22/01/2021

Leitura espiritual

 


Novo Testamento [i]


Evangelho


Mc XV, 1-22

 

Jesus diante de Pilatos

1 Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio; e, tendo manietado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. 2 Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes.» 3 Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. 4 Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!» 5 Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto. 6 Ora, em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem. 7 Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio durante a revolta. 8 A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder. 9 Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?» 10 Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado. 11 Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. 12 Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?» 13 Eles gritaram novamente: «Crucifica-o!» 14 Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!»

 

Flagelação e coroação de espinhos

15 Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado. 16 Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e convocaram toda a coorte. 17 Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido. 18 Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!» 19 Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.

 

Via dolorosa

20 Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o crucificar. 21 Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. 22 E conduziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer ‘lugar do Crânio’.

Textos



Felicidade

 

  O conceito de felicidade é relativo.

  Será, como alguns definem, um estado durável de plenitude, satisfação, equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes.

  Vamos ver…

  Um estado durável?

  Este conceito afasta a possibilidade de se ser feliz intermitentemente;

Parece que, normalmente, a pessoa se sente feliz várias vezes por motivos diferentes;

 

·Sendo assim, não é verdade que a felicidade seja um estado durável!

 

De plenitude?

 

Não parece que alguém seja – sempre - totalmente feliz;

A condição humana não é perfeita, está sujeita a inúmeras oscilações de satisfação ou insatisfação;

 

·Sendo assim, não é verdade que a felicidade seja um estado de plenitude!

 

De satisfação?

 

Mas não é possível que tudo quanto nos acontece seja do nosso inteiro agrado, algumas coisas serão, outras nem tanto, ou ser-nos-ão desagradáveis;

 

·Sendo assim, não é verdade que a felicidade seja um estado de satisfação!

 

Equilíbrio físico e psíquico?

 

Parece evidente que, sem estes equilíbrios, uma pessoa está fortemente condicionada nos seus sentimentos de felicidade ou infelicidade;

 

·Sendo assim, é verdade que a felicidade depende de um estado de equilíbrio físico e psíquico!

 

Sofrimento?

 

Uma pessoa que sofre não pode ser feliz?

É contra a natureza humana procurar o sofrimento seja qual for mas, a forma de o encarar, por exemplo, rejeitá-lo com revolta ou suportá-lo com ânimo, faz uma grande diferença;

 

·Sendo assim, não é verdade que a felicidade seja incompatível com o sofrimento!

 

Inquietude?

 

A inquietação raramente é um estado permanente, antes acontece adrede conforme as incidências da vida corrente;

 

·Sendo assim, não é verdade que a felicidade seja incompatível com a inquietude!

 

Emoções

 

  O que são emoções?

  Podemos, desde logo dizer que uma vez que a palavra se baseia no latim emovere que significa movimento de fora, a emoção é algo que, vindo do exterior, afecta ou altera o estado de espírito.

  Evidentemente as emoções não são escalonáveis numa tabela porque as pessoas são todas diferentes: o que afecta uma poderá ser indiferente a outra.

  Também não é possível estabelecer um critério de “padrões”, isto é, a medida em que uma emoção afecta a pessoa, exactamente pelo mesmo motivo que é a diferença de umas pessoas para as outras.

  A chamada pessoa emotiva poderá ser – talvez – aquela que se deixa dominar pelas emoções ou, pelo menos, é fortemente afectada por elas e, de certa forma, deixa transparecer esse estado.

  Podem dar-se vários exemplos. O mais fácil e comum poderá ser o choro.

Pessoas que, quase sem motivo aparente, – pelo menos para os outros – se deixam abalar pela emoção produzindo lágrimas com mais ou menos abundância.

  A outra pessoa, a mesma coisa, acontecimento ou incidência, não provoca essa reacção o que leva, algumas vezes, a ser classificada de insensível.

Isto é inadequado porque a sensibilidade tem a ver com as emoções mas a sua evidência para o exterior já não.

  Quer dizer: uma pessoa não pode ser qualificada de insensível só porque não chora porque o choro é, antes de mais, uma reacção física.

Pelo contrário, a pessoa que não exprime a sua emoção – neste caso alegria, pesar ou sofrimento – com lágrimas pode emocionar-se muitíssimo mais que aquela que – costuma dizer-se – “tem a lágrima fácil”.

  O problema da emoção é que tende a condicionar a pessoa, nos seus sentimentos e nas suas reacções.

Este condicionamento é mais frequente e visível quando as emoções são fortes e a pessoa reage com imediatismo.

  É o caso da ofensa – verdadeira ou presumida – que alguém pode sofrer.

  A reacção imediata pode traduzir-se num acto reprovável de acrimónia ou, até, violência.

Quando se reage depois de ponderação, tende-se para uma reacção mais de acordo com a eventual gravidade da tal ofensa.

  Há pessoas que procuram – de modo eminentemente voluntário – emoções ou sentimentos que, de alguma forma, a elas conduzam.

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

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