04/12/2016

A castidade não é um peso incómodo

Contra a vida limpa, a pureza santa, levanta-se uma grande dificuldade à qual todos estamos expostos: o perigo do aburguesamento, na vida espiritual ou na vida profissional. O perigo – também para os chamados por Deus ao matrimónio – de nos sentirmos solteirões, egoístas, pessoas sem amor. Luta radicalmente contra esse risco, sem nenhumas concessões. (Forja, 89)

Com o espírito de Deus, a castidade, longe de ser um peso incómodo e humilhante, torna-se uma afirmação gozosa, porque o querer, o domínio e a vitória não são dados pela carne nem vêm do instinto, mas procedem da vontade, sobretudo se está unida à do Senhor. Para ser castos e não simplesmente continentes ou honestos, temos de submeter as paixões à razão, por uma causa elevada, por um impulso de Amor.

Comparo esta virtude a umas asas que nos permitem levar os mandamentos, a doutrina de Deus por todos os ambientes da terra, sem receio de ficar enlameados. Essas asas, tal como as das aves majestosas que sobem mais alto que as nuvens, pesam e pesam muito, mas, se faltassem, não seria possível voar. Gravai isto na vossa mente, decididos a não ceder quando sentirdes a garra da tentação, que se insinua apresentando a pureza como uma carga insuportável. Ânimo! Subi até ao sol, em busca do Amor!


Tenho de vos dizer que para esse efeito me ajuda considerar a Humanidade Santíssima de Nosso Senhor, a maravilha inefável de Deus que se humilha, até fazer-se homem. E que não se sente aviltado por ter tomado carne igual à nossa, com todas as suas limitações e fraquezas, menos o pecado, porque nos ama com loucura! Ele não se rebaixa com o seu aniquilamento e, em troca, levanta-nos, deificando-nos o corpo e a alma. Responder afirmativamente ao seu Amor com um carinho claro, ardente e ordenado, isso é a virtude da castidade. (Amigos de Deus, nn. 177–178)

Evangelho e comentário

Tempo do Advento

Evangelho: Mt 3, 1-12

Naqueles dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, dizendo: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus». Foi dele que o profeta Isaías falou, ao dizer: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». João tinha uma veste tecida com pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre. Acorria a ele gente de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região do Jordão; e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. Ao ver muitos fariseus e saduceus que vinham ao seu baptismo, disse-lhes: «Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais. Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é o nosso pai’, porque eu vos digo: Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo. Eu baptizo-vos com água, para vos levar ao arrependimento. Mas Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo. Tem a pá na sua mão: há-de limpar a eira e recolher o trigo no celeiro. Mas a palha, queimá-la-á num fogo que não se apaga».

Comentário:

A vinte dias do Natal do Senhor a Liturgia traz-nos, por João Baptista, uma descrição do homem que será conhecido por Jesus.

O último dos profetas do Antigo Testamento de forma clara e categórica diz quem é Jesus e ao que vem.

O seu testemunho tem uma importância extraordinária porque, com a autoridade que muitos lhe reconhecem, o que afirma não pode deixar de ser tido em conta.

Com uma humildade absolutamente exemplar não se atribui a si mesmo senão o papel de percursor encarregado de preparar a vinda do Rei dos Reis, do Salvador do mundo.

(ama, comentário sobre Mt 3, 1-12, 06.10.2016)



Leitura espiritual


DE MAGISTRO

(DO MESTRE)

CAPÍTULO XIV

CRISTO ENSINA INTERIORMENTE, O HOMEM AVISA

EXTERIORMENTE PELAS PALAVRAS

AGOSTINHO

– Porém agora admito que, quando as palavras tenham sido ouvidas por quem já as conhece, a este possa parecer que quem fala tenha realmente pensado no seu significado; mas significará talvez que também aprendeu o que agora estamos indagando, isto é, que aquele tenha falado a verdade?

E, porventura, os mestres pretendem que se aprendam e retenham os seus conceitos pessoais e não as disciplinas mesmas que querem ensinar quando falam?

Mas quem seria tão tolo em mandar o seu filho à escola para que aprenda o pensamento do professor?

Mas quando tiverem exposto com palavras todas as disciplinas que dizem professar, inclusive as que concernem à virtude e à sabedoria, então os discípulos irão considerar consigo mesmos se as coisas ditas são verdadeiras, consultando a verdade interior conforme sua capacidade.

E é então que, finalmente, aprendem; e, quando dentro de si descobrem que as coisas ditas são verdadeiras, louvam os mestres sem perceber que elogiam homens mais doutrinados que doutos, se é que aqueles, também sabem o que dizem.

Erram, pois, os homens ao chamar de mestres outros homens, porque na maioria dos casos entre o tempo da audição e o tempo da cognição não se interpõe tempo algum; e, como depois da admoestação do professor, logo aprendem em seu íntimo, julga que aprenderam pela fala do mestre exterior, que nada mais faz do que admoestar.

Mas sobre a importância das palavras, bem considerada no seu conjunto, não é pequena, falaremos, se Deus permitir, noutro lugar.

Por ora avisei-te apenas que não lhes atribuas importância maior do que é necessário, para que não se creias, mas também comece a compreender quão grande é a verdade do que está escrito nos livros sagrados que não se chame a ninguém de mestre na terra, pois o verdadeiro e único Mestre de todos está no céu.

E o que há nos céus, no-lo ensinará Aquele que, por meio dos homens, também nos admoesta com sinais exteriores, para que, voltados para Ele interiormente, sejamos instruídos.

Amar e conhecer a Ele constituem a bem-aventurança, que todos afirmam buscar, mas bem poucos são os que se alegram por tê-la encontrado.

E agora gostaria de ter as tuas impressões sobre este meu arrazoado.

 Se tu soubesses que eram verdadeiras as coisas expostas, dirias que as conhecias quando interrogado sobre cada uma separadamente; observa, portanto, de quem as aprendeste; não certamente de mim, a quem terias respondido, se te indagasse sobre elas.

Se, ao contrário, sabes que não são verdadeiras, nem eu nem Aquele tas ensinou: eu, porque nunca teria a possibilidade de ensinar; Aquele, por tu não teres ainda a possibilidade de aprender.

ADEODATO

– Eu, na verdade, pela admoestação das tuas palavras aprendi que servem apenas para estimular o homem a aprender, e que já é grande resultado se por meio da palavra transmite-se um pouco do pensamento de quem fala. Se foi dita a verdade, isto no-lo pode ensinar somente Aquele que, por sinais externos, avisa o que habita dentro de nós; Aquele que, pela sua graça, hei-de amar com tanto mais ardor quanto mais eu progredir no conhecimento.

Mas quanto a essa tua oração, que usaste continuamente, sou-te grato particularmente por isto: que ela previu e desfez todas as objecções que tinha preparado para te fazer, e nada descuidaste daquilo que me suscita dúvidas, e sobre o que não me responderia assim aquele secreto oráculo, como tuas palavras afirmaram.

(Revisão de versão portuguesa por ama)


Final do livro DE MAGISTRO

Lições de São João Paulo II - 10

Lições de São João Paulo II



10 – O sentido essencial desta “realeza” e deste “domínio” do homem sobre o mundo visível, que lhe foi confiado pelo próprio Criador, consiste na prioridade da ética sobre a técnica, no primado da pessoa sobre as coisas e na superioridade do espírito sobre a matéria.





(12 Lições de são joão paulo II)


(revisão da versão portuguesa por ama)

Doutrina – 213

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO»

117. Quem é responsável pela morte de Jesus?



A paixão e a morte de Jesus não podem ser imputadas indistintamente nem a todos os judeus então vivos, nem aos outros judeus que depois viveram no tempo e no espaço. Cada pecador, isto é, cada homem, é realmente causa e instrumento dos sofrimentos do Redentor, e culpa maior têm aqueles, sobretudo se são cristãos, que mais frequentemente caem no pecado ou se deleitam nos vícios.

Tratado da vida de Cristo 137

Questão 49: Dos efeitos da paixão de Cristo

Art. 5 — Se Cristo com a sua Paixão nos abriu as portas do céu.

O quinto discute-se assim. — Parece que Cristo com a sua Paixão não nos abriu as portas do céu.

1. — Pois, diz a Escritura: Para o que semeia justiça há fiel recompensa. Ora, a recompensa da justiça é a entrada do reino celeste. Logo, parece que os Santos Patriarcas, que praticaram obras de justiça, teriam obtido pela fé a entrada no reino celeste, mesmo sem a Paixão de Cristo. Logo, a Paixão de Cristo não foi a causa de abertura das portas do reino celeste.

2. Demais. — Antes da Paixão de Cristo Elias foi arrebatado ao céu, como se lê na Escritura. Ora, o efeito não é anterior à causa. Logo, parece que a abertura das portas do céu não foi efeito da Paixão de Cristo.

3. Demais. — Como se lê no Evangelho no baptismo de Cristo abriram-se os céus. Ora, o baptismo foi anterior à Paixão. Logo, a abertura do céu não foi efeito da Paixão de Cristo.

4. Demais. — A Escritura diz: Aquele que lhes há de abrir o caminho irá adiante deles.  Ora, parece que abrir o caminho do céu não é outra coisa senão abrir-lhe as portas. Logo, parece que as portas do céu nos foram abertas, não pela Paixão, mas pela ascensão de Cristo.

Mas, em contrário, diz o Apóstolo: Temos confiança de entrar no santuário, isto é, celeste, pelo sangue de Cristo.

Portas fechadas são um obstáculo a impedirem-nos a entrada. Ora, os homens estavam impedidos de entrar no reino celeste por causa do pecado; pois, como diz a Escritura, haverá um caminho que se chamará o caminho santo e não passará por ele o impuro. Ora, há duas espécies de pecado que impedem a entrada no reino celeste. — Um é comum a toda a natureza humana, e esse é o pecado dos nossos primeiros pais, o qual fechou ao homem a entrada do reino celeste. Por isso, como lemos na Escritura, depois do pecado do primeiro homem, pôs Deus um querubim com uma espada de fogo e versátil para guardar o caminho da árvore da vida. — Outro é o pecado especial de cada pessoa, cometido por acto próprio de cada um.

Ora, pela Paixão de Cristo fomos libertados, não só do pecado comum de toda a natureza humana, tanto quanto à culpa como quanto ao reato da pena, porque Cristo pagou o preço por nós, mas também dos pecados próprios de cada um de nós, que comungamos com a sua Paixão pela fé, pela caridade e pelos sacramentos da fé. E assim pela Paixão de Cristo se nos abriram as portas do reino celeste. E tal é o que diz o Apóstolo: Estando Cristo já presente, pontífice dos bens vindouros, pelo seu próprio sangue entrou uma só vez no santuário, havendo achado uma redenção eterna. O mesmo significa a Escritura onde diz que o homicida ali ficará, isto é, na cidade em que se tinha refugiado, até à morte do sumo-sacerdote, que foi sagrado com o óleo santo; e morto este poderia voltar aquele para a sua casa.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Os santos Patriarcas, tendo praticado obras justas, mereceram a entrada no reino do céu pela fé na Paixão de Cristo, segundo o Apóstolo: Os Santos pela fé conquistaram reinos, obraram acções de justiça; pela qual também cada um se purificava do pecado, o quanto condizia com a purificação da própria pessoa. Mas a fé ou a justiça de cada um não bastava a remover o impedimento proveniente do reato de toda a natureza humana. Mas esse impedimento foi removido pelo preço do sangue de Cristo. Donde, antes da Paixão de Cristo, ninguém podia entrar no reino celeste, isto é, alcançando a bem-aventurança eterna, consistente no gozo pleno de Deus.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Elias foi arrebatado ao céu aéreo não ao céu empíreo, que é o lugar dos santos. O mesmo se deu com Enoch; mas foi arrebatado ao paraíso terrestre, onde cremos que vive junto com Elias até o advento do Anticristo.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como dissemos os céus abriram-se por ocasião do baptismo de Cristo, não em benefício do próprio Cristo, a quem sempre o céu estava patente; mas para significar que o céu se abre aos baptizados, pelo baptismo de Cristo, que tira a sua eficácia da sua Paixão.

RESPOSTA À QUARTA. — Cristo pela sua Paixão mereceu-nos a entrada no reino celeste e removeu o obstáculo que no-la impedia. Mas, pela sua ascensão, como que nos introduzia na posse do reino celeste. Por isso a Escritura diz que aquele que lhes há de abrir o caminho irá adiante deles.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?