03/12/2016

Queremos ver com olhos limpos

Que formosa é a santa pureza! Mas não é santa, nem agradável a Deus, se a separarmos da caridade. A caridade é a semente que crescerá e dará frutos saborosíssimos com a rega que é a pureza. Sem caridade, a pureza é infecunda, e as suas águas estéreis convertem as almas num lodaçal, num charco imundo, donde saem baforadas de soberba. (Caminho, 119)

É verdade que a caridade teologal é a virtude mais alta, mas a castidade é a exigência sine qua non, condição imprescindível para chegar ao diálogo íntimo com Deus. Quem não a guarda, se não luta, acaba por ficar cego. Não vê nada, porque o homem animal não pode perceber as coisas que são do Espírito de Deus.

Animados pela pregação do Mestre, nós queremos ver com olhos limpos: bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.


A Igreja sempre apresentou estas palavras como um convite à castidade. Guardam um coração sadio, escreve S. João Crisóstomo, os que possuem uma consciência completamente limpa ou os que amam a castidade. Nenhuma virtude é tão necessária como esta para ver a Deus. (Amigos de Deus, 175)

Evangelho e comentário

Tempo do Advento

Evangelho: Mt 9, 35 – 10. 1, 6-8

Naquele tempo, Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. Jesus deu-lhes também as seguintes instruções: «Ide às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».

Comentário:

No nosso apostolado esperam-nos maiores dificuldades que as que experimentaram os Apóstolos?

Afinal nós não fazemos coisas extraordinárias, curas, milagres!

Não?

A conversão ou revisão de vida de alguém devido à nossa acção apostólica não é em si mesma um milagre extraordinário?

(ama, comentário sobre Mt 9, 35 10, 1. 6-8, 05.1215)






Leitura espiritual


DE MAGISTRO

(DO MESTRE)

CAPÍTULO XIII

A FORÇA DAS PALAVRAS NÃO CONSEGUE MOSTRAR SEQUER O 

PENSAMENTO DE QUEM FALA

AGOSTINHO

– E também no tocante às coisas que se contemplam com a mente, aquele que não entende, inutilmente ouve as palavras de quem as vê, a não ser porque é útil acreditar em tais coisas enquanto se ignoram.

Aquele, porém, que as pode ver interiormente, é discípulo da verdade; exteriormente, é juiz de quem fala, ou melhor, das suas palavras, pois muitas vezes sabe as coisas que foram ditas, enquanto quem as disse não as sabe.

Seria este o caso em que alguém, acreditando nos epicuristas e julgando a alma mortal, repetisse os argumentos já tratados pelos mais sábios sobre a sua imortalidade, na presença de quem pode intuir as coisas espirituais.

Este julgaria que aquele diz a verdade, ou antes considerar falácia o que diz.

Devemos, pois, acreditar que quem não sabe pode ensinar?

E, no entanto, usa as mesmas palavras que também usaria aquele que sabe.

Por isso tudo, nem sequer resta às palavras o papel de manifestar ao menos o pensamento de quem fala, pois é duvidoso se este sabe ou não o que diz.

Considera também os mentirosos e enganadores, e facilmente compreenderás que, com as palavras, eles não só não revelam, mas até ocultam o pensamento.

Jamais duvidaria que as palavras sinceras se esforcem e façam o melhor para manifestar o espírito de quem fala, o que conseguiriam, e seria ótimo para todos se não fosse permitido aos mentirosos falarem. Todavia, repetidamente percebemos em nós mesmos e nos outros que as palavras não expressam o pensamento; e isto pode acontecer de duas maneiras: ou quando as palavras que gravamos e repetimos saem da boca de quem está pensando em algo diferente, o que acontece amiúde quando cantamos um hino; ou quando, nos saem umas palavras em vez de outras, contra a nossa vontade, por um lapso da própria língua; também neste caso não são transmitidos os sinais das coisas que temos na mente.

Os mentirosos, sem dúvida, também pensam as coisas que dizem, e embora nós não saibamos se falam a verdade, sabemos, porém, que eles têm em mente o que dizem; a menos que lhes aconteça uma das coisas que mencionei; e se me objectarem que, às vezes, isto pode ocorrer, e que, quando ocorre, isto aparece, ainda que muitas vezes possa ficar oculto, e que eu, ao ouvir tais coisas, às vezes também possa ser enganado, não me oporei.

E há ainda outro caso, bastante frequente e origem de inúmeras controvérsias: quando quem fala exprime de facto seu pensamento, mas apenas para si e para uns poucos, e não para o interlocutor e para os demais.

Por exemplo, se alguém em nossa presença afirmasse que o homem é superado em valor por alguns animais, não o toleraríamos e logo refutaríamos com grande veemência esta falsa e perniciosa afirmação; e talvez por valor ele entenda a força física, e com tal palavra enuncie mesmo o que pensava, sem mentir, sem engano, sem ocultar as palavras gravadas na memória, agitando na mente alguma outra coisa, sem que por um lapso da língua fale algo diverso do que corresponde ao seu pensamento; estaria apenas chamando com um nome diverso do nosso a coisa que pensa, e nós teríamos concordado imediatamente com ele, se houvéssemos intuído o seu pensamento, o que não conseguiu explicar-nos com as palavras da sua afirmação.

Dizem que a definição pode sanar tal erro; assim, se nesta questão se definisse o que é valor (virtus), tornar-se-ia claro, dizem, que a controvérsia gira só em torno da palavra, e não da coisa.

Mas, mesmo concordando com isto, quantos bons definidores poderemos encontrar?

E isso embora se tenha discutido bastante sobre a arte de definir, o que não é oportuno tratarmos aqui, nem merece sempre a minha aprovação.

Nem considero o caso de não ouvirmos bem umas coisas e disputarmos longamente sobre elas como se as tivéssemos ouvido.

Quando, há pouco, quis dizer “misericórdia” com uma certa palavra púnica, afirmaste ter ouvido, daqueles que têm familiaridade com esta língua, que aquela palavra significa “piedade”.

Eu opunha-me, afirmando que tinhas esquecido de todo o que tinhas ouvido, pois me parecia teres dito não “piedade”, mas “fé”, embora tivéssemos sentados bem perto, e certamente estas duas palavras não podiam levar a um engano pela semelhança do som.

Por um bom lapso de tempo pensei, todavia, que não soubesses aquilo que te fora dito, e no entanto era eu que não sabia o que havias dito; ora, se eu tivesse ouvido claramente as tuas palavras, não teria recebido a impressão, nada absurda, que a língua púnica indicasse com o mesmo vocábulo “piedade” e “misericórdia”.

Tais coisas ocorrem com frequência, mas, como disse, vamos deixá-las de lado, para não dar a impressão que quero atribuir culpa às palavras pela negligência de quem ouve, ou até pela surdez dos homens.

 O que mais aflige é o que disse acima, isto é, o não conseguirmos conhecer o pensamento de quem fala, embora ouvindo claramente as palavras, e palavras latinas, e sendo nós da mesma língua.


(Revisão de versão portuguesa por ama

Lições de São João Paulo II - 9

Lições de São João Paulo II



9 – Sem Jesus Cristo o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um enigma indecifrável, um mistério insondável.



(12 Lições de são joão paulo II)


(revisão da versão portuguesa por ama)

Antigo testamento / Levítico

Levítico 5

1 "Se alguém pecar porque, tendo sido testemunha de algo que viu ou soube, não o declarou, sofrerá as consequências da sua iniquidade.

2 "Se alguém tocar qualquer coisa impura - seja um cadáver de animal selvagem, seja de animal do rebanho, seja de uma das pequenas criaturas que povoam a terra -, ainda que não tenha consciência disso, ele se tornará impuro e será culpado.

3 "Se alguém tocar impureza humana ou qualquer coisa que o torne impuro sem ter consciência disso, será culpado quando o souber.

4 "Se alguém impensadamente jurar fazer algo bom ou mau em qualquer assunto que possa jurar descuidadamente ainda que não tenha consciência disso, será culpado quando o souber.

5 "Quando alguém for culpado de qualquer dessas coisas, confessará em que pecou e, pelo pecado que cometeu, trará ao Senhor uma ovelha ou uma cabra do rebanho como oferta de reparação; e em favor do culpado o sacerdote fará pro­piciação pelo pecado.

6 "Se não tiver recursos para oferecer uma ovelha, trará pela culpa do seu pecado duas rolinhas ou dois pombinhos ao Senhor: um como oferta pelo pecado e o outro como holo­causto.

7 Ele os trará ao sacerdote, que apresentará primeiro a oferta de sacrifício pelo pecado. Ele destroncará o pescoço da ave, sem lhe arrancar a cabeça totalmente.

8 A seguir aspergirá no lado do altar o sangue da oferta pelo pecado e deixará escorrer o restante do sangue na base do altar. É oferta pelo pecado.

9 O sacerdote então oferecerá a outra ave como holocausto, de acordo com a forma prescrita, e fará propiciação em favor do culpado pelo pecado cometido, e ele será perdoado.

10 "Se, contudo, não tiver recursos para oferecer duas rolinhas ou dois pombinhos, trará como oferta pelo pecado um jarro da melhor farinha como oferta pelo pecado. Mas sobre ela não derramará óleo nem colocará incenso, porquanto é oferta pelo pecado.

11 Ele a trará ao sacerdote, que apanhará um punhado dela como porção memorial e queimará essa porção no altar, em cima das ofertas dedicadas ao Senhor, preparadas no fogo. É oferta pelo pecado.

12 Assim o sacerdote fará propiciação em favor do culpado por qualquer desses pecados cometidos, e ele será perdoado. O restante da oferta pertence ao sacerdote, como no caso da oferta de cereal".

A oferta de culpa

13 O Senhor disse a Moisés:

14 "Quando alguém cometer um erro, pecando sem intenção em qualquer coisa consagrada ao Senhor, trará ao Senhor um carneiro do rebanho, sem defeito, avaliado em prata com base no peso padrão do santuário, como oferta pela culpa.

15 Fará restituição pelo que deixou de fazer em relação às coisas consagradas, acrescentará um quinto do valor e o entregará ao sacerdote. Este fará propiciação pelo culpado com o carneiro da oferta pela culpa, e ele será perdoado.

16 "Se alguém pecar, fazendo o que é proibido em qualquer dos mandamentos do Senhor, ainda que não o saiba, será culpado e sofrerá as consequências da sua iniquidade.

17 Do rebanho ele trará ao sacerdote um carneiro, sem defeito e devidamente avaliado, como oferta pela culpa. Assim o sacerdote fará propiciação em favor do culpado pelo erro que cometeu sem intenção, e ele será perdoado.

18 É oferta pela culpa, pois com certeza tornou-se culpado perante o Senhor".

(Revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão



SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?