Sexta-Feira
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Pequena mortificação
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Entrada messiânica em
Jerusalém
1 Estando próximos de Jerusalém, perto
de Betfagé e de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos
seus discípulos 2 e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente de vós e,
logo que nela entrardes, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém
montou. Soltai-o e trazei-o. 3 E se alguém vos perguntar: 'Porque fazeis isso?'
respondei: 'O Senhor precisa dele;' e logo o mandará de volta.» 4 Partiram e
encontraram um jumentinho preso junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e
soltaram-no. 5 Alguns que ali se encontravam disseram-lhes: «Que é isso de
soltar o jumentinho?» 6 Responderam como Jesus tinha dito e eles deixaram-nos
ir. 7 Levaram o jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus
montou nele. 8 Muitos estenderam as capas pelo caminho; outros, ramos de
verdura que tinham cortado nos campos. 9 E tanto os que iam à frente como os
que vinham atrás gritavam: Hossana! Bendito seja o que vem em nome do Senhor! 10
Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar. Hossana nas alturas! 11 Chegou
a Jerusalém e entrou no templo. Depois de ter examinado tudo em seu redor, como
a hora já ia adiantada, saiu para Betânia com os Doze.
A figueira estéril
12 Na manhã seguinte, ao deixarem
Betânia, Jesus sentiu fome. 13 Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver
se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou
senão folhas, pois não era tempo de figos. 14 Disse então: «Nunca mais ninguém
coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto.
Purificação do templo
15 Chegaram a Jerusalém; e, entrando no
templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou
por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas, 16 e não
permitia que se transportasse qualquer objecto através do templo. 17 E
ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: A minha casa será chamada casa de
oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» 18 Os
sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isto e procuravam maneira de o matar,
mas temiam-no, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento.
19 Quando se fez tarde, saíram para fora da cidade.
A figueira seca. Fé e oração
20 Ao passarem na manhã seguinte, viram
a figueira seca até às raízes. 21 Pedro, recordando-se, disse a Jesus: «Olha,
Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!» 22 Jesus disse-lhes: «Tende fé em
Deus. 23 Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: 'Tira-te daí e
lança-te ao mar', e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz se
vai realizar, assim acontecerá. 24 Por isso, vos digo: tudo quanto pedirdes na
oração crede que já o recebestes e haveis de obtê-lo. Quando vos levantais para
orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, 25 para que
o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas. 26 Porque, se
não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas
ofensas.»
Autoridade de Jesus
27 Regressaram a Jerusalém e, andando
Jesus pelo templo, os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos
aproximaram-se dele 28 e perguntaram-lhe: «Com que autoridade fazes estas
coisas? Quem te deu autoridade para as fazeres?» 29 Jesus respondeu: «Também Eu
vos farei uma pergunta; respondei-me e dir-vos-ei, então, com que autoridade
faço estas coisas: 30 O baptismo de João era do Céu, ou dos homens? Respondei-me.»
31 Começaram a discorrer entre si, dizendo: «Se dissermos 'do Céu', dirá:
'Então porque não acreditastes nele?' 32 Se, porém, dissermos 'dos homens',
tememos a multidão.» Porque todos consideravam João um verdadeiro profeta. 33 Por
fim, responderam a Jesus: «Não sabemos.» E Jesus disse-lhes: «Nem Eu vos digo
com que autoridade faço estas coisas.»
Comentário
Nos templos abertos ao público pode
notar-se uma pequena lamparina acesa junto do Sacrário.
Tal significa que ali está Jesus Cristo
Sacramentado.
Muitos entram nos Templos para admirar
os ornamentos, a arquitectura, as imagens e pinturas.
Não há qualquer mal nisto.
O mal estrá no facto de alguns desses não
darem importância ao Dono do Templo, que está ali presente não fazendo uma
genuflexão ou uma reverência diante do Sacrário.
Como nos receberia em sua casa o dono da
mesma se, entrando, nem sequer o cumprimentássemos?
(AMA, 2021)
SÃO JOSÉ
A
figura de São José no Evangelho
Já
falámos muito deste tema noutras ocasiões, mas permiti-me insistir de novo na
naturalidade e na simplicidade da vida de São José, que não se distinguia da
dos seus vizinhos nem levantava barreiras desnecessárias. Por isso, ainda que
possa ser conveniente nalguns momentos ou em algumas situações, habitualmente
não gosto de falar de operários católicos, de engenheiros católicos, de médicos
católicos, etc., como se se tratasse de uma espécie dentro dum género, como se
os católicos formassem um grupinho separado dos outros, dando assim a sensação
de que existe um fosso entre os cristãos e o resto da humanidade. Respeito a
opinião oposta, mas penso que é muito mais correcto falar de operários que são
católicos, ou de católicos que são operários; de engenheiros que são católicos
ou de católicos que são engenheiros. Porque o homem que tem fé e exerce uma
profissão intelectual, técnica ou manual, está e sente-se unido aos outros,
igual aos outros, com os mesmos direitos e obrigações, com o mesmo desejo de
melhorar, com o mesmo empenho de se enfrentar com os problemas comuns e de lhes
encontrar a solução.
(Cf.
São Josemaria, Cristo que Passa)
SÃO GREGÓRIO
MAGNO, papa e doutor da Igreja
REFLEXÃO
Deixaram tudo e seguiram-No
Pedro e o seu irmão, André «Deixaram tudo»!... diz São Mateus.
Como Cristo hão-de entregar também as
suas vidas na cruz. Ambos se consideraram indignos ser crucificados como o Rabi
por Quem tinham abandonado tudo, naquele dia, nas margens do mar da Galileia:
Pedro quer ser crucificado de cabeça para baixo; André escolhe uma cruz
em X. Quiseram deixar bem claro quem era o Mestre e quem eram os
discípulos.
E eu? O que é que eu tenho deixado, ao
longo da minha vida, pelo meu Mestre? Umas poucas coisitas de pouca monta e,
mesmo assim, sempre relutante, a contra-gosto. Fico-me para aqui, agarrado ás minhas
redes, encostado ao meu barco e não avanço mar dentro à pesca com é meu dever.
Ah! Porque o tempo não está favorável; talvez amanhã; porque estou cansado;
porque chove; está frio; faz muito calor; não me apetece; ainda ontem fui e não
apanhei nada!
Tantas razões sem razão nenhuma!
Vá! Nunc coepi!
Agora...agora começo. Com o que tenho,
com as minhas misérias e pouca coisa, com os meus enormes defeitos e pequenas
virtudes, mas de ouvidos bem atentos à voz de Quem chama: ‘Tu...! Vem e
segue-me!’
(AMA, 2016)
SÃO JOSEMARIA – textos
O
trabalho é uma bênção de Deus
O trabalho é a vocação
original do homem; é uma bênção de Deus; e enganam-se lamentavelmente aqueles
que o consideram um castigo. O Senhor, o melhor dos pais, colocou o primeiro homem
no Paraíso – "ut operaretur",
para trabalhar. (Sulco, 482)
O trabalho acompanha
necessariamente a vida do homem sobre a terra. Com ele nascem o esforço, a
fadiga, o cansaço, as manifestações de dor e de luta que fazem parte da nossa
existência humana actual e que são sinais da realidade do pecado e da
necessidade da redenção. Mas o trabalho, em si mesmo, não é uma pena nem uma
maldição ou castigo: os que assim falam não leram bem a Sagrada Escritura. É a
hora de nós, os cristãos, dizermos bem alto que o trabalho é um dom de Deus e
que não tem nenhum sentido dividir os homens em diversas categorias segundo os
tipos de trabalho, considerando umas tarefas mais nobres do que outras. O
trabalho, todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio
sobre a criação. É um meio de desenvolvimento da personalidade. É um vínculo de
união com os outros seres; fonte de recursos para sustentar a família; meio de
contribuir para o melhoramento da sociedade em que se vive e para o progresso
de toda a Humanidade. Para um cristão, essas perspectivas alargam-se e
ampliam-se, porque o trabalho aparece como participação na obra criadora de
Deus que, ao criar o homem, o abençoou dizendo-lhe: Procriai e multiplicai-vos
e enchei a terra e subjugai-a, e dominai sobre todo o animal que se mova à
superfície da terra. (Cristo que passa, 47)