11/07/2015

O que pode ver em NUNC COEPI em Jul 11

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São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Mt 19 27-29, Amigos de Deus (S. Josemaria), São Josemaria Escrivá

Aborto, Defesa da vida

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Quest 31- Art 1,São Tomás de Aquino


Agenda Sábado

Pequena agenda do cristão



SÁBADO


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Defesa da vida


.../1

O aborto não é uma saída, e sim entrada para um caminho cheio de sofrimento.

"Abortei por achar que não estava preparada para ser mãe. Hoje posso resumir tudo como egoísmo puro."

Decidi escrever o meu depoimento porque finalmente encontrei o começo da paz e do perdão que tanto buscava, desde que, há um ano, optei pela decisão "mais fácil", "mais cómoda", a que "afectaria menos pessoas" e que acabou prejudicando a pessoa a quem mais amei até agora: o meu próprio filho.

Há um ano, o meu namorado e eu, que estamos juntos há 7 anos, descobrimos que estávamos esperando um filho.
Engravidei depois de deixar de tomar anti-concepcionais, por motivos de saúde. Foi uma notícia que me deixou apavorada.
Eu achava que ia enlouquecer, e não era por ser uma adolescente de 15 ou 20 anos; eu já tinha 26, era formada, assim como meu namorado. Simplesmente senti que não poderia arcar com aquela responsabilidade, que não estava preparada, que não poderia dar tudo o que gostaria ao meu primeiro filho.

Mas hoje posso resumir tudo em egoísmo puro.


(cont)

Tratado da vida de Cristo 17

Questão 31: Da concepção do Salvador quanto à matéria de que o Seu corpo foi concebido

Em seguida devemos tratar da própria concepção do Salvador. Primeiro, quanto à matéria da qual o seu corpo foi concebido. Segundo, quanto ao autor da concepção. Terceiro, quanto ao modo e à ordem da concepção.


Art. 1 — Se a carne de Cristo foi tomada de Adão.
Art. 2 — Se Cristo tomou a sua carne da raça de Davi.
Art. 3 — Se a genealogia de Cristo foi bem discriminada pelos Evangelistas.
Art. 4 — Se a matéria do corpo de Cristo devia ser tomada de uma mulher.
Art. 5 — Se a carne de Cristo foi concebida do sangue mais puro da Virgem.
Art. 6 — Se uma parte determinada do corpo de Cristo existiu em Adão e nos outros patriarcas.
Art. 7 — Se a carne de Cristo foi contaminada do pecado, nos antigos patriarcas.
Art. 8 — Se Cristo foi dizimado na pessoa de Abraão.

Art. 1 — Se a carne de Cristo foi tomada de Adão.

O primeiro discute-se assim. — Parece que a carne de Cristo não foi tomada de Adão.

1. — Pois, diz o Apóstolo: O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem, do céu, celestial. Ora, o primeiro homem foi Adão; o segundo é Cristo. Logo, Cristo não descende de Adão, mas teve uma origem distinta dele.

2. Demais. — A concepção de Cristo devia ser miraculosa por excelência. Ora, maior milagre foi formar o corpo do homem do limo da terra, do que de uma matéria humana, tirada de Adão. Logo, parece que não era conveniente Cristo tirar a sua carne, de Adão. Portanto, parece que o corpo de Cristo não devia ser formado da massa do género humano derivada de Adão, mas de uma outra matéria.

3. Demais. — O pecado entrou neste mundo por um homem, isto é, por Adão, porque todas as gentes nele pecaram originalmente, como está claro no Apóstolo. Mas, se o corpo de Cristo tivesse sido tomado de Adão, também ele teria estado originalmente em Adão, quando este pecou. Logo, teria contraído o pecado original. O que não condizia com a pureza de Cristo. Logo, o corpo de Cristo não foi formado da matéria tirada de Adão.

Mas, em contrário, diz o Apóstolo: Ele, isto é, o Filho de Deus, em nenhum lugar tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Ora, a descendência de Abraão foi originada em Adão. Logo, o corpo de Cristo foi formado de matéria tomada de Adão.

Cristo assumiu a natureza humana para purificá-la da sua corrupção. Ora, a natureza humana não precisava de purificação senão porque estava contaminada pela origem viciada da sua descendência de Adão. Por isso foi conveniente que Cristo tomasse uma carne derivada de Adão, de modo que a própria natureza fosse curada por essa assunção.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Diz-se que o segundo homem, isto é, Cristo procedia do céu, não quanto à matéria do seu corpo, mas, ou quanto sua à virtude formativa, ou também quanto à sua própria divindade. Pois, quanto à matéria, o corpo de Cristo era terreno, como o foi o de Adão.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Como dissemos, o mistério da Encarnação de Cristo é um facto milagroso, não como ordenado à confirmação da fé, mas como um artigo de fé. Por isso, esse mistério não precisa de ser contado entre os maiores milagres, como o hão-de ser os milagres feitos para a confirmação da fé. Mas, devemos descobrir nele uma conveniência maior com a divina sabedoria e mais expediente à salvação humana, o que é necessário a tudo o que é objecto de fé. Já podemos dizer que no mistério da Encarnação não consideramos o milagre relativamente à matéria da concepção, mas sobretudo quanto ao modo da concepção e do parto, isto é, por ter sido uma virgem a que concebe e deu à luz a Deus.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como se disse, o corpo de Cristo existiu em Adão pela sua origem material, isto é, porque a própria matéria do corpo de Cristo foi derivada de Adão. Mas nele não existiu pela origem seminal, pois não foi gerado do sémen humano. Por isso não contraiu o pecado original, como os outros homens, derivados de Adão por via de origem seminal.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Evangelho, comentário, L. Espiritual




Tempo comum XIV Semana


Evangelho: Mt 19, 27-29

». 27 Então Pedro, tomando a palavra, disse-Lhe: «Eis que abandonámos tudo e Te seguimos; qual será a nossa recompensa?». 28 Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo que, no dia da regeneração, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da Sua glória, vós, que Me seguistes, também estareis sentados sobre doze tronos, e julgareis as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que deixar a casa, ou os irmãos ou irmãs, ou o pai ou a mãe, ou os filhos, ou os campos, por causa do Meu nome, receberá cem vezes mais e possuirá a vida eterna.

Comentário:

Alguns pretendem envolver numa capa de “mistério” estas palavras de Jesus Cristo: «Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.»

E, afinal, a explicação afigura-se bem simples: Não há um tempo específico de conversão mas apenas aquele em respondemos ao convite do Senhor para O seguir!

Jesus Cristo chama cada um individualmente num tempo e numa circunstância que Ele escolhe.

E se não respondemos com inteira liberdade e inteira entrega poderemos ter perdido a oportunidade da nossa vida.

Acreditamos, contudo, que o Senhor não Se afasta de nós e muito provavelmente voltará a desafiar-nos a segui-lo.

Não esqueçamos o que Ele disse a Santa Teresa de Jesus: «Teresa… Eu quis mas, os homens não quiseram…»

(ama, comentário sobre Mt 19, 27-29, 2015.06.19)



Leitura espiritual



São Josemaria Escrivá

Amigos de Deus

101
         
Ouvimos falar de soberba e talvez pensemos numa atitude despótica e avassaladora, com grande barulho de vozes que aclamam o triunfador que passa, como um imperador romano, debaixo dos altos arcos, inclinando a cabeça, pois teme que a sua fronte gloriosa toque o alvo mármore...

Sejamos realistas.
Este tipo de soberba só tem lugar numa fantasia louca.
Temos de lutar contra outras formas mais subtis, mais frequentes: o orgulho de preferir a própria excelência à do próximo; a vaidade nas conversas, nos pensamentos e nos gestos; uma susceptibilidade quase doentia, que se sente ofendida com palavras ou acções que não são de forma alguma um agravo...
Tudo isto, sim, pode ser, é uma tentação corrente.
O homem considera-se a si mesmo como o sol e o centro dos que estão ao seu redor.
Tudo deve girar em torno dele.
Por isso, não raramente acontece que ele recorre, com o seu afã mórbido, à própria simulação da dor, da tristeza e da doença: para que os outros se preocupem com ele e o mimem.

A maior parte dos conflitos que se apresentam na vida interior de muitas pessoas, fabrica-os a imaginação: é que disseram isto ou aquilo, são capazes de pensar aqueloutro, não me consideram...
E essa pobre alma sofre, graças à sua triste fatuidade, com suspeitas que não são reais.
Nessa aventura desgraçada, a sua amargura é contínua e procura desassossegar os outros, porque não sabe ser humilde, porque não aprendeu a esquecer-se de si mesmo para se entregar, generosamente, ao serviço dos outros por amor de Deus.

102
         
Um burrico por trono

Recordemos de novo o Evangelho e olhemos o nosso modelo, Cristo Jesus.

Tiago e João, por intermédio de sua mãe, pediram a Cristo para se sentarem um à sua direita e outro à sua esquerda.
Os outros discípulos indignam-se.
E o que é que responde nosso Senhor?
Quem quiser ser o maior, há-de ser vosso criado; e quem de entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos.
Porque também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a Sua vida para redenção de muitos.

Noutra ocasião, a caminho da Cafarnaúm, Jesus ia talvez - como noutras jornadas - à frente de todos.
E quando já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: de que vínheis vós discutindo pelo caminho?
Eles, porém, calaram-se; porque no caminho tinham discutido entre si - uma vez mais - qual deles era o maior.
Então, sentando-se, chamou os doze e disse-lhes: se alguém quer ser o primeiro, faça-se o último de todos e o servo de todos.
E, tomando um menino, pô-lo no meio deles e, depois de o abraçar, disse-lhes: Todo o que receber um destes meninos em meu nome, a mim recebe, e todo o que me receber a mim, não só me recebe a mim, mas também àquele que me enviou.

Não vos encanta este modo de proceder de Jesus?
Ensina-lhes a doutrina e, para que a entendam, dá-lhes um exemplo vivo.
Chama um menino, daqueles que estariam a correr pela casa, e estreita-o contra o seu peito.
Este silêncio eloquente de Nosso Senhor!
Já disse tudo: Ele ama os que se fazem como meninos.
Em seguida, acrescenta que o resultado desta simplicidade, desta humildade de espírito é poder abraçá-lo a Ele e ao Pai que está nos Céus.

103 
       
Quando se aproxima o momento da sua Paixão e Jesus quer mostrar de um modo gráfico a sua realeza, entra triunfalmente em Jerusalém, montado num burrico!
Estava escrito que o Messias havia de ser um rei de humildade: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei vem a ti manso, montado sobre uma jumenta e o jumentinho, filho da que leva o jugo.

Agora, na Última Ceia, Cristo preparou tudo para se despedir dos seus discípulos, enquanto estes se envolviam pela centésima vez na disputa sobre quem seria o maior desse grupo escolhido.
Jesus levantou-se da mesa, depôs o seu manto e, pegando numa toalha, cingiu-se.
Depois lançou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a limpar-lhos com a toalha com que estava cingido.

Pregou de novo com o exemplo, com obras.

Diante dos discípulos, que discutiam por motivos de soberba e de vanglória, Jesus inclina-se e cumpre gostosamente o trabalho próprio de um servo.

Depois, quando volta para a mesa, comenta:
Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. Se eu, pois, que sou o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, deveis também lavar-vos os pés uns aos outros.

A mim comove-me esta delicadeza do nosso Cristo, porque não afirma: se eu faço isto, quanto mais deveis fazer vós!
Coloca-se ao mesmo nível, não coage: fustiga amorosamente a falta de generosidade daqueles homens.

Como aos primeiros doze, o Senhor também nos pode insinuar a nós, como de facto nos insinua continuamente: exemplum dedi vobis, dei-vos exemplo de humildade.
Converti-me em servo, para que vós saibais, com coração manso e humilde, servir todos os homens.

104
        
Frutos da humildade

Quanto maior és, mais te deves humilhar em todas as coisas, e acharás graça diante de Deus.
Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca.
Ele humilha a altivez do soberbo, mas salva os humildes. Ele liberta o inocente, que pela pureza das suas mãos será resgatado.
A infinita misericórdia do Senhor não tarda em vir socorrer quem o chama com humildade.
E então actua como quem é: como Deus omnipotente.
Ainda que haja muitos perigos, ainda que a alma pareça acossada, ainda que se encontre cercada por todos os lados pelos inimigos da sua salvação, não perecerá.
E isto não é apenas tradição doutros tempos, pois continua a acontecer agora.

105
         
Ao ler a epístola de hoje, via Daniel metido entre aqueles leões famintos e, sem pessimismo - não posso dizer que qualquer tempo passado foi melhor, porque todos os tempos foram bons e maus - considerava que também nos momentos actuais andam muitos leões à solta e que nós temos de viver neste ambiente.
Leões que procuram a quem possam devorar: tamquam leo rugiens circuit quaerens quem devoret.

Como evitaremos essas feras?

Talvez não nos aconteça o mesmo que a Daniel.
Eu não sou milagreiro, mas amo a grandiosidade de Deus e entendo que lhe teria sido mais fácil aplacar a fome do profeta ou pôr-lhe algum alimento na sua frente.
Mas não o fez.
Preferiu que Habacuc, outro profeta, fosse transportado milagrosamente da Judeia para lhe levar a comida.
Não se importou de fazer um grande prodígio, porque Daniel não se encontrava naquele poço por mero acaso, mas por ser servidor de Deus e destruidor de ídolos, devido a uma injustiça dos sequazes do diabo.

Nós, sem manifestações espectaculares, com a normalidade da vida cristã corrente, com uma sementeira de paz e de alegria, temos também de destruir muitos ídolos: o da incompreensão, o da injustiça, o da ignorância, o da pretensa suficiência humana que volta com arrogância as costas a Deus.


Não vos assusteis nem temais nada, mesmo que as circunstâncias em que trabalheis sejam tremendas, piores que as de Daniel no fosso com aqueles animais vorazes.
As mãos de Deus continuam a ser igualmente poderosas e, se fosse necessário, fariam maravilhas.
Sede fiéis!
Com uma fidelidade amorosa, consciente, alegre, à doutrina de Cristo, persuadidos de que os anos de agora não são piores do que os dos outros séculos e de que o Senhor é o mesmo de sempre.

Conheci um sacerdote já ancião, que afirmava, sorridente, de si mesmo: eu estou sempre tranquilo, tranquilo.
E assim temos de nos encontrar sempre nós, metidos no mundo, rodeados de leões famintos, mas sem perder a paz: tranquilos!
Com amor, com fé, com esperança, sem esquecer jamais que, se for conveniente, o Senhor multiplicará os milagres.

(cont)