28/04/2015

2015.04.28








O que pode ver hoje em NUNC COEPI




Ide a José e encontrareis Jesus - São Josemaria – Textos

Evangelho, comentário L. Espiritual (A beleza de ser cristão) - A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Jo 10 22-30, Ernesto Juliá Diaz

Temas para meditar - 431 - A Virgem Maria (Thomas de Saint Laurent), Santíssima Virgem,Thomas de Saint LAURENT

Bento VXI – Pensamentos espirituais 48 - Bento XVI - Pensamentos espirituais

Tratado do verbo encarnado 150 - Suma Teológica - Tratado do Verbo Encarnado - Quest 25 - Art 4, São Tomás de Aquino


Pequena agenda do cristão - Agenda Terça-Feira

Ide a José e encontrareis Jesus

Ama muito S. José, quer-lhe com toda a tua alma, porque é a pessoa que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais conviveu com Deus: quem mais o amou, depois da Nossa Mãe. Merece o teu carinho e convém-te dar-te com ele, porque é Mestre de vida interior e pode muito ante Nosso Senhor e ante a Mãe de Deus. (Forja, 554)

José foi, no aspecto humano, mestre de Jesus; conviveu com Ele diariamente, com carinho delicado, e cuidou dele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos este varão justo, este Santo Patriarca, no qual culmina a Fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior? A vida interior não é outra coisa senão o convívio assíduo e intimo com Cristo, para nos identificarmos com Ele. E José saberá dizer-nos muitas coisas sobre Jesus. Por isso, não deixeis nunca de conviver com ele; ite ad Joseph, como diz a tradição cristã com uma frase tomada do Antigo Testamento.

Mestre da vida interior, trabalhador empenhado no seu trabalho, servidor fiel de Deus em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Joseph. Com S. José o cristão aprende o que é ser Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo. Ide a José e encontrareis Jesus. Ide a José e encontrareis Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (Cristo que passa, nn. 56)

A Igreja inteira reconhece S. José como seu protector e padroeiro. Ao longo dos séculos tem-se falado dele, sublinhando diversos aspectos da sua vida, sempre fiel à missão que Deus lhe confiara. Por isso, desde há muitos anos, me agrada invocá-lo com um título carinhoso: Nosso Pai e Senhor.


S. José é realmente Pai e Senhor, protegendo e acompanhando no seu caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus enquanto crescia e se fazia homem. (Cristo que passa, nn. 39)

Evangelho, comentário L. Espiritual (A beleza de ser cristão)



Semana IV da Páscoa

Evangelho: Jo 10 22-30

22 Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. Era Inverno. 23 Jesus andava a passear no templo, no pórtico de Salomão. 24 Rodearam-n'O os judeus e disseram-Lhe: «Até quando nos manterás em suspenso? Se és o Messias, di-no-lo claramente». 25 Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, e vós não Me credes. As obras que faço em nome de Meu Pai, essas dão testemunho de Mim; 26 porém vós não credes, porque não sois das Minhas ovelhas. 27 As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu conheço-as, e elas seguem-Me. 28 Eu dou-lhes a vida eterna; elas jamais hão-de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão. 29 Meu Pai, que Mas deu, é maior que todas as coisas; e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai. 30 Eu e o Pai somos um».  

Comentário:

Continua o discurso do Bom Pastor com a insistência clara de Jesus Cristo na segurança que os homens podem esperar quando O seguem sem condições.

Segurança em todos os aspectos da vida humana mas, sobretudo, e o que é mais importante, de que o caminho que Ele indica é o único que conduz à salvação.

Duas coisas são absolutamente necessárias: confiança e entrega.

Confiança em Cristo e na Sua palavra, entrega sem reservas ou preconceitos seguindo-o sem desvios.

(ama, comentário sobre Jo 10, 22-30, 2013.04.23)

Leitura espiritual


a beleza de ser cristão

PRIMEIRA PARTE

O QUE É SER CRISTÃO?

I.            Relações que Deus estabelece com o homem.

…/14


VIII. OS SACRAMENTOS (I)

Depois de ter examinado a realidade da «Graça” e a sua acção de converter o cristão em «filho de Deus em Jesus Cristo”, temo agora de considerar os canais pelos quais o homem a recebe.
Esses cabais são os sacramentos.
Nos capítulos seguintes veremos a manifestação da acção da graça no homem e a finalidade dessa acção, que é a de transformar o ser humano – e não só aos olhos de Deus, mas no mais íntimo do seu ser – em «nova criatura”. Para não sairmos dos limites deste livro, o estudo dos sacramentos centrar-se-á exclusivamente na relação de cada sacramento com a Graça e na configuração dessa «nova criatura”, sem nos adentrar-mos em nenhum outro as aspecto teológico, litúrgico, espiritual que cada sacramento comporta.
Recordemos que os sacramentos são «sinais visíveis, instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo, que dão a «Graça”.
Até à vinda de Cristo Deus servia-se de sinais, cerimónias, para nos dar a conhecer a sua benevolência e a sua presença entre os homens; a sua participação na história da humanidade. Daí em diante, e como consequência da nova economia estabelecida por Cristo das relações de Deus com os homens, esses sinais deixaram de ter qualquer significado.
Os sacramentos convertem-se não já nas «marcas de Cristo na terra” e nem sequer tampouco nos «cominhos que unem para sempre o céu e a terra”, mas sim no encontro pessoal-vital de cada cristão com o próprio Cristo, e que nos fazem viver os mistérios da vida de Deus em nós. [i]
«Os sacramentos da Nova Lei foram instituídos por Cristo e são sete, saber, Baptismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos doentes, Ordem Sacerdotal e Matrimónio.
Os sete sacramentos correspondem a todas as etapas e a todos os momentos importantes da vida do cristão: dão nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as etapas da vida espiritual”.[ii]
Os sacramentos são, em resumo os caminhos ordinários para o encontro pessoal com Cristo e, para receber nesse encontro, a Graça que nos converte em «novas criaturas”, que nos faz «filhos de Deus em Cristo”.
Um esclarecimento prévio antes de seguir os nossos raciocínios.
 A Graça que se nos concede nos sacramentos, não supõe, de modo algum, o desaparecimento da graça que Deus concede a todos os homens, inclusive àqueles que nada sabem de Cristo e da sua Igreja, para que alcancem a salvação por outros caminhos, que, sem deixar de passar por Cristo, não comportam Fé nele.
O desenvolvimento dos planos de salvação de cada um dos seres humanos é um mistério escondido em Deus até ao fim dos tempos. E no interior desse mistério está, com a Encarnação de Jesus Cristo num local e num tempo bem definidos na história dos homens, a realidade que a Graça não vivifica a todos e cada um dos seres humanos, porque nem Cristo é conhecido por todos os homens nem todos os homens participam dos sacramentos.
Ao referirmo-nos de novo aos sacramentos e ver neles os canais ordinários nos quais o homem recebe a graça divina, convém-nos desde o início não esquecer a «semelhança entre as etapas da vida natural e as etapas da vida sobrenatural”, que o Catecismo já sublinhou.
Com efeito; é o próprio homem, criatura de Deus, quem há-de ser redimido, liberto do pecado e convertido em «filho de Deus em Cristo” e tudo, sem deixar em absoluto, e sob qualquer conceito, de ser plena e naturalmente homem.
A graça jamais destrói a natureza, e, por outro lado, requer a cooperação da natureza, da liberdade do homem, para produzir os seus frutos.
É certo que, nos sacramentos, a Graça se origina «ex opere operato”, da acção – dos sinais externos – surge necessariamente o efeito, a Graça.
E, ao mesmo tempo, para que essa Graça seja eficaz na pessoa que recebe o sacramento, requer que o homem não ponha obstáculo. Um penitente pode tornar ineficaz o sacramento da Reconciliação por não o receber com as disposições requeridas; e também, ainda que acolhendo-o em condições adequadas, não permitir que a graça produza nele profunda e permanente para Deus.
No primeiro caso, a sua actuação com verte o sacramento em inútil; no segundo, torna-o ineficaz.

O BAPTISMO

Os três primeiros sacramentos – Baptismo, Confirmação, Eucaristia – denominam-se de «iniciação cristã”, porque têm a finalidade de nos converter em «nova criatura”, em «filhos de Deus em Cristo”.
O Baptismo é o nascimento da vida pessoal cristã; a Confirmação, o desenvolvimento e o estabelecimento na alma dessa vida; e a Eucaristia, o enraizamento dessa vida de Cristo na alma, vivida mais pessoalmente com Ele.
«Mediante os sacramentos da iniciação cristã, o Baptismo, a Confirmação e a Eucaristia, colocam-se todos os fundamentos de toda a vida cristã.
A participação na natureza divina que os homens recebem como dom mediante a graça de Cristo tem certa analogia com a origem, o crescimento e o sustento da vida natural.
Com efeito, os fieis renascidos no Baptismo fortalecem-se com o sacramento da Confirmação, e finalmente são alimentados na Eucaristia com o manjar da vida eterna e, assim, por meio destes sacramentos da iniciação cristã, recebem cada com mais abundancia os tesouros da vida divina e avançam para a perfeição da caridade”.[iii]
O nascimento e a conversão à vida divina não são simplesmente fruto de uma ajuda externa que Deus nos dá; como se nos pegasse na mão e elevasse até à sua própria altura.
Não.
São resultado de receber «a participação na natureza divina”, que enxerta em nós um princípio de vida sobrenatural, e dizemo-lo uma vez mais para que nunca o percamos de vista.
Convertemo-nos em «filhos de Deus em Cristo” sem deixar de ser seres humanos e, sendo «homens-filhos de Deus em Cristo, começamos a viver actuar.
Este processo, repetimos, começa com o Baptismo:
“O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no espírito e a porta que abre o acesso aos outros sacramentos.
Pelo Baptismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, chegamos a ser membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e feitos partícipes da sua missão.
O Batismo é o sacramento do novo nascimento pela água e a palavra”.[iv]
É necessário sublinhar o verdadeiro significado do Baptismo, para superar a visão estreita tão disseminada entre os crentes, que reduz os seus efeitos a perdoar o pecado original e todos os outros pecados que, no caso do baptismo de adultos, o baptizando pudesse ter cometido.
«O Batismo não só purifica de todos os pecados, converte também o neófito “numa nova criação”, um filho adoptivo de Deus, que foi feito “partícipe da natureza divina”, membro de Cristo, co-herdeiro com Ele e templo do Espírito Santo”.[v]
Aqui radica a verdadeira natureza e o verdadeiro significado do Baptismo: a «nova criação”, ao fazer-nos «partícipes da natureza divina”. Essa participação é o que chamamos Graça.
A acção desta Graça na pessoa do baptizado pode resumir-se nestas palavras do catecismo a que teremos ocasião de nos referirmos ao longo destas páginas.
«-torna-o capaz de crer em Deus, de esperar nele e de amá-lo mediante as virtudes teologais (Fé, Esperança. Caridade).
-concede-lhe poder viver e actuar sob a moção do Espírito Santo mediante os dons do Espírito santo.
-Permite-lhe crescer no bem mediante as virtudes morais.
Assim todo o organismo da vida sobrenatural do cristão tema sua raiz no santo Baptismo”.[vi]
Com o Baptismo, o baptizado deixa de ser somente uma criatura «a imagem e semelhança”, par se converter em verdadeiro «filho de Deus em Cristo”: ao actualizar-se, a torar-se «acto”, nessa «participação a capacidade – potência – de ser «filho de Deus”, com a qual todo o ser humano chega a este mundo.
Esta nova condição do homem baptizado não se perde jamais. «O Baptismo imprime no cristão um selo espiritual indelével (carácter) da sua pertença a Cristo.
Este selo não é apagado por nenhum pecado, ainda que o pecado impeça o Baptismo de dar frutos de salvação” [vii]
Esta afirmação significa que o baptizado nunca perde a sua condição de «filho de Deus em Cristo”, que é a raiz e o fundamento da vida cristã, do nosso viver em Deus, com Cristo, no Espírito santo; e do viver Deus Pai, Filho e Espírito Santo em nós. É o fundamento e a razão pela qual podemos dizer que todo o cristão está «enxertado” em Cristo; e que com São Paulo, possamos também chegar a afirmar que «Cristo vive em mim”.
Alguns consideram que, com Baptismo, o homem perde a sua liberdade, ao jamais poder abandonar a sua condição de «filho de Deus em Cristo”.
É outra a realidade e fica claramente expressa na segunda parte do n. 1272 do Catecismo que acabámos de transcrever: «Este selo não á apagado por nenhum pecado, ainda que o o pecado impeça Baptismo de dar frutos de salvação”.
Ou seja, o homem nunca perde no plano do seu «actuar”, e poderá portanto, opor-se não só à acção de Deus, mas também rejeitar a sua realidade ante o próprio Deus, de reafirmar, em suma, o seu próprio «eu” diante e em oposição a Deus ou, simplesmente, de paralisar toda a possível acção da sua própria pessoa.
A obstinação no pecado pode debilitar a vontade do homem, mas nunca até ao ponto de impedir o exercício da sua liberdade.
Em suma, salvo casos patológicos, o homem nunca deixa de ser livre, ainda eu no seu espírito e esteja indelével o «carácter” de «filho de Deus em Cristo Nosso Senhor”.

(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)






[i] Cfr. louis bouyer, Introduzione alla vita spirituale, Borla Editore, Torino, 1965, cap. IV.
[ii] Catecismo n. 1210
[iii] Catecismo n. 1212.
[iv] Catecismo n. 1213
[v] Catecismo n. 1265
[vi] Catecismo n. 1266
[vii] Catecismo n. 1272

Temas para meditar - 431

Santíssima Virgem



Nossa Senhora revelou a Santa Brígida, que Ela própria viria assistir na hora da morte a todos os fiéis que invocassem frequentemente o seu Nome durante a vida. 



(THOMAS DE SAINT LAURENT, A Virgem Maria, ISBN: 972-26-1287-5, nr. 39)

Bento VXI – Pensamentos espirituais 48

Lex orandi



A oração do sacerdote constitui uma exigência do seu ministério pastoral, uma vez que o testemunho do sacerdote que reza, proclamando a transcendência de Deus e envolvendo-se no seu mistério, é imprescindível para a comunidade.

Discurso aos bispos do México em visita ad limina, (23.Set.05)


(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Pequena agenda do cristão

TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Tratado do verbo encarnado 150

Questão 25: Da adoração de Cristo

Art. 4 — Se devemos prestar a adoração de Iatria à cruz de Cristo.

O quarto discute-se assim. — Parece que não devemos prestar a adoração de latria à cruz de Cristo.

1. — Pois, nenhum filho piedoso venera a contumélia feita contra o seu próprio pai, por exemplo, o flagelo com que é flagelado, o madeiro em que foi suspenso; pelo contrário, aborrece tudo isso. Ora, Cristo, no lenho da cruz, sofreu oprobriosíssima morte, segundo a Escritura: Condenemo-lo a uma morte mais infame. Logo, em vez de venerá-la, devemos aborrecer a cruz.

2. Demais. — A humanidade de Cristo é adorada pela adoração de latria, enquanto unida à pessoa do Filho de Deus; o que não se pode dizer da cruz. Logo, à cruz de Cristo não deve ser prestada adoração de latria.

3. Demais. — Assim como a cruz de Cristo foi o instrumento da sua paixão e morte, assim também o foram muitas outras coisas, como os cravos, a coroa e a lança; as quais contudo não prestamos o culto de latria. Logo, parece que não devemos tributar à cruz de Cristo a adoração de latria.

Mas, em contrário, prestamos o culto de latria aquele em quem pomos a esperança da nossa salvação. Ora, pomos na cruz de Cristo a esperança da nossa salvação. Assim, a Igreja canta no hino da Paixão.

O cruz, ave, esperança única!

Neste tempo da paixão,

Aumenta dos pios a justiça,

E aos réus dá vénia.

Logo, devemos prestar à cruz de Cristo a adoração de latria.

Como dissemos, honra ou reverência não é devida senão à natureza racional; e à criatura insensível não devemos honra nem reverência senão por causa da natureza racional. E isto de dois modos: ou enquanto representa uma natureza racional, ou por estar a esta de algum modo unida Do primeiro modo, costumaram os homens venerar a imagem do rei; do segundo, as suas vestes. Mas, uma e outra coisa, com a mesma veneração com que veneram o rei. — Se, pois, nos referimos à cruz mesma onde foi Cristo crucificado, de um e outro modo deve ela ser venerada. Primeiro, porque nos representa a figura de Cristo estendido nela; segundo por causa do contacto dos seus membros e por ter sido embebida do seu sangue. Donde, de um e outro modo, é adorada pela mesma adoração por que o é Cristo, isto é, pela adoração de latria. E também por isso dirigimos palavras e oração à Cruz como o faríamos ao próprio crucificado. — Se porém se trata da efígie da cruz de Cristo, em qualquer outra matéria por exemplo, pedra ou madeira, prata ou ouro, então veneramos a cruz somente como imagem de Cristo, que veneramos com adoração de latria, segundo dissemos.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — A intenção ou a opinião dos infiéis considera a cruz como o opróbrio de Cristo, mas, pelo efeito que produziu, da nossa salvação, consideramo-la como a virtude divina dele, com a qual triunfou dos inimigos, segundo o Apóstolo: Despojando os principados e potestades, os trouxe confiadamente, triunfando em público deles em si mesmo. E por isso, noutro lugar: A palavra da cruz é na verdade uma estultícia para os que se perdem, mas para os que se salvam, que somos nós, é ela a virtude de Deus.

RESPOSTA À SEGUNDA. — A cruz de Cristo, embora não fosse unida ao Verbo de Deus, em pessoa, foi-lhe contudo unida de certo modo, isto é, pela representação e pelo contacto. E só por essa razão nós lhe prestamos reverência.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Pela razão do contacto dos membros de Cristo, adoramos não só a cruz, mas também tudo o que é de Cristo. Donde o dizer Damasceno: É racional adorarmos o lenho precioso como santificado pelo contacto do seu santo corpo e sangue; e também os cravos, as vestes e a lança; e os seus santos tabernáculos. Mas, tudo isso não representa a imagem de Cristo, como a cruz, chamada sinal do Filho do Homem, que aparecerá no céu, como diz o Evangelho. E por isso o anjo disse às mulheres Vós buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; não disse — lanceado, mas, crucificado. Donde vem que veneramos a imagem da cruz de Cristo, em qualquer matéria; mas não, a imagem dos cravos ou de qualquer outra coisa semelhante.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.