SACRAMENTOS
A
liturgia e os sacramentos em geral
2.3.
Eficácia dos sacramentos
Os sacramentos «são
eficazes, porque neles é o próprio Cristo que opera: é Ele que baptiza, é Ele
que age nos sacramentos para comunicar a graça que o sacramento significa» (Catecismo, 1127). O efeito sacramental
produz-se ex opere operato (pelo próprio facto do signo sacramental se ter
realizado) Cf. Concílio de
Trento: DS 1608.. «O sacramento não actua em virtude da justiça do homem que o administra
ou do que o recebe, mas pelo poder de Deus» S. Tomás de Aquino, Suma Teológica , III, q. 68, art.8. «Desde que um sacramento seja
celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Cristo e do seu Espírito
age nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro» (Catecismo, 1128).
O homem que realiza
o sacramento coloca-se ao serviço de Cristo e da Igreja, por isso chama-se
ministro do sacramento; e não pode ser qualquer fiel cristão indistintamente,
mas de modo ordinário, necessita da especial configuração com Cristo Sacerdote
que dá o sacramento da Ordem O
sacerdócio ministerial «garante que, nos sacramentos, é de certeza Cristo que
age pelo Espírito Santo em favor da Igreja. A missão de salvação, confiada pelo
Pai ao seu Filho Enc.arnado, é confiada aos Apóstolos e, por eles, aos seus
sucessores; eles recebem o Espírito de Jesus para agirem em seu nome e na sua
pessoa (cf. Jo 20, 21-23; Lc 24, 47; Mt 28, 18-20). Assim, o ministro ordenado
é o laço sacramental que une a acção litúrgica àquilo que disseram e fizeram os
Apóstolos e, por eles, ao que disse e fez o próprio Cristo, fonte e fundamento
dos sacramentos» (Catecismo 1120). Apesar da eficácia do sacramento não provir
das qualidades morais do ministro, no entanto a sua fé e devoção, além de
contribuir para a sua santificação pessoal, favorece bastante as boas
disposições do sujeito que recebe o sacramento e, por conseguinte, o fruto que
dele obtém..
A eficácia dos
sacramentos deriva do próprio Cristo, que actua neles, «no entanto, os frutos
dos sacramentos dependem também das disposições de quem os recebe» (Catecismo, 1128): quanto melhores forem as
disposições de fé que possua, conversão do coração e adesão à vontade de Deus,
mais abundantes são nos efeitos da graça que recebe (cf. Catecismo, 1098).
«A Santa Mãe Igreja
instituiu também os sacramentais. Estes são sinais sagrados por meio dos quais,
imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da
Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se
os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são
santificadas as várias circunstâncias da vida» Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium
, 60; cf. Catecismo, 1667.. «Os sacramentais não conferem a graça do Espírito
Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para
receber a graça e dispõem para cooperar com ela» (Catecismo, 1671).
Juan José Silvestre
Revisão da versão portuguesa por AMA.
Bibliografia básica
Catecismo da Igreja Católica, 1066-1098; 1113-1143;
1200-1211 e 1667-1671.
Leituras recomendadas
São Josemaria, Homilia «A Eucaristia, mistério de fé
e de amor», em Cristo que Passa, 83-94; também os n. 70 e 80. Temas Actuais do
Cristianismo, 115.
J. Ratzinger, Introdução ao Espírito da Liturgia,
Edições Paulinas, 2002.
J.L.
Gutiérrez-Martín, Belleza y misterio. La
liturgia, vida de la Iglesia, EUNSA (Astrolabio), Pamplona 2006, pp. 53-84,
13-126.
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