20/09/2021

NUNC COEPI Publicações em Setembro 20

                                                           


                                                           Segunda-Feira

 Pequena agenda do cristão  

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me: 

Sorrir, ser amável.

Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?



 

LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

Jo XIII, 1-38

 

Jesus lava os pés aos discípulos

1 Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo. 2 O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a decisão de o entregar. 3 Enquanto celebravam a ceia, Jesus, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, 4 levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura. 5 Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.6 Chegou, pois, a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?» 7 Jesus respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.» 8 Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.» 9Disse-lhe, então, Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!» 10 Respondeu-lhe Jesus: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.» 11 Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos estais limpos'. 12 Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes: 13 «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre' e 'o Senhor', e dizeis bem, porque o sou. 14 Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. 15 Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também. 16 Em verdade, em verdade vos digo, não é o servo mais do que o seu Senhor, nem o enviado mais do que aquele que o envia. 17 Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática. 18 Não me refiro a todos vós. Eu bem sei quem escolhi, e há-de cumprir-se a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar. 19 Desde já vo-lo digo, antes que isso aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou. 20 Em verdade, em verdade vos digo: quem receber aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.»

 

Anúncio da traição de Judas

21 Tendo dito isto, Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!» 22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. 23 Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. 24 Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia. 25 Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?» 26 Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27 E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.» 28 Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera. 29 Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: 'Compra o que precisamos para a Festa', ou que desse alguma coisa aos pobres. 30 Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite. 31 Depois de Judas ter saído, Jesus disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus. 32 E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem, e há-de revelá-la muito em breve.»

 

O mandamento novo

33 «Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar, e, assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde Eu for vós não podereis ir', também agora o digo a vós. 34 Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. 35 Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.»

 

Anúncio da negação de Pedro

36 Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde.» 37 Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!» 38 Replicou Jesus: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes!»

 

Comentário

 

Diria que a “lição”, a “chave” deste trecho de São João que foi testemunha de quanto se passou nessa Ceia memorável, está exactamente no último versículo: «Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também». Nada do que Jesus Cristo fez ou disse foi “por acaso” ou levado por algum sentimento súbito e irreprimível. Não! O Senhor quer deixar bem gravado na mente e coração daqueles que O seguem de mais perto e serão os futuros pilares da Sua Igreja, que o “exemplo vem de cima” e que ninguém poderá mandar, ensinar, ou mesmo sugerir a outrem, que faça algo que ele próprio não fez. Não há apostolado como o exemplo! As palavras por mais belas, convincentes e estruturadas que sejam, não criam as raízes que o exemplo deixa bem “enterrado” no âmago dos que nos veem. Primeiro… fazer, depois… pedir que façam!

Não podemos fazer uma pálida ideia do que seria o ambiente naquela que – só Jesus, por enquanto o sabe – seria última Ceia em que estaria reunido com os Doze. Os futuros Apóstolos deverão ter-se apercebido do semblante grave e tenso do Mestre, começando por aquela cena algo insólita de lhes lavar os pés. Virá, depois, a revelação a respeito de Judas e, depois, o longo discurso que é como que uma declaração testamentária de quem está prestes a partir. Não alcançam – porque ainda não podem – toda a extensão e “peso” das palavras e das atitudes do seu Senhor e Mestre, mas jamais esquecerão essa última refeição comum nem os detalhes de cada palavra, de cada gesto. De tal forma assim é que a mesma se repetirá diariamente, indefinidamente, ao longo dos tempos usando as mesmas palavras e acções que o Senhor usou e lhes ordenou que repetissem em Sua memória. Atrevo-me a pensar se, de facto, o maior acto de amor de Jesus pelos homens terá sido a entrega da Sua Vida na Cruz ou a doação do Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade sempre que O comungamos.

Jesus Cristo indica uma forma segura de alcançar a felicidade: saber exactamente quem se é e que lugar se ocupa. Ou seja, ser igual a si próprio e actuar de acordo. Infelizmente, Judas – o traidor – não compreendeu isto e, por isso mesmo, por achar que sabia ou, de qualquer forma, se achava mais capaz ou instruído que o seu Mestre e Senhor, caiu na desgraça da traição. Judas é o paradigma dos que se acham superiores ou os detentores da única razão e não ouvem, não escutam nem sequer aproveitam os ensejos e oportunidades que, durante a vida, lhes vão sendo sugeridas como o caminho a seguir, a atitude a tomar. No fim e ao cabo… estamos a falar do orgulho próprio, da teimosia intelectual, das “ideias feitas”, de preconceitos e individualismo exacerbado. Estas atitudes pagam-se caro, tanto para o próprio como para outros.

Mais frequentemente do que talvez imaginemos esta atitude de querer suplantar o mestre acontece um pouco por todo o lado. Há pessoas que confundem o respeito devido a quem sabe com o auto-convencimento da ciência que julgam ter. Não têm, de facto, nenhum direito a serem ensinados ou beneficiarem de quem os pode instruir porque, na verdade, não querem nem aprender nem adquirir outros conhecimentos. Naturalmente que isto se deve a um defeito terrível que é o orgulho ou amor-próprio pessoais que distorcem a realidade e conduzem estas pessoas a um progressivo isolamento do resto da sociedade. O resultado é sempre muito mau, não só porque perdem oportunidade de melhoria, mas, sobretudo, porque actuam com desonestidade intelectual fingindo e pretendendo passar por fiéis “alunos” ou instruendos quando, o que na verdade pretendem, é esperar uma oportunidade para ultrapassar o Mestre ou desprestigiar o que ensina. Este caso – triste – de Judas é o paradigma dessas pessoas que referi, dignas de dó e lástima porque, quem finge e mascara as suas intenções, nunca poderá ter credibilidade e, assim, nunca será feliz. Andará pela vida enganando uns e outros que, na sua boa-fé, acreditam nele e o tratam como igual quando, na verdade, não o são nem o merecem.

São João narra com expressivo dramatismo estes momentos da Última Ceia. Sim, deve ter sido algo tão intenso e triste ao mesmo tempo, que terá ficado gravado para todo o sempre no seu espírito. Mais que a própria traição de Judas, enfatiza a insegurança dos outros dez que duvidam de si próprios e da sua fidelidade ao Mestre. Impressiona constatar a humildade com que desejam que constem estas suas fraquezas e debilidades para que, os que ao longo dos tempos lerem estas linhas, tenham a percepção de que eram homens simples, talvez rudes e pouco esclare­cidos, mas que, acima de tudo, amavam Jesus com entranhado amor que resistirá a tudo, à incredulidade de Tomé, às negações de Pedro, às dúvidas de Filipe. Não temos, portanto, que procurar "desculpas" nas nossas fraquezas para não seguir o Senhor.

O Evangelista conta-nos a tragédia da traição com uma economia de palavras que surpreende. O que aconteceu deve ter sido tão chocante e surpreendente que, quando mais tarde, vier a conhecer o que realmente aconteceu prefere dar o assunto como que encerrado. A traição choca e cai como um estigma sobre quantos a testemunham. Não esqueçamos que Judas era um dos Doze, que durante quase três anos conviveram intimamente percorrendo a Palestina acompanhando Jesus. Como compreender? Como aceitar? Na verdade, parece que o exemplo vem do Senhor que não mais terá referido o que aconteceu. Quase somos levados a considerar que o papel de Judas foi absolutamente necessário para que se cumprisse, como Jesus desejava, toda a história da Salvação.

A delicadeza do Senhor para com Judas espanta-nos? Não, Jesus poderia ter dito claramente e de viva voz quem seria o traidor, mas, porque o não fez? Em primeiro lugar – talvez – para evitar uma reacção natural dos outros discípulos presentes que, decerto, impediriam aquele de cometer o acto tão reprovável. Mas, depois, porque as Escrituras tinham de cumprir-se plenamente até ao pormenor. A perturbação de Jesus – de que o Evangelista fala – deve-se naturalmente à Sua profunda mágoa por ver um dos Seus escolhidos trair a Sua confiança e o Seu Amor. Não… o Senhor não Se enganou na escolha dos Doze porque até ao último momento – tal como connosco – espera uma reconvenção que nos afaste do caminho da traição. O que é o pecado senão uma traição ao Amor Infinito que Deus tem pelos Seus filhos?

Aquele que seria o Princípe dos Apóstolos revela, inequívoca mente a consideração em que tinha O Mestre e, de forma genuína e verdadeira, não quer que Ele lhe lave os pés! Não se acha digno de tal serviço, normalmente reservado aos escravos, que Aquele por quem tinha tanta admiração e seguia como que “arrastado” pelas Suas palavras, pelo Seu exemplo, pela Sua Doutrina, queria prestar-lhe. Na verdade, não compreende a atitude do Senhor mas, quando Este lhe explica porque o deseja fazer, aceita imediatamente – impulsivamente como é próprio do seu carácter – quanto o Senhor deseja. Dá-nos, assim, um exemplo precioso: quanto O Senhor deseja fazer por nós – ou a nós – tem sempre um sentido, um significado que, talvez não entendamos mas, que devemos aceitar porque só pode ser para nosso bem.  Não nos preocupemos pela consciência do pouco que somos porque, temos a certeza: Ele conhece-nos muito – muitissímo melhor – que nós próprios nos conhecemos!

 

 


SACRAMENTOS

 

Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis, com os quais são celebrados os sacramentos, significam e realizam as graças próprias de cada sacramento(Catecismo, 1131).

 


 

REFLEXÃO

 

Uma lição de esperança

 

Na minha ida ao Centro de Saúde para receber a segunda dose da vacina (re. COVID), deparei-me com inúmeras pessoas de idade em cadeiras de rodas, com muletas, em macas levadas por familiares, com limitações profundas... enfim.

Recebi, posso dizê-lo uma lição de esperança, vontade de viver mau grado circunstâncias e problemas.

E, eu... só sei queixar-me???

 

(AMA, 2021)


 

SÃO JOSEMARIA - textos

 

Leva-me pela tua mão, Senhor

Há uma quantidade muito considerável de cristãos que seriam apóstolos... se não tivessem medo. São os mesmos que depois se queixam, porque o Senhor (dizem eles!) os abandona... Que fazem eles com Deus? (Sulco, 103)

Também a nós nos chama e nos pergunta como a Tiago e João: Potestis bibere calicem quem ego bibiturus sum?; estais dispostos a beber o cálice (este cálice da completa entrega ao cumprimento da vontade do Pai) que eu vou beber? "Possumus"!. Sim, estamos dispostos! – é a resposta de João e Tiago... Vós e eu, estamos dispostos seriamente a cumprir, em tudo, a vontade do nosso Pai, Deus? Demos ao Senhor o nosso coração inteiro ou continuamos apegados a nós mesmos, aos nossos interesses, à nossa comodidade, ao nosso amor-próprio? Há em nós alguma coisa que não corresponda à nossa condição de cristãos e que nos impeça de nos purificarmos? Hoje apresenta-se-nos a ocasião de rectificar. É necessário que nos convençamos de que Jesus nos dirige pessoalmente estas perguntas. É Ele que as faz, não eu. Eu não me atreveria a fazê-las a mim próprio. Eu vou continuando a minha oração em voz alta e vós, cada um de vós, por dentro, está confessando ao Senhor: Senhor, que pouco valho! Que cobarde tenho sido tantas vezes! Quantos erros! Nesta ocasião e naquela... nisto e naquilo... E podemos exclamar também: ainda bem, Senhor, que me tens sustentado com a tua mão, porque eu sinto-me capaz de todas as infâmias... Não me largues, não me deixes; trata-me sempre como um menino. Que eu seja forte, valente, íntegro. Mas ajuda-me, como a uma criatura inexperiente. Leva-me pela tua mão, Senhor, e faz com que tua Mãe esteja também a meu lado e me proteja. E assim, possumus!, poderemos, seremos capazes de ter-Te por modelo! (Cristo que passa, 15)