06/10/2020

Reflexão - Honestidade Radical

Trata-se de um programa, um desafio, para deixar de mentir. A "técnica" envolve os interessados a expor os seus sentimentos directamente e de forma tipicamente considerada a-política. Esta técnica é por vezes confundida pela pessoa sofrendo Autismo ou Asperges, devido à "brutal honestidade" do "mentor". Logo, nestes casos... Cuidado!

Bom... posto isto, pensar: Que me interessa tal coisa?
Eu... Não sou mentiroso!
Não? Nunca?
Bem...
Se, de facto, estou disposto a seguir em frente com a HONESTIDADE RADICAL, porque penso que me interessa sobremaneira - ou se é totalmente honesto ou não se é de todo - parece-me não ter opção.

Mas... onde "frequentar" o tal programa?
Respondo com "HONESTIDADE RADICAL": Dentro de mim próprio, "sem pêlo nem agravo", doa o que doer...

(AMA, reflexão, 2020)

Santo Rosário




MISTÉRIOS DOLOROSOS

Primeiro Mistério


Agonia de Jesus no horto

O meu Senhor retirou-se para rezar. Procurou a solidão no silêncio do fim do dia.
A Sua Humanidade sofria intensamente com a visão dos tormentos que se aproximavam.
Poderia Jesus ter suportado a flagelação, as vergastadas, os espinhos cravando-se na Sua cabeça, os pregos rasgando a carne, o horror do suplício da Cruz?
Estou certo que sim. Jesus era um homem perfeito e o sofrimento, por excessivo que fosse não deveria atemorizá-Lo de forma tão esmagadora.
Outros, por amor a Jesus Cristo, sofreram também horrores, tormentos inauditos de incrível crueldade e, ainda nos dias de hoje, continuam a sofrer e a dar as suas vidas pela fé que abraçaram..
Julgo que o atroz sofrimento de Jesus, no Horto das Oliveiras, nascia principalmente no Seu espírito, no Seu coração.
Ele tinha dado tudo quanto tinha para dar, oferecido todos os meios, apontado todos os caminhos e, agora, iam fazer pouco, escarnecê-Lo, violentá-Lo na Sua inteireza de homem bom e recto, iam negá-Lo como Filho de Deus, Deus verdadeiro feito homem.
Tudo isto, e muito mais, e não só nessa noite e no dia seguinte, mas depois, em todas as noites e todos os dias até ao final dos tempos.
Milhões de homens e mulheres que sempre O iriam negar, escarnecer, cuspir e crucificar outra vez. Que peso, Senhor, que peso incrível seria o conhecimento de tudo isto!
Ah! Meu Jesus, se ainda se salvassem todos os homens!
Se, apesar de tudo, essas almas conhecessem a Vida Eterna no seio de Deus Pai, como tinhas previsto e desejado desde o início dos tempos!
Mas não, Jesus, o que mais Te dói agora, neste fim de dia no Horto das Oliveiras, é que tantos milhões de homens e mulheres se percam eternamente.
Dói-te tanto, Senhor, não pelo Teu sacrifício ter sido inútil para esses, mas porque o Teu coração bondoso, a Tua misericórdia infinita, se entristece mortalmente com esse fim trágico dos Teus filhos.
Não foi isso que quisesTe.
Nunca desejas-Te outra coisa senão a eterna felicidade de todos os homens, que todos, absolutamente todos, se salvassem e pudessem estar conTigo, com o Pai, com o Espírito Santo, com a Tua Santíssima Mãe, com a legião de Anjos e Santos, por toda a eternidade.
Não tens, ali, a Tua Mãe extremosa, para Te amparar e dar consolo. Nesta hora tão triste, de certeza que o seu coração se contrai também na dor que não pode deixar de sentir em uníssono com o seu Filho.
Talvez, na casa onde pernoita, vele angustiada, esperando o horror que adivinha.
Decerto que Tu, Filho fiel, com todo o carinho e ternura lhe terás desvendado algo do que irá acontecer nas próximas horas.
Soube, antes que lho contasses, da tristeza que já Te invadia o coração, bastava-lhe olhar o rosto adorado do seu divino Filho para se aperceber do vendaval de emoções que nEle se chocavam.
Também ela, a Tua Santíssima Mãe, reza com fervor repetindo o “Fiat” que pronunciara trinta e três anos antes.
Punha nas mãos de Deus, Teu e seu Pai, toda a vida, toda a morte, todos os sofrimentos do seu Filho.
Tem confiança, tem esperança mas, sobretudo, sabe, que há-de voltar a ver-Te ressuscitado e glorioso.
Esta certeza, do sofrimento de Tua Mãe, junta-se às dores que Te partem o coração e tornam tão grande, tão incomensurável, a Tua dor, tens tanta pena, que suas sangue (Cfr Lc 22, 44) e, numa fraqueza momentânea, pedes a Teu Pai que afaste esse cálice. (Cfr. Mc 14, 36)
Por momentos, Senhor, a Tua humanidade tornou-se mais evidente. Mas logo, a Tua perfeição absoluta, reduziu a nada esse desejo legítimo, a esse desabafo: «não se faça o que Eu quero, senão o que Tu queres(Cfr. 14,36)
Também eu digo: Faça-se a Tua vontade, Deus e Senhor de tudo e de todas as coisas e não a minha vontade de homem!
A Tua dor, Senhor, é uma dor de amor que só pode ser mitigada com amor.
Posso eu, Senhor, ter sempre presente a Tua agonia enorme e inimaginável, ou estou sempre tão ocupado, tão absorvido, tão disperso que nem sequer sou capaz de estar conTigo uma simples hora do meu dia, inteiramente dedicada a Ti, fazendo-Te companhia, compartilhando a Tua dor, carregando um pouco do Teu sofrimento?
Minha Mãe Santíssima, ajuda-me a ter uma dor de amor tão completa que me faça despertar deste sono que me carrega o espírito e permanecer ao lado do teu divino Filho, vigilante e decidido a não ceder nem à dor nem ao cansaço.
Jesus, ajuda-me a acompanhar a Tua Santíssima Mãe e compartilhar com Ela estes Mistérios Dolorosos, animando-a e confortando-a na sua dor e angústia.
Sei que, Ela, a Tua e minha Santíssima Mãe, me ajudará – sempre – a sguir-Te em todos os caminhos que possa escolher porque, Ela, é o Caminho Seguro, para me conduzir a Ti e ao Pai.
Cor Maria Dulcissimo: Iter para tuto!

Seguro, confiante, sob o teu manto protector, não me enganarei na minha escolha.

(AMA, Santo Rosário, 1999)


Leitura espiritual Outubro 06


Cartas de São Paulo

1.ª Tessalonicenses

A evangelização de Tessalónica é a segunda etapa, depois de Filipos, do percurso de Paulo no continente europeu e da sua segunda viagem missionária (Outono de 49-Primavera de 52: Act 16,9; 17,1-9). Tessalónica fora fundada em 315 a.C. por Cassandro, general de Alexandre Magno, que lhe dera o nome de sua mulher, Tessalonike.
O poeta Antípatro canta a sua cidade como "mãe de toda a Macedónia". Em 146 a.C. foi elevada a capital da província romana da Macedónia.
Com um porto de mar importante e atravessada pela Via Egnácia, que estabelecia a ligação de Roma com a Ásia Menor, Tessalónica era um ponto de encontro entre o Ocidente e o Oriente e uma cidade cosmopolita, com uma multiplicidade de cultos, entre os quais o da sinagoga judaica.

PRIMEIRA CARTA

É a partir da sinagoga (Act 17,2) que Paulo inicia, com bons frutos, a evangelização de Tessalónica; mas a hostilidade judaica obriga-o a interrompê-la bruscamente (Act 17,5-9). Por isso, o Apóstolo deixa uma comunidade apenas constituída, sujeita às seduções do paganismo - de que proveio, na sua maioria (1,9) - e à perseguição. Daí a inquietação que manifesta pela sorte dos crentes (2,17; 3,1.5).

CONTEXTO
Com os seus companheiros, Paulo parte para Bereia; e depois, sozinho, para Atenas e Corinto, onde se lhe vêm juntar Silas, ou Silvano, e Timóteo (Act 18,5). Timóteo, entretanto, tinha sido enviado a Tessalónica (3,1) e traz boas notícias. É neste contexto que é escrita a 1.ª CARTA AOS TESSALONICENSES, provavelmente de Corinto e entre os anos 50 e 52.

TEOLOGIA A nível cronológico, esta Carta é o primeiro escrito do Novo Testamento, facto que lhe confere uma particular importância. É uma Carta colegial, quanto ao remetente e às características gerais (veja-se o uso do plural), e eclesial, nos seus destinatários e na sua função (5,27); prolonga a obra da evangelização, que não é de um só, mas colectiva.
A tonalidade dominante é pastoral: não há polémica, nem erros a corrigir. Com profundo reconhecimento a Deus por tudo o que Ele realiza, Paulo encoraja os cristãos a progredir. Revela uma grande intensidade afectiva, que é recíproca entre os missionários e os crentes. Nela sobressaem a gratidão, o entusiasmo, a confiança, a solicitude como de mãe e pai (2,7-8.11). E comunica ao leitor a generosidade e a grandeza de alma dos tempos iniciais, de fundação.

DIVISÃO E CONTEÚDO
I. Acção de graças (1,2-3,13), em 3 secções:
Saudação inicial (1,1)
Acção de graças pelo trabalho dos missionários e pela resposta dos tessalonicenses (1,2-2,16).
Missão de Timóteo, cujo êxito suscita reconhecimento a Deus (2,17-3,10).
Voto final (3,11-13).
II. Prática cristã "no Senhor Jesus Cristo" (4,1-5,24), em 4 secções:
Dois aspectos fundamentais da vida cristã: santificação e caridade (4,1-12).
Dois aspectos da expectativa escatológica: os mortos antes da parusia e o Dia do Senhor (4,13-5,11).
Outros conselhos úteis à vida cristã (5,12-22).
Voto final (5,23-24).
Saudação final (5,25-28).

Amigos de Deus

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Oração viva

Levantar-me-ei e percorrerei a cidade: pelas ruas e praças procurarei aquele que amo...  E não apenas a cidade; correrei o mundo de lés a lés - por todas as nações, por todos os povos, por carreiros e atalhos - para conquistar a paz da minha alma. E descubro-a nas ocupações diárias, que não me servem de estorvo; que são - pelo contrário - o caminho e a ocasião de amar cada vez mais e de cada vez mais me unir a Deus”.

E quando a tentação do desânimo, dos contrastes, da luta, da tribula­ção, de uma nova noite da alma nos ataca -violenta -, o salmista põe-nos nos lábios e na inteligência aquelas palavras: “Estou com Ele no tempo da adversidade”.
Jesus, perante a Tua Cruz, que vale a minha; perante as Tuas feridas, os meus arranhões?
Perante o Teu Amor imenso, puro e infinito, que vale o minúsculo fardo que Tu colocaste sobre os meus ombros?
E os vossos corações e o meu enchem-se de uma santa avidez, confessando-Lhe - com obras - que morremos de Amor.

Nasce uma sede de Deus, uma ânsia de compreender as Suas lágrimas; de ver o Seu sorriso, o Seu rosto...
Julgo que o melhor modo de o exprimir é voltar a repetir, com a Escritura: como o veado deseja a fonte das águas, assim a minha alma te anela, ó meu Deus!
E a alma avança, metida em Deus, endeusada: o cristão tornou-se um viajante sedento, que abre a boca às águas da fonte.

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Com esta entrega, o zelo apostólico ateia-se, aumenta dia-a-dia - pegando esta ânsia aos outros - porque o bem é difusivo.
Não é possível que a nossa pobre natureza, tão perto de Deus, não arda em desejos de semear no mundo inteiro a alegria e a paz, de regar tudo com as águas redentoras que brotam do lado aberto de Cristo, de começar e acabar todas as tarefas por Amor.

Falava antes de dores, de sofrimentos, de lágrimas.
E não me contradigo se afirmo que, para um discípulo que procura amorosamente o Mestre, é muito diferente o sabor das tristezas, das penas, das aflições: desaparecem imediatamente, quando aceitamos deveras a Vontade de Deus, quando cumprimos com gosto os Seus desígnios, como filhos fiéis, ainda que os nervos pareçam rebentar e o suplício pareça insuportável.

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Vida corrente

Interessa-me afirmar novamente que não me refiro a um modo extra­ordinário de viver cristãmente.
Que cada um de nós medite no que Deus realizou por ele e como tem correspondido.
Se formos valentes neste exame pessoal, perceberemos o que ainda nos falta.
Ontem comovi-me ao saber de um catecúmeno japonês que ensinava o catecismo a outros que ainda não conheciam Cristo.
E envergonhava-me.
Precisamos de mais fé, de mais fé!
E, com a fé, a contemplação.

Recordem com calma aquela divina advertência, que enche a alma de inquietação e, ao mesmo tempo, Lhe traz sabores de favo de mel: “redemi te, et vocavi te nomine tuo: meus es tu redimi-te e chamei-te pelo teu nome: És meu!
Não roubemos a Deus o que é Seu.
Um Deus que nos amou até ao ponto de morrer por nós, que nos escolheu desde toda a eternidade, antes da criação do mundo, para sermos santos na sua presença: e que continuamente nos oferece ocasiões de purificação e de entrega.

Se porventura ainda tivéssemos alguma dúvida, receberíamos outra prova dos Seus lábios: «não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi a vós», para que possais ir longe e dar fruto; e permaneça abundante esse fruto do vosso trabalho de almas contemplativas.

Portanto, fé, fé sobrenatural!
Quando a fé fraqueja, o homem tende a imaginar Deus como se estivesse longe, sem se preocupar com os seus filhos.
Pensa na religião como em algo de justaposto, de exterior à vida, que usa quando não há outro remédio; espera, não se sabe porquê, manifestações aparatosas, acontecimentos insólitos.
Quando a fé vibra na alma, descobre-se, pelo contrário, que os passos do cristão não se separam da sua vida humana corrente e habitual.
E que esta santidade grande, que Deus nos exige, se encerra aqui e agora, nas pequenas coisas de cada dia.

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Agrada-me falar de caminho, porque somos caminhantes, dirigimo-nos para a casa do Céu, para a nossa Pátria.
Mas reparemos que um caminho, mesmo que um ou outro trecho apre­sente dificuldades especiais, mesmo que alguma vez nos obrigue a passar a vau um rio ou a atravessar um pequeno bosque quase impenetrável, habitualmente é simples, sem surpresas.
O perigo é a rotina: supor que nisto, no que temos de fazer em cada instante, não está Deus, porque é tão simples, tão vulgar!

Iam os dois discípulos para Emaús.
O seu caminhar era normal, como o de tantas outras pessoas que transitavam por aquelas paragens.
E aí, com naturalidade, aparece-Lhes Jesus e vai com eles, com uma conversa que diminui a fadiga.
Imagino a cena: Já bem adiantada a tarde.
Sopra uma brisa suave.
De um lado e de outro, campos semeados de trigo já crescido e as velhas oliveiras com os ramos prateados pela luz indecisa...

Jesus, no caminho!
Senhor, que grande és Tu sempre!
Mas comoves-me quando te rebaixas para nos acompanhares, para nos procurares na nossa lida diária.
Senhor, concede-nos a ingenuidade de espírito, o olhar limpo, a mente clara, que permitem entender-Te, quando vens sem nenhum sinal externo da Tua glória.

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Termina o trajecto ao chegar à aldeia e aqueles dois que - sem o saberem - tinham sido feridos no fundo do coração pela palavra e pelo amor do Deus feito homem, têm pena de que Ele se vá embora. Porque Jesus despede-se como quem vai para mais longe.
Nosso Senhor nunca se impõe.
Quer que O chamemos livremente, desde que entrevimos a pureza do Amor que nos meteu na alma.
Temos de O deter à força e pedir-Lhe: «fica connosco, porque é tarde e já o dia está no ocaso, cai a noite».

Somos assim: sempre pouco atrevidos, talvez por falta de sinceridade, talvez por pudor.
No fundo pensamos: Fica connosco, porque as trevas nos rodeiam a alma e só Tu és luz, só Tu podes acalmar esta ânsia que nos consome!
Porque entre as coisas belas, honestas, não ignoramos qual é a pri­meira: possuir sempre Deus.

E Jesus fica.
Abrem-se os nossos olhos como os de Cléofas e os do companheiro, quando Cristo parte o pão; e, mesmo que Ele volte a desaparecer da nossa vista, também seremos capazes de empreender de novo a marcha - anoitece - para falar d'Ele aos outros; porque tanta alegria não cabe num só coração.

Caminho de Emaús.
O nosso Deus encheu este nome de doçura. E Emaús é o mundo inteiro, porque Nosso Senhor abriu os caminhos divinos da terra.

315 
       
Com os Santos Anjos

Peço a Nosso Senhor que, durante a nossa permanência neste chão da terra, nunca nos afastemos do caminhante divino.
Para isso aumentemos também a nossa amizade com os Santos Anjos da Guarda.
Todos necessitamos de muita companhia: companhia do Céu e da terra. Sejamos devotos dos Santos Anjos!
A amizade é muito humana, mas também é muito divina; tal como a nossa vida, que é divina e humana.
Temos presente o que diz Nosso Senhor?
«Já não vos chamo servos, mas amigos».
Ensina-nos a ter confiança com os amigos de Deus, que já moram no Céu e com as criaturas que convivem connosco, mesmo com as que parecem afastadas de Nosso Senhor, para as atrair ao bom caminho.

Terminarei repetindo com São Paulo aos Colossenses: “não cessamos de orar por vós e de pedir a Deus que alcanceis pleno conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, sabedoria que nasce da oração, da contemplação, da efusão do Paráclito na alma. A fim de que tenhais uma conduta digna de Deus, agradando-Lhe em tudo, produzindo frutos de toda a espécie de boas obras e crescendo na ciência de Deus; confortados com toda a fortaleza pelo poder da sua graça, para ter sempre uma perfeita paciência e longanimidade acompanhada de alegria; dando graças a Deus Pai, que nos fez dignos de participar da sorte dos santos, iluminando-nos com a sua luz; que nos arrebatou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado”.

316  
      
Que a Mãe de Deus e nossa Mãe nos proteja a fim de que cada um de nós possa servir a Igreja na plenitude da fé, com os dons do Espírito Santo e com a vida contemplativa.
Cada um, realizando os deveres que lhe são próprios; cada um no seu ofício e profissão e no cumprimento das obrigações do seu estado, honre o Senhor com alegria.

Amemos a Igreja, sirvamo-la com a alegria consciente de quem soube decidir-se a esse serviço por Amor.
E se virmos que alguém anda sem esperança, como os dois de Emaús, aproximemo-nos com fé - não em nome próprio, mas em nome de Cristo - para lhe assegurarmos que a promessa de Jesus não pode falhar, que Ele vela sempre pela sua Esposa: que não a abandona.
Que as trevas passarão, porque somos filhos da luz e estamos chama­dos a uma vida perdurável.

E Deus enxugará dos seus olhos todas as lágrimas, já não haverá morte, nem pranto, nem gritos; não haverá mais dor, porque as primeiras coisas passaram.
E disse o que estava sentado no trono: “eis que renovo tudo. E indicou-me: escreve, porque todas estas palavras são digníssimas de fé e verdadeiras. E continuou: isto é um facto. Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim. Àquele que tiver sede dar-Lhe-ei de beber gratuitamente da fonte da água da vida. Quem vencer possuirá todas estas coisas e eu serei seu Deus e ele será meu filho”.

          


Penitência é atender os que sofrem


Esta é a receita para o teu caminho de cristão: Oração, penitência, trabalho sem descanso, com um cumprimento amoroso do dever. (Forja, 65)

E se agora não te ocorre como responder concretamente aos apelos divinos que se fazem ouvir no teu coração, ouve-me bem.
Penitência é o cumprimento exacto do horário que te fixaste, mesmo que o corpo resista ou a mente pretenda evadir-se com sonhos quiméricos. Penitência é levantares-te pontualmente. E também, não deixar para mais tarde, sem motivo justificado, essa tarefa que te é mais difícil ou custosa.
A penitência está em saber compaginar as tuas obrigações relativas a Deus, aos outros e a ti próprio, exigindo-te, de modo que consigas encontrar o tempo necessário para cada coisa. És penitente quando te submetes amorosamente ao teu plano de oração, apesar de estares cansado, sem vontade ou frio. (Amigos de Deus, 138)

Pequena agenda do cristão




TeRÇa-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

salmo ii

Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient. 
Quare fremerunt gentes et populi meditati sunt inania?
Astiterum reges terrae et principes convenerunt in unum adversus Dominum et adversus christum eius.
Dirumpamus vincula eorum et proiciamos a nobis iugum ipsorum.
Qui habitabit in caelis, irridebit eos, Dominus subsanabit eos.
Ego autem constitui regem meum super sion montem sanctum meum.
Praedicabo decretum eius Dominus dixit ad me: filius meus es tu; ego hodie genui te.
Postula a me, et dabo tibi gentes hereditatem tuam et possessionem tuam terminos terrae.
Reges eos in virga ferrea et tamquam vas figuli confringes eos.
Et nunc, reges, intelegite, erudimini, qui indicatis terram.
Servite Domino in timore et exultate ei cum tremore.
Apprehendite disciplinam ne quando irascatur et pereatis via, cum exarcerit in brevi ira eius.
Beati omnes qui confident in eo.
Gloria Patri...
Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient.
Oremus:
Omnipotens et sempiterne Deus qui in dilecto Filio Tuo universorum rege omnia instaurare voluisti concede propitius ut cunctae familiae gentium pecati vulnere disgregatae eius suavissimo subdantur imperio: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Exame Pessoal

Sabes Senhor, qual é, talvez a minha maior fraqueza? É pensar em demasiado mim, nos meus problemas, nas minhas tristezas, naquilo que me acontece e no que gostaria me acontecesse. Nas voltas e reviravoltas que dou sobre mim mesmo, sobre a minha vida.
E os outros? Sim, os outros que rezam por mim, que se interessam por mim, que têm paciência para comigo, que me desculpam as minhas faltas e as minhas fraquezas, que estão sempre prontos a ouvir-me a atender-me, que não se importam de esperar que eu os compense pelo bem que me fazem, que não me pressionam para que pague o que me emprestam, que não me criticam nem julgam com a severidade que mereço.
Ajuda-me Senhor, a ser, pelo menos reconhecido e a devolver o bem que recebo e, além disso a não julgar, a não emitir opinião, critica ou conceito, vendo nos outros, a maior parte das vezes, os defeitos e fraquezas que eu próprio possuo.[i]

Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de estar aqui, mergulhado nos meus problemas, girando à volta de mim mesmo, concentrado apenas no que me diz respeito. Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos somos também herdeiros, convém, portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.[ii]

Noverim me

Oh Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me, Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade.
Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu Pai e Senhor, do Anjo da Minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.[iii]
   
Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo o que me afaste de Ti.
Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxime de Ti
Meu Senhor e meu Deus, desapega-me de mim mesmo, para que eu me dê todo a ti.
Eu sei que podeis tudo e que, para Vós, nenhum projecto é impossível.[iv]

Faz-me santo, meu Deus, ainda que seja à força.[v]

Nada te perturbe / nada te atemorize Tudo passa / Deus não muda A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem Nada falta / só Deus basta.[vi]