30/11/2015

Índice de publicações em 30 NOV

Índice de publicações em Nov 30

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Mt 4 18-22, Papa Francisco - Catequese sobre a família

Doutrina - Dom de línguas

AMA (Reflectindo - Aprender a dizer não)

AT - Salmos – 30


Agenda Segunda-Feira

Antigo testamento / Salmos

Salmo 30





1 Eu te exaltarei, Senhor, pois tu me reergueste e não deixaste que os meus inimigos se divertissem à minha custa.
2 Senhor meu Deus, a ti clamei por socorro, e tu me curaste.
3 Senhor tiraste-me da sepultura; prestes a descer à cova, devolveste-me à vida.
4 Cantem louvores ao Senhor, vocês, os seus fiéis; louvem o seu santo nome.
5 Pois a sua ira só dura um instante, mas o seu favor dura a vida toda; o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria.
6 Quando me senti seguro, disse: Jamais serei abalado!
7 Senhor, com o teu favor, deste-me firmeza e estabilidade; mas, quando escondeste a tua face, fiquei aterrorizado.
8 A ti, Senhor, clamei, ao Senhor pedi misericórdia:
9 Se eu morrer, se eu descer à cova, que vantagem haverá? Acaso o pó te louvará? Proclamará a tua fidelidade?
10 Ouve, Senhor, e tem misericórdia de mim; Senhor sê tu o meu auxílio.

11 Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te darei graças para sempre.

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo do Advento

Santo André – Apóstolo

Evangelho: Mt 4, 18-22

18 Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 19 «Segui-Me, disse-lhes, e Eu vos farei pescadores de homens». 20 E eles, imediatamente, deixando as redes O seguiram. 21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca juntamente com seu pai Zebedeu, consertando as suas redes. E chamou-os. 22 Eles, deixando imediatamente a barca e o pai, seguiram-n'O.

Comentário:

Nada mais apropriado, parece-me, neste primeiro Circulo deste novo ano, que determo-nos um pouco sobre este trecho do Evangelho que relata o início da vida pública de Jesus.
Com a nossa limitada capacidade humana de interpretação das coisas divinas, poderíamos discorrer assim:
Cristo inicia a Sua missão redentora: “proclamar o Reino de Deus e apelar à conversão”, e as multidões atraídas pela Sua Figura e pela pregação começam a segui-lo. Dá-se conta que seria conveniente ter junto de Si alguns discípulos mais constantes e fiéis aos quais fosse comunicando e instruindo com mais detalhe a Sua Doutrina. Nos planos da redenção consta a fundação da Sua Igreja que há-de perpetuar pelos tempos a sua Missão Salvífica e assegurar que os Seus ensinamentos cheguem a todos os homens em todos os locais da terra.
A Igreja de Jesus Cristo, não foi produto de uma ideia súbita surgida um dia na Palestina mas concebida no seio divino no princípio dos tempos. Para lhe dar o impulso inicial haveria de descer à terra a Segunda Pessoa das Trindade Santíssima, para assegurar a sua continuidade ao longo dos tempos eram necessários homens de boa vontade e de bom espírito, dóceis e perseverantes.
Nestes pescadores Jesus encontra os primeiros, são homens de vontade sã, habituados desde sempre a colaborarem uns com os outros nas tarefas da pesca que exigem solidariedade, confiança, obediência ao patrão da barca e pertinácia e empenho na tarefa, tantas vezes ingrata, de pescar.
E, eu, e tu, e tu…nós todos também um dia fomos chamados pelo Senhor, no ambiente onde estávamos, fazendo o que normalmente fazemos todos os dias, também a nós nos disse que o seguíssemos e, nós, é o que temos feito, conforme podemos e sabemos, com tropeços e hesitações mas com a vontade firme de O seguir porque sabemos que, Ele, tem palavras de vida eterna e que, sem Ele, não sabemos qual é o Caminho que devemos seguir, a Verdade que convém escutar, a Vida que vale a pena viver.

(AMA, CC, V. Conde, 2009.01.12)


Leitura espiritual


Catequeses sobre a família 5

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Depois de ter meditado sobre a figura da mãe e do pai, nesta catequese sobre a família gostaria de falar sobre o filho, ou melhor, os filhos.

Inspiro-me numa linda imagem de Isaías.
Escreve o profeta:
«Os teus filhos vêm ter contigo para se reunir ao teu redor; chegam de longe. E as tuas filhas são carregadas no colo. Esta visão tornar-te-á radiante; o teu coração palpitará e dilatar-se-á[i].

É uma imagem maravilhosa, uma imagem da felicidade que se realiza na reunião entre os pais e os filhos, que juntos caminham rumo a um futuro de liberdade e paz, após um longo período de privações e separação, quando o povo judeu está distante da pátria.
Com efeito, há um vínculo estreito entre a esperança de um povo e a harmonia entre as gerações.
Devemos pensar bem sobre isto.
Com efeito, há um vínculo estreito entre a esperança de um povo e a harmonia entre as gerações.
A alegria dos filhos faz palpitar o coração dos pais e reabre o porvir. Os filhos são a alegria da família e da sociedade.
Não são um problema de biologia reprodutiva, nem um dos numerosos modos de se realizar.
E muito menos uma posse dos pais...
Não, os filhos constituem um dom, um presente: entendestes?
Os filhos são uma dádiva!
Cada um é único e irrepetível; mas, ao mesmo tempo, está inconfundivelmente ligado às suas raízes.
Com efeito, ser filho e filha, segundo o desígnio de Deus, significa trazer em si a memória e a esperança de um amor que se realizou precisamente acendendo a vida de outro ser humano, original e novo. E para os pais cada filho é singular, diferente, diverso.
Permiti-me mencionar uma recordação de família.
Lembro-me que de nós a minha mãe dizia — éramos cinco: «Tenho cinco filhos!».
Quando lhe perguntavam: «Qual é o teu preferido?», ela respondia: «Tenho cinco filhos, como cinco dedos.
Se batem num, faz-me mal; se batem noutro, também me faz mal. Em todos me faz mal.
Todos eles são meus filhos, mas são diferentes como os dedos de uma mão».
E assim é a família!
Os filhos são diferentes, mas todos são filhos.
Um filho é amado porque é filho: não porque é bonito, nem porque é assim ou diverso; não porque é filho!
Não porque pensa como eu, nem porque encarna as minhas aspirações.
O filho é filho: uma vida gerada por nós, mas destinada a ele, ao seu bem, ao bem da família, da sociedade, da humanidade inteira.
Daqui deriva também a profundidade da experiência humana do ser filho e filha, que nos permite descobrir a dimensão mais gratuita do amor, que nunca cessa de nos surpreender.
É a beleza de ser amado primeiro: os filhos são amados antes de chegar.
Quantas vezes encontro na praça mães que me mostram a sua barriga, pedindo a bênção... estas crianças são amadas antes de vir ao mundo.
É algo gratuito, isto é amor; elas são amadas antes do nascimento, como o amor de Deus que nos ama sempre antes.
São amadas antes de ter feito algo para o merecer, antes de saber falar ou pensar, até antes de vir ao mundo!
Ser filho é a condição fundamental para conhecer o amor de Deus, que é a fonte derradeira deste autêntico milagre.
Na alma de cada filho, por mais vulnerável que seja, Deus põe o selo deste amor, que está na base da sua dignidade pessoal, uma dignidade que nada, ninguém, poderá destruir.
Hoje parece mais difícil para os filhos imaginar o seu futuro.
Os pais — disse-o nas catequeses precedentes — deram, talvez, um passo atrás e os filhos tornaram-se mais incertos na hora de dar passos em frente.
Podemos aprender a relação entre as gerações do nosso Pai celeste, que deixa cada um de nós livre mas não sozinho.
E quando erramos, Ele continua a acompanhar-nos com paciência, sem diminuir o seu amor por nós.
O Pai celeste nunca desiste no seu amor por nós!
Progride sempre e se não pode ir em frente, espera por nós, mas nunca caminha para trás; quer que os seus filhos sejam corajosos e que vão em frente.
Os filhos, por sua vez, não devem ter medo do compromisso de construir um mundo novo: é bom que eles desejem que seja melhor do que aquilo que receberam!
Mas isto deve ser feito sem arrogância, nem presunção.
É preciso saber reconhecer o valor dos filhos, e os pais devem ser sempre honrados.

O quarto mandamento exige que os filhos — como todos sabemos! — honrem o pai e a mãe [ii].
Este mandamento vem logo após aqueles que se referem ao próprio Deus.
Com efeito, contém algo sagrado, divino, algo que está na raiz de todos os outros tipos de respeito entre os homens.
E na formulação bíblica do quarto mandamento acrescenta-se: «para que os teus dias se prolonguem sobre a terra que te dá o Senhor, teu Deus».
O vínculo virtuoso entre as gerações é garantia de futuro e de uma sociedade verdadeiramente humana.
Uma sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra; quando não se honram os pais perde-se a própria honra! É uma sociedade destinada a encher-se de jovens áridos e ávidos. Contudo, inclusive uma sociedade avarenta de geração, que não gosta de se circundar de filhos, que os considera sobretudo uma preocupação, um peso, um risco, é uma sociedade deprimida.
Pensemos nas várias sociedades que conhecemos aqui na Europa: são sociedades deprimidas, porque não querem filhos, não têm filhos, e o nível de nascimentos não alcança nem sequer 1%.
Porquê?
Cada um de nós pense e responda.
Se uma família generosa de filhos é considerada como se fosse um peso, algo não funciona!
A geração de filhos deve ser responsável, como ensina a Encíclica Humanae vitae, do Beato Papa Paulo VI, mas ter mais filhos não pode tornar-se automaticamente uma escolha irresponsável.
Não ter filhos é uma escolha egoísta.
A vida rejuvenesce e adquire energias multiplicando-se: enriquece-se, não empobrece!
Os filhos aprendem a responsabilizar-se pela sua família, amadurecem na partilha dos seus sacrifícios, crescem no apreço dos seus dons.
A feliz experiência da fraternidade anima o respeito e a atenção aos pais, aos quais devemos a nossa gratidão.
Muitos de vós aqui presentes têm filhos, e todos nós somos filhos. Façamos algo, um minuto de silêncio.
Cada um de nós pense intimamente nos seus próprios filhos — se os tiver — mas em silêncio.
E todos nós pensemos nos nossos pais e demos graças a Deus pelo dom da vida.
Em silêncio!
Quantos têm filhos, pensem neles, e todos pensemos nos nossos pais.
O Senhor abençoe os nossos pais e os vossos filhos!
Jesus, o Filho eterno, que se tornou filho no tempo, nos ajude a encontrar o caminho de uma nova irradiação da experiência humana, tão simples e tão grandiosa, de ser filho.
Na multiplicação da geração há um mistério de enriquecimento da vida de todos, que vem do próprio Deus.
Devemos voltar a descobri-lo, desafiando os preconceitos; e vivê-lo na fé, na alegria perfeita.

E digo-vos: como é agradável quando passo no meio de vós e vejo pais e mães que erguem os seus filhos para ser abençoados; é um gesto quase divino.

Obrigado porque o fazeis!

papa francisco, Filhos Audiência Geral 11 de Fevereiro de 2015





[i] 60, 4-5a
[ii] cf. Êx 20, 12

Conversei com Ele?

É possível que te assuste esta palavra: meditação. Faz-te lembrar livros de capas negras e velhas, ruído de suspiros ou rezas como cantilenas rotineiras... Mas isso não é meditação. Meditar é contemplar, considerar que Deus é teu Pai, e tu seu filho, necessitado de ajuda; e depois dar-lhe graças pelo que já te concedeu e por tudo o que te há-de dar. (Sulco, 661)


Para o teu exame diário: – Deixei passar alguma hora sem falar com o meu Pai, Deus? – Conversei com Ele com amor de filho? Acredita que és capaz!! (Sulco, 657)


O único meio de conhecer Jesus: privar com Ele! N'Ele encontrarás sempre um Pai, um Amigo, um Conselheiro e um Colaborador para todas as actividades honestas da tua vida quotidiana...

E, com esse convívio, gerar-se-á o Amor. (Sulco, 662)

"Fica connosco, porque anoitece!...". Foi eficaz a oração de Cléofas e do companheiro.


Que pena, se tu e eu não soubéssemos "deter" Jesus que passa! Que dor, se não Lhe pedirmos que fique connosco! (Sulco, 671)

Reflectindo - 133

Aprender a dizer não

…/4

Um e outro estão muito bem retratados nos dois irmãos que receberam a ordem paternal para irem trabalhar na vinha.

Respondem ambos de imediato à convocação paterna e  - vê-se bem - fazem-no sem pensar no que as suas respostas implicavam.


(cont)

Pequena agenda do cristão


SeGUNDa-Feira

  
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Doutrina - 5

O que significa falar em línguas?

…/4

Veja, o problema com a ideia pentecostal é que enquanto alguém de certa forma possa fazer um argumento baseado numa interpretação das Escrituras de que é possível que estas “línguas estranhas” existam, na verdade isto nunca é descrito.
A única vez em que nós vemos línguas “em acção” nas Escrituras é quando foram usadas para comunicar àqueles que não poderiam entender o que eles estavam falando se não fosse em seu idioma.

Também nós não vemos nenhuma evidência deste “dom” na Igreja antiga, na Igreja da Idade Média, ou até mesmo na Igreja moderna até o movimento pentecostal ser iniciado na rua Azusa, na Califórnia, em 1906.


(cont)

29/11/2015

Índice de publicações em 29 NOV

Índice de publicações em Nov 29

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 21 25-28 34-36,Papa Francisco - Catequese sobre a família

AT - Salmos – 29

Idade Média


Agenda Domingo

Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Antigo testamento / Salmos

Salmo 29




1 Atribuam ao Senhor, ó seres celestiais, atribuam ao Senhor glória e força.
2 Atribuam ao Senhor a glória que o seu nome merece; adorem o Senhor no esplendor do seu santuário.
3 A voz do Senhor ressoa sobre as águas; o Deus da glória troveja, o Senhor troveja sobre as muitas águas.
4 A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é majestosa.
5 A voz do Senhor quebra os cedros; o Senhor despedaça os cedros do Líbano.
6 Ele faz o Líbano saltar como bezerro, o Siriom como novilho selvagem.
7 A voz do Senhor corta os céus com raios flamejantes.
8 A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.
9 A voz do Senhor retorce os carvalhos e despe as florestas. E no seu templo todos clamam: "Glória!"
10 O Senhor assentou-se soberano sobre o Dilúvio; o Senhor reina soberano para sempre.

11 O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor dá a seu povo a bênção da paz.

Evangelho, comentário, L. espiritual


 Tempo do Advento


Evangelho: Lc 21, 25-28. 34-36

25 «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra haverá consternação dos povos pela confusão do bramido do mar e das ondas, 26 morrendo os homens de susto, na expectativa do que virá sobre toda a terra, porque as próprias forças celestes serão abaladas. 27 Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande poder e majestade. 28 Quando começarem, pois, a suceder estas coisas, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque está próxima a vossa libertação».
34 «Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os vossos corações se tornem pesados com o excesso do comer e do beber e com os cuidados desta vida, e para que aquele dia não vos apanhe de improviso; 35 porque ele virá como uma armadilha sobre todos os que habitam a superfície de toda a terra. 36 Vigiai, pois, orando sem cessar, a fim de que vos torneis dignos de evitar todos estes males que devem suceder, e de aparecer com confiança diante do Filho do Homem».

Comentário:

Começou o Advento, começou o tempo de preparação para a vinda do Redentor.
Com a Sua vinda à terra, assumindo a nossa humanidade, igual em tudo a nós, excepto no pecado, Jesus Cristo vem como o Salvador, o que, redimindo-nos com a Sua Morte e Ressurreição, nos restitui os direitos perdidos como consequência do pecado.

Há que estar preparado e, por isso, a Igreja estabeleceu este tempo do Advento – de preparação para O que há-de vir – para que reentremos em nós mesmos e, seguindo os avisos de João Baptista, endireitemos os nossos caminhos e aplanemos as dificuldades para que, o Senhor, quando vier, encontre os nossos corações dispostos para O receber.

Ele tem muito a dizer-nos e só com o coração limpo e despido de atavios e coisas que não interessam, que fomos acumulando ao longo do ano, poderemos receber e entender a Sua mensagem de salvação.
(ama, comentário sobre Lc 21, 25-28. 34-36, 2009.07.14)

Leitura espiritual

 

Catequeses sobre a família 4

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

Retomamos o caminho das catequeses sobre a família.

Hoje deixamo-nos guiar pela palavra «pai».
Uma palavra que a nós cristãos é muito querida, porque é o nome com o qual Jesus nos ensinou a dirigir-nos a Deus: pai.
O sentido deste nome recebeu uma nova profundidade precisamente a partir do momento em que Jesus o usava para se dirigir a Deus e manifestar a sua relação especial com Ele.

O mistério bendito da intimidade de Deus, Pai, Filho e Espírito, revelado por Jesus, é o coração da nossa fé cristã.
«Pai» é uma palavra que todos conhecem, é uma palavra universal. Ela indica uma relação fundamental cuja realidade é antiga como a história do homem.

Contudo, hoje chegou-se a afirmar que a nossa seria «uma sociedade sem pais».

Noutros termos, sobretudo na cultura ocidental, a figura do pai estaria simbolicamente ausente, esvaecida, removida.
Num primeiro momento, isto foi sentido como uma libertação: libertação do pai-patrão, do pai como representante da lei que se impõe de fora, do pai como censor da felicidade dos filhos e impedimento à emancipação e à autonomia dos jovens.
Por vezes havia casos em que no passado reinava o autoritarismo, em certos casos até a prepotência: pais que tratavam os filhos como servos, sem respeitar as exigências pessoais do seu crescimento; pais que não os ajudavam a empreender o seu caminho com liberdade — mas não é fácil educar um filho em liberdade —; pais que não os ajudavam a assumir as próprias responsabilidades para construir o seu futuro e o da sociedade.
Certamente, esta não é uma boa atitude; mas, como acontece muitas vezes, passa-se de um extremo ao outro.
O problema nos nossos dias não parece ser tanto a presença invadente dos pais, mas ao contrário a sua ausência, o seu afastamento. Por vezes os pais estão tão concentrados em si mesmos e no próprio trabalho ou então nas próprias realizações pessoais, que se esquecem até da família.
E deixam as crianças e os jovens sozinhos.
Quando eu era bispo de Buenos Aires apercebia-me do sentido de orfandade que vivem os jovens de hoje; e muitas vezes perguntava aos pais se brincavam com os seus filhos, se tinham a coragem e o amor de perder tempo com os filhos.
E a resposta era feia, na maioria dos casos: «Mas, não posso, porque tenho tanto trabalho...».
E o pai estava ausente daquele filho que crescia, não brincava com ele, não, não perdia tempo com ele.
Mas, neste caminho comum de reflexão sobre a família, gostaria de dizer a todas as comunidades cristãs que devemos estar mais atentos: a ausência da figura paterna da vida das crianças e dos jovens causa lacunas e feridas que podem até ser muito graves.
Com efeito os desvios das crianças e dos adolescentes em grande parte podem estar relacionados com esta falta, com a carência de exemplos e de guias respeitáveis na sua vida de todos os dias, com a falta de proximidade, com a carência de amor por parte dos pais.
É mais profundo de quando pensamos o sentido de orfandade que tantos jovens vivem.
São órfãos na família, não dão aos filhos, com o seu exemplo acompanhado pelas palavras, aqueles princípios, aqueles valores, aquelas regras de vida das quais precisam como do pão.
A qualidade educativa da presença paterna é tanto mais necessária quanto mais o pai é obrigado pelo trabalho a estar distante de casa.
Por vezes parece que os pais não sabem bem que lugar ocupar na família e como educar os filhos.
E então, na dúvida, abstêm-se, retiram-se e descuidam as suas responsabilidades, talvez refugiando-se numa relação improvável «ao nível» dos filhos.
É verdade que deves ser «companheiro» do teu filho, mas sem esquecer que és o pai!
Se te comportas só como um companheiro igual ao teu filho, isto não será bom para o jovem.
E vemos este problema também na comunidade civil.
A comunidade civil com as suas instituições, tem uma certa responsabilidade — podemos dizer paterna — em relação aos jovens, uma responsabilidade que por vezes descuida e exerce mal.
Também, muitas vezes, ela os deixa órfãos e não lhes propõe uma verdadeira perspectiva.
Assim, os jovens permanecem órfãos de caminhos seguros para percorrer, órfãos de mestres nos quais confiar, órfãos de ideais que aqueçam o coração, órfãos de valores e de esperanças que os amparem diariamente.
Talvez sejam ídolos em abundância mas é-lhes roubado o coração;
São estimulados a sonhar divertimentos e prazeres, mas não lhes é dado trabalho;
São iludidos com o deus dinheiro, mas são-lhes negadas as verdadeiras riquezas.
E então fará bem a todos, aos pais e aos filhos, ouvir de novo a promessa que Jesus fez aos seus discípulos:
«Não vos deixarei órfãos» [i].
De facto, Ele é o Caminho a percorrer, o Mestre a ouvir, a Esperança de que o mundo pode mudar, de que o amor vence o ódio, que pode haver um futuro de fraternidade e de paz para todos.
Algum de vós poderia dizer-me:
«Mas Padre, hoje foi demasiado negativo.
Só falou da ausência dos pais, do que acontece quando os pais não acompanham o crescimento dos filhos...
É verdade, quis frisar isto, porque na próxima quarta-feira continuarei esta catequese pondo em evidência a beleza da paternidade.
Por isso escolhi começar pela escuridão para chegar à luz.

Que o Senhor nos ajude a compreender bem estas coisas.

Obrigado.

papa francisco, Audiência Geral 28 de Janeiro de 2015





[i] Jo 14, 18