Tempo comum - VII Semana
Evangelho: Mc 9, 41-50
41 «Quem vos der um copo de água, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa. 42 «Quem escandalizar um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó que um asno faz girar, e que o lançassem ao mar. 43 Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a; melhor te é entrar na vida eterna mutilado, do que, tendo as duas mãos, ir para a Geena, para o fogo inextinguível. 44 Omitido pela Neo-Vulgata. 45 Se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; melhor te é entrar na vida eterna coxo, do que, tendo os dois pés, ser lançado na Geena.46 Omitido pela Neo-Vulgata. 47 Se o teu olho é para ti ocasião de pecado, lança-o fora; melhor te é entrar no reino de Deus sem um olho do que, tendo dois, ser lançado na Geena, 48 “onde o seu verme não morre e o seu fogo não se apaga”.49 Todo o homem será salgado no fogo. 50 O sal é uma coisa boa; porém, se se tornar insípido, com que haveis de lhe dar o sabor? Tende sal em vós, e tende paz uns com os outros».
Comentário:
Jesus Cristo raras vezes tem frases tão lapidares como as que se podem ler neste trecho do Evangelho a propósito do escândalo com os pequeninos.
“Pequeninos”, para Jesus são as crianças e os que são como as crianças, na sua inocência, ausência de malícia e de pecado.
O escândalo () cometido contra estes assume especial gravidade porque não sabem defender-se do mal e, não poucas vezes, são violentados na sua essência de seres humanos, filhos de Deus e dilectos do Coração de Jesus.
O escândalo é sempre grave e quanto mais inocente for o escandalizado mais grave é, porque as consequências podem ser – são quase sempre – gravíssimas.
Não se pense que se trata só da violência física, do abuso sexual e outras agressões do mesmo jaez; não!
Estes são muito graves, sem dúvida, mas existem outros de igual ou superior gravidade como, por exemplo, ensinar deliberadamente o erro a quem não tem capacidade para o distinguir da verdade.
As matérias constantes nalguns programas escolares, são, por vezes gravemente atentatórias da dignidade das crianças e do seu direito a serem respeitadas como pessoas.
A pretexto de uma “modernidade no ensino” aprovam-se leis e disposições que são o exemplo – refinado – do escândalo moral do indivíduo e da sociedade, pervertendo, deliberada e conscientemente, os princípios morais e éticos a que todos, principalmente os que detêm o poder de legislar, estamos obrigados.
(ama, comentário sobre Mc 9, 41-50, 2011.01.17)
Escandalizar é fazer cair, ser causa de tropeço, de ruína espiritual de outro, com a palavra, com as obras, com as omissões. (S. Tomás de Aquino, Suma teológica, 2-2, q. 43, a. 1.)