04/07/2019

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Santa Isabel de Portugal

Evangelho: Mt 9, 1-8

1 Naquele tempo, Jesus subiu para um barco, atravessou o mar e foi para a cidade de Cafarnaum. 2 Apresentaram-Lhe então um paralítico que jazia numa enxerga. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, tem confiança; os teus pecados estão perdoados». 3 Alguns escribas disseram para consigo: «Este homem está a blasfemar». 4 Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: «Porque pensais mal em vossos corações? 5 Na verdade, que é mais fácil: dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 6 Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, ‘Levanta-te – disse Ele ao paralítico – toma a tua enxerga e vai para casa’. 7 O homem levantou-se e foi para casa. 8 Ao ver isto, a multidão ficou cheia de temor e glorificava a Deus por ter dado tal poder aos homens.

Comentário:

Há como que uma aura de excepcional grandeza em todo este episódio que São Lucas também relata embora com maior detalhe.

Grandeza, desde logo pela demonstração de amizade dos companheiros do paralítico, também pela docilidade deste em deixar-se conduzir sem receio ou respeito humano pelo insólito da situação.

Grandeza pela lição que, como sempre, o Senhor dá aos circunstantes numa catequese alicerçada no exemplo, confirmada pela acção.

(AMA, comentário sobre Mt 9, 1-8, 06.07.2017)




Leitura espiritual


Sobre a Leitura espiritual 1

Esta prática da leitura espiritual diária é muito aconselhada pelos directores espirituais.
É um momento de calma e tranquilidade que nos pacifica e  faz com que possamos reflectir com mais facilidade.
Juntamente com o  Evangelho diário deverá ter um tempo aproximado de quinze minutos. Assim, com estas duas práticas teremos um tempo aproximado de trinta minutos.
Evidentemente que tanto a leitura do Evangelho como a própria leitura espiritual são para ser lidas pausadamente meditando no que se lê e, muito provavelmente guardando no coração esses mesmos pensamentos.
Seguramente que ao longo do dia nos serão de grande ajuda e auxílio.


A leitura espiritual  não é senão algo que alguém meditou e que achou por bem pôr por escrito para servir outros.
A vida dos Santos pode servir de leitura espiritual mas penso que estas embora normalmente ricas em bons exemplos têm características mais do tipo biográfico que podem desviar a atenção. 
Por isso julgo que a leitura espiritual deve ser mais ou menos como a oração mental e ajudará muito nesta prática.
Não interessa muito a extensão do livro ou escrito que estamos a utilizar. Para o efeito podem muito bem ser compilações de pensamentos, reflexões etc. sobre os assuntos que interessam à nossa alma e, sobretudo, à nossa formação cristã.

Dez ou quinze minutos de leitura espiritual diária contarão no fim do ano mais de quinhentas horas que nos enriqueceram e fizeram progredir na nossa cultura religiosa e na consolidação da nossa fé cristã. 

Talvez que seja útil não utilizar um livro completo sobre um determinado tema mas ir alternando com outros textos cujos temas variam entre si.

Explico:

Estar a ler todos os dias um livro cujo tema de fundo seja a Esperança, pode tornar-se cansativo ou, até, monótono, daí que intercalar uns dias com, por exemplo, temas do Magistério, discursos do Santo Padre, pode tornar a Leitura Espiritual mais viva e interessante.

Ao mesmo tempo o nosso director espiritual ponderando circunstâncias particulares que estamos a viver em determinado período pode aconselhar uma leitura que vá mais ao encontro do que nos convém.
Aliás e muito conveniente ouvir previamente o que ele tem para nos dizer sobre o assunto.

Não convém ter ilusões a este respeito supondo que qualquer escrito de cariz espiritual nos pode ser útil, fazer bem.
Corremos o risco de não entender muito do que lemos e, não entendendo que fruto se colhe?

A formação espiritual deve começar como todas as coisas: pelo princípio, pelo básico estruturando o espírito de forma consistente e segura.
Depois o caminho vai evoluindo num progresso natural que surge como uma necessidade de aperfeiçoamento e melhoria  espiritual que nos impele para assuntos mais exigentes no que respeita à sua compreensão e, sobretudo, ao aproveitamento prático para a nossa vida espiritual.

(Evidentemente que a vida do ser humano tem sempre uma componente espiritual)

Precisamente o que mais nos distingue dos outros seres é o espírito,  isto é a alma que  é com o que o selo indelével que o Criador garante não só a Sua criação como a Sua propriedade plena e absoluta.

É naturalmente este espírito que constantemente se interroga, sente desejos de saber mais, compreender melhor.

E como obter este desiderato a não ser pelo estudo, interrogação e desejo sincero de conhecer?

Não aceitamos submeter-nos a uma cirurgia complexa  se não temos um mínimo de certeza que o médico que vai  intervir não tiver qualquer aptidão para a praticar.
Haverá algo mais complexo que a vida humana?
E essa complexidade não requer  - para nosso bem - cuidados e assistência prestados por quem tem capacidades para tal?

O Senhor avisou várias vezes:
Cuidado com os falsos profetas.
Atentai nos lobos vestidos com pele de cordeiro!

Temos de ser prudentes e cuidar muito bem das nossas escolhas.
Não tenhamos dúvida que há gente que sabe muito bem como manipular uma consciência e levá-la por onde não convém.
Quem tenta seriamente progredir na vida espiritual pode estar certo de um especial empenho do demónio em levantar toda a espécie de artimanhas e dificuldades para o afastar desse propósito.
O Anjo da nossa Guarda - se lho pedirmos - estará particularmente atento de forma a prestar-nos um auxílio precioso.

Aliás damos-lhe exactamente o nome que traduz a sua principal missão: a nossa guarda e protecção.

Recorramos, pois a ele. Nunca nos defraudará.

Pois bem, é natural que no mês de Maio a leitura recaia sobre textos ou reflexões sobre a Santíssima Virgem já que este mês lhe é especialmente dedicado.

Uma das decisões importantes que podemos tomar é o empenho em rezar o Santo Rosário com mais atenção e de forma mais pausada meditando nos sucessivos mistérios que o compõem.

Tal ajudará muito à eficácia da oração. 

Devoção e calma sem ser "a despachar" o que, no mínimo será uma falta de respeito.

Rezar o Santo Rosário não é uma prática "para cumprir" mas a expressão de um genuíno desejo de louvar e agradar à nossa Mãe do Céu.

Não esqueçamos que Maria é o caminho para o Coração Amantíssimo de Jesus esse mesmo Coração que não "resiste" às petições da Sua Mãe.
Por isso, talvez, Nossa Senhora não nos tenha deixado a fórmula de uma oração "especial" mas sim uma veemente recomendação: fazei o que Ele vos disser.

Peçamos com confiança:

Minha Mãe ensina-me a Vontade do teu Filho e ajuda-me a cumpri-la com amor e devoção.


(AMA, reflexão, 2019)


Temas para reflectir e meditar

Alegria



A alegria é o primeiro tributo que devemos a Deus, a maneira mais simples e sincera de demonstrar que temos consciência dos dons da natureza e da graça e que os agradecemos.



(P. A. ReggioEspírito Sobrenatural y Buen Humor, Madrid, 1966, nr. 12, trad ama

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?






Senhor, socorre-me.


Sinais inequívocos da verdadeira Cruz de Cristo: a serenidade, um profundo sentimento de paz, um amor disposto a qualquer sacrifício, uma eficácia grande, que dimana do próprio Lado de Jesus, e sempre – de modo evidente – a alegria: uma alegria que procede de saber que, quem se entrega de verdade, está junto da Cruz e, por conseguinte, junto de Nosso Senhor. (Forja, 772)

Aconselharei a quem quiser aprender com a experiência de um pobre sacerdote que não pretende falar senão de Deus, que, quando a carne tentar recobrar os seus foros perdidos, ou a soberba – que é pior – se revoltar e se encabritar, correr a abrigar-se nessas divinas fendas abertas no Corpo de Cristo pelos cravos que O seguraram à Cruz e pela lança que atravessou o Seu peito. Vamos como nos comover mais; derramemos nas Chagas de Nosso Senhor todo esse amor humano... e esse amor divino. Que isto é desejar a união, sentir-se irmão de Cristo, ser seu consanguíneo, filho da mesma Mãe, porque foi Ela que nos levou até Jesus.

Afã de adoração, ânsias de desagravo com sossegada suavidade e com sofrimento. Far-se-à vida na nossa vida a afirmação de Jesus: aquele que não toma a sua cruz para me seguir, não é digno de mim. E Nosso Senhor manifesta-se-nos cada vez mais exigente, pede-nos reparação e penitência, até nos fazer experimentar o fervoroso desejo de querer viver para Deus, pregado na cruz juntamente com Cristo. Mas guardamos este tesouro em vasos de barro frágil e quebradiço, para que se reconheça que a grandeza do poder que se vê em nós é de Deus e não nossa.

Vemo-nos acossados por toda a espécie de atribulações e nem por isso perdemos o ânimo; encontramo-nos em grandes apuros, mas não desesperados, ou sem recursos; somos perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não inteiramente perdidos: trazemos sempre no nosso corpo por toda a parte a mortificação de Jesus.

Parece-nos, além disso, que Nosso Senhor não nos escuta, que andamos enganados, que só se ouve o monólogo da nossa voz. Encontramo-nos como se não tivéssemos apoio na terra e fossemos abandonados pelo Céu. No entanto, é verdadeiro e prático o nosso horror ao pecado, mesmo ao pecado venial. Com a obstinação da Cananeia, prostramo-nos rendidamente como ela, que O adorou, implorando: Senhor, socorre-me. E desaparece a obscuridade, superada pela luz do Amor. (Amigos de Deus, nn. 303–304)