Habituado
como estou a ouvir as trocas de palavras entre os mais próximos seguidores de
Jesus, os Doze, com questões e perguntas que expressam dúvidas sobre tudo e
mais alguma coisa, não deveria surpreender-me com o que acabei de ouvir Tiago
dizer a João: ‘qual, na tua opinião, será para O Mestre, o maior de nós?...’
Vindo
de pessoas sãs e absolutamente dispostas a seguir Jesus pareceu-me estranho
esta preocupação de "estatuto pessoal" mas, reflectindo, concluo que
o facto de tal constar no Evangelho revela uma vontade expressa dos Apóstolos
em revelar as suas fraquezas, dúvidas e pensamentos íntimos, exactamente porque
querem que fique absolutamente claro a sua falta de mérito pessoal para serem
escolhidos por Jesus Cristo e que Ele chama todos independentemente das
qualidades ou defeitos que possam ter.
Seguir
Jesus é entregar-me tal qual sou e, ao segui-Lo, ter confiada esperança de que
estou no caminho certo para ir melhorando a minha postura quer a visível quer,
e será o deveras importante, a interior. Com serenidade irei vivendo o
dia-a-dia escolhendo para cada um como que um objectivo de melhoria; o último
exame diário deve terminar com um propósito, por exemplo: amanhã vou dedicar
especial atenção à forma como respondo a algo que outro(s) me pergunte(em),
amávelmente, com uma "boa cara" se for face a face, ou da forma que
for, não mostrando enfado ou pressa mas com contenção e disponibilidade de
tempo. Refiro-me, claro está, a questões sobre Fé Cristã, Santa
Igreja a Religião Católica.
Sei
muito bem que algumas perguntas podem ser como que um teste à
"qualidade" da minha resposta, mas, tal, deve levar-me a considerar
bem como respondo.
CONSELHO,
SABEDORIA estes os Dons do Divino Espírito Santo que devo pedir para que a
resposta seja a adequada e correcta.
«Não
vos preocupeis com o que haveis de dizer... o Espírito Santo vos assistirá».
Assim...
fico tranquilo e em paz com a certeza absoluta que me será inspirado
exactamente o que e como tenho de responder, mas, se acaso tal não acontecer em
tempo útil, ter a humildade de pedir "um tempo" para dar a resposta.
Esta atitude agradará a quem pergunta porque lhe "diz" que considero
a questão como importante e, se a sua intenção tem uma raíz malévola, ficará
"ab initio" derrotada.
Voltando
ao princípio ser "maior ou menor", a mim não me parece um desejo
inconsequente e, muito menos, grave.
Em
primeiro lugar porque tal não significa que me considero melhor ou com mais
mérito que outros e, depois porque se realmente desejo algo, com todas as veras
da minha alma é fundamental que seja o melhor que seja. Ou não?
Considero
um "caso prático": preciso de uma solução financeira para algo
específico e urgente. Se a procuro, porque não considerar todas as outras
situações que não sendo prementes, tenho com razoável certeza que se tornarão
tal. Se encontrar a solução para a tal "urgência" é muito provável
que tenha encontrado uma solução para todas as outras.
Concluo
que ao pedir o que for não me preocupe tanto com a razoabilidade do que peço
mas, antes, com absoluta confiança que o Senhor se "encarregará" de
tal. Portanto... peço e... pronto!
Na
verdade, eu preciso de tudo, principalmente de mostrar gratidão pelo muito que
tenho e que constantemente me é dado sem que eu tenha algum mérito.
Agradecer
continuamente ao Senhor a Sua Bondade para comigo deve ser a minha constante
disposição.
Quem
dá, pode fazê-lo sem nenhuma outra intenção que não seja dar mas, seguramente
ficará agradado com o agradecimento daquele a quem deu e ficará bem-disposto
para voltar a dar.
Se
eu não agradeço o que é dado, o "dador" será levado a concluir que
para mim é indiferente receber ou não e, nesse caso, será lógico que não se
interesse mais em dar-me o que for.
Recebo…
tenho de agradecer!
Vejo
claramente que para agradecer a Deus a Sua constante Providência, não tenho
melhor caminho que não seja fazer a Sua Vontade em tudo.
Jesus
deixou bem claro que não é indiferente ao agradecimento quando tendo curado dez
leprosos só um Lhe agradecer. Os outros nove ficaram curados da lepra, este
além da cura da sua doença, encontrou a salvação eterna.
Na
oração que muito jovem aprendi nos Escuteiros e que continuo a rezar
diariamente, consta: "... sem esperar outra recompensa que saber que faço
a Tua Vontade".
De
facto, fazer o bem deve ser uma "norma" de qualquer um muito
particularmente do cristão e, portanto será legítimo não esperar qualquer
recompensa mas, se fizer mal também é legítimo esperar um castigo, uma punição.
Ora a um castigo opõe-se um prémio.
Não
é verdade que na vida corrente um funcionário de uma empresa qualquer que
cumpre o que lhe compete cumprir é louvado e distinguido, talvez, até, receba
uma gratificação extraordinária?
O
"dono" da empresa não tem porque lha dar mas fá-lo para que fique
como exemplo para todos os outros.
Eu,
como cristão, tenho a certeza que me compete dar exemplo - SEMPRE - para que os
que me vêem, sobretudo os que me conhecem bem, concluam que... "se este...
é capaz... também eu posso ser".
Como
já referi, qualquer causa gera um efeito e, neste caso em particular, o exemplo
que der, gera, noutros, o desejo de fazer igual.
É
isto, em suma, o que tenho de ter bem presente: o que faço, a causa, tem sempre
um efeito noutros, efeito esse que não me é possível saber exactamente qual
seja e, por isso mesmo, maior empenho hei-de ter em fazer o bem.
Quando
chegar o momento de prestar contas penso - com palavras humanas que são
as minhas - que uma das "partes" mais importantes do
"processo", não será tanto o que fiz mas, mais, o que deixei de fazer
e poderia ter feito.
O
Senhor deu-me talentos, qualidades, competências, se não as usar poderei
esperar... o quê?! Talvez algo como... "dei-te o que precisavas... porque
não o utilizas-te?".
Não!
Decididamente não quero ouvir esta pergunta. Por isso mesmo... volto à
"oração do Escuteiro".
Fico
em paz.GT.
Reflectindo
Tento reduzir a "carga" emocional que me
assola, mas, confesso, sem grande êxito.
Vou-me enrredando em locubrações, memórias
errácticas, sem sentido, confusas e a situação agrava--se.
Sinto-me profundamente agradecido ao Divino Espírito
Santo pela faculdade de pensar mas, tal, não deve impedir-me, bem ao contrário,
de Lhe pedir que me ajude a pensar em coisas úteis que valham a pena.
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