Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
12/07/2020
O santo não nasce: forja-se
Tudo aquilo em que intervimos nós, os pobrezitos dos homens, mesmo a santidade, é um tecido
de pequenas coisas que segundo a intenção com que se fazem podem formar uma
tapeçaria esplêndida de
heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre
aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. Oxalá tenhas sempre em muito
apreço é a linha recta as coisas pequenas. (Caminho, 826)
O principal requisito que nos é pedido bem conforme com a nossa
natureza consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que
devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor
estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o
teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada
para nós. A santidade consiste nisto.
É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não
se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina
e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos
adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser
pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a
ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão
coerente sei que estás disposto a isso,
embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo deves ter
muito cuidado com os mais pequenos
pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando
com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase
sempre de pequenas realidades. (Amigos de Deus, nn 6–7)
Pequena agenda do cristão
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me:
Cultivar a Fé
São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
I.
EXPANSÃO DA IGREJA FORA DE JERUSALÉM
12 Execução de Tiago. Prisão de Pedro –
1
Por esse tempo, o rei Herodes maltratou alguns membros da Igreja. 2 Mandou
matar à espada Tiago, irmão de João, 3 e, vendo que tal procedimento agradara
aos judeus, mandou também prender Pedro. Decorriam os dias dos Ázimos. 4 Depois
de o mandar prender, meteu-o na prisão, entregando-o à guarda de quatro
piquetes, de quatro soldados cada um, na intenção de o fazer comparecer perante
o povo, a seguir à Páscoa. 5 Enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a
Igreja orava a Deus, instantemente, por ele. 6 Na noite anterior ao dia em que
Herodes contava fazê-lo comparecer, Pedro estava a dormir entre dois soldados,
bem preso por duas correntes, e diante da porta estavam sentinelas de guarda à
prisão. 7 De repente, apareceu o Anjo do Senhor e a masmorra foi inundada de
luz. O anjo despertou Pedro, tocando-lhe no lado e disse-lhe: «Ergue-te
depressa!» E as correntes caíram-lhe das mãos. 8 O anjo prosseguiu: «Põe o
cinto e calça as sandálias.» Pedro assim fez. Depois, disse-lhe: «Cobre-te com
a capa e segue-me.» 9 Pedro saiu e seguiu-o. Não se dava conta da realidade da
intervenção do anjo, pois julgava que era uma visão. 10 Depois de atravessarem
o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a
cidade, a qual se abriu por si mesma. Saíram, avançando por uma rua, e logo o
anjo se retirou de junto dele. 11 Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei
que o Senhor enviou o seu anjo e me arrancou das mãos de Herodes e de tudo o
que o povo judeu esperava.» 12 E, depois de reflectir, dirigiu-se a casa de
Maria, mãe de João, de sobrenome Marcos, onde numerosos fiéis estavam reunidos
a orar. 13 Bateu à porta da entrada, e uma serva chamada Rode veio atender. 14 Reconheceu
a voz de Pedro e, com alegria, em vez de abrir, correu a anunciar que Pedro se
encontrava em frente da porta. 15 «Estás louca!» disseram eles. Como ela
afirmava, sem hesitar, que era verdade, disseram: «É o seu anjo.» 16 Pedro,
entretanto, continuava a bater à porta. Eles abriram e, ao vê-lo, ficaram
estupefactos. 17 Fazendo-lhes sinal com a mão para se calarem, contou-lhes como
o Senhor o tinha tirado da prisão e acrescentou: «Mandai dizer tudo isto a
Tiago e aos irmãos.» Depois, retirou-se dali e foi para outro lugar. 18 Ao
romper do dia, grande foi o alvoroço entre os soldados. Que seria feito de
Pedro? 19 Como Herodes o tivesse mandado buscar e não o encontrassem, submeteu
os guardas a um interrogatório e mandou-os matar. Herodes deixou, em seguida, a
Judeia, desceu para Cesareia e por ali se demorou.
Morte de Agripa –
20
Herodes estava furioso com os habitantes de Tiro e de Sídon. Estes, de comum
acordo, apresentaram-se diante dele e, depois de terem ganhado Blasto,
camareiro do rei, à sua causa, pediram a paz, porque o seu país era abastecido
pelo rei. 21 No dia aprazado, Herodes, revestido com um traje real e sentado na
tribuna, dirigiu-lhes um grande discurso. 22 E o povo gritava: «É um deus que
fala, não é um homem!» 23 Mas, no mesmo instante, o Anjo do Senhor feriu
Herodes, por não ter dado glória a Deus. E, roído pelos vermes, expirou. 24 Entretanto,
a palavra de Deus crescia e multiplicava-se. 25 Barnabé e Saulo, depois de terem
cumprido a sua missão, regressaram de Jerusalém, levando consigo João, de
sobrenome Marcos.
"Christus
vivit": Exortação Apostólica aos Jovens
Capítulo
III
VÓS
SOIS O AGORA DE DEUS
Desejos,
feridas e buscas
81.
Os jovens reconhecem que o corpo e a sexualidade são essenciais para a sua vida
e para o crescimento da sua identidade.
Mas,
num mundo que destaca excessivamente a sexualidade, é difícil manter uma boa
relação com o próprio corpo e viver serenamente as relações afectivas.
Por
esta e outras razões, a moral sexual é frequentemente «causa de incompreensão e
afastamento da Igreja, pois é sentida como um espaço de julgamento e
condenação».
Ao
mesmo tempo, os jovens expressam de maneira explícita o desejo de se confrontar
sobre «as questões relativas à diferença entre identidade masculina e feminina,
à reciprocidade entre homens e mulheres, e à homossexualidade»[1].
82.
No nosso tempo, «os progressos da ciência e das tecnologias biomédicas incidem
fortemente na percepção do corpo, induzindo a pensar que se pode modificar sem
limites.
A
capacidade de intervir no DNA, a possibilidade de inserir elementos artificiais
no organismo (cyborg) e o desenvolvimento das neurociências constituem um
grande recurso, mas ao mesmo tempo levantam questões antropológicas e
éticas»[2].
Podem
levar-nos a esquecer que a vida é um dom, que somos seres criados e limitados,
podendo facilmente ser instrumentalizados por quem detém o poder
tecnológico[3].
«Além
disso, em alguns contextos juvenis, difunde-se a atracção por comportamentos de
risco como instrumento para se explorar a si mesmo, procurar emoções fortes e
obter reconhecimento. (…)
Estes
fenómenos, a que estão expostas as novas gerações, constituem um obstáculo para
o amadurecimento sereno»[4].
83.
Nos jovens, encontramos também, gravados na alma, os golpes recebidos, os
fracassos, as recordações tristes.
Muitas
vezes «são as feridas das derrotas da sua própria história, dos desejos
frustrados, das discriminações e injustiças sofridas, de não se ter sentido
amado ou reconhecido».
Além
disso, temos «as feridas morais, o peso dos próprios erros, o sentido de culpa
por ter errado»[5].
Jesus
faz-Se presente nestas cruzes dos jovens, para lhes oferecer a sua amizade, o
seu alívio, a sua companhia que cura, e a Igreja quer ser instrumento d’Ele
neste percurso rumo à cura interior e à paz do coração.
84.
Em alguns jovens, reconhecemos um desejo de Deus, embora não possua todos os
contornos do Deus revelado.
Noutros,
podemos vislumbrar um sonho de fraternidade, o que já não é pouco. Em muitos,
existe um desejo real de desenvolver as capacidades de que são dotados para
oferecerem algo ao mundo.
Nalguns,
vemos uma sensibilidade artística especial, ou uma busca de harmonia com a
natureza.
Noutros,
pode haver uma grande necessidade de comunicação.
Em
muitos deles, encontramos o desejo profundo de uma vida diferente.
Trata-se
de verdadeiros pontos de partida, energias interiores que aguardam,
disponíveis, uma palavra de estímulo, luz e encorajamento.
85.
O Sínodo tratou de maneira especial três temas de grande importância, cujas
conclusões desejo acolher textualmente, embora nos exijam ainda avançar numa
análise mais ampla e desenvolver uma capacidade de resposta mais adequada e
eficaz.
O
ambiente digital
86.
«O ambiente digital caracteriza o mundo actual. Grandes extensões da humanidade
vivem mergulhadas nele de maneira ordinária e contínua. Já não se trata apenas
de “usar” instrumentos de comunicação, mas de viver numa cultura amplamente
digitalizada que tem impactos muito profundos na noção de tempo e espaço, na
percepção de si mesmo, dos outros e do mundo, na maneira de comunicar,
aprender, obter informações, entrar em relação com os outros.
Uma
abordagem da realidade, que tende a privilegiar a imagem relativamente à escuta
e à leitura, influencia o modo de aprender e o desenvolvimento do sentido
crítico»[6].
87. A
internet e as redes sociais geraram uma nova maneira de comunicar e criar
vínculos, sendo «uma “praça” onde os jovens passam muito tempo e se encontram
facilmente, embora nem todos tenham acesso igual, particularmente em algumas
regiões do mundo. Em todo o caso, constituem uma oportunidade extraordinária de
diálogo, encontro e intercâmbio entre as pessoas, bem como de acesso à
informação e ao saber. Além disso, o mundo digital é um contexto de
participação sociopolítica e de cidadania activa, podendo facilitar a
circulação duma informação independente capaz de tutelar eficazmente as pessoas
mais vulneráveis, revelando as violações dos seus direitos.
Em
muitos países, a web e as redes sociais já constituem um lugar indispensável
para se alcançar e envolver os jovens nas próprias iniciativas e actividades
pastorais»[7].
88.
Mas, para entender este fenómeno na sua totalidade, é preciso reconhecer que
possui - como toda a realidade humana - limites e deficiências. Não é salutar
confundir a comunicação com o simples contacto virtual.
De
facto, «o ambiente digital é também um território de solidão, manipulação,
exploração e violência, até ao caso extremo da dark web.
Os
meios de comunicação digitais podem expor ao risco de dependência, isolamento e
perda progressiva de contacto com a realidade concreta, dificultando o
desenvolvimento de relações interpessoais autênticas.
Difundem-se
novas formas de violência através das redes sociais, como o cyberbullying; a
web é também um canal de difusão da pornografia e de exploração de pessoas para
fins sexuais ou através do jogo de azar»[8].
89.
Não se deve esquecer que «há interesses económicos gigantescos que operam no
mundo digital, capazes de realizar formas de controlo que são tão subtis quanto
invasivas, criando mecanismos de manipulação das consciências e do processo
democrático.
O
funcionamento de muitas plataformas acaba frequentemente por favorecer o
encontro entre pessoas com as mesmas ideias, dificultando o confronto entre as
diferenças.
Estes
circuitos fechados facilitam a divulgação de informações e notícias falsas,
fomentando preconceitos e ódio.
A
proliferação das notícias falsas é expressão duma cultura que perdeu o sentido
da verdade e sujeita os factos a interesses particulares.
A
reputação das pessoas é comprometida através de processos sumários on-line.
O
fenómeno diz respeito também à Igreja e seus pastores»[9].
90.
Em um documento preparado por trezentos jovens de todo o mundo antes do Sínodo,
indicava-se que «as relações on-line podem tornar-se desumanas.
Os
espaços digitais não nos deixam ver a vulnerabilidade do outro e dificultam a
reflexão pessoal.
Problemas
como a pornografia distorcem a percepção que o jovem tem da sexualidade humana.
A
tecnologia usada desta maneira cria uma realidade paralela ilusória que ignora
a dignidade humana»[10].
A
imersão no mundo virtual favoreceu uma espécie de «migração digital», isto é,
um distanciamento da família, dos valores culturais e religiosos, que leva
muitas pessoas para um mundo de solidão e auto-invenção chegando ao ponto de
sentir a falta de raízes, embora fisicamente permaneçam no mesmo lugar.
A
vida nova e transbordante dos jovens, que impele a buscar a afirmação da
própria personalidade, enfrenta actualmente um novo desafio: interagir com um
mundo real e virtual no qual se entra sozinho como num continente desconhecido.
Os
jovens de hoje são os primeiros a fazer esta síntese entre o pessoal, o
específico de cada cultura e o global. Mas isto requer que eles consigam passar
do contacto virtual a uma comunicação boa e saudável.
Franciscus
Revisão
da versão portuguesa por AMA
Notas:
[1] DF39.
[2] Ibid., 37.
[3] Cf. Francisco, Carta enc. Laudato si’ (24 de
Maio de 2015), 106: AAS107 (2015), 889-890.
[4] DF37.
[5] Ibid., 67.
[6] Ibid., 21.
[7] Ibid., 22.
[8] Ibid., 23.
[9]
Ibid., 24.
[10]
Documento da Reunião Pré-sinodal de preparação para a XV Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos (Roma 24 de Março de 2018), I, 4.
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