Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
07/02/2020
Tens de conviver, tens de compreender
Tens de conviver, tens de compreender, tens de ser irmão dos
homens teus irmãos, tens de pôr amor – como diz o místico castelhano – onde não
há amor, para colher amor. (Forja,
457)
Jesus Cristo, que veio salvar todos os povos e deseja associar os
cristãos à sua obra redentora, quis ensinar aos seus discípulos – a ti e a mim
– uma caridade grande, sincera, mais nobre e valiosa: devemos amar-nos
mutuamente como Cristo nos ama a cada um de nós. Só desta maneira, isto é,
imitando o exemplo divino – dentro da nossa rudeza pessoal – conseguiremos
abrir o nosso coração a todos os homens, amar de um modo mais elevado,
inteiramente novo.
Que bem puseram os primeiros cristãos em prática esta caridade
ardente, caridade que sobressaía e transbordava dos limites da simples
solidariedade humana ou da benignidade de carácter. Amavam-se uns aos outros de
modo afectuoso e forte, através do Coração de Cristo. Um escritor do século II,
Tertuliano, transmitiu-nos o comentário dos pagãos, comovidos ao presenciarem o
comportamento dos fiéis de então, tão cheio de atractivo sobrenatural e humano:
Vede como se amam, repetiam.
Se notas que não mereces esse louvor agora ou em tantas ocasiões
do dia-a-dia; que o teu coração não reage como devia às exigências divinas,
pensa também que chegou o momento de rectificares.
O principal apostolado que nós, os cristãos, temos de realizar no
mundo, o melhor testemunho de fé é contribuir para que dentro da Igreja se
respire o clima de autêntica caridade. Quando não nos amamos verdadeiramente,
quando há ataques, calúnias e inimizades, quem se sentirá atraído pelos que
afirmam que pregam a Boa Nova do Evangelho? (Amigos de Deus, nn. 225–226)
THALITA KUM 94
(Cfr. Lc 8, 49-56)
Efectivamente a
nossa salvação é, em si mesma um milagre já que ela acontece, não por nosso
mérito, que não temos, mas unicamente pela soberana Vontade de Deus.
Isto leva-nos a
pensar na magnificência da misericórdia divina.
De facto, ao
tomarmos consciência do pouco que somos, espanta-nos que o Criador e Senhor
de todas as coisas queira “gastar tempo” connosco, mesmo considerando que, Ele,
nos quer como filhos.
E não é só o
cuidado e o carinho das coisas pequenas que se passam no íntimo do nosso
coração, mas até aquelas grandes manifestações do poder e da bondade do Senhor.
E, no entanto, é
verdade!
Como um Pai
carinhoso Ele está sempre disponível para atender os nossos pedidos e, mesmo
quando os não fazemos expressamente, dá-se conta das nossas necessidades mais
humanas como a necessidade do alimento.
Pela segunda vez,
assistimos a um milagre extraordinário de Jesus.
Não sei se as curas dos numerosos
doentes: leprosos, surdos e mudos, paralíticos... têm a mesma dimensão de
"espectáculo" que estes da multiplicação dos pães e dos peixes.
Enquanto aqueles
pareciam uma resposta imediata da misericórdia do coração amantíssimo do Senhor
para com os desgraçados, ou mais desfavorecidos, como que se fosse uma
impossibilidade, da parte do Mestre, de contemplar a desgraça humana sem
intervir de imediato, estes talvez dêem o real significado dessa mesma
misericórdia do Senhor para com os homens.
Desta forma se
evidencia que as preocupações de Deus a nosso respeito vão bastante mais além
da misericórdia ou simpatia pela desgraça, vão efectivamente, até ao pormenor
da subsistência concreta.
Ao contemplarmos
tantos cenários de miséria, desconforto, escassez e pobreza tão grandes,
algumas vezes podemos ser levados a interrogar-nos sobre a atitude de Deus a
este respeito:
‘Mas onde estás Tu,
Senhor’?
É muito difícil
para o comum ser humano, para nós, portanto, entender bem estas coisas, pois
somos sempre levados a pensar que, o nosso Criador e Senhor, deveria estar sempre disposto a tratar dos Seus
filhos de tal forma que, estas carências e misérias, fossem imediatamente
sanadas.
Assim, como que uma
espécie de acto mágico, que com uma simples evocação, pudesse resolver todos
esses casos difíceis ou extremos.
O que acontece
realmente, está bem patente no trecho do Evangelho que acabámos de ler e, ao
deter-nos um pouco na sua apreciação cuidada, descobriremos a forma concreta
como Deus actua no homem.
Respeitando a nossa
liberdade de forma total, porque é infinitamente justo, Deus não intervém de
forma, diria, unilateral, na solução dos problemas dos seus filhos.
Para o fazer, e
fá-lo sempre, exige uma participação nossa, por mínima que possa ser.
(AMA, reflexões).
Evangelho e comentário
Cinco
Chagas do Senhor
Evangelho: Jo 19, 28-37
Naquele tempo, tudo estava sabendo que
consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida
em vinagre e levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo
está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou. Por ser a Preparação da
Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um
grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem
as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao
primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele. Ao chegarem a
Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados
trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu
é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a
verdade, para que também vós acrediteis. Assim aconteceu para se cumprir a
Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será quebrado». Diz ainda outra passagem
da Escritura: «Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».
Comentário:
Em que Chaga
refugiar-me, Senhor?
Na do Teu peito?
Sim, é a minha
preferida. Ficar ali, em descanso, junto ao Teu Coração.
Mas não ouso!
Parece-me demais!
Nas das Tuas Mãos?
Na Chaga da Mão
Direita… essa mão com que abençoas e tocas os doentes?
Mas não ouso!
Parece-me demais!
Na Chaga da Mão
Esquerda… a mão que segura o caminhante que titubeia na senda da salvação?
Mas não ouso!
Parece-me demais!
Nas dos Teus Pés?
Na Chaga do Pé
Direito… em que apoias todo o Teu peso quando Te levantas no Caminho do
Gólgota?
Mas não ouso!
Parece-me demais!
Na Chaga do Pé
Esquerdo… com que sacodes o pó contra os que Te rejeitam?
Sim… ouso
refugiar-me aqui.
Assim tomarei
parte na defesa do Teu Santo Nome tão ofendido!
E… aqui fico,
feliz e contente por ter encontrado refúgio e protecção. Faço Desta Chaga o meu
berço onde quero adormecer e acordar todos os dias que me concederes viver.
(ama, comentário
sobre Jo 19, 28-37, 2013.02.07)
Leitura espiritual
Cartas de São Paulo
1ª Carta a Timóteo
1Tm 6
Os
escravos (Tt 2,9-10) –
1
Todos os que se encontram sob o jugo da escravidão considerem os seus senhores
dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam
blasfemados. 2 E os que têm senhores crentes não os desprezem, por serem
irmãos; antes, devem servi-los melhor, porque os que beneficiam do seu trabalho
são fiéis e amados de Deus.
Falsas
doutrinas e verdadeira piedade –
Isto
é o que deves ensinar e recomendar. 3 Se alguém ensinar outra doutrina e não
aderir às sãs palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo e ao ensinamento conforme à
piedade, 4 é um obcecado pelo orgulho, um ignorante, um espírito doentio dado a
querelas e contendas de palavras. Daí nascem invejas, rixas, injúrias,
suspeitas maldosas, 5 altercações entre homens de espírito corrompido e
desprovidos de verdade, que julgam ser a piedade uma fonte de lucro. 6 A
piedade é, realmente, uma grande fonte de lucro para quem se contenta com o que
tem. 7 Pois nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele. 8 Tendo alimento
e vestuário, contentemo-nos com isso. 9 Mas os que querem enriquecer caem na
tentação, na armadilha e em múltiplos desejos insensatos e nocivos que
precipitam os homens na ruína e na perdição. 10 Porque a raiz de todos os males
é a ganância do dinheiro. Arrastados por ele, muitos se desviaram da fé e se
enredaram em muitas aflições. 11 Mas tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas.
Procura antes a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão.
12 Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste
chamado e da qual fizeste uma bela profissão na presença de muitas testemunhas.
13 Na presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Jesus Cristo, que
deu testemunho perante Pôncio Pilatos numa bela profissão de fé, 14 recomendo-te
que guardes o mandato, sem mancha nem culpa, até à manifestação de Nosso Senhor
Jesus Cristo. 15 Esta manifestação será feita nos tempos estabelecidos, pelo
bem-aventurado e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16 o
único que possui a imortalidade, que habita numa luz inacessível, que nenhum homem
viu nem pode ver. A Ele, honra e poder eterno! Ámen!
Recomendação
aos ricos –
17
Aos ricos deste mundo recomenda que não sejam orgulhosos, nem ponham a sua
esperança na riqueza incerta, mas em Deus que nos dá tudo com abundância para
nosso usufruto; 18 que pratiquem o bem, se enriqueçam de boas obras, sejam generosos,
capazes de partilhar. 19 Deste modo, acumularão um bom tesouro para o futuro, a
fim de conquistarem a verdadeira vida.
Saudação
final –
20
Ó Timóteo, guarda o depósito da fé, evita as vãs conversas profanas e as
contradições da falsa ciência, 21 que alguns professam e desviaram-se da fé. A
graça esteja convosco!
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
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