05/02/2018

A família: santificar o lar dia a dia

Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida. (Cristo que passa, 22, 4)

É verdadeiramente infinita a ternura de Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos. Fez do matrimónio um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a sua Igreja, um grande sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há-de ser, com a graça de Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade.
Os pais são cooperadores de Deus. Daí nasce o amável dever de veneração, que corresponde aos filhos. Com razão, o quarto mandamento pode chamar-se - escrevi-o há tantos anos - o dulcíssimo preceito do Decálogo. Se se vive o matrimónio como Deus quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e alegre. (Cristo que passa, 78, 6)

Famílias que viveram de Cristo e que deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que foram centros de irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles tempos, mas animados de um espírito novo que contagiava aqueles que os conheciam e com eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim havemos de ser os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da alegria que Cristo nos trouxe. (Cristo que passa, 30, 5)

Comove-me que o Apóstolo qualifique o matrimónio cristão como «sacramentum magnum», sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.
Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.
Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja, 691)

Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S. José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida. (Cristo que passa, 22, 4)

Santificar o lar no dia-a-dia, criar, com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário exercitar muitas virtudes cristãs; em primeiro lugar, as teologais e, depois, todas as outras: a prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, o trabalho, a alegria... (Cristo que passa, 23, 4)



[i] Homília pronunciada em 1970

Temas para meditar e reflectir

Sobre a Alegria


Talvez não seja muito comum reflectir sobre a alegria, mas, antes, sobre o seu contrário: a tristeza.

Mas de facto reflectir sobre a alegria justifica-se plenamente porque deve ser uma das características principais cristão.

Jesus quer que a nossa alegria "seja completa", constante, não só de vez em quando por um motivo qualquer.

E nós temos um motivo sempre constante:

Sabermos que somos filhos de Deus!

Não há alegria maior!



(ama, reflexões, 03.12.2016)

Evangelho e comentário

Tempo Comum

Evangelho: Mc 6, 53-56

53 Finda a travessia, aproximaram-se de Genesaré e aportaram. 54 Assim que saíram do barco, reconheceram-no. 55 Acorreram de toda aquela região e começaram a levar os doentes nos catres para o lugar onde sabiam que Ele se encontrava. 56 Nas aldeias, cidades ou campos, onde quer que entrasse, colocavam os doentes nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar pelo menos as franjas das suas vestes. E quantos o tocavam ficavam curados.

Comentários:

A nossa imaginação fica-se curta ao desejar ter uma ideia do que seria a passagem de Jesus por entre as pessoas deitadas nos seus catres de dor e sofrimento.

Tocar as franjas das Suas vestes era o suficiente para a cura dos seus males?

Parece-me que, aqui, faltará algo que intuímos: quem Lhe tocava fazia-o com a fé e a esperança da cura.

O que seria a vida futura destes homens e mulheres curados por Jesus nestas circunstâncias?

Seguramente nunca mais esqueceriam aquela Figura de Cristo que Passa, sempre, onde é necessária a Sua presença.

Olhemos para esse Senhor que Passa nas nossas vidas, uma e outra vez, e digamos-Lhe com toda a nossa alma:

‘Senhor… eu creio em Vós! Aumenta a minha fé!’


(AMA, comentário sobre Mc 6, 53-56, 16.10.2017)

Leitura espiritual

RESUMOS DA FÉ CRISTÃ

TEMA 3 A fé sobrenatural

A virtude da fé é uma virtude sobrenatural que capacita o homem a assentir firmemente a tudo o que Deus revelou.


1. Noção e objecto da fé

O acto de fé é a resposta do homem a Deus que se revela [i].

«Pela fé o homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com todo o seu ser, o homem dá assentimento a Deus revelador» [ii].

A Sagrada Escritura chama a este assentimento «obediência da fé» [iii].

 A virtude da fé é uma virtude sobrenatural que capacita o homem – ilustrando a sua inteligência e movendo a vontade – a assentir firmemente em tudo o que Deus revelou, não pela sua evidência intrínseca, mas pela autoridade de Deus que revela.
«Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» [iv].

2. Características da fé

- «A fé um dom de Deus, una virtude sobrenatural infundida por Ele [v].

Para prestar esta adesão da fé são necessários a prévia e concomitante ajuda da graça divina e os interiores auxílios do Espírito Santo» [vi].

Não basta a razão para abraçar a verdade revelada; é necessário o dom da fé.

- A fé é um acto humano.

Embora seja um acto que se realiza graças a um dom sobrenatural, «crer é um acto autenticamente humano.
Não é contrário nem à liberdade nem à inteligência do homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas» [vii].

Na fé, a inteligência e a vontade cooperam com a graça divina:

«Crer é um acto do entendimento que assente à verdade divina por império da vontade movida por Deus mediante a graça» [viii].

- Fé e liberdade.

«A resposta da fé dada pelo homem a Deus, deve ser voluntária.
Por conseguinte, ninguém deve ser constrangido a abraçar a fé contra vontade.
Efectivamente, o acto de fé é voluntário por sua própria natureza» [ix], [x].
«Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo nenhum constrangeu alguém. Deu testemunho da verdade, mas não a impôs pela força aos seus contraditores» [xi].

- Fé e razão.

«Muito embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desacordo entre ambas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão.
 E Deus não pode negar-Se a Si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade» [xii].

«É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua origem num só e mesmo Deus» [xiii].

Carece de sentido tentar demonstrar as verdades sobrenaturais da fé; pelo contrário, pode-se provar sempre que é falso tudo o que pretende ser contrário a essas verdades.

- Eclesiologia da fé.

“Crer” é um acto próprio do fiel enquanto fiel, ou seja, enquanto membro da Igreja.
O que crê assente à verdade ensinada pela Igreja, que guarda o depósito da Revelação.
«A fé da Igreja precede, gera, suporta e nutre a nossa fé. A Igreja é a Mãe de todos os crentes» [xiv].

«Ninguém pode ter a Deus por Pai se não tiver a Igreja por Mãe» [xv].

- A fé é necessária para a salvação [xvi].
«Sem a fé é impossível agradar a Deus» [xvii].

«Aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo, e a Sua Igreja, procuram, contudo, a Deus com coração sincero, e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a Sua vontade, manifestada pelo ditame da consciência, também eles podem alcançar a salvação eterna» [xviii].

3. Os motivos de credibilidade:

«O motivo de crer não é o facto de as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural.
Nós cremos “por causa da autoridade do próprio Deus que revela e que não pode enganar-Se nem enganar-nos”» [xix].

No entanto, para que o acto de fé fosse conforme à razão, Deus quis dar-nos motivos de credibilidade que mostram que «o assentimento da fé não é “de modo algum um movimento cego do espírito”» [xx].

Os motivos de credibilidade são sinais certos de que a Revelação é palavra de Deus.
Estes motivos de credibilidade são, entre outros:
- a gloriosa Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, sinal definitivo da Sua Divindade e prova certíssima da verdade das Suas palavras;
- «os milagres de Cristo e dos santos [xxi]» [xxii], [xxiii];
- o cumprimento das profecias [xxiv], feitas sobre Cristo ou pelo próprio Cristo (por exemplo, as profecias acerca da Paixão de Nosso Senhor; a profecia sobre a destruição de Jerusalém, etc.).
Este cumprimento é prova da veracidade da Sagrada Escritura;
- a sublimidade da doutrina cristã é também prova da Sua origem divina. Quem medita atentamente os ensinamentos de Cristo, pode descobrir na sua profunda verdade, na sua beleza e na sua coerência;
- uma sabedoria que excede a capacidade humana de compreender e de explicar o que é Deus, o que é o mundo, o que é o homem, a sua história e o seu sentido transcendente;
- a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade «são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos» [xxv].

Os motivos de credibilidade não só ajudam quem não tem fé para superar preconceitos que dificultam a sua recepção, mas também quem tem fé, confirmando-lhe que é razoável crer e afastando-o do fideísmo.

José Manuel Martín (Ed), Gabinete de informação do Opus Dei, 2016

Notas





[i] Cf. Catecismo, 142
[ii] Catecismo, 143
[iii] Cf. Rm 1, 5; 16, 26
[iv] Catecismo, 150
[v] Cf. Mt 16, 17
[vi] Catecismo, 153
[vii] Catecismo, 154
[viii] São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, II-II, q. 2, a. 9
[ix] Catecismo, 160
[x] Cf. Concílio Vaticano II, Declar. Dignitatis Humanae, 10; CIC, 748, §2.
[xi] ibidem
[xii] Concílio Vaticano I: DS 3017.
[xiii] Catecismo, 159
[xiv] Catecismo, 181
[xv] Concílio Vaticano II, Const. Lumen Gentium, 16.
[xvi] cf. Mc 16, 16; Catecismo, 161
[xvii] Hb 11, 6
[xviii] São Cipriano, De Catholicae Unitate Ecclesiae: PL 4, 503
[xix] Catecismo, 156
[xx] Concílio Vaticano I: DS 3008-3010; Catecismo, 156.
[xxi] cf. Mc 16, 20; Heb 2, 4
[xxii] Catecismo, 156
[xxiii] O valor da Sagrada Escritura, como fonte histórica totalmente fiável, pode estabelecer-se com sólidas provas: por exemplo, as que se referem à sua antiguidade (vários dos livros do Novo Testamento foram escritos poucos anos após a Morte de Cristo, o que testemunha o seu valor), ou as que se referem à análise do conteúdo (que mostra a veracidade dos testemunhos).
[xxiv] cf. Catecismo, 156
[xxv] Catecismo, 156

Diálogos apostólicos

O DIVÓRCIO – 7 

A. O PROBLEMA DO DIVÓRCIO


Pergunto:

Se um casamento fracassa, não é melhor tentá-lo com outra pessoa e refazer a vida.

Respondo:

Esta ideia soa bem, mas o matrimónio não é algo mágico que põe tudo em ordem. 
O casamento serve para formar famílias e o encanto do matrimónio está na indissolubilidade. 
Só assim, a família goza de uma estável segurança.

Devoción a la Virgen



La Inmaculada, San Alberto, las órdenes de caballería y Guadalupe

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?