28/12/2021

Publicações em Dezembro 28

  


São Mateus faz muitas vezes um relato de perguntas feitas pelos fariseus e chefes do povo, perguntas essas que escondem crítica, preconceito e animosidade.

Parece-me que o Senhor gosta dessas perguntas em primeiro lugar, talvez, porque embora deformadas como já disse, são o desabafo de quem se sente, de alguma forma perplexo; depois porque Lhe dá o ensejo de, ao responder-lhes, ensinar, doutrinar, pôr as coisas no seu devido lugar.

Este Mestre Divino, tem uma paciência infinita e vai repetindo uma e outra vez os ensinamentos fundamentais para esclarecimento das gentes que O rodeiam.

Os tempos são outros, é o que Jesus quer que entendam.

Como se dissesse: ‘Chegou, está a chegar coMigo, outro tempo em que a Lei será renovada e aperfeiçoada. Será um tempo de concretização e não de expectativa como este que tendes vivido. Virá um novo reino aberto a todos sem excepção.’

As relações do homem com Deus são sempre novas porque a vida evolui e assim a fé.

Esta aumenta, fortalece-se, fica mais esclarecida. É o que é natural e assim deve ser.

Não se trata de uma atitude nova, mas diferente porque mais consciente e, mais consciente porque melhor informada.

Não consiste em ir pondo remendos, acrescentar o quer que seja, mas, apenas considerar que convém ao cristão estar ao par das mais recentes propostas do Magistério.

Jejuar é uma prática muito aconselhada por todos os directores espirituais como uma salutar medida para fortalecer a temperança. Esta virtude fundamental para o cristão, não se resume ao jejum, mas a toda a forma de viver e comportar-se não apenas consigo próprio, mas sobretudo com os outros.

Como se pode ver não é justo considerar os chefes do povo de Israel, neste caso um chefe de Sinagoga, todos da mesma forma São Mateus deixa bem claro, que algumas das maiores manifestações de fé em Jesus Cristo, vêm precisamente dessa classe social.

Impressiona, de facto, a fé deste homem que diz com toda a clareza: «Minha filha acaba de morrer, mas vem impor-lhe a tua mão e viverá.»

Uma fé assim não pode senão mover o Coração amantíssimo de Jesus levando-O a fazer o que Se Lhe pede.

São Mateus tem como principal preocupação escrever a sua versão do Evangelho para o povo judeu e demonstrar o poder de Jesus Cristo como um poder divino, isto é, que, de facto, Ele é o Filho de Deus.

Daí que a descrição que faz dos milagres realizados por Jesus é feita com o rigor de um cronista, isto é, na sequência em que, de facto, aconteceram.

Neste trecho tal é bem visível: a caminho de acudir a uma súplica de um homem importante, Jesus detém-se para atender uma pobre mulher em sofrimento.

Como se fosse uma prática habitual, corrente, na vida diária do Senhor e, de facto, noutras ocasiões, nem sequer descreve os milagres portentosos limitando-se a dizer que «curou a todos»

 

Pedir e confiar, confiar e pedir é quanto temos de fazer.

Podemos perguntar a razão que levou o Evangelista a relatar num mesmo episódio dois milagres operados por Jesus. Penso que a intenção é justamente essa: Jesus é como que "urgido" a actuar movido pelos sentimentos do Seu Coração Amantíssimo independentemente das circunstâncias.   Curar uma doença persistente e limitadora ou ressuscitar alguém não são milagres diferentes na importância ou magnitude, para Cristo a "importância" não existe nem a graça dispensada é maior ou menor mas sim proporcional à Sua Suprema Justiça e ao Seu Amor pelos homens.

O demónio dominava aquele pobre homem de tal forma que este não podia falar. Acontece-nos também a nós quando nos fechamos e, por um motivo qualquer - o mais frequente são os respeitos humanos - não confessamos as nossas faltas. É chamado "demónio mudo" contra o qual devemos lutar com todas as nossas forças.

 

Os sacerdotes trabalhadores por excelência da Messe do Reino de Deus, devem merecer-nos mais que profundo respeito mas também o nosso apoio incondicional. Mais importante ainda são as nossas orações por eles pedindo as graças e virtudes que tanto necessitam. Que sejam santos e guiem o povo de Deus com segurança e bom critério.

O dever que os cristãos têm de pedir a Deus vocações sacerdotais fica bem expresso neste texto. Não será tanto o pedir para que Deus sugira vocações mas, sobretudo, para que esses que alguma vez sentiram o apelo do Senhor, tenham a coragem e determinação para responder afirmativamente.

Os trabalhadores da messe de Deus têm as suas tarefas, o seu múnus, muito claro e específico, trata-se, em última instância de servir activa e dedicadamente o Reino de Deus.

Estou pessoalmente convencido que muitos que recusam esse apelo se conhecessem verdadeiramente a grandeza da tarefa que lhes é pedida se apressariam a corresponder.

São Mateus exagera quando escreve: «curando todas as enfermidades e doenças»? O Evangelista conta o que viu, não inventa ou exagera. O Médico Divino não deixa de acudir a quem a Ele recorre e, pela Sua enorme bondade e misericórdia, transmite esse poder aos Doze que escolhe.

 

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