Esta prática da
leitura espiritual diária é muito aconselhada pelos directores espirituais.
É um momento de
calma e tranquilidade que nos pacifica e faz com que possamos reflectir
com mais facilidade.
Juntamente com
o Evangelho diário deverá ter um tempo aproximado de quinze minutos.
Assim, com estas duas práticas teremos um tempo aproximado de trinta minutos.
Evidentemente
que tanto a leitura do Evangelho como a própria leitura espiritual são para ser
lidas pausadamente meditando no que se lê e, muito provavelmente guardando no
coração esses mesmos pensamentos.
Seguramente que
ao longo do dia nos serão de grande ajuda e auxílio.
A leitura
espiritual não é senão algo que alguém meditou e que achou por bem pôr
por escrito para servir outros.
A vida dos
Santos pode servir de leitura espiritual mas penso que estas embora normalmente
ricas em bons exemplos têm características mais do tipo biográfico que podem
desviar a atenção.
Por isso julgo
que a leitura espiritual deve ser mais ou menos como a oração mental e ajudará
muito nesta prática.
Não interessa
muito a extensão do livro ou escrito que estamos a utilizar. Para o efeito
podem muito bem ser compilações de pensamentos, reflexões etc. sobre os
assuntos que interessam à nossa alma e, sobretudo, à nossa formação cristã.
Dez ou quinze
minutos de leitura espiritual diária contarão no fim do ano mais de quinhentas
horas que nos enriqueceram e fizeram progredir na nossa cultura religiosa e na
consolidação da nossa fé cristã.
Talvez que seja
útil não utilizar um livro completo sobre um determinado tema mas ir alternando
com outros textos cujos temas variam entre si.
Explico:
Estar a ler
todos os dias um livro cujo tema de fundo seja a Esperança, pode tornar-se
cansativo ou, até, monótono, daí que intercalar uns dias com, por exemplo,
temas do Magistério, discursos do Santo Padre, pode tornar a Leitura Espiritual
mais viva e interessante.
Ao mesmo tempo
o nosso director espiritual ponderando circunstâncias particulares
que estamos a viver em determinado período pode aconselhar uma leitura que vá
mais ao encontro do que nos convém.
Aliás e muito
conveniente ouvir previamente o que ele tem para nos dizer sobre o assunto.
Não convém ter
ilusões a este respeito supondo que qualquer escrito de cariz
espiritual nos pode ser útil, fazer bem.
Corremos o
risco de não entender muito do que lemos e, não entendendo que fruto se colhe?
A formação
espiritual deve começar como todas as coisas: pelo princípio, pelo básico
estruturando o espírito de forma consistente e segura.
Depois o
caminho vai evoluindo num progresso natural que surge como uma necessidade de
aperfeiçoamento e melhoria espiritual que nos impele para assuntos mais
exigentes no que respeita à sua compreensão e, sobretudo, ao aproveitamento
prático para a nossa vida espiritual.
(Evidentemente
que a vida do ser humano tem sempre uma componente espiritual)
Precisamente o
que mais nos distingue dos outros seres é o espírito, isto é a alma
que é com o que o selo indelével que o Criador garante não só a Sua
criação como a Sua propriedade plena e absoluta.
É naturalmente
este espírito que constantemente se interroga, sente desejos de saber mais,
compreender melhor.
E como obter
este desiderato a não ser pelo estudo, interrogação e desejo sincero de
conhecer?
Não aceitamos
submeter-nos a uma cirurgia complexa se não temos um mínimo de certeza
que o médico que vai intervir não tiver qualquer aptidão para a praticar.
Haverá algo
mais complexo que a vida humana?
E essa
complexidade não requer - para nosso bem - cuidados e assistência
prestados por quem tem capacidades para tal?
O Senhor avisou
várias vezes:
Cuidado com os
falsos profetas.
Atentai nos
lobos vestidos com pele de cordeiro!
Temos de ser
prudentes e cuidar muito bem das nossas escolhas.
Não tenhamos
dúvida que há gente que sabe muito bem como manipular uma consciência e
levá-la por onde não convém.
Quem tenta seriamente
progredir na vida espiritual pode estar certo de um especial empenho do demónio
em levantar toda a espécie de artimanhas e dificuldades para o afastar desse
propósito.
O Anjo da nossa
Guarda - se lho pedirmos - estará particularmente atento de forma a prestar-nos
um auxílio precioso.
Aliás damos-lhe
exactamente o nome que traduz a sua principal missão: a nossa guarda e protecção.
Recorramos,
pois a ele. Nunca nos defraudará.
Pois bem, é
natural que no mês de Maio a leitura recaia sobre textos ou reflexões sobre a
Santíssima Virgem já que este mês lhe é especialmente dedicado.
Uma das
decisões importantes que podemos tomar é o empenho em rezar o Santo Rosário com
mais atenção e de forma mais pausada meditando nos sucessivos mistérios que o
compõem.
Tal ajudará
muito à eficácia da oração.
Devoção e calma
sem ser "a despachar" o que, no mínimo será uma falta de respeito.
Rezar o Santo Rosário
não é uma prática "para cumprir" mas a expressão de um genuíno desejo
de louvar e agradar à nossa Mãe do Céu.
Não esqueçamos
que Maria é o caminho para o Coração Amantíssimo de Jesus esse mesmo Coração
que não "resiste" às petições da Sua Mãe.
Por isso,
talvez, Nossa Senhora não nos tenha deixado a fórmula de uma oração
"especial" mas sim uma veemente recomendação: fazei o que Ele vos
disser.
Peçamos com
confiança:
Minha Mãe
ensina-me a Vontade do teu Filho e ajuda-me a cumpri-la com amor e devoção.
(AMA, reflexão, 2019)
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