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Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
10/11/2011
Novíssimos: A Morte 5
O dia da Morte William-Adolphe Bourgerau |
Não é só a dor e a progressiva dissolução do corpo que atormentam o homem, mas também, e ainda mais, o temor de que tudo acabe para sempre. Mas a intuição do próprio coração fá-lo acertar, quando leva a aborrecer e a recusar a ruína total e o desaparecimento definitivo da sua pessoa. O germe de eternidade que nele existe, irredutível à pura matéria, insurge-se contra a morte. Todas as tentativas da técnica, por muito úteis que sejam, não conseguem acalmar a ansiedade do homem: o prolongamento da longevidade biológica não pode satisfazer aquele desejo duma vida ulterior, invencível mente radicado no seu coração.
Enquanto, diante da morte, qualquer imaginação se revela impotente, a Igreja, ensinada pela revelação divina, afirma que o homem foi criado por Deus para um fim feliz, para além dos limites da miséria terrena. A fé cristã ensina que a própria morte corporal, de que o homem seria isento se não tivesse pecado - acabará por ser vencida, quando o homem for pelo omnipotente e misericordioso Salvador restituído à salvação que por sua culpa perdera. Com efeito, Deus chamou e chama o homem a unir-se a Ele com todo o seu ser na perpétua comunhão da incorruptível vida divina. Esta vitória, alcançou-a Cristo ressuscitado, libertando o homem da morte com a própria morte. Portanto, a fé, que se apresenta à reflexão do homem apoiada em sólidos argumentos, dá uma resposta à sua ansiedade acerca do seu destino futuro; e ao mesmo tempo oferece a possibilidade de comunicar em Cristo com os irmãos queridos que a morte já levou, fazendo esperar que eles alcançaram a verdadeira vida junto de Deus.
(Concílio Vaticano II, Constituição sobre a Igreja no mundo actual "Gaudium et Spes)
Secura
Reflectindo |
Na hora da secura, do fastio, inclusive ante o espiritual; na hora do esgotamento da inteligência; e – só no que se refere a nós – na hora da tibieza, voltemos os olhos para Jesus Cristo orante no Horto e saberemos tirar partido dessas situações, recobrando forças – ainda que não desapareçam os sintomas externos – até saltar para for a do sepulcro da apatia.
(d. javier echevarria, Getsemani, Planeta, 3ª Ed. Pg. 180)
Dois mil anos de espera do Senhor
Jesus ficou na Hóstia Santa por nós! Para permanecer ao nosso lado, para nos sustentar, para nos guiar. – E amor só se paga com amor. Como poderemos deixar de ir ao Sacrário, todos os dias, ainda que por uns minutos apenas, para Lhe levar a nossa saudação e o nosso amor de filhos e de irmãos? (Sulco, 686)
O nosso Deus decidiu ficar no Sacrário para nos alimentar, para nos fortalecer, para nos divinizar, para dar eficácia ao nosso trabalho e ao nosso esforço. Jesus é simultaneamente o semeador, a semente e o fruto da sementeira: o Pão da vida eterna.
(...) Assim espera o nosso amor, desde há quase dois mil anos. É muito tempo e não é muito tempo; porque, quando há amor, os dias voam.
Vem-me à memória uma encantadora poesia galega, uma das cantigas de Afonso X, o Sábio. É a lenda de um monge que, na sua simplicidade, suplicou a Santa Maria que o deixasse contemplar o céu, ainda que fosse só por um instante. A Virgem acolheu o seu desejo, e o bom monge foi levado ao Paraíso. Quando regressou, não reconhecia nenhum dos moradores do mosteiro: a sua oração, que lhe tinha parecido brevíssima,, tinha durado três séculos. Três séculos não são nada, para um coração que ama. Assim compreendo eu esses dois mil anos de espera do Senhor na Eucaristia. É a espera de Deus, que ama os homens, que nos procura, que nos quer tal como somos – limitados, egoístas, inconstantes – mas com capacidade para descobrirmos o seu carinho infinito e para nos entregarmos inteiramente a Ele. (Cristo que passa, 151)
© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet
Evangelho do dia e comentário
20 Tendo-Lhe os fariseus perguntado quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: «O reino de Deus não virá ostensivamente. 21 Não se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo acolá. Porque eis que o reino de Deus está no meio de vós». 22 Depois disse aos Seus discípulos: «Virá tempo em que desejareis ver um só dos dias do Filho do Homem e não o vereis. 23 E vos dirão: Ei-lo aqui, ou ei-lo acolá. Não vades, nem os sigais. 24 Porque, assim como o clarão brilhante de um relâmpago ilumina o céu de uma extremidade à outra, assim será o Filho do Homem no Seu dia. 25 Mas primeiro é necessário que Ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração.
Comentário:
Não falta nos tempos de hoje quem afirme que a salvação – Jesus Cristo – está aqui ou acolá; proliferando as chamadas “Igrejas” que atraem um número impressionante de incautos que a elas acorrem numa tentativa desesperada de encontrar cura para os seus males e, em ultima análise, a salvação.
Trata-se de organizações – algumas muito bem montadas e eficientes – que mais não são que verdadeiras “empresas” de auto-financiamento, explorando a credulidade, a ignorância e a falta de critério das pessoas que a elas acorrem.
O Senhor bem avisou que isto aconteceria e, realmente, sempre aconteceu e, muito provavelmente, acontecerá.
Aos cristãos compete-lhes rezar para que se abram os olhos a essas multidões e o discernimento para verem o logro de que são vítimas.
Educar a afectividade 1
Os afectos são imprescindíveis para uma vida plena. Mas é necessário educá-los para que contribuam realmente para a felicidade da pessoa.
A ideia de que aqueles sentimentos que diminuam ou anulem a liberdade são maus é muito antiga. Foi esta a grande preocupação da época grega, do pensamento oriental e de muitas das religiões antigas. Em todas as grandes tradições sapienciais da humanidade encontramos uma advertência sobre a importância de educar a liberdade do homem face aos seus desejos e sentimentos. Parece como se todas elas tivessem experimentado, já desde tempos muito remotos, que no interior do coração do homem há forças e solicitações contrapostas que com frequência lutam violentamente entre si.
Todas essas tradições falam da agitação das paixões; desejam a paz de uma conduta prudente, guiada por uma razão que se imponha sobre os desejos; apontam para uma liberdade interior no homem, para uma liberdade que não é um ponto de partida mas uma conquista que cada homem há-de realizar. Cada um deve adquirir domínio de si mesmo, impondo-se a regra da razão, e esse é o caminho daquilo que se começou a chamar virtude: a alegria e a felicidade virão como fruto de uma vida conforme a ela.
a. aguiló
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