Segunda-Feira
Pequena agenda do cristão
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor
que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros,
principalmente em minha casa, boa disposição.
Senhor
que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com
naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que
nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade”
ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando
graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Sorrir,
ser amável.
Papa,
Bispos, Sacerdotes.
Que
o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que
seja vencido pelos seus inimigos.
Que
os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do
Senhor.
Que
os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.
Pequeno
exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Jo XIII, 1-38
Jesus lava os pés aos
discípulos
1 Antes da festa da Páscoa, Jesus,
sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai,
Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao
extremo. 2 O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão
Iscariotes, a decisão de o entregar. 3 Enquanto celebravam a ceia, Jesus,
sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos, e que saíra de Deus e
para Deus voltava, 4 levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e
atou-a à cintura. 5 Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos
discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.6 Chegou, pois, a
Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?» 7 Jesus
respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de
compreendê-lo depois.» 8 Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os
pés!» Replicou-lhe Jesus: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.»
9Disse-lhe, então, Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e
a cabeça!» 10 Respondeu-lhe Jesus: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão
os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.» 11 Ele bem
sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos estais limpos'.
12 Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se
à mesa e disse-lhes: 13 «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre'
e 'o Senhor', e dizeis bem, porque o sou. 14 Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre,
vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. 15 Na verdade,
dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também. 16 Em verdade,
em verdade vos digo, não é o servo mais do que o seu Senhor, nem o enviado mais
do que aquele que o envia. 17 Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes
em prática. 18 Não me refiro a todos vós. Eu bem sei quem escolhi, e há-de
cumprir-se a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o
calcanhar. 19 Desde já vo-lo digo, antes que isso aconteça, para que, quando
acontecer, acrediteis que Eu sou. 20 Em verdade, em verdade vos digo: quem
receber aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem me recebe a mim, recebe
aquele que me enviou.»
Anúncio da traição de Judas
21 Tendo dito isto, Jesus perturbou-se
interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me
há-de entregar!» 22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a
quem se referia. 23 Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa
reclinado no seu peito. 24 Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a
quem se referia. 25 Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus,
perguntou: «Senhor, quem é?» 26 Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o
bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de
Simão Iscariotes. 27 E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus
disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.» 28 Nenhum dos que
estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera. 29 Alguns
pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: 'Compra o que
precisamos para a Festa', ou que desse alguma coisa aos pobres. 30 Tendo tomado
o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite. 31 Depois de Judas ter saído, Jesus
disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele
a glória de Deus. 32 E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus
revelará a glória do Filho do Homem, e há-de revelá-la muito em breve.»
O mandamento novo
33 «Filhinhos, já pouco tempo vou estar
convosco. Haveis de me procurar, e, assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde
Eu for vós não podereis ir', também agora o digo a vós. 34 Dou-vos um novo
mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim
como Eu vos amei. 35 Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos:
se vos amardes uns aos outros.»
Anúncio da negação de Pedro
36 Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para
onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por
agora; hás-de seguir-me mais tarde.» 37 Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não
posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!» 38 Replicou Jesus: «Darias a
vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me
teres negado três vezes!»
Comentário
Diria
que a “lição”, a “chave” deste trecho de São João que foi testemunha de quanto
se passou nessa Ceia memorável, está exactamente no último versículo: «Dei-vos
o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também». Nada do que
Jesus Cristo fez ou disse foi “por acaso” ou levado por algum sentimento súbito
e irreprimível. Não! O Senhor quer deixar bem gravado na mente e coração
daqueles que O seguem de mais perto e serão os futuros pilares da Sua Igreja,
que o “exemplo vem de cima” e que ninguém poderá mandar, ensinar, ou mesmo
sugerir a outrem, que faça algo que ele próprio não fez. Não há apostolado como
o exemplo! As palavras por mais belas, convincentes e estruturadas que sejam,
não criam as raízes que o exemplo deixa bem “enterrado” no âmago dos que nos veem.
Primeiro… fazer, depois… pedir que façam!
Não
podemos fazer uma pálida ideia do que seria o ambiente naquela que – só Jesus,
por enquanto o sabe – seria última Ceia em que estaria reunido com os Doze. Os
futuros Apóstolos deverão ter-se apercebido do semblante grave e tenso do
Mestre, começando por aquela cena algo insólita de lhes lavar os pés. Virá,
depois, a revelação a respeito de Judas e, depois, o longo discurso que é como
que uma declaração testamentária de quem está prestes a partir. Não alcançam –
porque ainda não podem – toda a extensão e “peso” das palavras e das atitudes
do seu Senhor e Mestre, mas jamais esquecerão essa última refeição comum nem os
detalhes de cada palavra, de cada gesto. De tal forma assim é que a mesma se
repetirá diariamente, indefinidamente, ao longo dos tempos usando as mesmas
palavras e acções que o Senhor usou e lhes ordenou que repetissem em Sua
memória. Atrevo-me a pensar se, de facto, o maior acto de amor de Jesus pelos
homens terá sido a entrega da Sua Vida na Cruz ou a doação do Seu Corpo,
Sangue, Alma e Divindade sempre que O comungamos.
Jesus
Cristo indica uma forma segura de alcançar a felicidade: saber exactamente quem
se é e que lugar se ocupa. Ou seja, ser igual a si próprio e actuar de acordo. Infelizmente,
Judas – o traidor – não compreendeu isto e, por isso mesmo, por achar que sabia
ou, de qualquer forma, se achava mais capaz ou instruído que o seu Mestre e
Senhor, caiu na desgraça da traição. Judas é o paradigma dos que se acham
superiores ou os detentores da única razão e não ouvem, não escutam nem sequer
aproveitam os ensejos e oportunidades que, durante a vida, lhes vão sendo
sugeridas como o caminho a seguir, a atitude a tomar. No fim e ao cabo… estamos
a falar do orgulho próprio, da teimosia intelectual, das “ideias feitas”, de
preconceitos e individualismo exacerbado. Estas atitudes pagam-se caro, tanto
para o próprio como para outros.
Mais
frequentemente do que talvez imaginemos esta atitude de querer suplantar o
mestre acontece um pouco por todo o lado. Há pessoas que confundem o respeito
devido a quem sabe com o auto-convencimento da ciência que julgam ter. Não têm,
de facto, nenhum direito a serem ensinados ou beneficiarem de quem os pode
instruir porque, na verdade, não querem nem aprender nem adquirir outros
conhecimentos. Naturalmente que isto se deve a um defeito terrível que é o
orgulho ou amor-próprio pessoais que distorcem a realidade e conduzem estas pessoas
a um progressivo isolamento do resto da sociedade. O resultado é sempre muito
mau, não só porque perdem oportunidade de melhoria, mas, sobretudo, porque
actuam com desonestidade intelectual fingindo e pretendendo passar por fiéis
“alunos” ou instruendos quando, o que na verdade pretendem, é esperar uma
oportunidade para ultrapassar o Mestre ou desprestigiar o que ensina. Este caso
– triste – de Judas é o paradigma dessas pessoas que referi, dignas de dó e
lástima porque, quem finge e mascara as suas intenções, nunca poderá ter
credibilidade e, assim, nunca será feliz. Andará pela vida enganando uns e
outros que, na sua boa-fé, acreditam nele e o tratam como igual quando, na
verdade, não o são nem o merecem.
São João narra com expressivo dramatismo estes
momentos da Última Ceia. Sim, deve ter sido algo tão intenso e triste ao mesmo
tempo, que terá ficado gravado para todo o sempre no seu espírito. Mais que a
própria traição de Judas, enfatiza a insegurança dos outros dez que duvidam de
si próprios e da sua fidelidade ao Mestre. Impressiona constatar a humildade
com que desejam que constem estas suas fraquezas e debilidades para que, os que
ao longo dos tempos lerem estas linhas, tenham a percepção de que eram homens
simples, talvez rudes e pouco esclarecidos, mas que, acima de tudo, amavam
Jesus com entranhado amor que resistirá a tudo, à incredulidade de Tomé, às
negações de Pedro, às dúvidas de Filipe. Não temos, portanto, que procurar
"desculpas" nas nossas fraquezas para não seguir o Senhor.
O Evangelista conta-nos a tragédia da traição com uma
economia de palavras que surpreende. O que aconteceu deve ter sido tão chocante
e surpreendente que, quando mais tarde, vier a conhecer o que realmente
aconteceu prefere dar o assunto como que encerrado. A traição choca e cai como
um estigma sobre quantos a testemunham. Não esqueçamos que Judas era um dos
Doze, que durante quase três anos conviveram intimamente percorrendo a
Palestina acompanhando Jesus. Como compreender? Como aceitar? Na verdade,
parece que o exemplo vem do Senhor que não mais terá referido o que aconteceu. Quase
somos levados a considerar que o papel de Judas foi absolutamente necessário
para que se cumprisse, como Jesus desejava, toda a história da Salvação.
A delicadeza do Senhor para com Judas espanta-nos? Não, Jesus
poderia ter dito claramente e de viva voz quem seria o traidor, mas, porque o
não fez? Em primeiro lugar – talvez – para evitar uma reacção natural dos
outros discípulos presentes que, decerto, impediriam aquele de cometer o acto
tão reprovável. Mas, depois, porque as Escrituras tinham de cumprir-se
plenamente até ao pormenor. A perturbação de Jesus – de que o Evangelista fala
– deve-se naturalmente à Sua profunda mágoa por ver um dos Seus escolhidos
trair a Sua confiança e o Seu Amor. Não… o Senhor não Se enganou na escolha dos
Doze porque até ao último momento – tal como connosco – espera uma reconvenção
que nos afaste do caminho da traição. O que é o pecado senão uma traição ao
Amor Infinito que Deus tem pelos Seus filhos?
Aquele que seria o Princípe dos Apóstolos
revela, inequívoca mente a consideração em que tinha O Mestre e, de forma
genuína e verdadeira, não quer que Ele lhe lave os pés! Não se acha digno de
tal serviço, normalmente reservado aos escravos, que Aquele por quem tinha
tanta admiração e seguia como que “arrastado” pelas Suas palavras, pelo Seu
exemplo, pela Sua Doutrina, queria prestar-lhe. Na verdade, não compreende a
atitude do Senhor mas, quando Este lhe explica porque o deseja fazer, aceita
imediatamente – impulsivamente como é próprio do seu carácter – quanto o Senhor
deseja. Dá-nos, assim, um exemplo precioso: quanto O Senhor deseja fazer por
nós – ou a nós – tem sempre um sentido, um significado que, talvez não
entendamos mas, que devemos aceitar porque só pode ser para nosso bem. Não nos preocupemos pela consciência do pouco
que somos porque, temos a certeza: Ele conhece-nos muito – muitissímo melhor –
que nós próprios nos conhecemos!
SACRAMENTOS
“Os
sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à
Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis, com os
quais são celebrados os sacramentos, significam e realizam as graças próprias
de cada sacramento” (Catecismo, 1131).
REFLEXÃO
Uma
lição de esperança
Na
minha ida ao Centro de Saúde para receber a segunda dose da vacina (re. COVID),
deparei-me com inúmeras pessoas de idade em cadeiras de rodas, com muletas, em
macas levadas por familiares, com limitações profundas... enfim.
Recebi,
posso dizê-lo uma lição de esperança, vontade de viver mau grado circunstâncias
e problemas.
E,
eu... só sei queixar-me???
(AMA,
2021)
SÃO JOSEMARIA - textos
Leva-me
pela tua mão, Senhor
Há uma quantidade muito considerável de
cristãos que seriam apóstolos... se não tivessem medo. São os mesmos que depois
se queixam, porque o Senhor (dizem eles!) os abandona... Que fazem eles com
Deus? (Sulco, 103)
Também a nós nos chama e nos pergunta
como a Tiago e João: Potestis bibere
calicem quem ego bibiturus sum?; estais dispostos a beber o cálice (este
cálice da completa entrega ao cumprimento da vontade do Pai) que eu vou beber?
"Possumus"!. Sim, estamos
dispostos! – é a resposta de João e Tiago... Vós e eu, estamos dispostos
seriamente a cumprir, em tudo, a vontade do nosso Pai, Deus? Demos ao Senhor o
nosso coração inteiro ou continuamos apegados a nós mesmos, aos nossos
interesses, à nossa comodidade, ao nosso amor-próprio? Há em nós alguma coisa
que não corresponda à nossa condição de cristãos e que nos impeça de nos
purificarmos? Hoje apresenta-se-nos a ocasião de rectificar. É necessário que
nos convençamos de que Jesus nos dirige pessoalmente estas perguntas. É Ele que
as faz, não eu. Eu não me atreveria a fazê-las a mim próprio. Eu vou
continuando a minha oração em voz alta e vós, cada um de vós, por dentro, está
confessando ao Senhor: Senhor, que pouco valho! Que cobarde tenho sido tantas
vezes! Quantos erros! Nesta ocasião e naquela... nisto e naquilo... E podemos exclamar
também: ainda bem, Senhor, que me tens sustentado com a tua mão, porque eu
sinto-me capaz de todas as infâmias... Não me largues, não me deixes; trata-me
sempre como um menino. Que eu seja forte, valente, íntegro. Mas ajuda-me, como
a uma criatura inexperiente. Leva-me pela tua mão, Senhor, e faz com que tua
Mãe esteja também a meu lado e me proteja. E assim, possumus!, poderemos, seremos capazes de ter-Te por modelo! (Cristo que passa, 15)