Soldado soviético, católico clandestino, padre y después abuelo: ahora ya viudo es sacerdote |
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
04/08/2019
Evangelho e comentário
Evangelho: Lc 12, 13-21
Naquele tempo, alguém, do meio da
multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança
comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas
partilhas?». Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza:
a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes
esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele
pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha
colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir
outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei
dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos.
Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta
noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’. Assim
acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».
Comentário:
A vida não depende dos bens que possam ter-se, é claro e sem discussão.
Não há qualquer mal em ter
bens, até, muitos bens, o errado está em fazer deles a principal preocupação da
nossa vida terrena.
Porquê:
Porque o que nos
interessa, aos cristãos, é a vida eterna e, aí, os bens não contam para nada,
mas apenas as obras que se praticaram em vida.
Além do mais, a excessiva
preocupação com os bens terrenos, pode desviar a atenção do realmente
importante, sobretudo, em “acumular” os bens que interessa ser portador na hora
derradeira:
As boas obras praticadas
por amor de Deus e dos homens.
(AMA,
comentário sobre Lc 12, 13-21, 11.07.2017)
Temas para reflectir e meditar
Temos todos os cristãos esta
necessidade de rezar, ou, por outras palavras, conversar com Deus Nosso Senhor.
Temos sempre algo a dizei, a pedir, a
agradecer.
Presume-se que se trata de uma
conversa pessoal, em confidência como com um amigo muito íntimo.
Na verdade, o que vamos agradecer a um
amigo íntimo?
Penso que em primeiro lugar devemos
agradecer a Sua amizade que, de certo modo, "não O deixa ver" os
nossos defeitos e debilidades.
Dá-nos sempre crédito e benefício da
dúvida.
Não nos pressiona a fazer o que nos
comprometemos.
Não exige a devolução do que nos
emprestou.
Perdoa sem demora as nossas faltas de
correspondência.
E... muito... muito mais!
A nossa oração mais corrente deve,
pois, ser de repetidas - e sentidas - acções de graças.
Na verdade o que será mais fácil?
Dizer obrigado ou pedir o que seja?
O que pedimos deve ser o que
verdadeiramente precisamos e, isso, Deus conhece e sabe. No entanto gosta de
ser instado e o próprio Jesus recomendou perseverança na petição.
Mas, não nos esqueçamos: é de bom
filho ser agradecido".
AMA, 06.12.2018
Leitura espiritual
Amigos de Deus
21
Na
barca de Cristo
Como a Nosso Senhor, também a mim me agrada
muito falar de barcas e de redes, para todos tirarmos propósitos firmes e concretos
dessas cenas evangélicas.
S. Lucas conta-nos que uns pescadores
lavavam e remendavam as redes à beira do lago de Genesaré. Jesus aproxima-se de
uma daquelas naves atracadas na margem e sobe a uma delas, a de Simão.
Com
que naturalidade se mete o Mestre na vida de cada um de nós para nos complicar
a vida, como se repete por aí em tom de queixa. Nosso Senhor cruzou-se convosco
e comigo no nosso caminho, para nos complicar a existência, delicadamente,
amorosamente.
Depois de pregar da barca de Pedro,
dirige-se aos pescadores: duc in altum,
et laxate retia vestra in capturam, remai para o mar alto e lançai as
redes!
Fiados na palavra de Cristo, obedecem e
obtêm aquela pesca prodigiosa.
Olhando
para Pedro que, como Tiago e João, estava pasmado, Nosso Senhor explica-lhe:
não tenhas medo; desta hora em diante serás pescador de homens.
E,
trazidas as barcas para terra, deixando tudo, seguiram-no.
A tua barca - os teus talentos, as tuas
aspirações, os teus êxitos - não vale para nada, a não ser que a ponhas à
disposição de Jesus Cristo, que permitas que Ele possa entrar nela com
liberdade, que não a convertas num ídolo.
Sozinho,
com a tua barca, se prescindires do Mestre, sobrenaturalmente falando,
encaminhas-te directamente para o naufrágio.
Só
se admitires, se procurares a presença e o governo de Nosso Senhor, estarás a
salvo das tempestades e dos reveses da vida.
Põe
tudo nas mãos de Deus: que os teus pensamentos, as aventuras boas da tua
imaginação, as tuas ambições humanas nobres, os teus amores limpos, passem pelo
coração de Cristo.
De
outra forma, mais tarde ou mais cedo, irão a pique com o teu egoísmo.
22
Se consentires que Deus seja o senhor da
tua nave, que Ele seja o amo, que segurança!..., mesmo quando a tempestade se
levanta no meio das trevas mais escuras e parece que Ele se ausenta, que está a
dormir, que não se preocupa.
S. Marcos relata que os Apóstolos se
encontravam nessas circunstâncias; e Jesus, vendo-os cansados de remar (porque
o vento lhes era contrário), cerca da quarta vigília da noite foi ter com eles,
andando sobre o mar...
Tende
confiança, sou eu, não temais.
E
subiu para a barca, para junto deles e cessou o vento.
Meus filhos, acontecem tantas coisas na
terra...!
Podia pôr-me a falar de penas, de
sofrimentos, de maus tratos, de martírios - não tiro nem uma letra -, do
heroísmo de muitas almas.
Aos
nossos olhos, na nossa inteligência, surge às vezes a impressão de que Jesus
dorme, de que não nos ouve; mas S. Lucas narra como Nosso Senhor se comporta
com os seus:
Enquanto
iam navegando, Jesus adormeceu e levantou-se uma tempestade de vento sobre o
lago e a barca enchia-se de água e estavam em perigo.
Aproximando-se
dele, despertaram-no dizendo: Mestre, nós perecemos!
Ele,
levantando-se, increpou o vento e as ondas, que acalmaram e veio a bonança.
Então
disse-lhes: onde está a vossa fé?
Se nos dermos, Ele dá-se-nos.
Temos
de confiar plenamente no Mestre, temos de nos abandonar nas suas mãos sem
mesquinhez; de lhe manifestar, com as nossas obras, que a barca é dele, que
queremos que disponha à vontade de tudo o que nos pertence.
Termino, recorrendo à intercessão de Santa
Maria, com estes propósitos: viver de fé; perseverar com esperança; permanecer
unidos a Jesus Cristo, amá-lo de verdade, de verdade, de verdade; percorrer e
saborear a nossa aventura de Amor, pois estamos apaixonados por Deus; deixar
que Cristo entre na nossa pobre barca e tome posse da nossa alma como Dono e
Senhor; manifestar-lhe com sinceridade que havemos de nos esforçar por nos
mantermos sempre na sua presença, de dia e de noite, porque Ele nos chamou à
fé: ecce ego quia vocasti me! e que
vimos ao seu redil atraídos pela sua voz e pelos seus assobios de Bom Pastor,
com a certeza de que só à sua sombra encontraremos a verdadeira felicidade
temporal e eterna.
23
Tenho recordado com frequência aquela cena
comovedora que o Evangelho nos relata: Jesus está na barca de Pedro, de onde
tinha falado ao povo.
Essa
multidão que o seguia moveu o afã de almas que consome o seu Coração e o Divino
Mestre quer que os discípulos participem quanto antes desse zelo. Depois de
lhes dizer que se façam ao largo - duc in
altum! - sugere a Pedro que lance as redes para pescar.
Não me vou demorar agora nos pormenores,
tão instrutivos, desses momentos.
Desejo
que consideremos a reacção do Príncipe dos Apóstolos perante o milagre:
afasta-te de mim, Senhor, que sou um homem pecador. É uma verdade - disso não
tenho dúvidas - que se ajusta perfeitamente à situação pessoal de todos.
No
entanto, asseguro-vos que, ao tropeçar durante a minha vida com tantos
prodígios da graça, realizados através de mãos humanas, tenho-me sentido
inclinado, diariamente cada vez mais inclinado, a gritar: Senhor, não te
afastes de mim, pois sem Ti não posso fazer nada de bom.
Precisamente por isso, percebo muito bem
aquelas palavras do Bispo de Hipona, que soam como um cântico maravilhoso à
liberdade: Deus, que te criou sem ti, não
te salvará sem ti, porque cada um de nós, tu, eu, temos sempre a possibilidade
- a triste desventura - de nos levantarmos contra Deus, de rejeitá-lo - talvez
só com a nossa conduta - ou de exclamar: não queremos que reine sobre nós.
24
Escolher
a vida
Agradecidos por nos apercebermos da
felicidade a que estamos chamados, aprendemos que todas as criaturas foram
tiradas do nada por Deus e para Deus: as racionais, os homens, apesar de tão frequentemente
perdermos a razão; e as irracionais, as que percorrem a superfície da terra, ou
habitam as entranhas do mundo, ou cruzam o azul do céu, algumas delas até
fitarem o Sol. Mas, no meio desta maravilhosa variedade, só nós, homens -não
falo aqui dos anjos - nos unimos ao Criador pelo exercício da nossa liberdade,
podendo prestar ou negar a Nosso Senhor a glória que lhe corresponde como Autor
de tudo o que existe.
Essa possibilidade é a principal componente
do claro-escuro da liberdade humana.
Nosso
Senhor convida-nos e anima-nos a escolher o bem, porque nos ama profundamente.
Considera
que ponho hoje diante de ti, dum lado, a vida e o bem, do outro, a morte e o mal.
Recomendo-te
que ames o Senhor teu Deus, que andes nos seus caminhos, que guardes os seus
preceitos, as suas leis e os seus decretos.
Se
assim fizeres, viverás...
Escolhe,
pois, a vida para que vivas.
Queres pensar - pela minha parte também
farei o meu exame - se manténs imutável e firme a tua escolha da Vida?
Se, ao ouvires essa voz de Deus,
amabilíssima, que te estimula à santidade, respondes livremente que sim?
Dirijamos o olhar para o nosso Jesus,
quando falava às multidões pelas cidades e campos da Palestina.
Não
pretende impor-se.
Se
queres ser perfeito..., diz ao jovem rico.
Aquele
rapaz rejeitou o convite e o Evangelho conta que abiit tristis , que se retirou entristecido.
Por
isso, alguma vez lhe chamei a ave triste: perdeu a alegria, porque se negou a
entregar a liberdade a Deus.
25
Consideremos agora o momento sublime em que
o Arcanjo São Gabriel anuncia a Santa Maria o desígnio do Altíssimo.
A nossa Mãe ouve e interroga para
compreender melhor aquilo que Nosso Senhor lhe pede; depois, surge a resposta
firme: Fiat! - faça-se em mim segundo
a tua palavra! -, o fruto da melhor liberdade: a de se decidir por Deus.
Em todos os mistérios da nossa fé católica
paira esse cântico à liberdade.
A Santíssima Trindade tira do nada o mundo
e o homem, num livre esbanjamento de amor.
O
Verbo desce do Céu e assume a nossa carne com este selo maravilhoso da
liberdade na submissão: eis que venho, segundo está escrito de mim no princípio
do livro, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Quando chega a hora marcada por
Deus para salvar a humanidade da escravidão do pecado, contemplamos Jesus
Cristo em Getsémani, sofrendo terrivelmente até derramar um suor de sangue e
aceitando rendida e espontaneamente o sacrifício que o Pai lhe reclama: como
cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda diante dos tosquiadores.
Já
o tinha anunciado aos seus, numa daquelas conversas em que abria o Coração, com
a finalidade de que aqueles que o amam conheçam que Ele é o Caminho - não há
outro - para se aproximarem do Pai: por isso o meu Pai me ama, porque dou a
minha vida para outra vez a assumir. Ninguém ma tira, mas Eu é que a dou por
minha própria vontade e tenho o poder de a dar e o poder de a recobrar.
(cont)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me:
Cultivar a Fé
São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Se os cristãos soubessem servir!
Quando te falo do "bom
exemplo", quero indicar-te também que hás-de compreender e desculpar, que
hás-de encher o mundo de paz e de amor. (Forja, 560)
Se os cristãos soubessem servir! Vamos
confiar ao Senhor a nossa decisão de aprender a realizar esta tarefa de
serviço, porque só servindo é que poderemos conhecer e amar Cristo e dá-Lo a
conhecer e conseguir que os outros O amem mais.
Como o mostraremos às almas? Com o
exemplo: que sejamos testemunho seu, com a nossa voluntária servidão a Jesus
Cristo em todas as nossas actividades, porque é o Senhor de todas as realidades
da nossa vida, porque é a única e a última razão da nossa existência. Depois,
quando já tivermos prestado esse testemunho do exemplo, seremos capazes de instruir
com a palavra, com a doutrina. Assim procedeu Cristo: coepit facere et docere, primeiro ensinou com obras, e só depois
com a sua pregação divina.
Servir os outros, por Cristo, exige
que sejamos muito humanos. Se a nossa vida é desumana, Deus nada edificará
nela, porque habitualmente não constrói sobre a desordem, sobre o egoísmo,
sobre a prepotência. Precisamos de compreender todas as pessoas, temos de
conviver com todos, temos de desculpar todos, temos de perdoar a todos. Não
diremos que o injusto é o justo, que a ofensa a Deus não é ofensa a Deus, que o
mau é bom. Todavia, perante o mal, não responderemos com outro mal, mas com a
doutrina clara e com a boa acção; afogando o mal em abundância de bem. (Cristo
que passa, 182).
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