26/09/2011

Música e entretenimento

  Rossini - La Gazza Ladra


selecção ALS

Evangelho do dia e comentário














T. Comum– XXVI Semana




Evangelho: Lc 9, 46-50

46 Começaram a discutir entre si sobre qual deles era o maior. 47 Jesus, vendo os pensamentos do seu coração, tomou pela mão uma criança, pô-la junto de Si, 48 e disse-lhes: «Aquele que receber esta criança em Meu nome, a Mim recebe; e quem Me receber, recebe Aquele que Me enviou. Porque quem de entre vós é o menor, esse é o maior». 49 João, tomando a palavra, disse: «Mestre, nós vimos um que expulsava os demónios em Teu nome e lho proibimos, porque não anda connosco». 50 Jesus respondeu-lhe: «Não lho proibais, porque quem não é contra vós é por vós».

Comentário:

Se Deus existe o que pode interessar a minha categoria?
Ele é, de facto, o maior e a Sua grandeza reduz-nos a nada.
Esta constatação deveria bastar para cada um ter a convicção de que não pode nada, não sabe nada, não vale nada, é NADA!
(ama, comentário sobre Lc 9, 46-50, 2010.09.26)

Deus é idêntico à sua essência ou natureza?

Tratado de Deo Uno


Questão 3: Da simplicidade de Deus

Art. 3 — Se Deus é idêntico à sua essência ou natureza.


(I Set., dist. 34, q. 1, a. 1; Cont. Gent. I, 21; Qq. Disp. De Un. Verb., a. 1; de Anima, a. 17, ad 10; Quodlib. II, q. 2, a. 2; Compend. Theol., c. 10; Opusc. XXXVII, de Quattuor Oppos., c. 4)

O terceiro discute-se assim. — Parece que Deus não é idêntico à sua essência ou natureza.

1. — Pois, nada pode estar em si mesmo. Ora, diz-se que a essência ou a natureza de Deus, que é a divindade, está em Deus. Logo, Deus não é idêntico à sua essência ou natureza.

2. Demais. — O efeito assimila-se à causa, porque todo agente, como é, assim age. Ora, nos seres criados, não se identificam o suposto e a sua natureza; assim, o homem não é o mesmo que a humanidade. Logo, nem Deus é idêntico à divindade.

Mas, em contrário.  — Dizemos que Deus não somente é vivo, mas, que é a vida, como o faz a Escritura (Jo 14, 6):  Eu sou o caminho, a verdade e a vida.  Ora, a vida está para o vivente como a deidade, para Deus. Logo, Deus é a própria divindade.

SOLUÇÃO. — Para entendermos que Deus é idêntico à sua essência ou natureza, é preciso saber que, nos seres compostos de matéria e forma, necessariamente diferem entre si a natureza, a essência e o suposto, Pois, a essência ou natureza, em si mesma, compreende somente o que entra na definição da espécie. Assim, a humanidade,  em si mesma, compreende o que constitui a definição do homem e faz com que este seja o que é. A humanidade é, pois, o que faz o homem ser homem. Mas, a matéria individual, com todos os acidentes individuantes, não entra na definição da espécie; assim, a definição do homem não implica que ele tenha tais carnes e tais ossos, tal brancura e tal negrura, ou atributos semelhantes. Por isso, tais carnes e tais ossos, bem como os acidentes designativos de uma determinada matéria, não se incluem na humanidade. E, contudo, incluindo-se no ser humano, este encerra em si algo que não encerra a humanidade. Por onde, não são totalmente idênticos o homem e a humanidade: esta constitui como que a parte formal daquele, pois os princípios definidores desempenham o papel de forma, relativamente à matéria individuante. Ora, a individuação dos seres não compostos de matéria e forma não se opera pela matéria individual, i. e, por uma determinada matéria, mas antes, as próprias formas por si se individuam. Por onde, em tais seres, essas formas mesmas é que hão de, necessariamente ser os supostos subsistentes, não diferindo, por isso, o suposto, da natureza. E, como já demonstramos [i], não sendo Deus composto de matéria e forma, há de por força ser a sua divindade, a sua vida e o mais que dele se predicar.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Não podemos dizer nada dos seres simples, senão comparando-os com os compostos, de que temos conhecimento. Por isso, tratando de Deus, usamos de palavras concretas para lhe exprimirmos a subsistência, porque, para nós, só os compostos subsistem; e empregamos nomes abstratos para lhe significarmos a simplicidade. Quando, pois, atribuímos a Deus a divindade, a vida ou outro atributo qualquer, essa atribuição deve referir-se à diversidade existente na acepção do nosso intelecto e não, a qualquer diversidade existente em Deus.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Os efeitos de Deus o imitam, não perfeitamente, mas na medida do possível, por causa da deficiência na imitação. Pois, o ser simples e uno não pode ser representado senão pelo múltiplo. Por isso, esses efeitos implicam a composição, donde resulta não terem o suposto idêntico à natureza.


[i] Art. Praec.

Textos de São Josemaria Escrivá

“O trabalho, um sinal do amor de Deus”


Está a ajudar-te muito, dizes-me, este pensamento: desde os primeiros cristãos, quantos comerciantes terão sido santos? E queres demonstrar que também agora isso é possível... O Senhor não te abandonará nesse empenho. (Sulco, 490)


O que sempre ensinei – desde há quarenta anos – é que todo o trabalho humano honesto, tanto intelectual como manual, deve ser realizado pelo cristão com a maior perfeição possível: com perfeição humana (competência profissional) e com perfeição cristã (por amor à vontade de Deus e em serviço dos homens). Porque, feito assim, esse trabalho humano, por humilde e insignificante que pareça, contribui para a ordenação cristã das realidades temporais – a manifestação da sua dimensão divina – e é assumido e integrado na obra prodigiosa da Criação e da Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se, converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei.

Ao recordar aos cristãos as palavras maravilhosas do Génesis – que Deus criou o homem para que trabalhasse –, fixámo-nos no exemplo de Cristo, que passou a quase totalidade da sua vida terrena trabalhando numa aldeia como artesão. Amamos esse trabalho humano que Ele abraçou como condição de vida, e cultivou e santificou. Vemos no trabalho – na nobre e criadora fadiga dos homens – não só um dos mais altos valores humanos, meio imprescindível para o progresso da sociedade e o ordenamento cada vez mais justo das relações entre os homens, mas também um sinal do amor de Deus para com as suas criaturas e do amor dos homens entre si e para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santificação. (Temas Actuais do Cristianismo, 10).

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