18/02/2011

Ser santo

Duc in altum

Ser santo não é ser imagem de um altar lateral de uma igreja, com direito a caixa de esmolas e flores frescas.

Ser santo não é passar o dia a rezar, ajoelhado e com o terço nas mãos.
Ser santo não é conseguir fazer milagres, transformar o pão em rosas ou curar alguém doente.

Ser santo é muito mais do que isso.

Querer ser santo é caminhar na estrada sabendo que no fim, naquela luz calma e serena, está Deus de braços abertos à nossa espera.

Querer ser santo é querer todos os dias fazer melhor. É pôr mãos à obra e concretizar os nossos planos dignamente.

Querer ser santo é poder divertir-se na mesma, ter amigos e gozar a vida, viver normalmente o nosso dia, mas em plena comunhão com Cristo.

Querer ser santo é querer profundamente o bem do próximo. Respeitá-lo e amá-lo, nas suas diferenças.

Querer ser santo é querer transformar o coração dos outros, é querer fazer milagres na alma, é acreditar na presença de Deus em nós.

Querer ser santo é acreditar na palavra bondade e querer segui-la.


Ninguém diz que é fácil. Querer ser santo dá muito trabalho. Mas no fim a recompensa é eterna.

Todos os santos mudaram a vida de alguém, por isso querer ser santo, é querer ser tocado pela luz do Senhor, para depois poder levá-la aos outros.

Quem é santo tem Deus em si. E quem é que, no seu perfeito juízo, não quer ter Deus no seu coração?

Querer ser santo tem que ser o nosso projecto de vida, para sempre, porque ser santo é ser feliz. E todos queremos ser felizes.

leonor mexia, escrito para a Missa do próximo Domingo, 2011.02.08

Breve História da Humanidade 17

Observando
Continuação

Quero evitar neste último resumo todas as complexidades controversas que mais uma vez podem ofuscar as linhas simples dessa estranha história, que já chamei, em palavras que são demasiado fracas, de a mais estranha história do mundo. Simplesmente desejo sublinhar aquelas linhas principais e especialmente sublinhar onde se deve realmente traçar a grande linha. A religião do mundo, nas suas proporções certas, não se divide em delicados matizes de misticismo ou de formas de mitologia mais ou menos racionais. Ela é dividida pela linha que separa os homens que levam aquela mensagem dos homens que ainda não a ouviram, ou que ainda não conseguem crer nela.

(G. K. Chesterton,  O Homem Eterno, Ed. Mundo Cristão, 1ª ed. colig. e adap. por ama)
Cont/

Saudação de D. Pio Alves Por ocasião da nomeação para bispo auxiliar do Porto

Duc in altum
A nomeação para Bispo Auxiliar do Porto, que me foi comunicada há dias pelo Núncio de S.S. Bento XVI, marca, inevitavelmente, uma nova etapa na minha vida.
Surpreendeu-me descansado, por que não corri para ela; livre, porque pude dizer que não; perplexo, porque, necessariamente, implica recomeçar em várias frentes.
Não obstante os muitos e aliciantes projectos que tinha à minha frente nos trabalhos que me tinham sido confiados, decidi, diante de Deus, dizer que sim, pela mesma razão pela qual tive que recomeçar em outras tantas ocasiões ao longo da vida. Tenho experimentado, com frequência, que, se não fugimos de Deus, Deus anda sempre por perto. E isso não tem preço!
Estarei disponível, com o que sou, com as minhas limitações e capacidades, para ser um trabalhador mais, com “Caridade na Verdade”, na Missão para que estamos convocados. Ecoam ainda em mim aquelas palavras de Bento XVI que pude escutar, no passado 14 de Maio, na Avenida dos Aliados: “Quanto tempo perdido, quanto trabalho adiado (…)!”
Na pessoa do Sr. D. Manuel Clemente, a quem estimo desde há muito e de quem serei leal auxiliar, saúdo o povo da Diocese do Porto: todo o Povo de Deus, ainda que, de um modo especial, o Presbitério Portuense, Diáconos e Seminaristas.
Na hora da despedida, não posso deixar de ter uma palavra de gratidão àquela que foi, até agora, a minha Diocese: Braga.
Na pessoa do Senhor Arcebispo Primaz agradeço a amizade de todos, com especial menção para os Colegas de Presbitério e os incansáveis e leais colaboradores das duas principais tarefas que, ultimamente, tinha entre mãos: a Universidade Católica Portuguesa em Braga e a Sé Primacial.
Confio na amizade e oração de todos e entrego a minha nova tarefa eclesial nas mãos da Virgem Maria, que evoco como Nossa Senhora da Assunção, Santa Maria de Braga.

Pio G. Alves de Sousa


Para ver biografia sobre o novo Bispo clicar:



Cónego Pio Alves de Sousa, nomeado bispo auxiliar da diocese do Porto


Sobrevivente de aborto II


Gianna Jessen - Sobrevivente de um aborto



Se hoje ouvires a Sua voz . . .

Duc in altum

 “Um dia destes” é a fuga do burocrata a “hoje”. “Nosso Senhor não é um burocrata. Os seus pedidos são imediatos: “Hoje se ouvires a Sua voz…”[i]. Ele disse a Zaqueu que queria comer em sua casa não um dia qualquer, mas “hoje” [ii]. Como “máxima” temos que, “um dia destes” não é um dia da semana. Há uma única forma de seguir Cristo, e que é agora mesmo: os apóstolos seguiram Cristo “imediatamente” [iii]

Quando Nosso Senhor passa, chama cada um de nós pelo nome. Como um “perfeito amor afasta o medo) ”[iv], assim o peremptório apelo de Cristo elimina duas causas de adiamento: o medo de falhar e o medo do sucesso. Se um homem teme o insucesso, pode não perder, mas nunca ganhará, e se tiver medo do êxito, poderá deleitar-se na complacência mas nunca mudará ou evoluirá.

O sistema educacional não é inocente no que respeita à burocracia e parece crescentemente interessado em preparar-se para um dia destes em vez de para o dia de hoje

O Reitor de uma proeminente Universidade Católica disse recentemente esta coisa espantosa: “O nosso trabalho como educadores e como sacerdotes não é trazer Deus às pessoas, ou mesmo levar as pessoas a Deus. Deus já está ali, e as pessoas igualmente. O nosso trabalho, a nossa forma de viver a nossa vocação de educadores, é fazer as perguntas correctas e ajudar os jovens a responder a essas questões.” “Tal parece consolador de início, mas depois converte-se mais ou menos no “O País das Maravilhas”, onde a regra é “pressiona o amanhã e pressiona o ontem – mas nunca o hoje.” Cristo fez perguntas, mas sempre com respostas. A Sua Cruz parece-se mais com um ponto de exclamação que com um de interrogação.

O Papa Bento XVI disse que é tempo podar o cristianismo hesitante que esqueceu o seu propósito, tema a acção e evita decisões. O Cardeal Newman, não burocrata, pregou: “O nosso dever reside em arriscar o que temos na palavra de Cristo, pelo que não temos; numa nobre, generosa actuação, verdadeiramente sem pressas ou aligeiradamente, ainda que não conhecendo exactamente o que estamos a fazer, nem conhecendo o que deixámos, nem sequer se ganharemos; incertos acerca da nossa recompensa, incertos da extensão do nosso sacrifício, em todos os aspectos repousando nele, esperando nele, confiando nele e no cumprimento cabal da Sua promessa…em tudo procedendo sem excessivos cuidado ou ansiedade acerca do futuro.”

O político e novelista, Edward Bulwer-Lytton, com o seu prodigioso, e por vezes trocista, dom de alterar uma frase, disse que a pontualidade é  “a graciosa cortesia dos príncipes.” O Príncipe da Paz é o mais gracioso dos príncipes, e também o mais pontual. Está sempre a tempo para nós, e apenas pede que estejamos a tempo para Ele, não qualquer dia mas hoje

 P. GEORGE RUTLER , From the Pastor (January 30, 2011), trad ama


[i] Heb 3:15
[ii] Lc 19:5
[iii] Mt 4:20, 22
[iv] 1 Jo 4:18

Oração e música - Gospel 2

Jesus can work it out

Evangelho e comentário do dia












Tempo comum - VI Semana


Evangelho: Mc 8, 34 - 9, 1

34 Depois, chamando a Si o povo com os Seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quer seguir-Me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
9 1E dizia-lhes: «Em verdade vos digo que alguns dos que aqui se encontram não morrerão sem terem visto antes o reino de Deus vir com poder».

Comentário:

As condições para seguir Jesus são muito claras não deixando qualquer margem a tergiversações.

Qualquer homem tem a sua cruz de diferentes peso e tamanho consoante a justiça de Deus que não consente que sejamos provados além das nossas forças e, se permite a carga também dá a graça para a levar.

Mas isso depende de nós, de cada um em concreto porque não se pode seguir o Senhor levando a cruz de rastos, a contragosto, com raiva.

Não!

A cruz, a nossa cruz particular – e muito do seu peso deve-se a nós porque, como dizia São Filipe de Néri, somos muitas vezes os carpinteiros da nossa cruz – não deve ser transportada como um castigo, uma inevitabilidade. Por mais dolorosa que seja não se compara minimamente à Cruz onde Cristo nos mereceu a Redenção e, essa Cruz, carregou-a Ele sem ter culpa absolutamente nenhuma.

Ou seja, era, de facto, a nossa cruz!

Sim é verdade, seguir Jesus tem o seu preço, por vezes elevado mas, o bem do prémio é absolutamente desproporcionado ao sacrifício que a ele leva.

(ama, comentário sobre Mc 8, 34 - 9, 1, 2011.01.14) 

Caridade – seu vigor

Tema para breve reflexão




A caridade é o laço que une os irmãos, o cimento da paz, a trave que dá firmeza à unidade... Tira-Lhe, todavia, a paciência, e ficará devastada, tira-lhe o jugo do sofrimento e da resignação, e perderá as raízes e o vigor.


(s. Cipriano, Do bem da paciência, 15, trad do castelhano ama)



2011.02.18

Pensamentos inspirados

À procura de Deus



Como João Baptista:

«Ele é que deve crescer, e eu diminuir» Jo 3, 30

jma, 2011.02.18 

Doutrina

«RERUM NOVARUM»

Mas é evidente que se deve visar antes de tudo o objecto principal, que é o aperfeiçoamento moral e religioso. E principalmente este fim que deve regular toda a economia destas sociedades; doutro modo, elas degenerariam bem depressa e cairiam, por pouco que fosse, na linha das sociedades em que não tem lugar a religião. Ora, de que serviria ao artista ter encontrado no seio da corporação a abundância material, se a falta de alimentos espirituais pusesse em perigo a salvação da sua alma? «Que vale ao homem possuir o universo inteiro, se vier a perder a sua alma?» (45). Eis o carácter com que Nosso Senhor Jesus Cristo quis que se distinguisse o cristão do pagão: «Os pagãos procuram todas estas coisas... procurai primeiro o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo» (46). Assim, pois, tomando a Deus por ponto de partida, dê-se amplo lugar à instrução religiosa a fim de que todos conheçam os seus deveres para com Ele; o que é necessário crer, o que é necessário esperar, o que é necessário fazer para obter a salvação eterna, tudo isto lhes deve ser cuidadosamente recomendado; premunam-se com particular solicitude contra as opiniões erróneas e contra todas as variedades do vício.

2011.02.18