16/06/2011

Geração à rasca ou Geração Coragem?

Para lá do Túnel
Na celebração litúrgica da Bênção da Fitas dos Universitários de Lisboa tive a oportunidade de ouvir o Senhor Cardeal Patriarca pôr em alternativa à “geração à rasca” uma desejável “Geração Coragem”. Que feliz contraposição!

Ali perguntei-me, o que desejo para os meus filhos, para os meus sobrinhos, para os amigos deles ou mesmo para todos os jovens? – “Que sejam a geração coragem”. É a resposta que rebenta dentro do peito de qualquer das mães que ali estava.

“Coragem” é uma palavra que provém (seguindo uma busca breve que fiz) do latim “cor” que significa “coração”. E, no dizer do dicionário – coragem é “firmeza de espírito, ânimo, valentia e perseverança”. Mas também a palavra “cor” tem no dicionário o sentido “coração, coragem, afecto, desejo”. Aliás, a antiga expressão popular “saber de cor” significa que o coração era tido como o centro da capacidade de saber e de memória. Em latim “cor” também significa “ ânimo, qualidade espiritual de bravura e tenacidade”. Daí a palavra coragem ter vindo do latim “coratium” de coratum (em francês “courage” de coração, “coeur”).

Quando ouvi aquela expressão “geração coragem” não resisti a perguntar – serão estes jovens aqueles que agem com o coração? Estes os jovens que ouvem o que lhes diz o coração? Que desejam para a vida? Nesta fase tão marcante como é o final da licenciatura, quais as perguntas que se formulam no coração de cada um? Por baixo da capa negra que envergam, o que palpita?

Há uns anos atrás fui convidada para intervir num ciclo de conferências de uma juventude partidária. Mandaram-me o programa das conferências cujos temas eram – 1. Aborto (este era o “meu” tema); 2. Casamento Gay; 3. Eutanásia; 4. Prostituição; 5. Drogas – Legalizar Sim ou Não? – Nessa altura questionei-me dos objectivos de vida daqueles jovens.  Que temas tão cinzentos? São estas as preocupações dos nossos jovens?

Seis anos volvidos, talvez apenas alguns deles tenham estado na manifestação da “geração à rasca”… ou talvez não!

E os “Jovens Coragem” (que agem com o coração) como ocupam o seu pensar? Com a sua formação pessoal e profissional, o trabalho onde vão servir, o resultado no desporto que praticam, a família que vão constituir, a casa e o bairro onde vão viver, a educação dos filhos que vão ter, a prestação cívica que vão dar, como constroem os tempos lúdicos e de diversão…?

Naquele dia o Senhor Cardeal Patriarca deu-nos o mote.

A mim cabe-me a difícil e gratificante responsabilidade de olhar para os que me estão confiados e indicar-lhes aquela fasquia de uma geração que “age com o coração”. Com esta imensa liberdade de ouvir o que o coração lhes pede para fazer. Dizer sim a uma Verdade maior, realista, alegre, exigente e até mesmo contra-corrente mas que faz caminhar para a Felicidade. E não uma vida dominada pela “escravidão” dos temas que são impostos, que nos fazem “dobrar” perante um poder que não tem rosto e onde em última instância se vive na amargura, na tristeza e no desespero.

As gerações não se fazem sozinhas. São fruto das circunstâncias que as rodeiam, e das opções que cada “eu” vai tomando.

As especiais dificuldades de uma ou outra época têm ditado fibra, génio e capacidades imprevisíveis. Não temos medo.

Naquele sábado de Maio, na majestosa Alameda da Universidade, ouvi o meu Cardeal Patriarca, o Pastor daqueles milhares de jovens, chamar pela Geração Coragem…

isilda pegado, Presidente Federação Portuguesa pela Vida

INFORMAÇÕES MUITO BREVES [De vez em quando]2011.06.16

Entrevista com Deus


Forum libertas, 2011.06.15

Criação, Fé e Ciência


Caminho e Luz
“A consciência moral dos investigadores e de toda a sociedade civil está intimamente implicada também no segundo tema-chave dos vossos trabalhos: a utilização dos bancos de cordão umbilical, para finalidades clínicas e de pesquisa. A investigação médico-científica constitui um valor, e portanto um compromisso, não só para os pesquisadores, mas para toda a comunidade civil.


Daqui nasce o dever de promover investigações eticamente válidas da parte das instituições e o valor da solidariedade dos indivíduos na participação em pesquisas destinadas a fomentar o bem comum. Este valor, e a necessidade desta solidariedade, são evidenciados muito bem no caso da utilização das células estaminais provenientes do cordão umbilical.

Trata-se de aplicações clínicas importantes e de investigações promissoras no plano científico, mas que na sua realização dependem muito da generosidade na doação do sangue do cordão umbilical, no momento do parto e da adequação das estruturas, para tornar realizável a vontade de doação da parte das parturientes. Por conseguinte, convido todos vós a fazer-vos promotores de uma solidariedade humana e cristã verdadeira e consciente.

A este propósito, muitos pesquisadores médicos olham justamente com perplexidade para o crescente florescimento de bancos particulares para a conservação do sangue do cordão umbilical, exclusivamente para o uso autólogo. Tal opção - como demonstram os trabalhos da vossa Assembleia - além de ser desprovida de uma superioridade científica real em relação à doação do cordão umbilical, debilita o espírito genuíno de solidariedade que deve animar constantemente a investigação daquele bem comum para o qual, em última análise, tendem a ciência e a investigação médicas.


bento XVI, Discurso à PAV –2011.02.26


TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Serenidade. – Por que te zangas?”


Serenidade. – Por que te zangas, se zangando-te ofendes a Deus, incomodas os outros, passas tu mesmo um mau bocado... e por fim tens de te acalmar? (Caminho, 8)

Isso mesmo que disseste, di-lo noutro tom, sem ira, e ganhará força o teu raciocínio e, sobretudo não ofenderás a Deus.
(Caminho, 9)


Não repreendas quando sentes a indignação pela falta cometida. – Espera pelo dia seguinte, ou mais tempo ainda. – E depois, tranquilo e com a intenção purificada, não deixes de repreender. – Conseguirás mais com uma palavra afectuosa, do que ralhando três horas. – Modera o teu génio. (Caminho, 10)

Quando realmente te abandonares no Senhor, aprenderás a contentar-te com o que suceder, e a não perder a serenidade, se as tarefas – apesar de teres posto todo o teu empenho e empregado os meios convenientes – não saem a teu gosto... Porque terão "saído" como convém a Deus que saiam. (Sulco, 860)

Sendo para bem do próximo, não te cales, mas fala de modo amável, sem destemperança nem aborrecimento. (Forja, 960)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Música e repouso

Nocturno n.º 1 em Si bemol menor, op. 9 n.º 1 -  Frédéric Chopin - Maria João Pires 




João Paulo II e o Opus Dei

Entrevista com D. Javier Echevarría, prelado do Opus Dei, por ocasião da beatificação de João Paulo II.

- Não falámos ainda da beatificação e canonização de São Josemaria, proclamadas por João Paulo II.


- O Papa estava muito contente por elevar aos altares o fundador da Obra. Como se recordará, antes da beatificação em 1992 houve algumas incompreensões que produziram um certo alvoroço. Eram sacudidelas do demónio para impedir aquilo que, como disse João Paulo II imediatamente depois da beatificação, foi “uma grande manifestação de fé”. Ao concluir a cerimónia, o próprio João Paulo II manifestou a sua alegria ao ver aquela multidão em recolhimento e oração, e disse a D. Álvaro, que o acompanhava para a basílica de São Pedro: “Agora entendo porque é que alguns sectários não queriam que acontecesse esta manifestação de fé”. O Papa acrescentou que agradecia ao Senhor que se tivesse realizado aquela cerimónia, em que também tinha beatificado a Madre Bakhita, canosiana, porque tinha podido fazer chegar ao mundo a situação trágica da Igreja no Sudão. Enfim, o que ficou para a história é o bem que a devoção a São Josemaria está a fazer em toda a Igreja. E o Papa tinha consciência disso.



Na canonização, o Papa definiu São Josemaria como “o santo do corrente”, muito em sintonia com aquela sua ideia de evangelizar a sociedade através da vida corrente: na Igreja doméstica que é cada família, no trabalho, no desporto e nas relações sociais.


michele dolz, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet, 2011/05/16
2011.06.16

Doutrina, Filosofia, Teologia: A avareza é a raiz de todos os pecados?





Parece que a avareza não é a raiz de todos os pecados:


1. Com efeito, a avareza é o imoderado apetite das riquezas e opõe-se à virtude da liberalidade. Ora, a liberalidade não é a raiz de todas as virtudes. Logo, a avareza não é a raiz de todos os vícios.
2. Além disso, o desejo dos meios procede do desejo do fim. Ora, as riquezas, objecto da avareza, só são desejadas como meios úteis, como diz o livro I da Ética. Logo, a avareza não é a raiz de todo pecado, mas procede de outra raiz anterior.
3. Ademais, frequentemente a avareza, também chamada cupidez, tem sua origem em outros pecados: por exemplo, deseja-se dinheiro para fins de ambição ou para satisfazer a gula. Logo, não é a raiz de todos os pecados.
EM SENTIDO CONTRÁRIO, o Apóstolo diz: “A raiz de todos os males é a avareza(I Tm 6, 10).



Segundo alguns a avareza tem muitos sentidos: 1) o desejo desordenado das riquezas, e nesse sentido é um pecado especial. 2) o desejo desordenado de um bem temporal qualquer, e nesse sentido é género de todo pecado pois que em todo pecado há, como foi dito (q. 72, a. 2), uma conversão desmedida para um bem mutável. 3) emprega-se ainda o termo para significar a inclinação da natureza corrompida para os bens corruptíveis, e nesse sentido dizem que a avareza é a raiz de todos os pecados, à semelhança da raiz de uma árvore que tira seu alimento do solo, porque é do amor das coisas temporais que procede todo pecado.
Embora isso seja verdade, não parece que seja segundo a intenção do Apóstolo que disse que o desejo é a raiz de todos os pecados. Manifestamente ele fala contra aqueles que “por querer tornarem-se ricos, caem nas tentações e nos laços do diabo, porque a raiz de todos os males”, ele acrescenta, “é a cupidez”. Portanto é evidente que ele fala da cupidez como desejo imoderado das riquezas. E é neste sentido que é preciso dizer que o pecado especial da avareza é chamado a raiz de todos os pecados, à maneira de uma raiz que fornece o alimento à árvore inteira. Vemos, de fato, que o homem adquire com a riqueza a faculdade de cometer qualquer pecado e de realizar o desejo de qualquer pecado, porque o dinheiro pode ajudar a adquirir quaisquer bens neste mundo, segundo o livro do Eclesiastes: “Tudo obedece ao dinheiro(10,19). E assim fica claro que a cupidez das riquezas é a raiz de todos os pecados.



Suma Teológica, I-II, 84, 1


Quanto às objecções iniciais, portanto, deve-se dizer que:


1. A virtude não tem a mesma origem que o pecado. O pecado tem sua origem no apetite dos bens mutáveis, e por isso o desejo destes bens que ajuda a obter todos os bens deste mundo é chamado a raiz dos pecados. A virtude, ao contrário, tem sua origem no desejo dos bens imutáveis, e por isso a caridade, que é o amor a Deus, se afirma a raiz das virtudes, segundo a Carta aos Efésios: “Enraizados e fundados na caridade(3, 17).
2. O desejo do dinheiro se chama raiz dos pecados, não porque as riquezas são procuradas por si mesmas como um fim último, mas porque são muito procuradas como úteis para todos os fins temporais. Um bem universal sendo mais desejável que um bem particular, por isso move o desejo mais do que certos bens particulares, os quais podem ser possuídos pelo dinheiro, ao mesmo tempo com outros muitos.
3. Nas coisas naturais não se procura o que sempre acontece, mas o que acontece mais frequentemente, pois a natureza das coisas corruptíveis pode ser impedida de agir sempre do mesmo modo. Assim, em moral, considera-se o que acontece na maioria das vezes, e não o que sempre acontece, porque a vontade não age por necessidade. A avareza, portanto, não se chama a raiz de todos os males porque às vezes um outro mal seja a sua raiz, mas porque é dela que mais frequentemente nascem os outros males, pela razão já dada.



Ética Natural: As adições

 É T I C A
A escravidão da adição sexual
A questão da adição sexual é um problema mais duro e extenso do que parece. Acredita-se que a assim chamada «libertação sexual», mais que liberdade, acarreta uma ávida escravidão porque, como muito bem diz o psicólogo Miguel Ángel Fuentes, «no plano da sexualidade, sendo tão fundamental o instinto sexual e tão intensos os prazeres que produz, um comportamento desordenado é potencialmente aditivo» («A Trampa Rota», p. 41). Esse comportamento desordenado é justamente o que a libertação sexual promoveu.
Porque é que dizemos que acarreta adição algo que é tão natural como a prática sexual?
Tomemos em primeiro lugar uma definição de adição:
«É um estilo de conduta no qual que os modos de pensar e sentir de um individuo, ou as suas relações com os outros, manifestam claramente que a pessoa perdeu controlo do seu comportamento, apesar de ter tentado travá-lo com pouco, ou nenhum, resultado positivo» (J. Harvey, «The Truth about homosexuality», p. 143).
luis ignacio batista, ConoZe, trad ama

Responsabilidade

Conta, peso e medida


O que é a responsabilidade?



Uma pessoa responsável toma decisões conscientemente e aceita as consequências dos seus actos, disposto a dar contas deles. A responsabilidade é a virtude ou disposição habitual de assumir as consequências das próprias decisões, respondendo por elas ante alguém. Responsabilidade é a capacidade de responder pelos próprios actos.



Ideasrapidas, trad ama

2011.06.16

Perguntas e respostas sobre Jesus de Nazaré. 16

Jesus de NazaréQue significado têm a agua e o sangue que manam do lado aberto de Jesus?


“Os Padres viram neste duplo fluxo de sangue e água uma imagem dos sacramentos fundamentais - a Eucaristia e o Baptismo -, que manam do lado trespassado do Senhor, do seu coração. Eles são o novo caudal que cria a Igreja e renova os homens”




55 Preguntas y respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Pag. 126, marc argemí, trad. ama

Sobre a família 84

Educar em liberdade

Amar os filhos é amar a sua liberdade. Mas isso também implica correr um risco, expor-se à liberdade dos filhos. Unicamente assim o seu crescimento é propriamente seu: uma operação vital, imanente, e não um automatismo ou um reflexo condicionado pela coação ou manipulação.


Do mesmo modo que a planta não cresce porque a estique o jardineiro, mas porque torna seu o alimento, o ser humano progride na humanidade na medida em que assume livremente o modelo que inicialmente recebe. 


Por isso, os pais que amam deveras e procuram sinceramente o bem dos seus filhos, depois dos conselhos e das considerações oportunas, devem retirar-se com delicadeza, para que nada prejudique o grande bem da liberdade que torna o homem capaz de amar e servir a Deus. Devem lembrar-se de que o próprio Deus quer ser amado e servido com liberdade, e respeita sempre as nossas decisões pessoais [i].

j.m. barrio
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet


[i] S. Josemaria, Temas Actuais do Cristianismo, n. 104.

Evangelho do dia e comentário








T. Comum– XI Semana






Evangelho: Mt 6, 7-15

7 Nas vossas orações não useis muitas palavras como os gentios, os quais julgam que serão ouvidos à força de palavras. 8 Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós Lho peçais. 9 «Vós, pois, orai assim: Pai-nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome. 10 «Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. 11 O pão-nosso super substancial nos dá hoje. 12 Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores. 13 E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14 «Porque, se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. 15 Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas.

Comentário:

Pai-nosso!

Que extraordinário bem o Senhor nos entrega sem lho pedirmos:

Um Pai que é o nosso próprio Criador e Senhor.

Ou seja:

Pertencemos-lhe inteiramente porque nos criou;

Quer que façamos a Sua Vontade porque é o nosso Senhor;

Anseia que O amemos com amor filial porque é nosso Pai!

(ama, comentário sobre Mt 6, 7-15, 2011.03.15)