27/08/2021

NUNC COEPI Publicações em Agosto 27

 

NUNC COEPI Publicações em Agosto 27

 

Sexta-Feira 

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

 

PLANO DE VIDA:  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Pequena mortificação

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

Mc IV, 1-41

 

Parábola do semeador

1 De novo começou a ensinar à beira-mar. Uma enorme multidão vem agrupar-se junto dele e, por isso, sobe para um barco e senta-se nele, no mar, ficando a multidão em terra, junto ao mar. 2 Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas e dizia nos seus ensinamentos: 3 «Escutai: o semeador saiu a semear. 4 Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho e vieram as aves e comeram-na. 5 Outra caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra e logo brotou, por não ter profundidade de terra; 6 mas, quando o sol se ergueu, foi queimada e, por não ter raiz, secou. 7 Outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, sufocaram-na, e não deu fruto. 8 Outra caiu em terra boa e, crescendo e vicejando, deu fruto e produziu a trinta, a sessenta e a cem por um.» 9 E dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça.» 10 Ao ficar só, os que o rodeavam, juntamente com os Doze, perguntaram-lhe o sentido da parábola. 11 Respondeu: «A vós é dado conhecer o mistério do Reino de Deus; mas, aos que estão de fora, tudo se lhes propõe em parábolas, 12 para que ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam, não vão eles converter-se e ser perdoados.»

 

Explicação da parábola

13 E acrescentou: «Não compreendeis esta parábola? Como compreendereis então todas as outras parábolas? 14 O semeador semeia a palavra. 15 Os que estão ao longo do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; e, mal a ouvem, chega Satanás e tira a palavra semeada neles. 16 Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria, 17 mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, quando surge a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo desfalecem. 18 Outros há que recebem a semente entre espinhos; esses ouvem a palavra, 19 mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e as restantes ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica infrutífera. 20 Aqueles que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, a recebem, dão fruto e produzem a trinta, a sessenta e a cem por um.»

 

Parábola da lâmpada

21 Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? 22 Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 24 E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. 25 Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»

 

Parábola da semente

26 Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. 27 Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. 28 A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. 29 E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.»

 

Parábola do grão de mostarda

30 Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? 31 É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; 32 mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar-se à sua sombra.» 33 Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. 34 Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.

 

Jesus acalma uma tempestade

35 Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.» 36 Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava; e havia outras embarcações com Ele. 37 Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco, de forma que este já estava quase cheio de água. 38 Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada. 39 Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma. 40 Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» 41 E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

 

Comentário

 

Haverá trabalho mais nobre e útil que semear?

Penso que não! Transmitir aos outros o que se sabe ser verdade, conhecimentos sobre um ofício ou tarefa, formas de actuar nas diversas circunstâncias e fases da vida corrente e, sobretudo, as verdades da Fé Cristã, além de ser trabalho nobílissimo é serviço de Deus e a Deus.

Ele, não obstante as nossas fraquezas e debilidades – ou talvez por isso mesmo – quer servir-se de cada um dos homens, sem excluir ninguém, para transmitir a Sua Palavra, dar a conhecer o Seu Reino.

Mas... atenção! O primeiro “campo” a semear é o nosso coração, a nossa alma. Instruir-nos, estudar, aprofundar o mais possível de modo que a semente que iremos utilizar seja a melhor, a mais conveniente a que melhores frutos poderá produzir.

É preciso, também, ter presente que, raramente quem colhe é aquele que semeou, não é este o seu encargo.

Querer a todo o custo ver a seara pode esconder o verdadeiro sentido de serviço e albergar algum sentimento de vã glória.

Por isso mesmo convém, sumamente, orientar a sementeira de acordo com as instruções do Director Espiritual que sabe muito bem onde e como semear e, até, a ocasião mais oportuna para o fazer.

Seguindo este critério, semeemos, pois, a semente de Deus e, Ele, a fará frutificar independentemente do ‘terreno’ onde foi lançada.

Ao considerarmos este trecho de São Marcos voltamos sempre à mesma reflexão: ‘Sou cristão! Sou Filho de Deus! Sou – devo ser – o reflexo da Sua luz que ilumina o mundo!

Como poderei fazê-lo se “ficar em casa”, não contactar os outros, en­fim… se não fizer apostolado?

Convençamo-nos que ser apóstolo não é mais que reflectir nos outros a Luz que recebemos de Cristo.

Na sua pregação, Jesus Cristo repete muitas vezes, de forma seme­lhante, esta frase: «Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça».

É um aviso sério a ter muito em conta por todos os homens, sobretudo pelos cristãos.

 

(AMA, 1999)

 

 

 

ESPÍRITO SANTO, VIRTUDES E DONS

 

Influência das paixões na vida moral

2 -

As paixões influem muito na vida moral; em si mesmas, as paixões não são nem boas nem más (Catecismo, 1767). São moralmente boas quando contribuem para uma acção boa, e más, no caso contrário (Catecismo 1768). Pertence à perfeição humana que as paixões estejam reguladas pela razão e dominadas pela vontade. Depois do pecado original, as paixões não se encontram submetidas ao império da razão, e com frequência inclinam a levar a cabo o que não é bom. Para as encaminhar habitualmente para o bem necessita-se da ajuda da graça, que sara as feridas do pecado, e da luta ascética.

A vontade, se é boa, utiliza as paixões ordinariamente para o bem. Pelo contrário, a má vontade que segue o egoísmo, sucumbe às paixões desordenadas ou usa-as para o mal (cf. Catecismo, 1768).

 

(Francisco Díaz)

 

      

 REFLEXÃO

 

Dons do Espírito Santo


1

Como viver sem eles?


Não tenho uma resposta porque na realidade não sei.

Considero-me credor de imensos dons que ao longo da minha vida fui recebendo, mas, na verdade, sinto que nos últimos tempos têm sido abundantes e de tal forma sensíveis que, também não tenho dúvidas, se tem operado uma notória transformação em mim, na minha vida.

Julgo sinceramente que para melhor.

Como tenho a certeza que como tal não se deve a qualquer mérito da minha parte só posso concluir que o Senhor me tem reservado algo que não sei o que possa ser.

Espero pela santidade, quero definitivamente ser santo!

Parece-me viver uma outra vida, não uma vida dupla, mas única, uma só.

Estou a tornar-me num "místico?

Talvez, mas não me assusta.

Deveria?

Rezo não mais que antes, mas talvez reze melhor, sinto-me cada vez mais íntimo do Senhor.

Quanto devo?

Sim, assusta-me um pouco a dimensão da dívida.

Como pagar?

 

Não me parece que deva ser uma preocupação porque não me ocorre sequer que o Senhor dá com o objectivo de receber.

Não!

Dá para que os Seus filhos possam cumprir melhor a Sua Vontade por­que sabe muito bem que por nós próprios não conseguiríamos.

Mas saber que no fundo não existe dívida a pagar não exime que não se agradeça bem pelo contrário quanto mais se recebe mais se deve agradecer.

A gratidão é um sentimento de grande beleza e dignidade e ser grato traz uma satisfação íntima muito real e concreta.

 

(AMA, 1999)

 

SÃO JOSÉ

 

Ano de São José

A figura de São José no Evangelho

Se José aprendeu de Jesus a viver de um modo divino, atrever-me-ia a dizer que, no aspecto humano, ensinou muitas coisas ao Filho de Deus. Há qualquer coisa que não me agrada no titulo de pai adoptivo com que às vezes se designa José, porque tem o perigo de fazer pensar que as relações entre José e Jesus eram frias e externas. Certamente que a nossa fé nos diz que não era pai segundo a carne, mas não é essa a única paternidade. (São Josemaria, Cristo que passa, 55)

 

SÃO JOSEMARIA – textos

 

Quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade

Só serás bom, se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. Por isso, quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com intenção de aprender e de melhorar tu próprio, naquilo que corriges. (Forja, 455)

Para curar uma ferida, primeiro limpa-se esta muito bem e inclusivamente ao seu redor, desde bastante distância. O médico sabe perfeitamente que isso dói, mas se omitir essa operação, depois doerá ainda mais. A seguir, põe-se logo o desinfectante; arde – pica, como dizemos na minha terra – mortifica, mas não há outra solução para a ferida não infectar. Se para a saúde corporal é óbvio que se têm de tomar estas medidas, mesmo que se trate de escoriações de pouca importância, nas coisas grandes da saúde da alma – nos pontos nevrálgicos da vida do ser humano – imaginai como será preciso lavar, como será preciso cortar, como será preciso limpar, como será preciso desinfectar, como será preciso sofrer! A prudência exige-nos intervir assim e não fugir ao dever, porque não o cumprir seria uma falta de consideração e inclusivamente um atentado grave, contra a justiça e contra a fortaleza. Persuadi-vos de que um cristão, se pretende deveras proceder rectamente diante de Deus e dos homens, precisa de todas as virtudes, pelo menos em potência. Mas, perguntar-me-eis: Padre, o que diz das minhas fraquezas? Responder-vos-ei: Porventura um médico que está doente, mesmo que a sua doença seja crónica, não cura os outros? A sua doença impede-o de prescrever a outros doentes o tratamento adequado? É claro que não. Para curar, basta-lhe ter a ciência necessária e aplicá-la com o mesmo interesse com que combate a sua própria enfermidade. (Amigos de Deus, 161)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


LEITURA ESPIRITUAL 

Evangelho

Mc IV, 1-41

 

Parábola do semeador

1 De novo começou a ensinar à beira-mar. Uma enorme multidão vem agrupar-se junto dele e, por isso, sobe para um barco e senta-se nele, no mar, ficando a multidão em terra, junto ao mar. 2 Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas e dizia nos seus ensinamentos: 3 «Escutai: o semeador saiu a semear. 4 Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho e vieram as aves e comeram-na. 5 Outra caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra e logo brotou, por não ter profundidade de terra; 6 mas, quando o sol se ergueu, foi queimada e, por não ter raiz, secou. 7 Outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, sufocaram-na, e não deu fruto. 8 Outra caiu em terra boa e, crescendo e vicejando, deu fruto e produziu a trinta, a sessenta e a cem por um.» 9 E dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça.» 10 Ao ficar só, os que o rodeavam, juntamente com os Doze, perguntaram-lhe o sentido da parábola. 11 Respondeu: «A vós é dado conhecer o mistério do Reino de Deus; mas, aos que estão de fora, tudo se lhes propõe em parábolas, 12 para que ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam, não vão eles converter-se e ser perdoados.»

 

Explicação da parábola

13 E acrescentou: «Não compreendeis esta parábola? Como compreendereis então todas as outras parábolas? 14 O semeador semeia a palavra. 15 Os que estão ao longo do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; e, mal a ouvem, chega Satanás e tira a palavra semeada neles. 16 Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria, 17 mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, quando surge a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo desfalecem. 18 Outros há que recebem a semente entre espinhos; esses ouvem a palavra, 19 mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e as restantes ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica infrutífera. 20 Aqueles que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, a recebem, dão fruto e produzem a trinta, a sessenta e a cem por um.»

 

Parábola da lâmpada

21 Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? 22 Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 24 E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. 25 Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»

 

Parábola da semente

26 Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. 27 Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. 28 A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. 29 E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.»

 

Parábola do grão de mostarda

30 Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? 31 É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; 32 mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar-se à sua sombra.» 33 Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. 34 Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.

 

Jesus acalma uma tempestade

35 Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.» 36 Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava; e havia outras embarcações com Ele. 37 Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco, de forma que este já estava quase cheio de água. 38 Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada. 39 Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma. 40 Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» 41 E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

 

Comentário

 

Haverá trabalho mais nobre e útil que semear?

Penso que não! Transmitir aos outros o que se sabe ser verdade, conhecimentos sobre um ofício ou tarefa, formas de actuar nas diversas circunstâncias e fases da vida corrente e, sobretudo, as verdades da Fé Cristã, além de ser trabalho nobílissimo é serviço de Deus e a Deus.

Ele, não obstante as nossas fraquezas e debilidades – ou talvez por isso mesmo – quer servir-se de cada um dos homens, sem excluir ninguém, para transmitir a Sua Palavra, dar a conhecer o Seu Reino.

Mas... atenção! O primeiro “campo” a semear é o nosso coração, a nossa alma. Instruir-nos, estudar, aprofundar o mais possível de modo que a semente que iremos utilizar seja a melhor, a mais conveniente a que melhores frutos poderá produzir.

É preciso, também, ter presente que, raramente quem colhe é aquele que semeou, não é este o seu encargo.

Querer a todo o custo ver a seara pode esconder o verdadeiro sentido de serviço e albergar algum sentimento de vã glória.

Por isso mesmo convém, sumamente, orientar a sementeira de acordo com as instruções do Director Espiritual que sabe muito bem onde e como semear e, até, a ocasião mais oportuna para o fazer.

Seguindo este critério, semeemos, pois, a semente de Deus e, Ele, a fará frutificar independentemente do ‘terreno’ onde foi lançada.

Ao considerarmos este trecho de São Marcos voltamos sempre à mesma reflexão: ‘Sou cristão! Sou Filho de Deus! Sou – devo ser – o reflexo da Sua luz que ilumina o mundo!

Como poderei fazê-lo se “ficar em casa”, não contactar os outros, en­fim… se não fizer apostolado?

Convençamo-nos que ser apóstolo não é mais que reflectir nos outros a Luz que recebemos de Cristo.

Na sua pregação, Jesus Cristo repete muitas vezes, de forma seme­lhante, esta frase: «Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça».

É um aviso sério a ter muito em conta por todos os homens, sobretudo pelos cristãos.

 

(AMA, 1999)



ESPÍRITO SANTO, VIRTUDES E DONS

 

Influência das paixões na vida moral

2 -

As paixões influem muito na vida moral; em si mesmas, as paixões não são nem boas nem más (Catecismo, 1767). São moralmente boas quando contribuem para uma acção boa, e más, no caso contrário (Catecismo 1768). Pertence à perfeição humana que as paixões estejam reguladas pela razão e dominadas pela vontade. Depois do pecado original, as paixões não se encontram submetidas ao império da razão, e com frequência inclinam a levar a cabo o que não é bom. Para as encaminhar habitualmente para o bem necessita-se da ajuda da graça, que sara as feridas do pecado, e da luta ascética.

A vontade, se é boa, utiliza as paixões ordinariamente para o bem. Pelo contrário, a má vontade que segue o egoísmo, sucumbe às paixões desordenadas ou usa-as para o mal (cf. Catecismo, 1768).

 

(Francisco Díaz)

 


      

 REFLEXÃO

 

Dons do Espírito Santo


1

Como viver sem eles?


Não tenho uma resposta porque na realidade não sei.

Considero-me credor de imensos dons que ao longo da minha vida fui recebendo, mas, na verdade, sinto que nos últimos tempos têm sido abundantes e de tal forma sensíveis que, também não tenho dúvidas, se tem operado uma notória transformação em mim, na minha vida.

Julgo sinceramente que para melhor.

Como tenho a certeza que como tal não se deve a qualquer mérito da minha parte só posso concluir que o Senhor me tem reservado algo que não sei o que possa ser.

Espero pela santidade, quero definitivamente ser santo!

Parece-me viver uma outra vida, não uma vida dupla, mas única, uma só.

Estou a tornar-me num "místico?

Talvez, mas não me assusta.

Deveria?

Rezo não mais que antes, mas talvez reze melhor, sinto-me cada vez mais íntimo do Senhor.

Quanto devo?

Sim, assusta-me um pouco a dimensão da dívida.

Como pagar?

Não me parece que deva ser uma preocupação porque não me ocorre sequer que o Senhor dá com o objectivo de receber.

Não!

Dá para que os Seus filhos possam cumprir melhor a Sua Vontade por­que sabe muito bem que por nós próprios não conseguiríamos.

Mas saber que no fundo não existe dívida a pagar não exime que não se agradeça bem pelo contrário quanto mais se recebe mais se deve agradecer.

A gratidão é um sentimento de grande beleza e dignidade e ser grato traz uma satisfação íntima muito real e concreta.

 

(AMA, 1999)



SÃO JOSEMARIA – textos

 

Quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade

Só serás bom, se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. Por isso, quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com intenção de aprender e de melhorar tu próprio, naquilo que corriges. (Forja, 455)

Para curar uma ferida, primeiro limpa-se esta muito bem e inclusivamente ao seu redor, desde bastante distância. O médico sabe perfeitamente que isso dói, mas se omitir essa operação, depois doerá ainda mais. A seguir, põe-se logo o desinfectante; arde – pica, como dizemos na minha terra – mortifica, mas não há outra solução para a ferida não infectar. Se para a saúde corporal é óbvio que se têm de tomar estas medidas, mesmo que se trate de escoriações de pouca importância, nas coisas grandes da saúde da alma – nos pontos nevrálgicos da vida do ser humano – imaginai como será preciso lavar, como será preciso cortar, como será preciso limpar, como será preciso desinfectar, como será preciso sofrer! A prudência exige-nos intervir assim e não fugir ao dever, porque não o cumprir seria uma falta de consideração e inclusivamente um atentado grave, contra a justiça e contra a fortaleza. Persuadi-vos de que um cristão, se pretende deveras proceder rectamente diante de Deus e dos homens, precisa de todas as virtudes, pelo menos em potência. Mas, perguntar-me-eis: Padre, o que diz das minhas fraquezas? Responder-vos-ei: Porventura um médico que está doente, mesmo que a sua doença seja crónica, não cura os outros? A sua doença impede-o de prescrever a outros doentes o tratamento adequado? É claro que não. Para curar, basta-lhe ter a ciência necessária e aplicá-la com o mesmo interesse com que combate a sua própria enfermidade. (Amigos de Deus, 161)