Novo Testamento [i]
Evangelho
Mc XV, 1-22
1 Logo de manhã, os sumos sacerdotes
reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio;
e, tendo manietado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. 2 Perguntou-lhe
Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes.» 3 Os
sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. 4 Pilatos interrogou-o de novo,
dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!» 5 Mas Jesus
nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto. 6 Ora, em cada
festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem. 7 Havia um,
chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio
durante a revolta. 8 A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele
costumava conceder. 9 Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei
dos judeus?» 10 Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o
tinham entregado. 11 Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a multidão a pedir
que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. 12 Tomando novamente a palavra,
Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos
judeus?» 13 Eles gritaram novamente: «Crucifica-o!» 14 Pilatos insistiu: «Que
fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!»
Flagelação e coroação de
espinhos
15 Pilatos, desejando agradar à
multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o
para ser crucificado. 16 Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é,
para o pretório, e convocaram toda a coorte. 17 Revestiram-no de um manto de
púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido. 18 Depois,
começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!» 19 Batiam-lhe na cabeça com
uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.
Via dolorosa
20 Depois de o terem escarnecido,
tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no,
então, para o crucificar. 21 Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que
passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de
Alexandre e de Rufo. 22 E conduziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer
‘lugar do Crânio’.
Textos
Felicidade
O conceito de
felicidade é relativo.
Será, como alguns
definem, um estado durável de plenitude, satisfação, equilíbrio físico e
psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes.
Vamos ver…
Um estado
durável?
Este conceito
afasta a possibilidade de se ser feliz intermitentemente;
Parece que, normalmente, a pessoa se sente feliz várias
vezes por motivos diferentes;
·Sendo assim, não é verdade que a felicidade
seja um estado durável!
De plenitude?
Não parece que alguém seja – sempre - totalmente feliz;
A condição humana não é perfeita, está sujeita a inúmeras
oscilações de satisfação ou insatisfação;
·Sendo assim, não é verdade que a felicidade
seja um estado de plenitude!
De satisfação?
Mas não é possível que tudo quanto nos acontece seja do
nosso inteiro agrado, algumas coisas serão, outras nem tanto, ou ser-nos-ão
desagradáveis;
·Sendo assim, não é verdade que a felicidade
seja um estado de satisfação!
Equilíbrio físico e psíquico?
Parece evidente que, sem estes equilíbrios, uma pessoa
está fortemente condicionada nos seus sentimentos de felicidade ou
infelicidade;
·Sendo assim, é verdade que a felicidade
depende de um estado de equilíbrio físico e psíquico!
Sofrimento?
Uma pessoa que sofre não pode ser feliz?
É contra a natureza humana procurar o sofrimento seja
qual for mas, a forma de o encarar, por exemplo, rejeitá-lo com revolta ou
suportá-lo com ânimo, faz uma grande diferença;
·Sendo assim, não é verdade que a felicidade
seja incompatível com o sofrimento!
Inquietude?
A inquietação raramente é um estado permanente, antes
acontece adrede conforme as incidências da vida corrente;
·Sendo assim, não é verdade que a felicidade
seja incompatível com a inquietude!
Emoções
O que são
emoções?
Podemos, desde
logo dizer que uma vez que a palavra se baseia no latim emovere que significa
movimento de fora, a emoção é algo que, vindo do exterior, afecta ou altera o
estado de espírito.
Evidentemente as
emoções não são escalonáveis numa tabela porque as pessoas são todas
diferentes: o que afecta uma poderá ser indiferente a outra.
Também não é
possível estabelecer um critério de “padrões”, isto é, a medida em que uma
emoção afecta a pessoa, exactamente pelo mesmo motivo que é a diferença de umas
pessoas para as outras.
A chamada pessoa
emotiva poderá ser – talvez – aquela que se deixa dominar pelas emoções ou,
pelo menos, é fortemente afectada por elas e, de certa forma, deixa
transparecer esse estado.
Podem dar-se
vários exemplos. O mais fácil e comum poderá ser o choro.
Pessoas que, quase sem motivo aparente, – pelo menos para
os outros – se deixam abalar pela emoção produzindo lágrimas com mais ou menos
abundância.
A outra pessoa, a
mesma coisa, acontecimento ou incidência, não provoca essa reacção o que leva,
algumas vezes, a ser classificada de insensível.
Isto é inadequado porque a sensibilidade tem a ver com as
emoções mas a sua evidência para o exterior já não.
Quer dizer: uma
pessoa não pode ser qualificada de insensível só porque não chora porque o
choro é, antes de mais, uma reacção física.
Pelo contrário, a pessoa que não exprime a sua emoção –
neste caso alegria, pesar ou sofrimento – com lágrimas pode emocionar-se
muitíssimo mais que aquela que – costuma dizer-se – “tem a lágrima fácil”.
O problema da
emoção é que tende a condicionar a pessoa, nos seus sentimentos e nas suas
reacções.
Este condicionamento é mais frequente e visível quando as
emoções são fortes e a pessoa reage com imediatismo.
É o caso da
ofensa – verdadeira ou presumida – que alguém pode sofrer.
A reacção
imediata pode traduzir-se num acto reprovável de acrimónia ou, até, violência.
Quando se reage depois de ponderação, tende-se para uma
reacção mais de acordo com a eventual gravidade da tal ofensa.
Há pessoas que
procuram – de modo eminentemente voluntário – emoções ou sentimentos que, de
alguma forma, a elas conduzam.