12/07/2020

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NUNC COEPI







O santo não nasce: forja-se


Tudo aquilo em que intervimos nós, os pobrezitos dos homens, mesmo a santidade, é um tecido de pequenas coisas que segundo a intenção com que se fazem podem formar uma tapeçaria esplêndida de heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. Oxalá tenhas sempre em muito apreço é a linha recta as coisas pequenas. (Caminho, 826)

O principal requisito que nos é pedido bem conforme com a nossa natureza consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada para nós. A santidade consiste nisto.
É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão coerente sei que estás disposto a isso, embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo deves ter muito cuidado com os mais pequenos pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase sempre de pequenas realidades. (Amigos de Deus, nn 6–7)

Pequena agenda do cristão

DOMINGO

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

LEITURA ESPIRITUAL


ACTOS DOS APÓSTOLOS

I.            EXPANSÃO DA IGREJA FORA DE JERUSALÉM

12 Execução de Tiago. Prisão de Pedro –
1 Por esse tempo, o rei Herodes maltratou alguns membros da Igreja. 2 Mandou matar à espada Tiago, irmão de João, 3 e, vendo que tal procedimento agradara aos judeus, mandou também prender Pedro. Decorriam os dias dos Ázimos. 4 Depois de o mandar prender, meteu-o na prisão, entregando-o à guarda de quatro piquetes, de quatro soldados cada um, na intenção de o fazer comparecer perante o povo, a seguir à Páscoa. 5 Enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a Igreja orava a Deus, instantemente, por ele. 6 Na noite anterior ao dia em que Herodes contava fazê-lo comparecer, Pedro estava a dormir entre dois soldados, bem preso por duas correntes, e diante da porta estavam sentinelas de guarda à prisão. 7 De repente, apareceu o Anjo do Senhor e a masmorra foi inundada de luz. O anjo despertou Pedro, tocando-lhe no lado e disse-lhe: «Ergue-te depressa!» E as correntes caíram-lhe das mãos. 8 O anjo prosseguiu: «Põe o cinto e calça as sandálias.» Pedro assim fez. Depois, disse-lhe: «Cobre-te com a capa e segue-me.» 9 Pedro saiu e seguiu-o. Não se dava conta da realidade da intervenção do anjo, pois julgava que era uma visão. 10 Depois de atravessarem o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se abriu por si mesma. Saíram, avançando por uma rua, e logo o anjo se retirou de junto dele. 11 Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo e me arrancou das mãos de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava.» 12 E, depois de reflectir, dirigiu-se a casa de Maria, mãe de João, de sobrenome Marcos, onde numerosos fiéis estavam reunidos a orar. 13 Bateu à porta da entrada, e uma serva chamada Rode veio atender. 14 Reconheceu a voz de Pedro e, com alegria, em vez de abrir, correu a anunciar que Pedro se encontrava em frente da porta. 15 «Estás louca!» disseram eles. Como ela afirmava, sem hesitar, que era verdade, disseram: «É o seu anjo.» 16 Pedro, entretanto, continuava a bater à porta. Eles abriram e, ao vê-lo, ficaram estupefactos. 17 Fazendo-lhes sinal com a mão para se calarem, contou-lhes como o Senhor o tinha tirado da prisão e acrescentou: «Mandai dizer tudo isto a Tiago e aos irmãos.» Depois, retirou-se dali e foi para outro lugar. 18 Ao romper do dia, grande foi o alvoroço entre os soldados. Que seria feito de Pedro? 19 Como Herodes o tivesse mandado buscar e não o encontrassem, submeteu os guardas a um interrogatório e mandou-os matar. Herodes deixou, em seguida, a Judeia, desceu para Cesareia e por ali se demorou.

Morte de Agripa –
20 Herodes estava furioso com os habitantes de Tiro e de Sídon. Estes, de comum acordo, apresentaram-se diante dele e, depois de terem ganhado Blasto, camareiro do rei, à sua causa, pediram a paz, porque o seu país era abastecido pelo rei. 21 No dia aprazado, Herodes, revestido com um traje real e sentado na tribuna, dirigiu-lhes um grande discurso. 22 E o povo gritava: «É um deus que fala, não é um homem!» 23 Mas, no mesmo instante, o Anjo do Senhor feriu Herodes, por não ter dado glória a Deus. E, roído pelos vermes, expirou. 24 Entretanto, a palavra de Deus crescia e multiplicava-se. 25 Barnabé e Saulo, depois de terem cumprido a sua missão, regressaram de Jerusalém, levando consigo João, de sobrenome Marcos.


"Christus vivit": Exortação Apostólica aos Jovens

Capítulo III

VÓS SOIS O AGORA DE DEUS

Desejos, feridas e buscas

81. Os jovens reconhecem que o corpo e a sexualidade são essenciais para a sua vida e para o crescimento da sua identidade.
Mas, num mundo que destaca excessivamente a sexualidade, é difícil manter uma boa relação com o próprio corpo e viver serenamente as relações afectivas.
Por esta e outras razões, a moral sexual é frequentemente «causa de incompreensão e afastamento da Igreja, pois é sentida como um espaço de julgamento e condenação».
Ao mesmo tempo, os jovens expressam de maneira explícita o desejo de se confrontar sobre «as questões relativas à diferença entre identidade masculina e feminina, à reciprocidade entre homens e mulheres, e à homossexualidade»[1].

82. No nosso tempo, «os progressos da ciência e das tecnologias biomédicas incidem fortemente na percepção do corpo, induzindo a pensar que se pode modificar sem limites.
A capacidade de intervir no DNA, a possibilidade de inserir elementos artificiais no organismo (cyborg) e o desenvolvimento das neurociências constituem um grande recurso, mas ao mesmo tempo levantam questões antropológicas e éticas»[2].
Podem levar-nos a esquecer que a vida é um dom, que somos seres criados e limitados, podendo facilmente ser instrumentalizados por quem detém o poder tecnológico[3].
«Além disso, em alguns contextos juvenis, difunde-se a atracção por comportamentos de risco como instrumento para se explorar a si mesmo, procurar emoções fortes e obter reconhecimento. (…)
Estes fenómenos, a que estão expostas as novas gerações, constituem um obstáculo para o amadurecimento sereno»[4].

83. Nos jovens, encontramos também, gravados na alma, os golpes recebidos, os fracassos, as recordações tristes.
Muitas vezes «são as feridas das derrotas da sua própria história, dos desejos frustrados, das discriminações e injustiças sofridas, de não se ter sentido amado ou reconhecido».
Além disso, temos «as feridas morais, o peso dos próprios erros, o sentido de culpa por ter errado»[5].
Jesus faz-Se presente nestas cruzes dos jovens, para lhes oferecer a sua amizade, o seu alívio, a sua companhia que cura, e a Igreja quer ser instrumento d’Ele neste percurso rumo à cura interior e à paz do coração.
84. Em alguns jovens, reconhecemos um desejo de Deus, embora não possua todos os contornos do Deus revelado.
Noutros, podemos vislumbrar um sonho de fraternidade, o que já não é pouco. Em muitos, existe um desejo real de desenvolver as capacidades de que são dotados para oferecerem algo ao mundo.
Nalguns, vemos uma sensibilidade artística especial, ou uma busca de harmonia com a natureza.
Noutros, pode haver uma grande necessidade de comunicação.
Em muitos deles, encontramos o desejo profundo de uma vida diferente.
Trata-se de verdadeiros pontos de partida, energias interiores que aguardam, disponíveis, uma palavra de estímulo, luz e encorajamento.

85. O Sínodo tratou de maneira especial três temas de grande importância, cujas conclusões desejo acolher textualmente, embora nos exijam ainda avançar numa análise mais ampla e desenvolver uma capacidade de resposta mais adequada e eficaz.

O ambiente digital
86. «O ambiente digital caracteriza o mundo actual. Grandes extensões da humanidade vivem mergulhadas nele de maneira ordinária e contínua. Já não se trata apenas de “usar” instrumentos de comunicação, mas de viver numa cultura amplamente digitalizada que tem impactos muito profundos na noção de tempo e espaço, na percepção de si mesmo, dos outros e do mundo, na maneira de comunicar, aprender, obter informações, entrar em relação com os outros.
Uma abordagem da realidade, que tende a privilegiar a imagem relativamente à escuta e à leitura, influencia o modo de aprender e o desenvolvimento do sentido crítico»[6].

87. A internet e as redes sociais geraram uma nova maneira de comunicar e criar vínculos, sendo «uma “praça” onde os jovens passam muito tempo e se encontram facilmente, embora nem todos tenham acesso igual, particularmente em algumas regiões do mundo. Em todo o caso, constituem uma oportunidade extraordinária de diálogo, encontro e intercâmbio entre as pessoas, bem como de acesso à informação e ao saber. Além disso, o mundo digital é um contexto de participação sociopolítica e de cidadania activa, podendo facilitar a circulação duma informação independente capaz de tutelar eficazmente as pessoas mais vulneráveis, revelando as violações dos seus direitos.
Em muitos países, a web e as redes sociais já constituem um lugar indispensável para se alcançar e envolver os jovens nas próprias iniciativas e actividades pastorais»[7].

88. Mas, para entender este fenómeno na sua totalidade, é preciso reconhecer que possui - como toda a realidade humana - limites e deficiências. Não é salutar confundir a comunicação com o simples contacto virtual.
De facto, «o ambiente digital é também um território de solidão, manipulação, exploração e violência, até ao caso extremo da dark web.
Os meios de comunicação digitais podem expor ao risco de dependência, isolamento e perda progressiva de contacto com a realidade concreta, dificultando o desenvolvimento de relações interpessoais autênticas.
Difundem-se novas formas de violência através das redes sociais, como o cyberbullying; a web é também um canal de difusão da pornografia e de exploração de pessoas para fins sexuais ou através do jogo de azar»[8].

89. Não se deve esquecer que «há interesses económicos gigantescos que operam no mundo digital, capazes de realizar formas de controlo que são tão subtis quanto invasivas, criando mecanismos de manipulação das consciências e do processo democrático.
O funcionamento de muitas plataformas acaba frequentemente por favorecer o encontro entre pessoas com as mesmas ideias, dificultando o confronto entre as diferenças.
Estes circuitos fechados facilitam a divulgação de informações e notícias falsas, fomentando preconceitos e ódio.
A proliferação das notícias falsas é expressão duma cultura que perdeu o sentido da verdade e sujeita os factos a interesses particulares.
A reputação das pessoas é comprometida através de processos sumários on-line.
O fenómeno diz respeito também à Igreja e seus pastores»[9].

90. Em um documento preparado por trezentos jovens de todo o mundo antes do Sínodo, indicava-se que «as relações on-line podem tornar-se desumanas.
Os espaços digitais não nos deixam ver a vulnerabilidade do outro e dificultam a reflexão pessoal.
Problemas como a pornografia distorcem a percepção que o jovem tem da sexualidade humana.
A tecnologia usada desta maneira cria uma realidade paralela ilusória que ignora a dignidade humana»[10].
A imersão no mundo virtual favoreceu uma espécie de «migração digital», isto é, um distanciamento da família, dos valores culturais e religiosos, que leva muitas pessoas para um mundo de solidão e auto-invenção chegando ao ponto de sentir a falta de raízes, embora fisicamente permaneçam no mesmo lugar.
A vida nova e transbordante dos jovens, que impele a buscar a afirmação da própria personalidade, enfrenta actualmente um novo desafio: interagir com um mundo real e virtual no qual se entra sozinho como num continente desconhecido.
Os jovens de hoje são os primeiros a fazer esta síntese entre o pessoal, o específico de cada cultura e o global. Mas isto requer que eles consigam passar do contacto virtual a uma comunicação boa e saudável.

Franciscus

Revisão da versão portuguesa por AMA


Notas:
[1] DF39.
[2] Ibid., 37.
[3] Cf. Francisco, Carta enc. Laudato si’ (24 de Maio de 2015), 106: AAS107 (2015), 889-890.
[4] DF37.
[5] Ibid., 67.
[6] Ibid., 21.
[7] Ibid., 22.
[8] Ibid., 23.
[9] Ibid., 24.
[10] Documento da Reunião Pré-sinodal de preparação para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (Roma 24 de Março de 2018), I, 4.

El reto del amor

Hoy el reto del amor es amar a quien tienes a tu lado.