Astrolabio), Pamplona 2006, pp. 53-84, 13-126.

Reflexão

 


Santa Missa

 

Eu amo-Te, Senhor Jesus, minha alegria e descanso, com todo o meu coração, toda a minha mente, toda a minha alma e todas as minhas forças; e se vês que não Te amo como deveria, ao menos assim desejo amar-Te, e se não o desejo suficientemente, pelo menos quero desejá-lo deste modo (…).

Oh Corpo sacratíssimo, aberto por cinco feridas, põe-te como selo sobre o meu coração e imprime nele a Tua caridade!

Sela os meus pés, para que siga os Teus passos; sela as minhas mãos, para que realizem sempre boas obras; sela o meu lado para que arda sempre em ferventes actos de amor para conTigo.

Oh sangue preciosíssimo que lavas e purificas todos os homens! Lava a minha alma e põe um sinal no meu rosto para que não ame a ninguém mais que a Ti.

 

(Card. J. Bona, El Sacrificio de la Missa, Rialp, Madrid 1963, pg. 164-165

Pequena agenda do cristão

 



DOMINGO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?