03/09/2020

Reflexão - Merecimento de Jesus Cristo


Oh Morte que dá a vida aos mortos!

Que coisa mais pura que este Sangue?

Que ferida mais saudável que esta?


(Santo Agostinho, Tratado sobre o Evangelho de S. João, 120, 2)





Leitura espiritual Setembro 03

Cartas de São Paulo

Efésios - 5

1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos bem amados, 2 e procedei com amor, como também Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós como oferta e sacrifício de agradável odor.

Como filhos da luz –
3 Mas de prostituição e qualquer espécie de impureza ou ganância nem sequer se fale entre vós, como é próprio de santos; 4 nem haja palavras obscenas, insensatas ou grosseiras; são coisas que não convêm; haja, sim, acção de graças. 5 Porque, disto deveis ter a certeza: nenhum fornicador, impuro ou ganancioso - o que equivale a idólatra - tem herança no Reino de Cristo e de Deus. 6 Ninguém vos engane com palavras ocas; pois são estas coisas que provocam a ira de Deus contra os rebeldes. 7 Não sejais, pois, cúmplices deles. 8 É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor. Procedei como filhos da luz – 9 pois o fruto da luz está em toda a espécie de bondade, justiça e verdade – 10 procurando discernir o que é agradável ao Senhor. 11 E não tomeis parte nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, denunciai-as. 12 Porque o que por eles é feito às escondidas, até dizê-lo é vergonhoso. 13 Mas tudo isso, se denunciado, é posto às claras pela luz; 14 pois tudo o que é posto às claras é luz. Por isso se diz: «Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo brilhará sobre ti». 15 Portanto, vede bem como procedeis: não como insensatos, mas como sensatos, 16 aproveitando o tempo, pois os dias são maus. 17 Por isso mesmo, não vos torneis néscios, mas tratai de compreender qual é a vontade do Senhor. 18 E não vos embriagueis com vinho, que leva à vida desregrada, mas deixai-vos encher do Espírito; 19 entre vós, cantai salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai e louvai o Senhor com todo o vosso coração; 20 sem cessar, dai graças por tudo a Deus Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Cristo e a Igreja: modelo de amor conjugal –
        21 Submetei-vos uns aos outros, no respeito que tendes a Cristo: 22 as mulheres, aos seus maridos como ao Senhor, 23 porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja - Ele, o salvador do Corpo. 24 Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim as mulheres, aos maridos, em tudo. 25 Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, 26 para a santificar, purificando-a, no banho da água, pela palavra. 27 Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. 28 Assim devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. 29 De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo; pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja; 30 porque nós somos membros do seu Corpo. 31 Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério; mas eu interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja. 33 De qualquer modo, também vós: cada um ame a sua mulher como a si mesmo; e a mulher respeite o seu marido.


Amigos de Deus
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Continua o episódio evangélico: e enviaram discípulos seus (dos fariseus) juntamente com alguns herodianos, que lhe disseram: Mestre.... vede com que intenção retorcida lhe chamam Mestre; fingem-se admiradores e amigos, dão-lhe um tratamento reservado à autoridade de quem se espera receber ensinamentos. Magister, scimus quia verax es, sabemos que és verdadeiro... Que astúcia tão infame! Já vistes maior duplicidade? Andai por este mundo com cuidado. Não sejais desconfiados; mas deveis sentir sobre os vossos ombros - recordando a imagem do Bom Pastor que aparece nas catacumbas - o peso dessa ovelha, que não é uma alma apenas, mas a Igreja inteira, a Humanidade inteira.

Ao mesmo tempo que aceitais com brio esta responsabilidade, haveis de ser audazes e haveis de ser prudentes para defender e proclamar os direitos de Deus. E então, pela integridade do vosso comportamento, muitos vos considerarão e vos chamarão mestres, sem vós o pretenderdes, pois não procuramos a glória terrena. Mas não estranheis se, entre tantos que se aproximam de vós, se infiltrarem alguns que só pretendem adular-vos. Gravai nas vossas almas o que me tendes ouvido repetidas vezes: nem as calúnias, nem as murmurações, nem os respeitos humanos, nem o que dirão, nem muito menos os louvores hipócritas nos hão-de impedir jamais de cumprir o nosso dever.

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Lembrais-vos da parábola do bom Samaritano? Ficou aquele homem caído no caminho, maltratado pelos ladrões que lhe roubaram tudo, até ao último centavo. Passam por aquele lugar um sacerdote da Antiga Lei e pouco depois um levita; ambos seguem o seu caminho sem se preocuparem. Mas um Samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão. Aproximando-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele em tudo. Reparai que o Senhor não refere este exemplo só para uso de algumas almas, pois logo acrescenta, respondendo ao que lhe tinha feito a pergunta - a cada um de nós -: Vai, e faz tu o mesmo.

Portanto, quando nos apercebemos de que na nossa vida ou na dos outros alguma coisa corre mal, alguma coisa precisa do auxílio espiritual e humano, que nós, filhos de Deus, podemos e devemos prestar, uma clara manifestação de prudência consistirá em dar-lhe remédio oportuno, a fundo, com caridade e com fortaleza, com sinceridade. Não valem as inibições. É errado pensar que com omissões ou adiamentos se resolvem os problemas.

Sempre que a situação o requeira, a prudência exige que se aplique o remédio totalmente e sem paliativos, depois de pôr a chaga a descoberto.

Ao notar os menores sintomas do mal, sede simples, verazes, quer sejais vós a curar os outros, quer sejais vós a receber essa assistência. Nesses casos, deve-se permitir à pessoa que está em condições de curar em nome de Deus que aperte de longe a zona infectada e depois de mais perto, até sair todo o pus, de modo que o foco da infecção acabe por ficar bem limpo. Em primeiro lugar, temos que proceder assim connosco mesmos e com quem, por motivos de justiça ou caridade, temos obrigação de ajudar. Rezo nesse sentido especialmente pelos pais e por quem se dedica a tarefas de educaçãoe de de sensino.

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Os respeitos humanos

Que nenhuma razão hipócrita vos detenha; aplicai o remédio próprio; mas fazei-o com mãos maternais, com a infinita delicadeza das nossas mães, quando nos curavam as feridas, grandes ou pequenas, provocadas pelas nossas brincadeiras e pelas nossas quedas da infância. Se é preciso esperar umas horas, espera-se; nunca mais tempo do que o imprescindível, pois outra atitude seria comodismo, cobardia, coisa bem diferente da prudência. Rejeitai, todos vós, principalmente os que tendes o encargo de formar outras pessoas, o medo de desinfectar a ferida.

É possível que alguém sussurre arteiramente ao ouvido dos que devem curar e não se decidem ou não querem enfrentar-se com a sua missão: Mestre, sabemos que és verdadeiro. Não tolereis o elogio irónico. Os que não se esforçam por levar a cabo a sua tarefa com diligência nem são mestres, pois não ensinam o caminho autêntico, nem são verdadeiros, pois com a sua falsa prudência consideram exageradas ou desprezam as normas claras - mil vezes comprovadas pela recta conduta, pela idade, pela ciência do bom governo, pelo conhecimento da fraqueza humana e pelo amor a cada ovelha - que nos levam a falar, a intervir, a mostrar interesse.

Os falsos mestres são dominados pelo medo de apurar a verdade. Aflige-os a simples ideia - que constitui uma obrigação - de recorrer ao antídoto doloroso em determinadas circunstâncias. Em tal atitude - convencei-vos disso - não há prudência, nem piedade, nem sensatez; o que essa atitude reflecte é pusilanimidade, falta de responsabilidade, insensatez e pouca inteligência. Esses são os mesmos que depois, perante o desastre, dominados pelo pânico, pretendem atalhar o mal quando já é tarde. Não se lembram de que a virtude da prudência exige recolher e transmitir a tempo o conselho sereno da maturidade, da experiência antiga, do olhar límpido, da língua sem travas.

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Sigamos o relato de S. Mateus: Sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus segundo a pura verdade. Nunca deixo de me surpreender perante este cinismo. Tudo fazem com a intenção de retorcer as palavras de Jesus, Senhor Nosso, de o apanhar nalgum descuido e, em vez de lhe exporem lhanamente o que eles consideravam problema insolúvel, tentam aturdir o Mestre com louvores que só deviam sair de lábios convictos, de corações rectos. Detenho-me intencionalmente na análise destes matizes, para aprendermos a ser, não desconfiados, mas prudentes; para que não aceitemos a fraude do fingimento, mesmo que apareça revestido de frases ou de gestos que, em si mesmos, correspondem à realidade, como sucede na passagem que estamos a contemplar: Tu não fazes acepção de pessoas, dizem-lhe; Tu vieste para todos os homens; a Ti, nada te impede de proclamar a verdade e de ensinar o bem....

Repito: prudentes, sim; desconfiados, não. Concedei a todos a mais absoluta confiança; sede muito nobres. Para mim, vale mais a palavra de um cristão, de um homem leal - fio-me inteiramente de cada um - do que a assinatura autêntica de cem notários unânimes, apesar de me terem talvez enganado nalguma ocasião por seguir este critério. Prefiro expor-me a que um irresponsável abuse desta confiança, a retirar a quem quer que seja o crédito que merece como pessoa e como filho de Deus. Garanto-vos que nunca me senti defraudado com os resultados desta atitude.



Oração pelos Sacerdotes



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)




Com autorização eclesiástica

O trabalho é uma bênção de Deus


O trabalho é a vocação original do homem; é uma bênção de Deus; e enganam-se lamentavelmente aqueles que o consideram um castigo. O Senhor, o melhor dos pais, colocou o primeiro homem no Paraíso – "ut operaretur", para trabalhar. (Sulco, 482)

O trabalho acompanha necessariamente a vida do homem sobre a terra. Com ele nascem o esforço, a fadiga, o cansaço, as manifestações de dor e de luta que fazem parte da nossa existência humana actual e que são sinais da realidade do pecado e da necessidade da redenção. Mas o trabalho, em si mesmo, não é uma pena nem uma maldição ou castigo: os que assim falam não leram bem a Sagrada Escritura.
É a hora de nós, os cristãos, dizermos bem alto que o trabalho é um dom de Deus e que não tem nenhum sentido dividir os homens em diversas categorias segundo os tipos de trabalho, considerando umas tarefas mais nobres do que outras. O trabalho, todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio sobre a criação. É um meio de desenvolvimento da personalidade. É um vínculo de união com os outros seres; fonte de recursos para sustentar a família; meio de contribuir para o melhoramento da sociedade em que se vive e para o progresso de toda a Humanidade.
Para um cristão, essas perspectivas alargam-se e ampliam-se, porque o trabalho aparece como participação na obra criadora de Deus que, ao criar o homem, o abençoou dizendo-lhe: Procriai e multiplicai-vos e enchei a terra e subjugai-a, e dominai sobre todo o animal que se mova à superfície da terra. (Cristo que passa, 47)


Virtudes 20


Prudência 3
A medida da nova prudência é a de um amor sem medida ao Reino de Deus, valor absoluto que torna relativo tudo o resto: «Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo» (Mt 6, 33). Pelo Reino vale a pena dar tudo (cf. Mt 13, 44-46), até a própria vida, porque, segundo a lógica divina, quem encontra a sua vida perde-a, e quem a perde encontra-a (cf. Mt 10, 39). Por isso, muitas atitudes que parecem prudentes aos olhos humanos, são na realidade insensatas, como a do homem que acumula riquezas, mas esquece a sua alma (cf. Lc 12, 16-20), a do jovem que não quer seguir Cristo porque tem muitos bens (cf. Lc 18, 18-23), ou a do servo que guarda o seu talento em vez de o fazer frutificar para o Senhor (cf. Mt 25, 24-28). São comportamentos imprudentes que têm a sua raiz na falta de liberdade, na escravidão voluntária em relação aos bens materiais ou ao conforto pessoal (Cf. T. TRIGO, Scripta Theologica 34 (2002/1), pp. 273-307).

Josep-Ignasi Saranyana

Bibliografia básica: Catecismo da Igreja Católica, 1762-1770, 1803-1832 e 1987-2005.
Leituras recomendadas:
(São Josemaria, Homilia Virtudes humanas, in Amigos de Deus, 73-92.
KÜCKING, Marlies, Dicionário de (São Josemaria (2013), ILLANES José Luis, Entrada: Prudência.
TRIGO, Tomás, Scripta Theologica 34 (2002/1) 273-307

Perguntas e respostas

C. QUE IDEAIS ESCOLHER?
(Não se concretizará muito pois tal depende de cada um)

1.

Pergunto:

Possibilidades?

Respondo:

Ao pensar em metas para a própria vida colocam-se três caminhos:
Recusar qualquer projecto para conservar uma vida cómoda; Conformar-se com opções pequenas, que exigem pouco esforço; Aspirar a metas elevadas.

Pequena agenda do cristão


Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?